TCU e a espetacularização da formalidade contábil, por Roberto Requião

 
O rabo abanando o cachorro: TCU e a espetacularização da formalidade contábil contra a democracia
 
por Roberto Requião

Normalmente não perco meu tempo com assuntos sem importância, como formalidades contábeis. Mas dessa vez terei que abrir uma exceção por razões óbvias. É um absurdo a forma como estão levando essa história do julgamento no Tribunal de Contas sobre contabilidade das transferências sociais feitas pelo governo através dos bancos públicos. É muito barulho por pouco e não posso me calar em relação a isso.

Sabemos que as relações financeiras entre órgãos da administração direta e indireta foram alvos de “contabilidade criativa” no Governo Dilma. Estão chamando isso agora de “pedalada”, como forma de degradar um pouco o assunto dando-lhe uma conotação diferente da sua real importância.

Parte da imprensa e da oposição tem tratado essa questão como se fosse um erro grave ou inédito. Sabemos que não é assim. Governo Brasileiro tem metas programáticas de inflação e metas programáticas fiscais. Fazem parte da política econômica que ele adota: o famigerado Tripé Macroeconômico. Não são uma exigência legal. É apenas uma opção de política macroeconômica. Equivocada, na minha opinião, mas uma opção legítima e reconhecida por todos. Em especial pela oposição e por quase todos os candidatos a Presidente nas eleições de 2014, que se ajoelharam e se penitenciaram no altar do Tripé. O mesmo altar do “Deus Mercado”, aliás.

Mas concentremo-nos no nosso assunto principal: a meta fiscal de superávit primário. Ela foi uma imposição dos credores da dívida brasileira, do capital financeiro nacional e internacional através do acordo com o FMI, quando o Brasil quebrou no final de 1998 no governo FHC.

A lei e a constituição brasileira não possuem nenhuma obrigação e muito menos nenhuma sanção específica que imponha qualquer meta de superávit primário. É uma simples opção de política econômica de governo. Uma opção que eu não concordo. Mas reconheço como legal.

O governo pensa diferente. Acha que não atingindo a meta, os banqueiros não vão mais comprar os títulos públicos e vão aumentar esse terrorismo econômico temos ouvido por aí. Não é verdade. Isso é uma pressão do capital especulativo contra o país.

O que fizeram o Ministro Mantega e seu Secretário do Tesouro, Arno Augustin, em relação a essa pressão? Eles fizeram vários “artifícios” que em uma empresa privada seriam chamados de forma glamorosa de “engenharia financeira”.

Foi uma forma de driblar a meta de superávit primário. Isso é claro. Mas é uma meta que não decorre de uma exigência legal. Era apenas uma exigência do capital financeiro. Podemos dizer que o governo queria burlar o capital financeiro, mascarando o superávit primário segundo os critérios tradicionais. Mas não a ética ou a lei. Mas não havia sanção legal contra a isso. O governo poderia aprovar um novo orçamento mostrando sua dificuldade em atingir a meta. Mas não fez isso. Acharam que geraria muito terrorismo no mercado. Eles queriam evitar as sanções do mercado internacional de dinheiro.

Poderiam ter feito diferente, poderiam ter cortado gastos em educação, saúde, bolsas de assistência social, investimentos. O mercado ficaria feliz e agradecido. O governo receberia todos os aplausos e cumprimentos nas altas esferas. Mas ia faltar o médico para curar a diarreia e a desidratação grave da filhinha da Dona Maria do Socorro, lá de Catolé da Rocha, na Paraíba. Poderia ter sido mais uma morte evitável de uma criança. Um ponto a mais na estatística de mortalidade infantil. Uma mera estatística, que os analistas financeiros manejam tão bem. Mas, segundo o mercado, o governo escolheu melhorar a “estatística errada”: cuidaram da criança primeiro…

Mantega e Arno queriam continuar mantendo as bolsas e os gastos sociais sem serem prejudicados pela pressão do capital internacional. Fizeram isso de diversas formas nos últimos anos, através de receitas não-recorrentes, ou extraordinárias, antecipação de receitas e adiamentos de despesas. Nada grave. Nada que fosse antiético ou ilegal. Mesmo porque, no ano seguinte, essas coisas seriam compensadas.

No caso em questão, no processo que está no TCU, a Caixa Econômica Federal, cujo capital é 100% estatal, realizou, como de costume, transferências sociais que lhe cabe como órgão responsável pelos repasses desse tipo de despesa. Todavia, uma parte dessas despesas referentes ao final do ano foram contabilizadas apenas no início do ano seguinte. Assim, a meta de superávit primário para mostrar para o mercado financeiro internacional foi formalmente alcançada. Para isso, fizeram uma engenharia financeira que não tem impacto nenhum na economia real e no espírito de nenhuma lei. Foi apenas o atraso da contabilização de uma despesa por alguns dias.

É tão grave atrasar um mês a contabilização de uma despesa em um órgão? Não. Isso é apenas uma questão formal de contabilidade, que fazem um enorme número de estados, municípios e governos. Uma engenharia financeira. Fernando Henrique fez isso, o Lula fez isso e a própria Dilma já tinha feito isso antes. Mas ninguém nunca havia considerado isso um erro grave. Porque não é.

Eu vou tentar explicar isso de forma mais simples. Imagina uma família que tivesse uma filha, Wendel casado com a Fernanda. Wendel e a Fernanda têm dívidas e eles pagam as suas dívidas de forma sempre pontual.

A filha deles se chama Clélia. Um dia a Clélia quebra a perna. O hospital coloca uma conta salgada para eles pagarem. Eles percebem que o dinheiro que possuem no banco é insuficiente para pagar a conta. Mas se lembram que esse dinheiro é igual ao valor que era necessário para pagar uma dívida que ia vencer nos próximos dias. O que eles fazem? Ora, eles sacam o dinheiro e pagam o hospital e atrasam o pagamento da prestação, para o mês seguinte. Assim protegem o que é mais importante. O banco não concorda, reclama, ameaça…

Em nível maior, vemos o mesmo. O capital financeiro internacional quer coagir países a deixarem de lado as suas obrigações com o povo, de emprego, de saúde, de previdência e os programas sociais, as bolsas compensatórias para que os governos reservem seu dinheiro, que façam superávit, para pagar juros e dívidas.  Ainda que com juros rigorosamente absurdos.

Resumindo, houve sim uma engenharia financeira, mas não houve crime. Ninguém se apropriou de recurso público. A economia não foi afetada, nem o interesse público.

Podemos questionar o uso dos recursos por parte do governo e o modelo econômico. Na minha opinião, faltou ao Brasil um projeto nacional, um projeto de desenvolvimento econômico, de industrialização. Mas eles mantiveram as políticas sociais, saúde, educação, previdência e bolsas compensatórias. Ótimo, eu apoio. Mas eu questiono a ausência de um projeto nacional, de desenvolvimento.

Agora, esse pessoal do dinheiro não pensa em emprego, educação, vidas, não pensa em desenvolvimento econômico e nem social. Pensa nos juros e nos lucros, na ganância e na usura.

Esse é o meu relato do que aconteceu. O TCU está julgando uma mera formalidade. E tem gente, maliciosamente, querendo derrubar uma Presidenta eleita pela maioria do povo em razão de uma formalidade. Querem vencer no tapetão, como dizem na gíria esportiva. É isso o que estamos vendo. Não mais e não menos. Uma estranha “comoção” por uma mera formalidade, uma formalidade recorrentemente quebrada e que agora virou “crime gravíssimo”… Não tem mais nada importante para nos ocuparmos neste país?

 

Redação

32 Comentários

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    1. A forma de exposição de um

      A forma de exposição de um gráfico pode servir muito bem aos interesses do seu criador, maquiando ou inflando os dados de forma artificial, não os alterando materialmente, mas desrespeitando formalidades; uma verdadeira pedalada gráfica!

      Muito conveniente ter no eixo vertical uma variação entre +2 até -6. Por que não entre +6 até -6 ou +10 até -10?
      Veja que sem o cometimento de irregularidades ou sem a alteração de dados é possível alterar a percepção do ocorrido através de uma singela modificação em um dos eixos.

       

  1. Explicação perfeita
    Meta não é exigência legal.
    Não houve crime, mas querem criminalizar os programas sociais do governo, esses, sim, uma obrigação constitucional.

  2. Aplausos a esta contundência

    Aplausos a esta contundência e lucidez do Requião. Entendo que a Dilma não pode ficar reativa a todos os factóides produzidos pela oposição, mesmo esta oposição institucionalizada, mas talvez fosse o caso de entrar em cadeia nacional e esclarecer à população esta questão. Se o governo é credor dos bancos públicos, se o saldo de juros foi positivo a favor do governo, se o objetivo foi manter os benfícios socias, onde está o crime?

    A oposição esperneia, pois sente que a blindagem que sempre tiveram está ameaçada pelos novos tempos. Vide Cunha eu sou oposição, Agripino não vai ter copa, o Aécio Furnas Neves e o próprio Nardes Zelotes, estão todos com a corda no pescoço, culpa do PT.

  3. O Requião.
    Superavit fiscal

    O Requião.

    Superavit fiscal não é simplesmente uma exigência do FMI.

    É que se o governo tem uma dívida, e ele não economiza, essa dívida não será paga NUNCA.

    E sobre as dívidas que não são pagas, incidem juros, e com uma dívida que só cresce crescem também os juros que tem de serem pagos.

    Dívidas do governo só se reduzem de 2 maneiras.

    1- O governo economiza e paga.

    2- O governo não economiza e QUEBRA.

    Nós estamos vendo o governo quebrar. O PIB do Brasil está caindo 3%, a população empobrecendo, a saúde uma lástima, e o governo vem com aumento de impostos e cortes de gastos que incdem sobre a população.

    Agora, o desequilíbrio fiscal não veio de um acidente ou uma catástrofe. Veio das eleições. Estamos pagando com recessão e carestia, aquilo que a Dilma torrou em 2014 para se reeleger.

    Por isso a população não perdoa.

     

     

    1. O povo deve ser o maior ativo de uma Nação.

      Discordo de você “super preocupado”, na minha opinião o povo deve ser a primeira preocupação de um dirigente de uma Nação, esse tipo de dramatização sobre quebra do país, que desinformados ou oportunistas usam é só para encobrir a ignorância da manada ou a má fé dos espertalhões que dela se aproveitam.

      Aliás sua afirmação de que a população não perdoa, a população quem cara pálida?

      País que sobreviveu à dilapidação dos governos anteriores, é inquebrável.

    2. Não se preocupe

      O equilíbrio fiscal foi sim uma exigência do FMI.É é necessário que se faça. Óbvio que quando os organismos internacionais impõe regras, eles entendem que a economia deve ser feita em distribuição correto de dinheiro, não se corromper, administração pública sem inchasso e tudo o mais que contribua positivamente. Eu não concordo com tudo o que o Requião expôs. Não acredito que os organismos e governos estrangeiros queiram manter o país devedor pobre e que ele só se importe com o pagamento da dívida. Mas o que nós temos no Brasil. Empresários nacionais, que querem manter seus lucros altos e questionam o governo sobre a aplicação do dinheiro para as classes mais baixas, ou seja: os programas sociais , que eles entendem inúteis para uma população inútil; Políticos chantageando para manter as suas benesses e suas fontes de corrupção , com a manutenção de financiamento empresarial em campanha política, emendas sem paradeiro do dinheiro, empregos de correligionários no escalão público sem que haja atribuição para estas pessoas, a não ser fazer campanha política; uma oposição política impulsionada por um boyzinho mimado; tribunais judiciais ou não (TCU, p ex) querendo manter as suas mamatas e esconder seus delitos, aplicando sentenças e expedindo mandados exdrúxulos, ridículos e grotescos; uma burguesia deslumbrada e aturdida com o risco de empobrecer e que por isto parece uma barata tonta. Por causa de todo este movimento chantagista e coacto , o PIB não cresce, a saúde não anda e se faz necessário mais dinheiro. Se a revolta sua e de outros se voltassem para os verdadeiros criadores da crise, certamente a coisa estaria melhor. Você não deve se preocupar tanto. O Brasil já quebrou  muitas vezes, inclusive em 1998 ( está no texto) e nem por isto morremos. E basta nos mobilizarmos por uma reforma política decente e afastar os verdadeiros corruptos ( que não é o caso da Dilma, mas que tem muitos dentro do PT, tanto que o próprio partido lhe faz oposição), chamar o empresariado e os bancos a sua responsabilidade , pois seu patrimônio está antes de tudo a serviço do bem comum, afastar Juízes vagabundos e corruptos, para podermos passar pela crise e quiçá diminuir o risco de nova crise. E mais: desenvolver o país, o que é muito importante e desenvolver o país não é pagar dívida com banco. Não dever a eles é só consequencia.

    3. Super tranquilão

      “essa dívida não será paga NUNCA.”

      igualzinho no resto do mundo:

       Países G20 América Europa Ásia Austrália África Mundo  Dívida Pública % PIBReferênciaAnteriorMaiorMenorUnidade Austrália28.60Dec/1327.0731.709.70Percentagem[+]Brasil58.91Dec/1456.8060.9053.40Percentagem[+]Canadá86.51Dec/1487.66101.7066.50Percentagem[+]China41.06Dec/1439.3841.0619.99Percentagem[+]Zona do Euro91.90Dec/1490.9091.9066.20Percentagem[+]França95.00Dec/1492.3095.0020.70Percentagem[+]Alemanha74.70Dec/1477.1080.3055.60Percentagem[+]Índia65.50Dec/1367.5084.3065.50Percentagem[+]Indonésia25.02Dec/1424.9087.4322.96Percentagem[+]Itália132.30Dec/14128.50132.3090.50Percentagem[+]Japão230.00Dec/14224.20230.0050.60Percentagem[+]México30.70Dec/1428.6037.2017.10Percentagem[+]Holanda68.80Dec/1468.6076.1045.30Percentagem[+]Rússia17.92Dec/1414.0299.007.90Percentagem[+]Coréia do Sul33.80Dec/1334.8034.807.99Percentagem[+]Espanha97.70Dec/1492.1097.7016.60Percentagem[+]Suíça34.20Dec/1434.9051.6025.10Percentagem[+]Turquia33.00Dec/1435.8577.9033.00Percentagem[+]Reino Unido89.40Dec/1487.3089.4031.30Percentagem[+]Estados Unidos102.98Dec/14101.17121.7031.70Percentagem[+]

       

  4. Senador Requião

    É quase inacreditável que um mesmo partido político tenha em seus quadros um rato como o cunha (pmdb) e um Homem como o Senador Roberto Requião (PMDB).

  5. Explica na TV

    Cabe ao governo em cadeia nacional de radio e TV explicar de forma didática a população ( conforme o  exelente artigo do Sen. Requião) o que ocorreu. Não pode é ficar nas cordas sendo acusado pelos amigos do Cunha e do Nardes ( grandes picaretas) como se tivessem cometido um crime e por isso merecedores de impichment. Dizer em alto e bom som que se trata de golpe de quem não venceu nas urnas e querem ganhar no tapetão.

  6. Sobre o TCU e outras coisas

    O excesso de zelo somente quando se trata de governos petistas. Vimos nos últimos meses uma infinidade de Administrações estaduais e municipais com graves problemas de orçamento. Mas…Isso não vem ao caso, como diria o impoluto Sergio Tucano Moro.

    Me façam uma garapa com bastante mel. A propósito, países não quebram, no máximo passam por restrições orçamentárias.

    O que realmente quebra ( claro, em suas mentes ingênuas) é esse “Mundo de Alice” e  este discurso falacioso de “economistas de almanaque”.

    As condições do Brasil hoje são infinitamente melhores, em qualquer escala de tempo e lugar que se possa utilizar. O resto é choro dos sem votos e sem projetos universalizadores.

    Atender 30% da população, como prática de governos anteriores ao PT, é fácil. Difícil é você incorporar milhões ao mínimo da dignidade humana tendo uma estrutura insuficiente e cara. Chegou a hora do Estado brasileiro cobrar a conta daqueles que sempre se beneficiaram das riquezas produzidas pelo país, estes, são os maiores sabotadores de avanços sociais e defendem o aparthaid social e intelectual dos menos favorecidos.

     

  7. São tão poucos as lideranças brasileiras que se insurgem contra

    São tão poucas as lideranças brasileiras que se insurgem contra o golpe em curso. Roberto Requião é um dos raros lideres políticos brasileiros a lançar luzes a toda essa escuridão que tem tomando conta da política brasileira.

    Um texto sóbrio e racional. Bem diferente a toda gritaria histérica promovida pela mídia golpista e a oposição. Infelizmente são muito poucos os políticos brasileiros dispostos a resistir a toda essa hipocrisia.

    Onde estão as lideranças do PT para fazer o mesmo que o Requião?

  8. Excelente Requião

    Requião é o único senador VERDADEIRAMENTE petista que temos.

    Excelente explicação, didática. Ah, se o governo tivesse uma TV pública com audiência. Poderíamos mostrar esse discurso a toda a população, contrapondo os “argumentos” da direita.

  9. Excelente, Senador
    Excelente, Senador Requião.
    Me faço essa pergunta todos os dias.
    A oposição tem direito de abandonar por completo suas obrigações parlamentares para se dedicar sómente a derrubar a Presidente? E pior, usar um argumento tosco como a tal pedalada, para mobilizar todo o Congresso? Gravíssimo é usar a estrutura, o cargo e o dinheiro público pra essa presepada política. Que coisa absurda! Que falta de respeito aos cidadãos!

  10. A questão das pedaladas

    No meu relez entender, o que o governo fez, e qualquer cidadão responsável faria, foi simplesmente tirar o dinheiro do bolso direito (CEF) e passar para o bolso esquerdo (Tesouro) que precisava de suporte temporário para os programas sociais (Bolsa Família e outros). Tão logo o bolso esquerdo recebesse recursos, voltaria com o montante tomado emprestado do bolso direito (CEF), acrescido dos juros correspondentes.

    Qual o erro, se a “calça”, com seus bolsos, pertencem à mesma pessoa, o governo? Existe erro para os oportunistas de plantão, que querem “lavar a derrota” nas eleições como se nunca mais venha a ter outras! Pode até acontecer de ficarmos muito tempo sem novas eleições, se vingar este golpe imoral e absurdo que a direita (que, de direito não tem nada) conseguir derrubar Dilma.

    Resta ao governo recorrer à Corte Internacional, para garantir a democracia no País, porque aqui, a casa já virou uma zona! Não há mais Tribunal isento no Brasil! Lembro-me, com tristeza, da foto onde os “juízes” militares, em Juiz de Fora, cobriam os rostos, para que a História não revelasse quem estava por trás daquele julgamento absurdo de Dilma, sem direito a defesa.

    Novamente a história se repete: Dilma, a mesma Dilma de Juiz de Fora, está sendo julgada por pretextos escusos. A diferença é que, hoje, os juízes não tem tanta vergonha na cara quanto os militares citados: fazem tudo com a cara mais limpa e exposta do mundo, para que a mídia registre os seus novos “heróis”.    

  11. BRASIL SOFRE ATAQUE ESPECULATIVO INTERNACIONAL
     

    Se der para publicar….

    Em 08.10.2015 – BRASIL SOFRE ATAQUE ESPECULATIVO INTERNACIONAL

    Por Arnaldo Risemberg, no Sputniknews

    Link  – http://br.sputniknews.com/opiniao/20151008/2376310/Brasil-sofre-ataque-especulativo-internacional.html#ixzz3o4ko4iAx

    Há algumas semanas houve mais uma denúncia de que uma instituição financeira estrangeira estava fazendo um ataque especulativo ao Brasil. Ela se juntou a outras que já estão sendo alvo de investigações do CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

    Os presidentes dos Bancos Centrais do CEMLA – Centro de Estudos Monetários Latino-Americanos estão reunidos em Lima, Peru, discutindo inúmeras questões regulatórias do sistema financeiro e bancário do continente. Um dos temas em debate é a reação dos latino-americanos às desvalorizações das suas moedas nacionais por parte de grandes instituições financeiras e bancárias internacionais.

    Sobre esta questão, a Sputnik Brasil ouviu o economista Heitor Silva, professor das Faculdades de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam). Heitor Silva explica que aquelas instituições financeiras promoveram um ataque especulativo contra as moedas nacionais, de forma a obter grandes lucros em suas operações negociadas em dólar. Ele também esclarece que “cada país tem seus próprios órgãos de controle e investigação para apurar esses fatos. No caso do Brasil, o órgão que está centralizando as investigações é o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica”.

     

    No início de julho de 2015, o CADE informou que sua superintendência-geral abriu processo administrativo para investigar os bancos Barclays, Citigroup, Crédit Suisse, Deutsche Bank, HSBC, JPMorgan, Bank of America, Merrill Lynch, Morgan Stanley e UBS. Além destas, há outras instituições sob análise, como o Banco Standard de Investimentos, Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ, Nomura, Royal Bank of Canada, Royal Bank of Scotland e Standard Chartered, além de 30 pessoas físicas.

    As apurações do CADE ocorrem em paralelo a investigações na Europa e nos Estados Unidos. Segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, na época da divulgação daquele comunicado não havia indícios de envolvimento de bancos brasileiros na manipulação do câmbio e na desvalorização do real. 

     

    Sputnik:Essa questão da manipulação do câmbio por algumas das mais fortes instituições financeiras do mundo – qual o seu propósito e a quem aproveita?

     

    HS – “Por ser um tema complexo, vale a pena explicar o que é. Porque se ouve tanto falar, e as pessoas às vezes não entendem o que é um ataque especulativo. Um ataque especulativo é uma retirada, uma venda de moeda estrangeira em grande quantidade, buscando a desvalorização da moeda nacional em relação à estrangeira. Isso é o que compõe um ataque especulativo. Quando ele é feito só por uma ou duas empresas, não, é uma necessidade ocasional dessa empresa de ter que vender as moedas. Mas quando é em grande quantidade a saída da moeda estrangeira do território, começa-se a perceber que há uma concatenação de grandes agentes econômicos buscando a desvalorização da moeda. Aí, sim, caracteriza-se um ataque especulativo.

     

    Sputnik: Qual é o organismo que fiscaliza isso?

     

    HS – O Banco Central acompanha isso dia a dia, porque é ele quem detém os dólares e vende e compra no mercado, mas quem investiga isso é o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Quem pode realizar um ataque especulativo? Bancos, megainvestidores e as grandes e megaempresas de exportação e importação. Para explicar a vantagem de um ataque especulativo, vamos pensar em termos de um patrimônio comum, um apartamento. Se estivermos com uma cotação do dólar em 1 por 1 e a pessoa tiver um apartamento de 400 mil reais, ele nesse momento terá um apartamento equivalente a 400 mil dólares. Se, porém, nós vivêssemos um momento como estamos vivendo agora, onde um 1 dólar compra 4 reais, ou seja, a nossa moeda está desvalorizada em relação ao dólar, esse mesmo apartamento continuaria valendo os 400 mil reais, mas em dólares passaria a valer 100 mil dólares. É esse o objetivo: quando se faz um ataque especulativo, o detentor de moeda estrangeira entra depois que a moeda está desvalorizada e compra o patrimônio nacional a preços vis. Compra as empresas brasileiras, compra estoques de matérias-primas. Esses são os objetivos dos grandes investidores – eles apostam no momento e mais adiante entram comprando muito barato o patrimônio nacional.

     

    Sputnik: É isso que está acontecendo?

    HS -“Há cerca de duas semanas o diretor de um grande grupo de investimentos já tinha dito que o Brasil estava sofrendo um ataque especulativo, e ele mencionou um grupo chamado iShares NSCI Brazil Capped, que é um fundo negociado em Nova York. Esse fundo tinha 84 milhões de ações naquele momento, em setembro deste ano, sendo que 59 milhões, ou seja, 77% estavam descobertos. Ele não tinha papéis para cobrir aqueles 59 milhões de ações. O que ele estava esperando? Esse fundo é um dos que mais têm apostado numa quebra da nossa moeda em relação ao dólar, porque aí, sim, ele entra aqui e compra os papéis para poder colocar no fundo, já que ele tem alguns dias para realizar a transação, e entra comprando muito mais barato. Então, são esses os interesses que estão por trás da desvalorização.”

    Sputnik:Por que o ataque especulativo se dá em certos momentos? Por que não é o tempo inteiro? Por que um determinado país é escolhido? (o grifo é meu)

    HS – As condições para um ataque especulativo estão ligadas a questões de política econômica e de politica mesmo, condições de governabilidade. Quando há problemas na credibilidade sobre a capacidade do Governo de pagar os títulos de dívida que ele tem, que as pessoas desconfiam que o Governo não vai conseguir pagar esses títulos, todo mundo tenta sair, vender rápido esses títulos e converter em moedas fortes, Então isso já é um fator que enfraquece a moeda nacional. Outro fator é quando se tem perda de credibilidade na geração de riqueza do país, ou seja, as pessoas acham que o país vai crescer menos, que a economia vai vender pouco. Isso afeta quem? Os portadores de ações, os acionistas das empresas. E aí o que eles fazem também? Eles tentam vender rapidamente as ações e procurar se colocar em moedas fortes – dólar, euro, iene – e esses movimentos é que permitem, que criam caldo de cultura para a ocorrência dos ataques especulativos.”

     

  12. Sou contador do serviço

    Sou contador do serviço público, entendo estas contas todas, trabalho com prestação de contas ao TCU, análise da  execução orçamentária, SIAFI, LRF, regularidade contábil é importante, mas se não houver desvio de recuros públicos, as contas devem ser aprovadas com ressalvas, JAMAIS REPROVADAS e no caso da União houve apenas falhas formais que deveriam ser corrigidas, como o foram, QUERER IMPEDIR um presidente por esse motivo é um completo e cabal absurdo, é um movimento político disfarçado de rigor no julgamento de contas, no Congresso os técnicos que realmente entendem de contas públicas verão que ocorreu apenas falhas formais sem prejuizo aos cofres públicos.

    1. Pela minha experiência,

      Pela minha experiência, muitos tributos e outras receitas públicas foram quitadas pelos contribuintes em 2014 mas a rede bancária só recolhe aos cofres públicos nos primeiros dias de 2015. Pelo regime de caixa aplicável às receitas, só na data do crédito (2015) é que as receitas serão contabilmente lançadas. Portanto, há que se ponderar também esses valores e outros a receber. Agora, como se trata de perseguição explícita e arquitetada, ficara o governo a mercê dos chantagistas de sempre, agora mais. Agora, pedalada mesmo, quem quiser ver é so vir ao Paraná.

  13. FAZENDO CORO ..

    O Brasil é um país estranho mesmo.

    O maior partido governista, PMDB, embora não tenha sido o “cabeça da chapa”, fica a reboque de uma oposição ridícula. Não é ridícula por ser oposição, mas, por agir de forma irresponsável e inconsequente.

    O extravagante, entretanto, é caber, debaixo de uma mesmo guarda-chuva, pessoas como o Roberto Requião e outras cabeças coroadas, de bom senso, de visão, que comportam-se não como cooptados, mas, expressando pontos de vista coerentes.

    De outro lado,entretanto, da mesma sigla, seres pequenos e apequenados que nem vou citar o nome para não dar “ibope” a quem não merece.

    A solução é tão simples e tão complexa.

    Simples de tão absurda, e complexa por depender de ratazanas e animais rastejantes.

    Vamos torcer, para que ou a ratoeira pegue esses roedores e haja um mínimo de decência no parlamento.

    É acreditar no incrível? Pode ser, mas, capitular é que não vamos.

    Nosso Brasil é muito maior que tudo isso.

    Alguns “brasileiros” é que deveriam tiras suas máscaras e revelar suas faces alienígenas e gritar: “Yes we can destroy everithing”.

  14. FAZENDO CORO ..

    O Brasil é um país estranho mesmo.

    O maior partido governista, PMDB, embora não tenha sido o “cabeça da chapa”, fica a reboque de uma oposição ridícula. Não é ridícula por ser oposição, mas, por agir de forma irresponsável e inconsequente.

    O extravagante, entretanto, é caber, debaixo de uma mesmo guarda-chuva, pessoas como o Roberto Requião e outras cabeças coroadas, de bom senso, de visão, que comportam-se não como cooptados, mas, expressando pontos de vista coerentes.

    De outro lado,entretanto, da mesma sigla, seres pequenos e apequenados que nem vou citar o nome para não dar “ibope” a quem não merece.

    A solução é tão simples e tão complexa.

    Simples de tão absurda, e complexa por depender de ratazanas e animais rastejantes.

    Vamos torcer, para que ou a ratoeira pegue esses roedores e haja um mínimo de decência no parlamento.

    É acreditar no incrível? Pode ser, mas, capitular é que não vamos.

    Nosso Brasil é muito maior que tudo isso.

    Alguns “brasileiros” é que deveriam tiras suas máscaras e revelar suas faces alienígenas e gritar: “Yes we can destroy everithing”.

  15. E SE O DINHEIRO FOI PARA O POVO

     

    E SE O DINHEIRO FOI PARA O POVO, QUE MAU EXISTE NISSO, SE O POVO É O VERDADEIRO DONO DO DINHEIRO PÚBLICO?

    BRILHANTE A EXPOSIÇÃO IMPARCIAL DO AUTOR. É AUTOEXPLICATIVA.

     

    POR ISSO SÓ QUEM DEU BOLAS PARA O JULGAMENTO DO TCU FOI A OPOSIÇÃO GOLPISTA. QUANDO SE EXPLICA A UM CIDADÃO MORTAL O QUE FORAM AS DENOMINADAS PEDALADAS, ELE SIMPLESMENTE AFIRMA PERPLEXO: ISSO NÃO FOI NADA DE MAIS, ENTÃO!

     

    SABEM  POR QUÊ? PORQUE O BOMBARDEIO DA MÍDIA INDUZ O BRASILEIRO COMUM A ERRO, A MENSAGEM É DADA COMO SE DILMA TIVESSE METIDO A MÃO (EM BENEFÍCIO PRÓPRIO) EM DINHEIRO PÚBLICO.

     

    NO FIM DAS CONTAS A MANOBRA FAVORECEU O POVO, E TUDO CONTINUA TAL E QUAL!

     

    NÃO SEJAMOS HIPÓCRITAS. QUANDO É QUE ESTA BRINCADEIRA VAI ACABAR? JÁ PERDEMOS UM ANO COM ESSA NOVELA.

  16. Espantoso

    Na verdade Requião, o espantoso  é ver um não-assunto como este ganhando esta repercursão e efeito. Parece até manobra diversionista do Governo ou da Oposição, em todo caso serve para o povão abrir os olhos para quem realmente está levando o dinheiro e as riquezas do Brasil.

    O Sr. e o Senado poderiam capitanear uma reação contra isto, sugiro dois tópicos:

    1. Taxa de Juros deslocada das referências mundiais e abusiva,

    2. Cobranças de taxas nos pagamentos eletrônicos, verdadeiro imposto de captação sem contrapartida.

     

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