Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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“Muita matraca, pra pouco berro”, por Rui Daher

Witzel e comparsas alegam legítima defesa. O avô de Ágatha, retruca (eu matava): “a arma que ela gostava de usar era lápis, caderno, redação, e nota dez”.

“Muita matraca, pra pouco berro”, por Rui Daher

Pouco entendo, simples cronista, como fazer-me melhor neste GGN. Serão tão desinteressantes os personagens que aqui criei em quase 15 anos? Ou as republicações do que escrevo semanalmente em CartaCapital? As músicas e vídeos que pesquisei para oferecer-lhes? Mau gosto? Creio que não, pois nada de minha lavra.

Meu batente é difícil, sabem, como deve ser o de que todos que aqui comparecem. Mas meu desânimo é maior e infindo. Talvez, só menor do que eu soube do magistral jornalista Mino Carta.

Antecipo a parte final de minha coluna desta semana em CartaCapital:

“Multiplicaremos Marielle Franco, a socióloga e vereadora pelo PSOL-RJ, e Anderson Pedro Gomes, seu motorista, assassinados em março de 2018, por milícias cariocas?

Agora, a política genocida de Wilson Witzel, governador eleito pelos cariocas e fluminenses, matou Ágatha Félix, criança de apenas oito anos, dentro de uma kombi, baleada nas costas, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Witzel e comparsas alegam legítima defesa. O avô de Ágatha, retruca (eu matava): “a arma que ela gostava de usar era lápis, caderno, redação, e nota dez”.

Não, Martinho da Vila, “a vida não vai melhorar”.

Carioca de Vila Isabel, né? Como, então, o assassino Witzel. Se fosse em São Paulo, até poderia entender. No Rio de Janeiro, não.

Pare, saia daqui cronista! Estou tentando ser analítico, voltar aos bancos dos barracões das Ciências Sociais da USP, aos livros de Darcy Ribeiro e analistas de esquerda da UFRJ.

Os sambas de Cartola, Nélson Cavaquinho, e dos demais que desceram o morro, no apoio.

De onde vocês tiraram WW? Um cara nascido em Jundiaí, SP, 51 anos, que cursou a UFF, topografia, e foi ser fuzileiro naval.

Chegou a tocar na histórica Banda dos Fuzileiros Navais? Instrumento? Tuba? Sei que depois disso foi fazer Ciência Política pra enganarem cariocas, quando não passa de um celerado mortífero.

E como fico eu, que gostava tanto o Rio de Janeiro e os cariocas com um genocida no governo.

Preciso ir ao Rio a negócios, mas tenho medo, embora helicópteros de facínoras, sejam os lados em que estiverem, me amedrontam menos do que gafanhotos em plantações agrícolas.

Wilson Witzel, a menina Ágatha espera suas explicações e desculpas para, em seguida, através de sua compadecida família, cuspir em sua cara.

Você é uma figura do pior Brasil. Aquele que esperávamos nunca mais ver, e você o recompôs. Sai, assassino!

A política econômica

Mais do que vir aqui, sem grandes elaborações, que deixo ao Luís e vocês, anoto que “Rede Dia fecha quase 300 lojas e matriz injeta R$ 175 milhões” (Valor, 20/9).

Sabem, ou não, que se trata de supermercados de baixa ou média renda. Vá, sejamos claros, de pobres, nem Pão de Açúcar, Empórios Santas Luzia ou Maria.

Parabéns, Jair, Keds e Postos Ipiranga.

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

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