A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, deve deixar o cargo e pode ser substituída pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A troca marca a entrada definitiva da presidenta Dilma Rousseff nas eleições municipais deste ano, já que o apoio de Marta ao ex-ministro Fernando Haddad na eleição paulistana foi decisivo na negociação.
A conversa sobre a saída de Ana de Hollanda ocorreu na semana passada entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , em São Paulo. A entrega de um ministério a Marta atende a uma demanda antiga da ex-prefeita, que nunca escondeu a insatisfação por ter sido preterida nos processos que definiram as candidaturas do PT em São Paulo nas últimas eleições.
Ana de Hollanda tem audiência marcada para esta tarde com a presidenta Dilma. Até o fim da manhã, no entanto, auxiliares diretos da ministra diziam não possuir nenhuma informação sobre a mudança. Assessores afirmaram que Ana de Hollanda participa normalmente de reuniões administrativas nesta terça e que a audiência com Dilma está marcada há dois dias.
Antes mesmo de assumir, Ana de Hollanda já aparecia na lista dos ministros com risco de perder o cargo. O principal motivo da insatisfação do Planalto é o fato de ela ter liderado uma inversão na política de flexibilização dos direitos autorais que vinha sendo comanda pelas gestões de Gilberto Gil e Juca Ferreira. Desde que tomou posse, Ana de Hollanda deu guinada no sentido de continuar garantindo esses direitos a artistas.
Dilma nunca escondeu a insatisfação com os resultados das políticas adotadas por Ana de Hollanda na pasta. Segundo pessoas com trânsito junto à presidenta, a ministra só não caiu antes por causa da instabilidade que marcou o primeiro ano de governo. No ano passado, ela chegou a balançar, mas acabou se segurando diante das sucessivas demissões de ministros por denúncias de corrupção.
Gota d’água
A gota d’água foi o fato de Ana de Hollanda ter divulgado há algumas semanas uma carta aberta endereçada à ministra do Planejamento, Miriam Belchior , sobre o orçamento do ministério. “Esses números colocam em risco a gestão e até mesmo a existência de boa parte das instituições culturais”, escreveu a ministra.
Nascida em uma família de artistas, Ana de Hollanda é filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista Maria Amélia Alvim, e irmã do compositor Chico Buarque. Pertenceu aos quadros do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e partipou de diversas campanhas eleitorais.
De 1983 a 1985 foi chefe do setor musical do Centro Cultural de São Paulo e, de 1986 a 1988, foi secretária de Cultura de Osasco. De 2003 a 2007, dirigiu o Centro de Música da Fundação Nacional de Artes do Ministério da Cultura. Ela assumiu a pasta em 2011 e sua gestão foi marcada por crises e críticas.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-09-11/ana-de-hollanda-deve-deixar-cultura-marta-suplicy-deve-assumir-vaga.html
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