Nova investida de Israel elimina mulher e filha do pretenso alvo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Nova ofensiva de Israel contra palestinos da Faixa de Gaza. Desta vez o alvo, segundo Israel, era líder do Hamas, mas acabou por trucidar a mulher e a filha de Mohammed Deif, além de outras 11 pessoas. Depois desses assassinatos, milhares de pessoas foram às ruas pedindo vingança. O palestino-alvo não estava no local quando o ataque foi feito, e o Hamas divulgou a morte de sua mulher e filha. 

Deif é chefe do braço armado do Hamas, o Qammas. Israel declarou que fontes afirmavam que ele estaria na casa por ocasião do ataque e ser ele um “alvo legítimo”. O ataque assassinou civis e o Hamas declarou “que Israel abriu as portas do inferno” com esta ação.

Depois de uma semana de tentativas fracassadas de acordo, em reuniões realizadas e intermediadas pelo Egito, a violência voltou. E com ela a promessa de mais violência. Mais de dois mil palestinos morreram e, do lado de Israel, 64 soldados e 2 civis.

Eis a matéria publicada na BBC Brasil.

da BBC Brasil

Israel bombardeia esconderijo de líder do Hamas e mata mulher e filha

Alvo do ataque era Mohammed Deif, mas quem morreu foi sua família

Milhares de pessoas, muitas delas pedindo vingança, saíram às ruas de Gaza nesta quarta-feira para acompanhar o enterro da mulher e da filha bebê de um líder do grupo palestino Hamas que foram alvo de um bombardeio de Israel.

Pelo menos 11 pessoas morreram no ataque aéreo israelense, que Tel Aviv diz que tinha como alvo Mohammed Deif, que chefia o braço armado do Hamas. Ainda não está confirmado se ele escapou do ataque, embora um porta-voz do Hamas citado pela agência de notícias AP tenha dito que ele não estava na casa em que estavam a mulher e a filha.

A informação sobre a morte de sua mulher e filha foi divulgada pelo vice-líder do Hamas, Mussa Abu Marzuk, que vive no exílio, no Cairo.

Israel diz que os ataques contra Gaza visam frear os ataques de foguetes disparados do território palestino contra o país. Segundo as autoridades israelenses, pelo menos 50 foguetes foram disparados pelo Hamas de Gaza na terça-feira e outros 20 na quarta-feira.

Procurado

Deif, acusado de ordenar um atentado suicida em Israel há vários anos, sobreviveu a diversas tentativas de assassinato, que o teriam deixado com várias deficiências. Ele teria perdido um olho e partes do corpo em atentados anteriores.

O palestino lidera as brigadas Qassam (braço armado do Hamas) desde 2002 e está na lista dos homens mais procurados por Israel. Ele estaria por trás de vários atentados a bomba nos anos 1990 contra Israel. Deif também é acusado de ser o idealizador da estratégia de redes de túneis subterrâneos ligando Gaza ao território israelense.

O ministro do Interior de Israel, Gideon Saar, disse a uma rádio das Forças Armadas de Israel que Deif é um “alvo legítimo” e que deve ser eliminado, caso surja uma oportunidade.

Mohammed Deif. Foto: AFP

Mohammed Deif está há anos na lista dos mais procurados por Israel

O ministro da Ciência e ex-assessor para assuntos de segurança, Yaakov Perry, disse que está “convencido de que havia certeza de que Mohammed Deif estava na casa, porque caso contrário nós não teríamos bombardeado (o local).”

‘Portas do inferno’

Após o ataque, as brigadas Qassam disseram que Israel abriu “as portas do inferno” e que pagaria por isso.

O gabinete de segurança de Israel pretende se reunir ainda nesta quarta-feira para discutir a violência na região.

Na quarta-feira, sete pessoas – incluindo uma mulher nos últimos meses de gravidez e três crianças – foram mortas em um outro ataque na região central de Gaza, segundo informações de médicos à agência AFP. No total, cerca de cem pessoas ficaram feridas desde o fim do cessar-fogo, segundo autoridades palestinas.

Jerusalém, Tel Aviv e várias outras cidades tocaram alarmes à noite para alertar a população israelense sobre os ataques com foguetes.

A violência voltou a região depois de uma semana de tentativas fracassadas de se chegar a um acordo no Egito. A delegação israelense já deixou o Cairo.

Representantes dos dois lados disseram que 2.029 palestinos e 66 israelenses morreram desde o dia 8 de julho, quando começou a atual onda de hostilidades entre israelenses e palestinos.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

25 Comentários

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  1. Bem, eu diria que os “alvo”

    Bem, eu diria que os “alvo” Mohamed fez o que o hamas sabe fazer de melhor: esconder-se atrás de escudos humanos.

    1. Escudos Humanos

      Repetir essa conversa odiosa de desumanização dos palestinos é fácil para os alienados. Difícil é pensar um pouco e buscar a verdade… Fazer uma simples pesquisa no google imagem “human shields”.

      Pergunto, o que parece com o quê na sequência de imagens abaixo?

       

       

       

        1. Alguém detido, que aparenta

          Alguém detido, que aparenta ser um adolescente palestino.

          leonidas, você vai sempre continuar a defender o indefensável: defende a matança de palestinos com os mesmos argumentos pra lá de manjados de “combate ao terrorismo”, vocês que defendem o sionismo e o racismo do Estado de Israel só sossegarão quando o último habitante da Palestina for morto, ai sim, vocês dirão, o “mundo se livrou de uma casta terrorista”.

          Vocês são odiáveis e insanos.

          1. E quando é que vocês

            E quando é que vocês anti-sionistas entenderão que defender o Hamas com o pretexto de serem antiimperialistas(?) é uma contradição à qualquer princípio progressista, pois trata-se de um grupo sectário, ultra-nacionalista, fundamentalista islâmico e que não tem qualquer compromisso com os direitos humanos e é responsável pelo assassinato de palestinos e defende o indefensável que é o genocídio ou a limpeza étnica dos judeus de Israel?

          2. Você não quer entender o princípio do posicionamento.

            Pegue o caso do povo alemão ou japonês, estes certamente foram vitimas de crimes de guerra e ninguém aqui defenderá crimes de guerra ou limpeza étnica. Mas convenhamos que eles foram os primeiros a perpetrar crimes de guerra e por isso mereceram em certa medida a retaliação que sobreveio sobre eles. O mesmo se aplica a Israel. Ou seja, pouco importa se hoje os palestinos são terroristas sanguinários e os israelenses são democratas amantes da paz. O que importa é que os israelenses promoveram primeiro a agenda de limpeza étnica. O fato objetivo é esse: antes dos palestinos não quererem a existência de Israel, os israelenses não querem a existência do Estado palestino.

          3. Antes ou depois

            Essa questão do antes e depois, eu acho irrelevante para uma solução do conflito e ela nem é tão clara assim. Irrelevante, porque Israel é um fato histórico e é o lado militarmente mais forte, de forma que qualquer solução para o conflito deve necessariamente passar pelo reconhecimento incondicional do estado de Israel nas fronteiras pré-67. Não é clara, porque antes mesmo da independência de Israel, árabes se revoltaram contra a migração de judeus para a palestina e, da mesma forma que houve milícias de judeus que perpetraram massacres contra árabes, também houve milícias árabes que mataram muitos judeus. Sobre as revoltas árabes de 1920, veja aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/1920_Palestine_riots . A história do conflito não se resume a essa narrativa da limpeza étnica e não pode ficar de fora a não aceitação da partilha por parte dos árabes, que é o que efetivamente manteve os palestinos com status de refugiados. Se, por um lado, Israel absorveu os judeus expulsos dos países árabes e que, portanto, deixaram de ser refugiados,  os palestinos expulsos de Israel até 1948 deixariam de ser refugiados se a partilha tivesse sido aceita e se os demais países árabes também absorvessem alguns desses refugiados.
             

          4. Jaime, sei que ocorreu ataques de árabes contra judeus antes de 1947, mas também sabemos que os israelenses emigraram para a palestina tendo em mente formar um Estado exclusivo. Por isso não se pode encarar os acontecimentos de 1920 como o início ou causa da situação que perdura até hoje…  Não sei se sabe, mas aqui no Brasil os emigrantes alemães viviam em comunidades totalmente separadas sem inclusive se preocupar em falar português. E com certeza se o Brasil não fosse um Estado organizado teríamos problemas territoriais sérios com eles cedo ou tarde. O que quero dizer é que quando apoio o lado palestino não estou fazendo isso por ser mais simpático a palestinos do que israelenses por alguma razão étnica ou religiosa, mas porque quero que prevaleçam princípios de coexistência pacifica. E isso não é uma questão abstrata… A coisa de poucos meses estava numa fila de supermercado em pleno Rio de Janeiro e ouvi um rapaz brasileiro, descendente de alemães, falar com a maior naturalidade para quem quisesse ouvir que iria torcer pela Alemanha e não pelo Brasil. Sobretudo é péssimo que prevaleça na opinião pública um modo de pensar que embute desumanizar o outro. Isso é criar um terreno fértil para conflitos aqui dentro. Ou seja, tenho razões muito pragmáticas para defender o lado palestino.

             

      1. A foto é clara

        Imagem 2: Claramente o prisioneiro palestino está mais bem protegido do que os militares que o estão conduzindo.

        Imagem 3: Claramente, o militante encapuzado está pondo em risco a vida de diversas crianças, ao atirar do meio delas.
         

        1. Sua leitura é tola.

          Imagem 2: Claramente o prisioneiro palestino está mais bem protegido do que os militares que o estão conduzindo.

          Os soldados não têm como segurar os palestinos na frente com uma mão e atirar com outra, isso não é filme. Mas está claro que os palestinos não estão atrás, não estão usando coletes balisticos e estão amarrados e forçados a ficarem ali. Ou seja, qual propósito do seu comentário? Dizer que os soldados estão preocupados com os garotos e minha menção a escudo humano é pura maldade?

          Imagem 3: Claramente, o militante encapuzado está pondo em risco a vida de diversas crianças, ao atirar do meio delas.

          Não está atirando no “meio deles”, está atirando a frente deles e as crianças procuram se proteger e não estão amarradas. Mas o que interessa e o que você deveria se perguntar é… Por que esses garotos estão ali? Será que eles estão fazendo um ataque as cidades israelenses? Ou será que eles vivem ali? Ou seja, se você fosse um garoto de uma favela carioca que a toda hora a policia entra atirando ia entender facilmente a foto.

           

          1. Você interpreta o que quer

            Você interpreta o que quer que a imagem seja. Claramente, e isso é óbvio, o prisioneiro está protegido e não está sendo usado como escudo. Obviamente ele está  forçado a estar ali, pois é um prisioneiro.
            A segunda imagem também é clara: ela certamente não mostra um militantante defendendo a população civil. O uso da população civil como escudo pelo Hamas não é uma especulação, é um fato admitido pelo próprio grupo em diversos vídeos deles divulgados por aí. É estúpido querer questionar isso. Há muitos argumentos para defender o povo palestino e criticar o governo de Israel, não é necessário insistir em mentiras e nem defender os terroristas do Hamas (que, recentemente, assassinam mais palestinos do que israelenses).

          2. A recíproca é verdadeira.

            Você interpreta o que quer que a imagem seja. Claramente, e isso é óbvio, o prisioneiro está protegido e não está sendo usado como escudo. Obviamente ele está  forçado a estar ali, pois é um prisioneiro.

            “Você interpreta o que quer” vale para nós dois. Não é óbvio que o prisioneiro está protegido. Se houvesse intenção de mantê-lo protegido ele seria mantido sob escolta e não aos pés de atiradores numa linha de frente… Enfrente a verdade; consulte: http://investmentwatchblog.com/israeli-high-court-israeli-soldiers-used-palestinians-as-human-shields-1200-times/

            A segunda imagem também é clara: ela certamente não mostra um militantante defendendo a população civil.

            Sua opinião. Porque o fato é que as crianças não estão amarradas.

            O uso da população civil como escudo pelo Hamas não é uma especulação, é um fato admitido pelo próprio grupo em diversos vídeos deles divulgados por aí. É estúpido querer questionar isso. Há muitos argumentos para defender o povo palestino e criticar o governo de Israel, não é necessário insistir em mentiras e nem defender os terroristas do Hamas (que, recentemente, assassinam mais palestinos do que israelenses).

            Vi esses vídeos. Vi lideres palestinos “admitirem” que seu povo está disposto a enfrentar armas com mãos e pedras. Vi uma palestina ficar na frente de um soldado impedindo-o de se posicionar e atirar contra um grupo que estava do outro lado do quarteirão. Mas nunca vi nenhum deles pegar suas crianças e amarrá-los na frente de armas. E isso é que tentam fazer a opinião publica pensar para desumanizá-los.

            E o método é esse que você repete agora… Vocês vêm e dizem: “Eles usam escudos humanos; amarram crianças a morteiros; eu tenho a prova eu tenho um vídeo.” E saem a discursar que os palestinos são demônios e os israelenses vitimas. Mas quando vê o vídeo, descobre que a “prova” de crianças amarradas é a cena de uma manifestação numa praça onde um grupo de crianças dispara um morteiro puxando uma cordinha. Então, antes de ficar repetindo que é “óbvio”, que é “estúpido questionar”, comece a pesquisar fotos e as publique como eu fiz e veremos.

          3. O prisioneiro da foto está

            O prisioneiro da foto está atrás de um muro que não é miragem minha. Estou discutindo este caso concreto. Há outros casos isolados comprovados de uso indevido de prisioneiros pelo IDF e muitos casos de prisões arbitrárias, mas nesse caso a tua opinião não reflete os  fatos. Eu estou longe, bem longe, de defender incondicionalmente o IDF, que comete vários crimes de guerra. O que eu não entendo é progressistas defendendo o Hamas, que representa tudo que deviam condenar – é um grupo que defende o genocídio dos judeus-israelenses e  cometem também crimes de guerra a cada foguete lançado sobre a população civil de Israel – um grupo que não respeita dissidentes e minorias e sumariamente condena à morte e executa outros palestinos. Eu também vi os vídeos que você viu e condeno o governo de Israel e a sua política de ocupação da Cisjordânia. Mas é surpreende você ver os vídeos de execuções de palestinos pelo Hamas e não condená-los. Eu condeno o bombardeamento de escolas e hospitais, mas é bizarro vocês concordarem com o uso desses locais como bunkers e depósitos de armas, fato amplamente reconhecido e condenado pela ONU. Eu condeno o uso de civis como escudo de militares seja de qual lado for, mas fico chocado que vocês somente condenem um dos lados.

             

          4. A ONU só denunciou três casos

            A ONU só denunciou três casos de encontrar equipamentos militares em escolas. O que não me espanta pois aquilo lá é uma bagunça, não é um exército profissional. Mas daí pensar que eles fazem por padrão escolas e hospitais de verdadeiros bunkers é abusar da inteligência alheia uma vez que seriam lugares visíveis facilmente delatados por informantes. E não houve denúncia de que escondiam armas em hospitais. Portanto, não pode me condenar de defender algo que não tenho prova de que aconteça.

            Mas entenda, qualquer povo que viva uma ocupação fatalmente gera grupos de resistência violentos. Isso aconteceu com a resistência francesa que não tinha a menor piedade de trucidar outros franceses caso suspeitasse serem informantes ou simpatizantes dos nazistas. Por isso é perda de tempo repetir que o Hamas faz isso ou aquilo. Isto é, você não pode me garantir a pessoa que seria caso vivesse a vida deles.

  2. 2029 palestinos assassinados

    2029 palestinos assassinados divididos por 66 israelenses mortos, nos dá uma proporção de aproximadamente 30 palestinos assassinados pra cada 1 israelense morto.

    Os nazistas foram mais “generosos” e contentavam-se com 10 assassinatos pra cada 1 alemão morto.

    A estrela de Davi soprebujando a suástica quem diria.

  3. O pilantra nao morreu porque

    O pilantra nao morreu porque deve estar escondido em um dos bunker que fica embaixo de hospitais ou escolas

    Como ja é habito no Hamas fora dos bunkes ficam mulheres  crianças , velhos e civis obvio.

    Assim eles morrem enquanto os canalhas ficam guardadinhos…

  4. Nunca pensei concordar com o

    Nunca pensei concordar com o leonidas. A not[icia [e tendenciosa, como sempre, pois nunca falam dos foguetes continuamente lancados sobre Israel. Onde esta a imparcialidade Luis Nassif, pergunta este seu fan.

    1. Imparcialidade…

      O que você pensaria se visse seu povo, sua nação, sua cultura sendo paulatinamente exterminados desde 1947 e presenciando um massacre mundial de notícias te dizendo que você e seus compatriotas são terroristas e que o outro lado é bonzinho e enviado por Deus para ter posse da Terra Prometida?

      Ficaria quietinho e aguardando o desfechar do seu destino?

      Quer dizer que são os foguetes lançados pelo Hamás que está causando tudo isso (a matança de mais de 2000 palestinos) em Gaza… entendi.

      1. e continue a concordar com o

        e continue a concordar com o leonidas, ele é extremamente humanista e os valores que ele defende, no caso do “conflito” Israel x Palestina, vai nos livrar de umas das escórias do Planeta Terra: os terroristas, que são todo o povo palestino.

    1. Meu caro, se Israel só revidasse ataques, se só matassem combatentes armados e nenhum civil, ainda assim seria o lado errado. Porque em são consciência ninguém pode apoiar um lado que visa desde o início a limpeza étnica.

  5. Com a justificativa infame de

    Com a justificativa infame de “neutralizar” terroristas o Estado nazi-sionista de Isrrael está, pouco a pouco, dizimando os palestinos na Faixa de Gaza; esse sempre é o objetivo, se não podemos expulsar, matamos para que essa “escória” suma do mapa.

  6. Anti-Palestino

    “Pretenso Alvo”….o título da reportagem tem uma maneira simpática de descrever o lider do Hamas.  Diferente do título da BBC. De acordo com as pesquisa na região nem os palestinos apoiam os Hamas, mas defender o Hamas parece que virou defeder os direitos humanos. Nenhum país árabe os apoia. Nem o Hamas defende mais os interesses dos palestinos há anos.

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