Crítica à estupidez política nas redes sociais, por Mário Lima Jr

Crítica à estupidez política nas redes sociais

por Mário Lima Jr

Uma publicação no Twitter de Marcelo Freixo sobre a importância da iluminação para a segurança pública serve há 8 meses como motivo de escárnio contra o deputado estadual do Rio de Janeiro. Acusam Freixo de preferir luz ao invés da presença da Polícia Militar (PM) diante de um confronto com traficantes de drogas armados. A zombaria idiota e o gosto pela brutalidade marcam o posicionamento “político” de inúmeros brasileiros na Internet.

Distorcer declarações honestas é um esporte bastante praticado. O trabalho de Freixo pelo desenvolvimento da segurança pública é notório: começou em 1989 como professor no sistema prisional, passou pela CPI das Milícias, do Tráfico de Armas e Munições e se estende até hoje na presidência da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio.

Defender os direitos humanos – outro “equívoco” de Freixo – é aceitável desde que assaltantes, estupradores e assassinos sejam excluídos da raça, na opinião dos ignorantes. Embora deixar de ser gente e se transformar em golfinho ainda não esteja ao nosso alcance. Negar a face criminosa da humanidade não ajudará na criação de um país melhor.

Brasileiros que pregam contra os direitos humanos são, não por acaso, a favor da violência policial como solução para nossos problemas sociais. De acordo com eles, o tráfico de drogas e armas e o alto índice de roubos e assassinatos  serão resolvidos metralhando a periferia e dando porrada nos “terroristas” que vão às ruas protestar. Gozam quando um PM quebra o cassetete na cabeça de um estudante. Para os estúpidos no Facebook, a baixa escolaridade, o desemprego, a exclusão social e a má distribuição de renda desaparecerão assim que o pobre abdicar do Bolsa Família e buscar recompensas por seu esforço.

Quando 40 milhões de trabalhadores (Exame) entraram em greve dia 28/04/17 contra a tentativa de Temer e seus comparsas de eliminar os direitos estabelecidos na Consolidação das Leis do Trabalho, concluíram os preconceituosos que a forte adesão foi resultado da influência opressiva das centrais sindicais. Dizendo que os grevistas desconhecem o conteúdo da reforma em análise no Congresso, subestimam o trabalhador a partir das próprias limitações intelectuais.

Cegos são aqueles que fingem não ver que as universidades públicas, antes exclusivas para jovens, brancos e de classe média e alta, começaram a se tornar uma mistura de cores e classes graças às políticas de incentivo dos últimos anos. Vociferam, com razão, contra a pior recessão econômica da história nacional, mas fazem silêncio a respeito de 28,6 milhões de pessoas que deixaram a pobreza entre 2004 e 2014 (Banco Mundial), menos por questões partidárias do que por ignorância.

Finalmente, o campeão das idiotices nas redes sociais: o pedido de encerramento da democracia com intervenção militar. Extremistas sustentam o vil absurdo de que as ruas eram seguras entre os anos de 64 e 85. Se não havia liberdade de expressão, mulheres grávidas e ao lado dos filhos foram torturadas, centenas de pessoas foram assassinadas e vivíamos presos pelo regime, sem escolher nossos representantes, havia alguma segurança? A mesma que cães acorrentados usufruem.

O peso daquilo que compartilhamos na Internet excede a pressão exercida com o dedo sobre a tela do celular porque seu alcance é universal. Exige responsabilidade. Pesquisas de opinião e manifestações significativas são organizadas nas redes antes de ganharem as ruas. Em cada pequena discussão, a prioridade dada ao bem-estar humano deveria ser a questão central.

Redação

4 Comentários

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  1. O brasileiro das redes

    O brasileiro das redes sociais, em número expressivo, tornou-se um verdadeiro imbecil, preguiçoso intelectual de dar arrepios pelo que digita, e viraliza. Ocorre-me agora a lembrança de um vereador do Sul, que se pôs num vídeo para dizer que se após o dpoimento de Lula Moro não prendê-lo ou impedi-lo de se candidtar, “só matando”.  São pessoas que incitam outras a cometimentos de crimes. Imagine se Lula saísse por aí como qualquer cidadão? 

    Aliás, foi muito interessante Lula dizer a Moro que, dos motivos porque não quereria morar naquele edifício do tiplex, um seria o dele só poder ir à praia, que fica em frente ao condomínio, numa segunda-feira ou Dia de Finados chuvoso. 

    Sou da teoria que blogues como este, e todos os outros, considerados progressistas, de esquerda, não deveriam dar destaque a certas coisas e pessoas, que são imbecilidas como as citadas no post acima. São idiotas, mas precisam de visibilidade para praticarem mais idiotices. 

  2. critica….

    Desespero. Por que não vivemos numa Democracia. E esta farsa não nos representa. Assim como diminuir a oponião das pessoas impondo a Poltica do Politicamente Correto é a face mais hipócrita da mesma estupidez que seus apoiadores tanto criticam. O Direito Humano mais básico e primordial é o direito à vida. Quando alguém ou alguém da sua família tem sua vida sob risco e a qualquer momento e o Estado nada faz em décadas, este cidadão tem o direito de defender-se de qualquer forma. Assim é com outras áreas da sociedade. Apesar de décadas, os “Donos da Verdade”, nossa Gestapo Ideológica da Esquerdopatia Tupiniquim nada resolveram de significativo e definitivo nos problemas sociais deste país. Então estes estúpidos não tem muto que argumentarem nem seus fièis lacaios. Bons mesmos em décadas foram em manter a “Ditadura dos Representantes do Povo”, impedindo eleições livres, diretas. constantes, transparentes e facultativas. Plebiscitos e Referendos Obrigatórios. Do povo, pelo povo, para o povo. Quem sempre teve muita competência quando o assunto é estupidez nunca aceitou o poder diretamente imposto pelo próprio povo. 

  3. Fascismo é o “default”

    Adultos, uma vez saídos do aconchego do ambiente familiar em que tinham a proteção de seus pais e o companheirismo dos irmãos, anseiam por criar algo parecido na sociedade: um líder (Fürher, duce) protetor, camaradas militantes, a leveza de não precisar tomar decisões importantes e o imediatismo das punições e recompensas para si e os irmãos (justiça sumária).

    Superar isso exige cultura, visão de mundo e desprendimento.

     

  4. 1o Fator

         Qualquer pessoa da area de segurança & defesa sabe,  provado em varias experiências internacionais desde a insurreição malaia, passando por Bogotá e Medellin, que uma iluminação publica eficiente e protegida é o 1o fator em segurança, tanto do cidadão como de equipes policiais que forem atuar no local, tanto é verdade que grupos criminosos quando elaboram uma ação efetiva ou de controle de area ( trafico ), atuam primeiramente em destruir lampadas publicas, inclusive inviabilizando que equipes da concessionária as consertem.

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