Daniel Costa
Daniel Costa é graduado em História pela Unifesp, instituição onde atualmente desenvolve pesquisa de mestrado. Ainda integra o G.R.R.C Kolombolo Diá Piratininga onde além de compositor, desenvolve pesquisas relacionadas a História do samba de São Paulo e temas ligados a cultura popular participando das atividades e organização do centro de documentação da entidade (CedocK - Centro de Documentação e Memória - José e Deolinda Madre). Possui especializações na área de museologia (IBRAM), arquivologia (Arquivo Nacional), Educação Patrimonial (IPHAN) e História Oral (FGV/CPDOC).
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Dona Sinhá, a dama do samba da Barra Funda, por Daniel Costa

Cacilda Costa, conhecida como Sinhá, foi uma grande referência não só para o Camisa Verde e Branco, mas também para todo carnaval paulistano.

Sinhá ao lado de Inocêncio Tobias, seu parceiro de vida e de carnaval

Dona Sinhá, a dama do samba da Barra Funda

por Daniel Costa

E a princesa de lá
Foi trazida pra cá
A herdeira bem-vinda
Viu Bela Vista chorar
Ao seu rei lhe ofertar
A esmeralda mais linda

Se fez a mãe do lugar
Tem assento no altar
Trouxe o ouro de Cinda
Quem nasceu pra nos guiar
Ama e sinhá
Nossa vovó Cambinda
A mãe do lugar-(Maurinho de Jesus – Arthur Favela)

No ano em que lembramos o centenário da morte de Tia Ciata, uma referência feminina para o samba carioca, é pertinente lembrar que para o desenvolvimento do samba paulista as mulheres também exerceram papel fundamental. Podemos começar lembrando pioneiras como Madrinha Eunice, da Lavapés; Tia Olímpia, do Vai-Vai e a famosa Dona Sinhá, da Barra Funda. Entre outras referências femininas lembramos ainda de Tia Cleuzi, Tia China, Dona Maria Ester e muitas mulheres que estiveram e seguem na linha de frente do carnaval e do samba de São Paulo.

Nossa personagem, mulher negra nascida no Bixiga, mudou-se para a Barra Funda ainda jovem, e além de ser uma das vigas mestras do Camisa Verde e Branco, protagonizou uma história digna de Romeu e Julieta ambientada na Paulicéia. Porém, no lugar dos Montecchios e Capuletos temos o embate entre sambistas e malandros dos dois bairros.

Cacilda Costa, eternizada no universo do samba paulista como Sinhá, nasceu durante o carnaval de 1917, no bairro do Bixiga. Por coincidência, essa personagem que contribuiu para revolucionar o carnaval paulistano nasce durante os festejos de Momo, e no ano em que a cidade passaria por uma greve operária sem precedentes e o continente europeu seria impactado pela revolução bolchevique.

O apelido de Sinhá surgiu, logo após seu nascimento. De acordo com a pesquisadora Thais Matarazzo, “seu pai achou que ela tinha a pele muito clara e falou: “Essa menina é clara demais. Parece nega Sinhá”. E o apelido pegou”.

A ligação de Sinhá com o samba e o carnaval remonta a sua infância e a sua família. Seu pai, um operário morador do Bixiga costumava frequentar as festas de Bom Jesus de Pirapora, e outras festividades ocorridas em São Paulo. Félix Costa, que era paulistano, também era afeito ao batuque e ao samba. Em maio de 1914, sua irmã Gesse da Costa torna-se esposa de Dionísio Barbosa, fundador do Grupo Carnavalesco Barra Funda.

Segundo Thais Matarazzo, o matrimônio ocorrido em 1914, “indica que a família de Félix e de Dionísio se conheciam da região da Barra Funda, pois o endereço declarado por Gesse ao se casar pertencia ao distrito de Santa Cecília, que englobava, naquela época, uma fração da Barra Funda”.

Foi também através de sua mãe, Florência que Sinhá e seus irmãos tiveram contato com o carnaval, principalmente ao assistirem os tradicionais desfiles de corso que ocorriam na região central e na Avenida Paulista. É a própria Sinhá quem relembra esses momentos em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, no começo da década de 1980: “Eu sou do tempo do corso na Avenida Paulista. Época muito divertida, com as pessoas desfilando nas baratinhas conversíveis, jogando confete e serpentina. Quem estava na calçada brincava e pisava em um verdadeiro tapete de confete”.

Na década de 1930 com a fundação do então cordão Vai-Vai, a folia na região do Bixiga começa a ganhar destaque frente a outros espaços da cidade. Entre um desfile e outro, os familiares perceberam que Sinhá gostava de dançar e pular com muita desenvoltura. Perguntaram então a menina se ela gostaria de desfilar. Com a permissão de sua mãe, a pequena Cacilda começaria a escrever sua trajetória nos festejos da cidade.

Sobre esse período trago novamente o depoimento dado por Dona Sinhá à Folha de São Paulo: “Aos 12 anos desfilei como baliza no Vai-Vai, no tempo em que ainda era cordão e não havia escola de samba. Na época, o grupo era improvisado, embora seguisse as instruções dos líderes, que eram normalmente compositores, e explicavam como deveria ser feita a fantasia. Tudo era animado, não havia pano brilhante, e o pessoal usava mais cetim, bordados, etc”. A estreia da pequena foliã fez tanto sucesso, que no ano seguinte Sinhá sairia como destaque.

Segundo o pesquisador e compositor Osvaldinho da Cuíca, “as mulheres penaram para conseguir maior espaço nos cordões, e uma comprovação disso é que a primeira baliza (então chamada de contra baliza), Dona Sinhá, do Vai-Vai, só apareceu nos anos trinta. Nesse período não era comum ter mulher nos cordões. A atuação delas se dava muito mais nos bastidores, se articulando para colocar as agremiações na rua”.

Ainda segundo Osvaldinho da Cuíca, algo comum no desfile dos cordões eram o encontro das agremiações. “Se fossem amigos, tudo ótimo: beijava-se o estandarte um do outro, dividia-se a bebida que tivessem à mão e os amigos se despediam em clima de total confraternização. Se fossem rivais, porém, a primeira providência era reforçar e acelerar o batuque para encobrir o som do concorrente, humilhando-o. Se isso não fosse suficiente, partia-se para a briga, mesmo. O primeiro bêbado de um que entrasse no meio do cordão rival podia ser o estopim. Em geral, os confrontos se davam entre os grupos já estabelecidos e os novatos, sempre olhados com certa desconfiança, ou entre os que cultivavam rixas históricas, como o Vai-Vai e o Camisa Verde e Branco – a contra-baliza Dona Sinhá, que deixou o Vai-Vai para se casar com o líder do Camisa, Inocêncio Mulata, foi o motivo alegado para algumas dessas brigas. A violência, entretanto era quase irrelevante. O que chamava atenção nos modestos festejos de São Paulo era mesmo a sua espontaneidade e sua despretensão”.

Cabe destacar que apesar de ser um embate dado principalmente entre praticantes do jogo da tiririca, capoeira e demais artes do jogo de pernas, quando era para defender seu pavilhão, as mulheres não se furtaram da briga. As foliãs da Barra Funda, por exemplo, começaram a andar com objetos de madeira, indo à frente do cordão como uma espécie de proteção aos balizas.

Apesar de minimizado por Osvaldinho da Cuíca, a animosidade entre foliões e sambistas do Bixiga e da Barra Funda, era constante. A situação foi agravada pela ida de Sinhá para o bairro da zona oeste, um fato inconteste confirmado por sambistas de ontem e de hoje.

Fernando Penteado, neto de um dos fundadores do Vai-Vai relembra em depoimento prestado ao historiador Bruno Baronetti uma situação ocorrida quando era apenas um jovem do Bixiga, e teve que se impor para ser respeitado na Barra Funda. Em seu depoimento relembrou o dia em que foi surpreendido por sambistas da Barra Funda, sendo desafiado a enfrentar uma espécie de teste para saber se ele era valente ou não. E quem aplicou o “teste”, foi justamente Hélio Bagunça, notório capoeirista e malandro temido na região que se estendia da praça Marechal Deodoro até o mítico Largo da Banana.

Penteado conta que: “Estava na Barra Funda e avisaram que o Hélio quebraria a minha cara, montaram uma roda e pensei: Ele vai quebrar a minha cara. Iam abrir uma roda e foi perna para cá, pernada pra lá. Eu ia apanhar, ele era um trator, mas eu encarei. Não fugi. Pensei: Não vou encostar a mão nele. Eu fui para a roda. Fizeram a roda. Quando viram ele, parou tudo. Aí o Hélio falou: Desse dia em diante você vai ser meu amigo. Fiquei com passagem livre na Barra Funda, porque você não podia sair do Bixiga para ir até lá. São Paulo era demarcada. Passou ali da Barra Funda, neguinho do Bixiga saia correndo. Passei a ser protegido do Hélio e eu ia à Barra Funda. Assim como os protegidos do Pato N’ Água vinham para o Bixiga. Tinha um dia, a segunda-feira que era território livre, a negada podia ir para qualquer lado da cidade”.

Os pesquisadores Flávio Ismerin e Felipe Tinoco, em trabalho sobre a escola de samba da Barra Funda também abordaram a questão da rivalidade entre foliões das duas agremiações na década de 1950. O período, hoje considerado o momento de auge dos cordões, também foi o momento de intensificação dos conflitos entre os integrantes do Vai-Vai e do Camisa.

Segundo a dupla, no período carnavalesco, “o couro comia no Largo onde ficava a Igreja de Santa Cecília, ponto de encontro tradicional dos dois grupos. Os balizas e contrabalizas eram usados para prevenir possíveis danos ao pavilhão, pois valia de tudo nessa hora”. Ainda para os autores, a partida de Sinhá para a Barra Funda alcançou novas simbologias no panorama de competição entre os dois cordões.

O compositor Geraldo Filme é outro personagem que rememora a rivalidade entre sambistas do Bixiga e Barra Funda. Segundo Geraldo: “Bixiga e Barra Funda não podiam se ver que o couro comia, o bicho pegava mesmo. Numa ocasião, teve uma briga na UESP. O falecido Inocêncio estava criando um problema com o Chiclé. Inocêncio dizia o seguinte: Eu sou valente porque saí da Barra Funda, fui lá no Bixiga e roubei a Sinhá, tomei a Sinhá de vocês lá, e ninguém que pôde fazer nada”.

Ainda segundo pesquisa realizada pela jornalista Thais Matarazzo, “por volta de 1933 ou 1934, Sinhá se casou com um rapaz de sobrenome Arruda. Parece que o casamento não deu certo e Sinhá separou-se do marido. Foi trabalhar como empregada doméstica em casas de família. Sua arte culinária ficou famosa. Alguns sambistas lembram-se com saudades dos pratos com camarão que Sinhá preparava ou do bolinho de chuchu, que só ela sabia fazer”.

É nesse período que Sinhá deixa o Bixiga, mudando para a região dos Campos Elíseos, onde conheceria seu futuro companheiro, Inocêncio Tobias, que também era do samba e do carnaval. A turma do Vai-Vai ficou furiosa quando Sinhá deixou tudo para trás e ingressou no cordão rival, o Campos Elíseos.

O cordão criado em 1918, logo passaria a figurar entre os principais da cidade. Reconhecido inclusive por seus rivais, Pé Rachado, um dos fundadores do Vai-Vai, declarou que “ninguém pegava o Campos Elíseos”. Defender o estandarte da agremiação branca e roxa foi mais um desafio para Sinhá. Thais Matarazzo conta que a foliã, “tinha que sair muito bem disfarçada para não apanhar e não ter a fantasia rasgada pelos membros do cordão da Bela Vista”.

A passagem pelo Campos Elíseos e a união com Inocêncio contribuiu para a retomada da tradição do cordão fundado pelo velho Dionísio Barbosa. Quando o pavilhão do cordão Mocidade Camisa Verde e Branco foi para a rua e a batucada ecoou pelas ruas do bairro, “a turma da Barra Funda chorou de alegria, antigos membros voltaram a integrar o cordão. Inocêncio, Sinhá e demais associados, batalharam com muita garra para o crescimento e reconhecimento do grupo nos anos seguintes. Começaram a ensaiar na rua, em frente ao porão onde Sinhá e Inocêncio moravam, à Rua Conselheiro Brotero, 338. No início, os vizinhos reclamavam do barulho. Depois, foram se afeiçoando ao cordão e tornaram-se contribuintes”, relembra Thais Matarazzo.

Ao lado de Inocêncio, Sinhá seria uma figura fundamental para a consolidação do Camisa Verde e Branco, agremiação a quem dedicaria o resto de sua vida. A dupla seria responsável pela construção de uma verdadeira rede de sociabilidade que garantiria o Camisa entre as grandes do carnaval paulistano, e também de um espaço de afirmação das raízes negras do bairro e da cidade.

É importante salientar que a rivalidade entre Barra Funda e Bela Vista apesar de real, conta também com a sua mitologia, assim como as histórias e casos ocorridos no velho Largo da Banana, a Prainha e no Largo dos Piques. Nessa mitologia a velha Sinhá surge no imaginário como uma espécie de Julieta, mas sem o trágico final da história narrada por William Shakespeare.

Autor de um samba feito em parceria com Maurinho de Jesus que trata do rapto de Sinhá, o compositor Arthur Favela relembra o conflito: “A rivalidade entre Barra Funda e Bela Vista é conhecida, estritamente pela disputa entre Camisa e Vai-Vai. E há, nessa história, ingredientes que fazem parecer um filme. Um evento de importância foi protagonizado pela grande dama do samba de São Paulo: Dona Sinhá, cria e orgulho da Bela Vista, de linhagem nobre do samba. Sinhá foi “roubada” pela Barra Funda por Inocêncio Mulata, com quem se casou, trocando a Vai-Vai pelo Camisa Verde – o que gerou grande burburinho. Fico imaginando o furdunço que foi aquela novidade. Uma tragédia grega para a Bela Vista. Dona Sinhá foi a Helena de Tróia da Barra Funda”.

Em meio a rivalidade com o bairro vizinho e as disputas carnavalescas Dona Sinhá firmou seu nome e sua liderança em um ambiente dominado pelo machismo. Tanto contribuiu para o samba paulistano que ainda na década de 1970, foi agraciada por todas as escolas de samba de São Paulo com o título de “Dama do Samba Paulista”.

Dona Sinhá faleceria em 24 de fevereiro de 1988, deixando para as novas gerações uma trajetória de pioneirismo em diversos aspectos. Desfez um casamento, deixou o bairro onde nasceu e cresceu para reconstruir sua vida e foi figura fundamental no carnaval paulistano, uma verdadeira matriarca. Ao fim e ao cabo, Cacilda Costa não foi uma Julieta, uma Helena de Tróia ou qualquer outra personagem da ficção, Cacilda Costa foi Dona Sinhá. Uma mulher que soube traçar o seu caminho e se impor a despeito de críticas ou desejos alheios.

Encerro esse perfil com o trecho de uma crônica escrita pelo dramaturgo Plínio Marcos em homenagem à grande dama do samba, e publicada na versão paulistana do jornal Última Hora em 1972:

Houve um tempo em que fazer samba em  São Paulo era tarefa de leão. A polícia acabava com qualquer pagode na base do chanfalho e não tinha quás-quás-quás. O sambista que marcasse bobeira ia pro xilindró. Nessa época, o samba da paulicéia só não foi pro beleléu graças a uma patota de muita fé, que encarava o que desse e viesse, mas botava o samba na rua.

Quando o Campos Elíseos descia a Avenida São João e encontrava o Vai-Vai subindo, o perereco fervia. O baliza do Campos Elíseos e o do Vai-Vai avançavam e, com mil e uma mumunhas, dançavam batendo o bastão um no outro. E as baterias faziam das tripas coração pra abafar a do inimigo. E as porta-bandeiras diziam tudo que sabiam no pé, fazendo evoluções magníficas, que agitavam os gloriosos pavilhões. Mas, tudo até aí era competição honesta, gentilezas e tal e coisa. Depois, as escolas iam passando uma pela outra. E dava bochicho. A negada das alas não perdiam a chance de xingar e esculachar o pessoal adversário. E como ninguém comia enrolado, o rolo se formava.

Surgiam na parada navalhas, pau, tamanco e muito ferro. O resultado era cana brava e hospital sentido. Mas, deixa isso tudo de lado. O que quero contar e o que pesa na balança é que, naquele tempo bravo, uma das cabrochas mais bonitas e mais entusiasmadas com o samba era a Sinhá da Barra Funda. Ela, no Carnaval, não fazia cerimônia. Brincava pra valer e botava fogo no pagode.

Saía da Barra Funda um trio de couro comandado pelo Inocêncio Mulata. Vinha lá do Largo da Banana, mandando ver. Atrás vinham uns vinte crioulos sambando e, entre eles, a cabrocha Sinhá, de alta linha e de muita embaixada. E por onde o pagode ia passando, ia juntando gente na cola.

Quando o trio de couro chegava na Praça Marechal, já eram mil crioulos dando o recado. E na Alameda Glete, já crescia o número pra dois, três mil pagodeiros. E iam em frente até a polícia entrar na fita. Depois, Sinhá, sem sentir falta de gás, vestia a fantasia e saia pelas ruas com o Camisa Verde e Branco da Barra Funda, seu cordão de axé forte, que hoje virou escola, mas continua legal como era no começo, nas mãos do Mestre Dionísio.

E foi assim que a cabrocha Sinhá ganhou divisas de sambista batalhadora pelos pagodes. Ninguém lhe deu os títulos. Ela foi buscá-los no meio da batalha e se fez a maior no samba da Paulicéia. Porém (e sempre tem um porém), os anos passam. As novas gerações de sambistas já encontraram meio caminho aberto pelos que vieram na frente.

Já pegaram subvenções, proteção da polícia, organização e nem se lembraram dos que conquistaram esse pouco, quase nada, mas que, comparado com antigamente, é muito.

A cabrocha Sinhá, que agora é a nossa querida Tia Sinhá e que agora permanece firme na Escola de Samba Camisa Verde e Branco da Barra Funda, incrementando o samba e dando embalo pros pagodeiros, foi esquecida. Nunca ninguém se lembrou de fazer uma homenagem a ela, campeã de tantos carnavais.

Todos reconhecem seus méritos de primeira dama do samba paulista: Mocidade Alegre, Unidos da Vila Maria, Peruchão, Morro da Casa Verde, Peruchinho, Folha Azul do Marujo, Lavapés,Império do Cambuci, Vai-Vai, Fio de Ouro, Unidos do Tatuapé, Império do Ipiranga e todas as outras. Mas, ficam fechados em copas em relação à querida Tia Sinhá, que está aí mesmo, no Camisa Verde e Branco.

Mas afinal, a justa homenagem do samba paulista à sua primeira dama vai acontecer. O Paulistano da Glória, que se lança esse ano novamente como escola de samba, escolheu a Tia Sinhá da Barra Funda pra madrinha de sua bandeira. Não podiam ter sido mais felizes a patota do Paulistano da Glória. Justa homenagem a quem tanto fez pelo carnaval paulista. Fez por fazer, fez por gosto, fez por amor, fez por acreditar na beleza da vida e na grandeza de um povo que canta na rua.

Para saber mais:

Bruno Sanches Baronetti: Transformações na Avenida. História das Escolas de Samba da Cidade de São Paulo. São Paulo: Libers Ars, 2015.

Espaços de sociabilidade das populações negras em São Paulo: as escolas de samba e suas intersecções com os movimentos associativos (1949-1978). São Paulo: 2021.

Felipe Tinoco e Flávio Ismerin: Camisa Verde e Branco. In: Matriarcas do samba paulistano. Rio de Janeiro: Carnavalize, 2023.

Osvaldinho da Cuíca: Batuqueiros da Paulicéia. São Paulo: Barcarola, 2009.

Thais Matarazzo: Sinhá, a dama do samba. Disponível em: https://athena.pt/2017/08/01/httpsathena-ptwp-adminpost-phppost754actionedit/

Daniel Costa é historiador, pesquisador, compositor e integrante do G.R.R.C Kolombolo Diá Piratininga.

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