Comissão Brasileira de Justiça e Paz se posiciona contra o impeachment

Jornal GGN – A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) compartilhou uma nota pedindo diálogo para que o povo brasileiro encontre soluções para a situação política e econômica. A entidade lembra que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff foi instaurado com argumentos refutados por técnicos do Senado e parecer do Ministério Público.

“Para onde vamos?”, questiona a CBJP. “Estamos diante do conflito de dois projetos de sociedade: os que defendem a continuidade da Presidente eleita, superando o impeachment e os que defendem que o vice-presidente assuma de modo definitivo a direção do Brasil. O que incluem os dois projetos, para além das pessoas que se dispõem a assumi-los? Quais as prioridades na perspectiva da atenção à maioria da população, sobretudo os mais pobres?”.

Para eles, o afastamento definitivo da presidente democraticamente eleita não responde aos anseios mais profundos do povo brasileiro.

“O governo interino, assumido pelo vice e sua equipe, anuncia medidas, em várias esferas da vida da população, que apontam para o retrocesso nos direitos arduamente conquistados: educação, saúde, cultura, previdência social, direitos humanos, comunidade negra, populações indígenas, mulheres, a liberdade de expressão e de organização. Mais uma vez na história brasileira a conta da crise é depositada nos ombros dos mais necessitados, das maiorias desprotegidas.”

Da Comissão Brasileira Justiça e Paz

Para onde vamos?

Por Carlos Alves Mora

A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), frente à grave situação político-econômica brasileira, conclama ao diálogo e à busca de soluções democráticas que preservem as conquistas e os direitos do nosso povo.

Democracia é respeito à vontade do povo; as recentes pesquisas expressam com clareza a vontade dos brasileiros/as diante das perplexidades que afligem a nossa grande Nação.

O processo de impeachment contra a presidente democraticamente eleita foi instaurado com argumentos jurídicos que veem sendo refutados por técnicos do Senado Federal, por parecer do Ministério Público Federal (MPF) e especialistas internacionais em recente evento realizado no Rio de Janeiro (Tribunal Internacional pela Democracia no Brasil). Para onde vamos?

Estamos diante do conflito de dois projetos de sociedade: os que defendem a continuidade da Presidente eleita, superando o impeachment e os que defendem que o vice-presidente assuma de modo definitivo a direção do Brasil. O que incluem os dois projetos, para além das pessoas que se dispõem a assumi-los? Quais as prioridades na perspectiva da atenção à maioria da população, sobretudo os mais pobres?

O governo interino, assumido pelo vice e sua equipe, anuncia medidas, em várias esferas da vida da população, que apontam para o retrocesso nos direitos arduamente conquistados: educação, saúde, cultura, previdência social, direitos humanos, comunidade negra, populações indígenas, mulheres, a liberdade de expressão e de organização. Mais uma vez na história brasileira a conta da crise é depositada nos ombros dos mais necessitados, das maiorias desprotegidas.

Estamos vivendo momento de angústia e tristeza. Sentimo-nos em sintonia com o Papa Francisco que já tem manifestado preocupação com o processo político brasileiro. No entanto, a Esperança continua nos iluminando e nos levando à ação.

A Comissão Brasileira de Justiça e Paz tem se empenhado em dialogar com os movimentos sociais e os agentes públicos, principalmente os Senadores da República.

Sua conclusão é que o processo de impeachment em andamento não responde aos anseios mais profundos do povo brasileiro. No entanto, se empenha na construção de uma saída para a crise, negociada com todos os setores sociais, exigindo que sejam garantidos os direitos humanos e sociais da população, consciente do que nos diz a Palavra de Deus: “Deus ouviu os clamores do seu povo”.

Carlos Alves Moura é secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz

Redação

9 Comentários

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  1. A vida politica REAL já é bem

    A vida politica REAL já é bem complicada, não precisa de delirios e fantasias. Quem tem o poder, exerce o Poder.

    A Presidente Dilma PERDEU o poder antes de começar o processo de impeachment, com menos de um terço dos votos nas duas casas perdeu a condição de governar, o impeachment é apenas consequencia.

    Se na hipotese de reversão ela voltasse ao Planalto como e com quem iria governar? Essa é a questão, essas fantasias de golpe não levam a lugar algum, é mera tertulia, não é um papel que confere o Poder, éo proprio Poder de fato, desde o temo de Hamurabi.

    1. Você perdeu uma boa oportunidade de ficar calado

      O regime que nós vivemos é o DEMOCRÁTICO, nele os governantes são eleitos pelo voto direto. É assim que está escrito na constituição. Faça o favor de lê-la. Se Dilma voltar é o exato contrário que deve se suceder, ou seja, o congresso se submeter ao presidente eleito. O seu comentário nos mostra como no seu inconsciente ainda mora um entúlio autoritário, talvez você mesmo não perceba que o poder deve emanar do povo e não de um caudilho qualquer. Pela sua ótica, qualquer poder, inclusive o armado, pode sobrepujar o poder do voto popular. Esse golpe não tem nada de fantasia. É real, infame e patético, além de trágico.

      1. O Congresso tambem é eleito

        O Congresso tambem é eleito pelo voto popular. Não existe poder sem poder. A Presidente já estava sem poder

        antes de começar o impeachment. E o Congresso se submeter ao Presidente? Aonde? Nem nos Estados Unidos.

    2. DEPLORÁVEL CEGUEIRA IDEOLÓGICA

      O fascínio pelo poder faz com que muitos ignorem o sentido de conceitos básicos, tais como democracia, legitimidade, usurpação, factóide, ética e outros. Todavia, nunca é demais destacar que a cegueira ideológica de tantos não muda o fato de que o impixe ilegal, desprovido de comprovação material de crime de responsabilidade previamente tipificado, viola os artigos 85 e 86 da Constituição Federal. E, portanto, todo o verniz do mundo é insuficiente para esconder a evidente agressão cometida contra a democracia brasileira através do golpe de estado em marcha, promovido para permitir a adoção de políticas rejeitadas pelo poder democrático do povo, expresso através das urnas.

      P.S.: Resposta ao comentário postado nesta página pelo douto Andre Araujo.

  2. Pela sua análise, sempre que

    Pela sua análise, sempre que uma oposição obtiver uma maioria significativa, poderá remover aquele que foi escolhido pelo povo. Se as regras consubstanciadas na lei nada valem, assim que possível poderemos retirar à bala os representantes eleitos, pois em ultima instancia, se isto ocorrer, demonstrará que eles não tem o poder. 

  3. JUNTOS SOMOS FORTES

    Muito louvável e importante esta iniciativa da Comissão de Justiça e Paz, no sentido de alertar toda a sociedade para a inadiável e imprescindível necessidade de perseverar na busca de soluções democráticas e na defesa dos direitos sociais.

    Especialmente em face da patente inexistência de fundamentos válidos para embasar o impixe, conduzido de modo que agride a democracia, a inteligência e a ética.

    Somemos esforços para que pronunciamentos desta natureza sejam amplificados e multiplicados, de modo que outras instituições democráticas representativas da sociedade civil firmem posição no sentido de clamar pelo urgente resgate da legalidade, para evitar que o governo ilegítimo imponha políticas contrárias aos anseios populares.

  4. CBJP

    Congresso e presidenta foram eleitos. Ambos de em se respeitar. Um congresso não tem direito de dar golpe de estado na presidente só poque resolveu compor outra maioria. O projeto eleito foi outro. O que temos é golpe. Golpe contra Dilma e Golpe contra o povo. 

  5. Projeto de governo
    Quando nós votamos na Presidente DILMA; votamos no programa proposto pela candidata Dilma;significa dizer que nao aceitamos o governo de Michel Temer;porque ele está fazendo um desmonte no programa de governo da Presidente Dilma e Nao vamos aceitar isso sem lutar;vai ter luta porque nao aceitamos que seja tirado nenhum direito que foi conquistados com muita luta.
    Esse governo nunca sera legitmo porque Dilma foi perseguida pelo congresso através do PRESIDENTE da camara Eduardo Cunha e seus seguidores e com isso impossibilitando Dilma de governar.

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