Unicamp cobra recursos prometidos por Alckmin

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Jornal GGN – A Unicamp reabriu uma promessa do governador Geraldo Alckmin, feita em 2005, que acordou o aumento de recursos para a Universidade se fosse aberto outro campus em Limeira, interior de São Paulo. Entretanto, o campus foi inaugurado em 2008 e, ainda assim, nenhum recurso foi adicionado.

Por Folha de S. Paulo
 
Universidade afirma que o Estado não cumpriu acordo assinado em 2005
 
Escola abriu campus sob a condição de que houvesse aumento de repasse; USP tem situação semelhante
 
Por Fábio Takahashi
 
Em meio à crise financeira nas universidades públicas paulistas, a Unicamp cobra o governo estadual a cumprir um acordo de 2005 que prevê aumento de recursos para a instituição.
 
O acordo determinou que o repasse do Estado para a universidade cresceria se fosse aberto um campus em Limeira (interior de SP), que aumentou em 17% as vagas de graduação da instituição.
 
O campus foi inaugurado em 2008, mas a mudança no Orçamento não ocorreu.
 
O acordo foi assinado pelo secretário de Ciência e Tecnologia do então primeiro governo Geraldo Alckmin (PSDB), João Carlos Meirelles. Previa aumento de repasses a partir de 2006.
 
Cálculo da reportagem aponta que a escola deveria ter recebido cerca de R$ 300 milhões adicionais desde então, em valores corrigidos.
 
O montante seria suficiente para sustentar por mais de seis meses o sistema hospitalar universitário da Unicamp, que faz 22 mil internações.
 
Questionada pela Folha sobre o acordo assinado com o governo estadual, a universidade afirmou que “mantém a expectativa de que o termo assinado em 2005 seja efetivamente cumprido”.
 
A escola disse também que o campus –que possui 2.200 alunos em cursos como engenharia, administração e nutrição– representa “o maior crescimento já realizado de uma só vez na Unicamp”.
 
Pelo acordo, o crescimento de receita se daria por meio do aumento no repasse do ICMS (principal imposto paulista), maior fonte de financiamento das universidades públicas de São Paulo.
 
O incremento representaria acréscimo de 2% do que a Unicamp recebe hoje.
 
Como a USP, a Unicamp afirma estar em dificuldades financeiras e não apresentou proposta de reajuste salarial para seus servidores para este ano, o que tradicionalmente ocorre em maio.
 
Parte dos servidores das duas universidades, além dos da Unesp, está em greve.
 
USP EM LORENA
 
Também em 2005, o então secretário Meirelles assinou ofício em que se comprometia a aumentar o repasse para a USP caso ela incorporasse uma faculdade estadual de engenharia, em Lorena.
 
A unidade foi incorporada, mas não foi implementado o crescimento de cerca de 5% na fatia do ICMS transferida para a universidade.
 
A assessoria de imprensa da USP diz que a instituição não cobra o governo porque boa parte dos gastos da faculdade ainda são custeados pelo Estado (a maior parte da folha de pagamento).
 
A unidade representa 0,3% de todo o gasto da USP, mais do que a Faculdade de Direito de Ribeirão Preto.
 
A reitoria diz também que a faculdade de Lorena não tem grande impacto na crise financeira da universidade, que gasta 106% do Orçamento com folha de pagamento.
 
Setores da universidade, porém, entendem que a reitoria deveria negociar com o governo aumento de verbas, considerando a expansão de vagas, em vez da adoção de medidas de corte, como o plano de demissão voluntária de funcionários, proposto pelo reitor Marco Antonio Zago.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. Se for arrocho salarial, sem duvida!

      O comportamento do governo de sp em relaçao às universidades estaduais faz parte de uma politica deliberada de precarizaçao com vistas à uma possivel privatizaçao, e isto esta absolutamente claro nas declaraçoes do interventor da Usp, o sr M.A.Zago, com propostas de demissao voluntaria de trabalhadores, desvinculaçao do HU da USP,  instituiçao de regime parcial de horario para professores.  Se em 2005,o Alkmin prometeu verba extra para a expansao da Unicamp, Usp e Unesp,  depois que os campi foram criados ou incorporados, ainda se retirou indiretamente dinheiro do total do ICMS através de subterfugios fiscais. 

      Atualmente, as TRES universidades( neste blog só se fala da Usp, como se Unicamp e Unesp estivessem com seu funcionamento normal) estao numa greve unificada por um reajuste salarial para repor as perdas salariais e o tal de Zago quer por toda a culpa no antigo interventor Rodas, como se ele nao fizesse parte diretamente da administraçao anterior.  O prejuizo é jogado nas costas do trabalhador e os repasses do governo nao acompanharam o crescimento fisico e as despesas de custeio.  Daqui a pouco, os trabalhadores vao ter que pagar pelo privilegio de trabalhar.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador