Vice de Aécio diz que próximo presidente deve ter “história na política”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: George Gianni/PSDB

Jornal GGN – O vice-presidente nacional do PSDB Alberto Goldman rejeitou, em entrevista ao Valor, a fórmula criada por figuras como João Doria Junior para se dar bem em meio à crise política: a de negar a política tradicional. Na visão de Goldman, o partido deve lançar um candidato a presidente tenha trajetória no ramo e assuma isso.
 
“Tem muitas interrogações [sobre 2018]. Alckmin, Serra e Aécio estão abalados pelas denúncias [da Lava Jato], o que não quer dizer que estão fora do páreo. Se será outra alternativa, tampouco há como saber agora. O que eu acho importante é que a alternativa seja alguém com história na política. Você não faz democracia sem os agentes políticos”, avaliou.
 
Para ele, a Lava Jato destruiu “décadas de histórias e reputações de figuras como Serra, Alckmin e Aloysio [Nunes]. Essa destruição abre espaço para o populismo. É daí que nascem os Jair Bolsonaros e João Dorias da vida e as teses de que os políticos não prestam e os empresários são purinhos.”
 
O tucano ainda disse que a única forma de superar essa crise é esperar a separação entre o joio e o trigo, ou seja, deixar que os acusados pela Lava Jato se defendem para saber quem tem condições de continuar na política e quem não tem.
 
Apesar da ponderação, Goldman falou de Serra, de quem foi vice-governador em São Paulo, como um injustiçado pela Lava Jato. O senador é acusado de receber cerca de R$ 23 milhões entre caixa 2 e propina cobrada em cima de contratos de obras do transporte público e rodovias.
 
“Não posso afirmar que alguém de segundo escalão, ou um diretor aqui ou ali, não tenha feito qualquer trambique. Isso é impossível dizer. A nível dos secretários e do Serra não há nada. A mesma coisa com o Geraldo. Os dois não têm luxo e moram no mesmo lugar a vida inteira. São caras simples que trabalham o dia inteiro”, comentou.
 
Sobre Joao Doria, Goldman apontou que tem “um agrupamento de pessoas” no PSBD “que não tem afinidade com o programa partidário” e estão na legenda por “oportunismo natural”. “Aqueles que pensam no partido, na sociedade e na social-democracia, pensam diferente. Sabem que esse cara [Doria] não tem o perfil [para ser o candidato a presidente].”
 
O vice de Aécio no comando do PSDB ainda indicou que Alckmin está arrependido de ter apadrinhado Doria. “Ele não vai dar o braço a torcer ou falar isso publicamente, mas imagino que deve estar pensando o que ‘eu ajudei a criar’.” 
 
A entrevista completa está disponível aqui.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. E quanto ao GOLPE?

    Teria sido o Doria, ou o Bolsonaro, que teria entrado na justiça eleitoral questionando o resultado das urnas em 2014, ou foi o presidente desse partido golpista, com apoio de supostas lideranças, como FHC Brasif, causando agravamento da crise de descrédito da política brasileira e precipitando a crise institucional decorrente? Qual foi o partido que combinou com a Editora Abril a antecipação da edição semanal da Veja para a sexta-feira, véspera da eleição, com uma denúncia fabricada na capa contra Lula e Dilma, em parceria com a Vaza a Jato, usada como panfleto eleitoral distribuído em todo o território nacional, para tentar virar a eleição de 2014, na corrida da boca de urna? Só faltou ele dizer que o PT tem que fazer uma auto crítica e reconhecer os seus erros para estar perfeitamente afinado com os coleguinhas da “esquerda autêntica.

  2. É bem conhecido que Goldman

    É bem conhecido que Goldman não suporta João Dória. Pelo menos isso (e provavelmente só isso), temos em comum.

  3. ‘Para ele [Alberto Goldman],

    ‘Para ele [Alberto Goldman], a Lava Jato destruiu “décadas de histórias e reputações de figuras como Serra, Alckmin e Aloysio Nunes.”‘

    Com certeza foi a Lava Jato que mandou o governo Alckmin vender a Sabesp em país estrangeiro, que mandou esse governador se aliar à Alston e à Siemens, que mandou interroper as obras do monotrilho depois de pagas, as do Metrô… foi a Lava Jato, também, a responsável por Paulo Preto ter se aproximado de Serra / Alckmin e desviado milhões do Rodoanel, de ter aparelhado a Fundação Padre Anchieta e de estar sucateando o ensino secundário e a a USP. Rodas e Zago foram imposições da Lava Jato. E com certeza foi a Lava Jato que obrigou os governos do PSDB fazerem tratos com o PCC e a obrigar a PMSP reprimir violentamente qualquer manifestação pacífia, isso só em São Paulo. Quem sabe a Lava Jato obrigue a milionária Verônica Serra a acolher seu paizinho, que tão modestamente é obrigado a viver…

    (Lágrima insistente essa minha, só porque “paizinho” me fez lembrar da filha de José Genoíno… Mas vamos lá:)

    Em Minas Gerais foi a Lava Jato que mandou Aécio e Anastasia fazerem tratos com contrutoras na Cidade Administrativa. Foi a Lava Jato, também, a responsável pela perseguição de jornalistas mineiros e pela morte de ex-policiais que ousaram falar a verdade sobre o PSDB daquele estado.

    Em Brasília, no Senado, a Lava Jato foi assertiva: obrigou Aloysio Nunes a incorrer no crime de incitamento ao crime de sangrar uma presidente do Executivo, obrigou Perrela a emprestar seu helicóptero para transporte de cocaína.

    E como saudade não tem idade, foi a Lava Jato que mandou FHC tacar gasolina na fogueira antipetista, para não ficar rememorando compra de votos para a emenda de reeleição, vergonhoso ajoelhamento ante o FMI e o dolar estadunidense e toda privataria tucana que envolve o nome de Serjão (que Deus o tenha) e muito mais.

     

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