Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Por que roqueiros dos anos 80 se tornam neoconservadores?

Fazendo caras feias e rostos vincados, roqueiros dos anos 80 se zangam e protestam dizendo que 30 anos depois, nada mudou no País. Artistas e bandas de rock que na década de 1980, inspirados no punk e pós-punk, se opunham ao regime militar e reivindicavam pelas Diretas Já e democracia. Hoje, queixam-se para uma mídia ávida por declarações conservadoras não só contra o Governo e o PT, mas  contra a própria instituição da Política e dos políticos. Por que só depois de 30 anos descobriram que o País “só patina ou piora”? Oportunismo em meio de carreiras em declínio? Forma de ganhar visibilidade midiática adotando o neoconservadorismo? Talvez a explicação não seja tão simples: por trás do niilismo e pessimismo fashion desses roqueiros talvez exista a repetição do trauma de uma geração que cresceu sob o impacto da cultura hiperinflacionária dos anos 80. Presos a essa cena de décadas atrás, de contemporâneos tornaram-se extemporâneos.

Em foto promocional do 18° discos dos Titãs, o grupo posa com caras de maus e vestidos de preto sobre lambretas. “São as caras feias de um Brasil que, vira e mexe não muda”, dá legenda o jornal O Globo. E na matéria o guitarrista (e colunista do próprio jornal) Tony Bellotto, 53, fuzila: “é uma merda pensar como o Brasil há 30 anos ou patina, ou piora”.

É recorrente a leva de roqueiros dos anos 80 como Lobão, Roger, Dinho Ouro Preto, Léo Jaime entre outros que não só desfilam opiniões catastrofistas e de descrédito não só ao Governo Federal e ao PT, mas em relação à própria instituição da Política em redes sociais e grande mídia.

A ânsia em se portarem como críticos politicamente incorretos algumas vezes beira ao protofascismo como no episódio da “pegadinha” do colunista da Folha Antônio Prata que, simulando ter aderido ao neoconservadorismo, escreveu sobre uma suposta conspiração de “gays, vândalos, negros, índios e maconheiros” no Brasil do PT. O roqueiro Roger do “Ultraje a Rigor” caiu na “pegadinha” e no twitter congratulou o articulista por “ter culhões”. Roger não entendeu a ironia, na ansiedade de fazer parte da onda neoconservadora na grande mídia.

Em todos esses roqueiros sobreviventes dos anos 1980 dois traços em comum: a carreira em baixa por não conseguirem se reinventar e a paralela conquista de espaços na grande mídia como colunistas de revistas e jornais, repórteres de programas vespertinos como Vídeo Show da TV Globo, banda de apoio a talk shows de stand ups neoconservadores ou jurados de reality show musicais. E os espaços alternativos que ganham na grande mídia crescem na proporção direta em que se expõem como estrelas neoconservadoras que participam da grande editoria que unifica a todos: “o Brasil é uma merda!”.

Titãs no “Perdidos na Noite” em 1988

Para quem foi contemporâneo dessa geração como esse autor que traça essas linhas, é a princípio surpreendente esse posicionamento neoconservador. Uma geração cujas bandas participavam de programas alternativos de TV como Perdidos da Noite (1985-89) de Fausto Silva ou Fábrica do Som (1983-84) do vídeo maker Tadeu Jungle onde exibiam músicas furiosas e discursos críticos contra a ditadura militar e reivindicações viscerais pelas Diretas Já e a democracia na Política.

O que é marcante nesse discurso neoconservador é não só o ódio pelo PT, mas, principalmente, a descrença niilista da própria instituição da Política e da representatividade partidária pela qual reivindicaram há 30 anos.

Como explicar essa guinada ideológica de artistas e bandas de rock que, embalados pelos ventos do punk e pós-punk que sopravam da cultura pop, usaram essa força estética para protestarem contra o regime autoritário e a restrição a eleições diretas para presidente? E também como explicar por que só depois de 30 anos descobriram que o Brasil “ou patina, ou piora”?

Oportunismo? Artistas decadentes que procuram um lugar ao sol da grande mídia conservadora quando veem que suas carreiras estão em declínio? Acredito que a resposta talvez não seja assim tão simplista, mas resida no perfil psicocultural de uma geração que cresceu sob o impacto da hiperinflação da década de 1980.

A cultura da hiperinflação

Ainda está por ser escrita uma história do legado que a cultura hiperinflacionária desse período deixou como mácula para toda uma geração. E essa história poderia começar a ser escrita a partir da forma como os expoentes artísticos dessa geração se entregam atualmente e de forma tão voluntariosa à onda neoconservadora e retrofascista que está em crescimento no País com linchamentos, ódio, intolerância e a sedução por “soluções finais” do tipo “golpe militar” ou “colocar uma bomba no Congresso”.

A Nova República que se instalou no Brasil no início de 1985 deveria ser o princípio de uma transição democrática com o fim do regime militar. Mas o resultado foi que o País chegava a 1990 com inflação de 82% ao mês e aos inimagináveis 4.922% ao ano. Na atualidade, jovens na faixa dos 20 anos não conseguem imaginar o que era em um país onde o dinheiro que se tinha só dava para comprar a metade do que se poderia adquirir 30 dias antes.

overnight (aplicação financeira que rendia taxas de juros diárias, e não mensais como habitualmente acontece hoje em dia) que acabou virando referência para o aumento dos preços virou o símbolo de uma cultura do “salve-se quem puder”, da ausência de expectativas em relação ao futuro e do viver cada dia como se fosse o último.

Partindo dos estudos das relações entre cultura e inflação feitas pelo cientista político Elias Canetti, Bernd  Widdig no seu livro Culture and Inflation in Weimar Germany propõe um interesse enfoque cultural do dinheiro ao propor uma “semiótica da cultura inflacionária”. Tomando como objeto de análise a histórica hiperinflação da Alemanha no período entre guerras ela vai afirmar que a linguagem do dinheiro é o mais importante medium através do qual a sociedade moderna se comunica. O que acontece quando esse medium perde a confiabilidade e parte-se em pedaços? Que espécies de ansiedades são criadas? Quais energias antes ocultas são liberadas?

Canetti no seu curto ensaio Inflation and The Crowd discorre sobre três dinâmicas culturais inter-relacionadas: a circulação, massificação e depreciação como componentes de um sentimento geral de degradação de si mesmo: quanto maior a aceleração da circulação do dinheiro, mais se incrementa o sentimento de massificação (efeitos de manada, pânico etc.) e tanto maior a depreciação não apenas monetária, mas do próprio indivíduo e do futuro, criando uma razão cínica niilista e hedonista.

Por isso, na crise hiperinflacionária acaba-se criando uma paradoxal convivência de perdedores, poderosos, luxo e ostentação, um mix traumático que acabou produzindo na Alemanha tanto as vanguardas artísticas como o nazifascismo.

Dez anos a mil

 No Brasil, psicanalistas como Jurandir Freire Costa em seu texto Narcisismo em Tempos Sombrios de 1988 fazia um diagnóstico do que ele chamou de “pânico narcísico”: o fortalecimento de uma cultura da razão cínica marcada pelo niilismo (a negação do futuro) e hedonismo (a busca de um eterno presente de prazer imediatista e descompromissado). A hiperinflação corroia todas as esperanças de que a transição para a democracia naturalmente levaria o País para o melhor dos mundos.

Disco “Cabeça Dinossauro”: dez anos depois 
da explosão do Punk

A poética das bandas de rock dos anos 80 reflete esse cinismo em relação ao futuro em versos como “é melhor viver dez anos a mil do que mil anos a dez” (Décadence Avec Élégance do Lobão) ou “devemos nos amar como se não houvesse amanhã” (Pais e Filhos do Legião Urbana) ou o niilismo do Barão Vermelho em Ideologia.

O Punk e o pós-punk chegam atrasados no Brasil (a virada punk dos Titãs com o disco Cabeça Dinossauro ocorre dez anos depois da explosão pop dos Sex Pistols). A estética “No Future” ou “DIY” (Do It Yourself – faça você mesmo) do punk é despolitizada e incorporada à atmosfera sombria de descrença em relação ao futuro e das próprias instituições políticas: “Ladrão por ladrão, vote no Faustão”, caçoava Fausto Silva no programa Perdidos na Noite enquanto a banda Titãs tocava “Lugar Nenhum” – “Não sou brasileiro, não sou estrangeiro. Sou de lugar nenhum”.

Nessa específica edição do Perdidos na Noite, questionados pelo apresentador Fausto Silva sobre a preferência de candidatos à presidência, os componentes dos Titãs se revezam entre a indiferença e o cinismo ao propor como candidatos Hermeto Paschoal e Jorge Mautner – veja vídeo abaixo.

 
Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

106 Comentários

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  1. Complicou demais depois de explicar tudo!

    Esta cambada sempre foi filho de militar, riquinhos e rebeldes coxinhas sem causa. Sempre foi assim, crescem esquerda e envelhecem direita. E agora o agravante que só aparecem na mídia se falam mal do PT. Não é a toa que nunca levei esta musica a sério. Sou da geração anos 80 e detestava estes grupelhos de roquinho vagabundo. Cresci ouvindo o verdadeiro rock anos 60 e 70. É duro vender a alma para contnuando ganhando seu caraminguá picareta.

    1. É verdade. Todos eles tiveram

      É verdade. Todos eles tiveram facilidades para acertar com as gravadoras multinacionais, enquanto faziam discursinho de revoltadinhos contra o stablishment.

      Rock de protesto mesmo era ratos do Porão, Garotos Podres, Inocentes e tantos outros da cena noturna de Sampa e demais capitais.

      Viva o Carbono 14 e o madame Satã !!

    2. privilegiados

      Com raras exceções a alguns grupos de rock ,sempre preferi a vanguarda paulistana daquela época,  nunca tiveram um espaço na grande midia, Premeditando o Breque,Rumo,Itamar Assumpção,Arrigo Barnabé ,os irmaõs Garfunkel ,lingua de trapo ,fora o boom de musica istrumental que aconteceu dos anos 80 depois dos primeiros festivais de JAZZ promovidos em SP,toda uma geração de artistas talentosos ficaram  na ante sala da midia sem que o grande público tivesse acesso aos seus trabalhos,

      Talvez a bronca desses rockeiros seja essa ,com a falência do modelo de negócios das gravadoras e a ascenção midiatica de artistas populares ,essa gente ficou sem o estrelato da midia já no começo dos anos 90 eles criticavam o gosto duvidoso dos sertanejos e pagodeiros,agora capitalizam sua perca de mercado ao PT e sua nova classe C. 

    3. Viva o Rock dos anos 70_ Fora falsos roqueiros alienados

      É isso aí. Diise tudo. O Rock autentico se tocou nos anos 60 e 70.

      Essa turma se acha mas não passam de pessoas medíocres.

  2. Quanto mais são excluídos da mídia mais conservadores ficam…

    Recentemente, o vocalista do Skank Samuel Rosa (o mesmo que politizou o mensalão petista no “Rock In Rio” para chamar a atenção e esqueceu do tucano ou mineiro) disse que a mídia brasileira rompeu com a música Pop/Rock. Isso é verdade:

    – O que irrita é a burrice desses roqueiros, gente como Lobão e Roger não estão mais na mídia (como cantores) por causa do Jabá (gravadoras que pagam para tocar nas rádios “artistas” popularescos), a única maneira que encontraram para chamar a atenção é falar mal do PT.

    – O projeto de regulação da mídia seria a salvação dos roqueiros para que se volte a ouvir na mídia uma maior diversidade de rítmos musicais (hoje dominado pelo sertanejo), mas o projeto é acusado injustamente pelo Lobão de ser uma tentativa do PT de censurar a imprensa.

    Depois não entendem por que que a cultura de massa perdeu o refinamento das décadas de 80 e 90.

  3. Wilson, porque sao jecas.  O

    Wilson, porque sao jecas.  O “liberalismo” da esquerda “artistica” brasileira sempre foi jeca.

  4. Money talks!

    Simples assim: -medo de perder o jabá e irem para o ostracismo, pois nenhuma convicção que não seja solidamente fundamentada resiste ao ronco da barriga.

  5. Nassif
    Como poderiam se

    Nassif

    Como poderiam se reinventar sendo filhinhos de papais que sempre foram?

    Será que já ouviram falar a palavra inclusão social?

    Alguns sim, pois até rabiscaram algumas letras a respeito, mas viver: são herdeiros do status quo, meu amigo..!!!…. 

    Na realidade nunca deixaram de ser conservadores e alguns, ” apolitizados “

    Melhor deixarmos só no Rock an Roll né……

    Abração.

  6. CARA, DEVAGAR, esses

    CARA, DEVAGAR, esses roqueiros sempre foram classe média alta, posditadura já mal educado (entraram na escola/faculdade pós reforma do ensino que fudeu a educação nacional por duas gerações – estamos agora sentindo os efeitos da ignorancia do jovem e, dos velhos tb), ESTÃO SE APARECER NA MÍDIA (porque ficaram sem produzir novidades ) e “FAZEM PROPAGANDA DE SÍ MESMOS DIZENDO O QUE A DIREITA QUER, como se fossem formadores de opinião. A DIREITONA TÁ APOSTANDO NELES (jovens ????) MAS, SE O PUBLICO ROQUEIRO N ÃO QUEREM MAIS OUVIR LOBÃO & CIA…..que podemos fazer……..

  7. A verdade

    A verdade é que mais da metade destes caras passaram os anos 90 e inicio da decada passada vivendo a ressaca dos anos 80, entre festas, drogas e nenhuma visibilidade artistica…acharam esta visibilidade nos dias de hj nos microfones da velha midia…sempre dispostos a ecoar o discurso “contra tudo que esta ai hj”…simples assim…

  8. Não se trata de uma coisa só

    Não se trata de uma coisa só da tal “geração 80”, que está cinquentona. Vide Ney Matogrosso, que tem mais de 70 anos, e sempre teve uma postura transgressiva, embora não seja exatamente um “roqueiro”. Não se trata também de efeito de muita maconha e coca estragada! Mas tanto de uma questão de classe, quanto de ignorância mesmo, burrice de quem não sabe e não quer saber. São pessoas que não têm contato com o povão, que nunca ligaram mesmo para efetivas políticas de transformação social. Hoje em dia, participam da mesma manada do feiburro ou fascistbook, apanágio da classe média alta (ou de quem a tem como modelo) que consciente ou inconscientemente tem medo de perder seus “privilégios”, frente à ascensão de um monte de gente que vai chegando e melhorando de vida. Acrescento também que esses artistas são pautados pela grande mídia, a quem devem favores e da qual dependem, na encruzilhada digital desse momento de crise das grandes gravadoras.

  9. Verdade histórica…

    O bom texto explica de maneira “rebuscada” a constatação de uma velha realidade… Possuir muito dinheiro, via de regra, te torna um conservador (e cagão)…

    Um abraço.

  10. Eles não entenderam nada do que dizem

    Eu tenho uma explicação muito mais simples:

    O país melhorou e cresceu muito mais do que eles.

    O sucesso deles foi efêmero como estipula obsolescência programada da indústria cultural a que pertencem.

    A fila andou e eles não foram capazes de permanecer no topo do hit parade.

    Não entenderam as regras do próprio negócio e agora se lamentam dele, sem ainda ter entendido.

  11. Isso foi explicado por Luiz Carlos Maciel

    Hoje, as manifestações juvenis de nosso passado recente, depois de domadas, assimiladas e distorcidas pelo sistema, foram substituídas por um fetiche abstrato e bastante ridículo que é o jovem tal como é definido pelas agências de publicidade, delineado pelas pesquisas de opinião, incensado pela mídia, tomado por paradigma de eficiência empresarial (o tal do Yuppie) e, o que é pior de tudo, imposto como modelo aos ainda mais jovens, ou seja, nossas crianças. Esse “jovem” é o que, no meu tempo, chamávamos de alienado e, depois, de careta. Trata – se de uma domesticação dos instintos naturais da juventude em função dos interesses do sistema. 

    “Geração em Transe”:

  12. um extremo reage a outro extremo.

    Revoltados contra alguma coisa, qualquer que seja (que nós aprovemos, que nós gostemos ou não). É uma reação de alguns (muitos?) roqueiros contra o pensamento único, um extremo reage a outro extremo. Assim vejo. Queria ver o blog mais politizado (não que deixe de ser diversificado, com seção de música, multimídia, sem pauta, assuntos diversos). Que tal os briguentos tomarem um simancol e refletirem sobre o quanto deixam de gozar com as ironias e os autodeboches e deboches (que eu mesmo já usei). É tudo tão sério, sisudo…Volto a um assunto:Temos (e aí me incluo) muita dificuldade de conviver ou de entender os que não pensam como nós. Aí, não conseguimos ver à distância, ter uma visão de conjunto. Não é só nas questões mais polêmicas e apaixonadas (religião, futebol no país do futebol) em que um comentarista fica irado sem ao menos ler direito e entender ironias de outro, ou não poder entender (devido à “visão turva”) de que o próprio comentarista se inclui, jogando com o fanatismo (ao se sugerir como dono da verdade – o que é uma autogozação, infelizmente perdida por alguns que chegam ao insulto). Desse jeito, o blog encolhe e afugenta potenciais e diversificados outros comentaristas que certamente há entre os visitantes, os que só ficam olhando, e… desistem diante de futricas e desentendimentos. Noto que alguns outros posts, não menos importantes, mal têm 1, 2 4 comentaristas, enquanto o mesmíssimo assunto (futebol, Copa, ser contra ou a favor, etc) chegam a ter mais comentaristas preocupados, interessados… Bons dias.

  13. Sem Patrulha. Deixem os caras falar.

    Os criadores do Sex Pistols, banda emblemática do punk inglês, há dois ou três anos atrás, fizeram um retorno bombástico aos palcos. Ganharam milhões de doláres e se recolheram ao seu retiro. Ficou evidente que punk de meia idade, com caras barrigudos e carecas gritando contra o sistema é ridiculo. Rock não é politica e, sobretudo, roqueiro não é obrigado a abraçar bandeira, politica, ou não, de nada. Coisa mais chata, e que desapereceu com o tempo, por ser datada, já por volta das décadas de 1960/1970, foram aquelas músicas de “protesto”.

    Música, grosso modo, não é politica.

    Hoje em dia, cantores ou bandas de rock, tem uma sobrevida de quatro a cinco anos antes de cairem no ostracismo. Titâs e outros estão aí há mais de trinta. E isso não fácil.  Do mesmo modo, os Paralamas e outros. Nenhuma banda é obrigada a se filiar a partido ou defender bandeira disso ou daquilo. Nem o anarquico Frank Zappa fez isso. O que sobrou da obra do Zappa foram suas melodias super bem elaboradas, seus solos de guitarra, sua irreverência e, sobretudo, o fato de que Zappa compos rock, punk, jazz, erudito etc.

    Caras, nos EUA, como Woodrie Goothrie, Ledbelly, Peter Seeger – maiores inflências de Bob Dylan, e América do Sul Mercedes Sosa, além do protesto tinham uma qualidade vocal e musical que permitiram a eles serem influentes e respeitados até hoje. Sobretudo, não eram planfletários. Where have the soldiers gone, do Peter seegers, é, ainda hoje, um dos maiores hinos contra a guerra.

    Titâs e amigos tem o direito de falar mal do Brasil. Sobretudo, não compram a ideia de um Brasil “pavão maravilhoso” – tão em voga. Ademais, essa mania de perseguição do PT/”esquerda” de que todo mundo é contra eles e que o Brasil está melhor do que nunca já encheu o saco. As melhorias que ocorreram no Brasil ainda estão a anos luz de tornar o Brasil um exemplo em qualquer coisa. Patinamos sim: na educação, na saúde, nos transportes, na distribuição de renda, na costrução de casas para todos e no só financiamento do B NDES, não raro, só  para grandes construtoras construírem casas/prédios que o povo/brasileiro, na sua grande maioria, não pode comprar.

    1. Certo, então…

      Certo, então eles, Titãs, Lobão e camarilha, que se atenham a CANTAR e não empunhar bandeiras. A atitude dos Titãs, aparentemente, tem sido mais discreta que a dos seus colegas declarados antipetistas (e, diferente dos Titãs, sem criatividade pra lançar algo novo, mesmo que seja ruim), mas representa bem a classe média dita politizada que, para não cair no ridículo de ser de direita, reclama da corrupção, do mensalão, do Dirceu, mas não fala um A sobre o trensalão em São Paulo, as maracutaias do Aécio em Minas, que sangraram MUITO MAIS que o Mensalão (que segundo Paulo Moreira Leite carece de provas que embasem o crime que, segundo ele e eu concordo, não existiu). É a típica turma burra que acha que até 2002 o Brasil não sabia o que era corrupção. E isso não é perseguição ao PT. Basta termais de dois neurônios pra ver o óbvio.

    2. Sex Pistols foi uma banda

      Sex Pistols foi uma banda completamente fabricada por uma grife de roupas (que se chamava justamente “Sex”).

       

      Já Woodrie Goothrie, Ledbelly, Peter Seeger tocavam em comícios (políticos inclusive) para ajudar as “Unions”, os sindicatos trabalhistas (isso mesmo, como a CUT) que os conservadores gringos odeiam tanto e que são vilanizadas até hoje lá no norte.

      Woodrie Goothrie tinha escrito na sua guitarra, “ESTA MÁQUINA MATA FASCISTAS”. Certamente não era um desses bunda-moles que dizem que não são “nem de esquerda nem de direita”.

       

      “… essa mania de perseguição do PT/”esquerda” de que todo mundo é contra eles …”

      “Todo mundo”?

      Globo, Abril e congêneres não são “todo mundo”.

      Na hora de falar mal de pagode e funk carioca querem se “diferenciar”, mas na hora de falar mal do PT aí dizem “nós”, “todo mundo”, “o povo”.

       

       

  14. Gente, que

    Gente, que representatividade, legitimidade, tem esses roqueiros aí apontados? Dinho Ouro Preto? Meu Deus, canta como uma gazela um roquinho descarado de ruim! Titãs? Nem se fala, já perdeu a referência há mais de duas décadas, são literalmente dinossauros vivos para nos irritar. Nem falar do integrante dos Titãs, Tony Beloto, casado com uma atriz da Globo, Malu Mader, e forma um casal tão próximo que seria Luciano Huck e Angélica, cuja insignificância seja patente. Lobão, Ultrage com Roger, tiveram boas signficancias, mas com a crise da internet e os lucros quase inexistente com a venda de músicas, canalizaram sua raiva e fúria a quem estivesse no poder. 

    Dentro do contexto  texto do professor Wilson Ferreira, sinalizo que o rock que se fez no Brasil semprefoi um produto da classe média  até de classes ainda ainda mais abastadas e que iferente do samba, do rap e funk, a qual há um predomínio de pessoas oriundas de classe pobre, por isso menos favorecidas,  a uma classe média remediada. Há um fosso desse movimento musical exprimir uma realidade brasileira. Nos anos oitenta, havia um momento de transição e o país passava por uma  ruptura do modelo vingente e por isso as aglotinações, os grupos representativos das diversas classes sociais e ideologias fossem como um palco mais homogeneos, por isso só havia dois caminhos: ou representar a ditadura vingente ou a oposição. É importante vermos as fontes como modelos de propaganda partidaria dessa época a qual insere varios artistas da Globo como alinhados ao projeto do PT, partido cuja proposta política, era bem mais radical nessa época, no sentido ideológico – ilustro o “Lula, lá” como uma foto comovente do último programa eleitoral à época da posterior eleição de Collor. A maior parte desses artistas hoje estão em lados opostos, críticos ao governo e alinhado ao pensamento conservador. 

    No cerne do rock nacional está seu viés elitista  mais hoje do que nunca, está desengajado de qualquer realidade e que exprima alguma mudança, pois a classe média se afastou de qualquer luta por um pragmatismo de sobrevivencia que a trouxe a um lado mesquinho, ressentido e, novamente, conservador. Lobão, Belotto, Roger etc, estão lutando por seus tostões pois o palco que tocam hoje é resultado, dentro do contexto global, do que resultou as mudanças como internet, venda de discos e a mudanças. Vivemos tempos interessantes, como apontaria Hobsbawn, com a decadencia do rock tupiniquim e a relevancia do funk, rap como movimentos de massa.

     

     

  15. Quanto ao Lobão, sempre foi

    Quanto ao Lobão, sempre foi um oportunista. O negócio dele era aparecer. Desde que me lembro, já nos anos 80, o negócio dele era descer a lenha em Caetano e Chico Buarque. A mídia na época dava espaço porque isso era considerado “rebelde”.

    1. Ainda sobre o Lobão: quem leu

      Ainda sobre o Lobão: quem leu a autobiografia do artista – “50 anos à mil”, sabe que ele veio de família da classe média alta carioca, admiradores do Carlos Lacerda e pagavam pau pro Roberto Marinho. Esperar o quê? Em geral, esses rockeiros chegam à meia-idade decadentes e sem espaço no meio musical de hoje, provavelmente não sabem fazer outra coisa além da música ou não conseguem manter o padrão de vida dos anos de sucesso. Tiveram seu momento e não souberam se reinventar, resumindo, não estão envelhecendo bem…

    2. Lobo lobo bobo

      Lobão tem tanta inveja da musica carreira de Chico, Caetano e alguns outros, que não entendo quem da ouvidos ainda a uma pessoa que sofre claramente de falta de auto-estima e recalque. 

  16. ” Por que só depois de 30

    ” Por que só depois de 30 anos descobriram que o País “só patina ou piora”? Oportunismo em meio de carreiras em declínio? Forma de ganhar visibilidade midiática adotando o neoconservadorismo? “

    Oportunismo, como sempre.

    Esses “roqueiros” só protestaram contra a dituarua depois que esta já tinha acabado. Vide como hoje eles fazem até mesmo apologia da ditadura, como no comentário do ignorante Lobão defendendo a tortura, que “só arrancou umas unhinhas de esquerdistas”.

     

  17. O blog tá patrulheiro

    Ricardo Almeida tem razão. O blog do Nassif, tá ficando uma coisa que nunca foi: reacionário, patrulheiro do que é “certo” ou “errado” e, em função disso conservador.

     

      1. O blog tá monocórdico

        Sérgio T

        O blog do Nassif tinha diversidade de assuntos, hoje em dia, é monocórdico e só fala do PT/Barbosa/LGBTs . E só.

        Muita gente já foi embora. Talvez eu vá também.

        No entanto, se vai melhorar é questão de opinião. Continuará, grosso modo, a ladainha de discutir o PT, o Gunter a reclamar da perseguição a gays lésbicas e afins  e, sobretudo, falar mal do Barbosa. É muito pouco!!

        Abs.

        1. Nananinanão…

          Prezado, eu acompanho o blog do Nassif desde o finalzinho da hospedagem no UOL (devia ser 2005 ou sei lá), e não é verdade que os assuntos eram outros, sempre foram política (e caso o Sr. não se lembre o PT está no governo federal e é o maior partido atualmente), economia, costumes, direitos das minorias (gays no meio), música e alguma poesia… Pouco mudou, e se mudou, foi porque após ele se tornar a casa dos sem voz na internet (a esquerda, principalmente petista), houve um reequilíbrio ideológico entre os frequentadores, a direita ganhou mais voz (o Nassif nunca foi petista, apenas nunca demonizou o partido), e uma parte do pessoal mais à esquerda se foi. Ainda assim é um blog onde a maioria (mas não uma grande maioria) se posiciona à esquerda no espectro político. E por aqui frequentam também conservadores em matéria de costumes sociais, que se posicionam na esquerda em matéria política…

          A pauta é dada pelo Nassif e mais uma pequeníssima equipe de colaboradores, se o Sr. não gosta paciência. Mas veja bem, eu entro no blog quase todo dia e acompanho muita coisa que ocorre por aqui, e constato que embora todo dia hajam postagens sobre política internacional, política nacional, economia, artes, eu só vejo o Sr. comentar mais nos posts sobre religião, costumes, sociedade (gays no meio), e nos seus comentários o que vemos é um tom “reacionário, patrulheiro do que é “certo” ou “errado” e, em função disso conservador”. Portanto vem daí minha intervenção, pois na realidade logo se vê que o único intuito de sua presença aqui é interditar o debate, espalhar ideias que em nada são inspiradas em fatos, e ainda por cima se mete a fazer juízo de valor sobre frequentadores, pessoas como o Gunter, um amigo pessoal meu e do blog… Trocando em miúdos, porque o Sr. só comenta em assuntos que diz não gostar?

          Quanto a ir embora, a maioria dos que pararam de comentar no blog, era de pessoas com ideias exatamente no campo oposto ao seu, portanto não verta lágrimas por eles… Até que seria bom vê-lo sumir, só prá variar, mas eu sei que não vai! De qualquer forma desejo-lhe um esperaçoso adeus!

          1. Parabéns, Sérgio! (2)

            O Orlando não gosta da ideia de igualdade de direitos. Por isso essa neurose dele com LGBTs, mas os artigos a respeito não chegam a ser 1%.

            O blog tem uns 500 posts por semana. E não tem 5 posts sobre LGBTs por semana.

            Nesta, por exemplo, acho que só teve sobre Conchita Wurst.

            Mas Conchita Wurst é Diva!

    1. Patrulhamento?

      Não se trata de “patrulhamento”, mas de uma tentativa de compreensão de mudanças de discursos e posições à luz da história brasileira recente. Figuras públicas sejam artísticas, políticas etc., emitem discursos, afirmações, posturas e reivindicações que devem ser sempre analisados em perspectiva histórica.

      Pelo peso das repercussões das suas declarações na opinião pública, devem ser sempre colocados em análise pelos princípios de coerência, seja ideológica ou estética. Seria patrulhamento se começassemos a tentar chafurdar na vida privada, tentando associá-la a seus posicionamentos públicos. Isso sim seria patrulhamento, sensacionalismo e desonestidade. 

    2. Discordo
      Não vejo como a crítica a opiniões e atitudes públicas, principalmente uma fundamentada como a deste “post”, possa ser conservadora, ou seja, contribuir para a permanência esclerosada de contextos sociais e políticos. Ao contrário, é ao meu ver fator fundamental de estímulo ao movimento das idéias, ao contraditório, a tudo que evoca a mudança – e não a permanência.

  18. São as leis do mercado: toda

    São as leis do mercado: toda demanda tende a ser atendida.

    Os caras vêem (principalmente) no Facebook que 99% das postagens são anti-PT, o que é que eles devem fazer agarrar esse mercado ? Ora, o óbvio, adotar ums postura (uma “pose”) revolucionária-reacionária, por mais paradoxal que isso possa parecer.

    It’s just business.

  19. Será que foi uma guinada mesmo?

    O roqueiro Roger sempre foi conservador. Nós é que não percebíamos isso. As entrevistas dele à midia, já naquela época (anos 80) eram um primor de reacionarismo.

    Até a letra de “Inútil”,   vista como um hino pelas eleições diretas, contra a ditadura militar, na verdade é um hino sim, mas à viralatice. Nada mais viralata do que estes versos:

    Inútil

    Ultraje à Rigor

    A gente não sabemos
    Escolher presidente
    A gente não sabemos
    Tomar conta da gente
    A gente não sabemos
    Nem escovar os dente
    Tem gringo pensando
    Que nóis é indigente…

    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!

    A gente faz carro
    E não sabe guiar
    A gente faz trilho
    E não tem trem prá botar
    A gente faz filho
    E não consegue criar
    A gente pede grana
    E não consegue pagar…

    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!

    A gente faz música
    E não consegue gravar
    A gente escreve livro
    E não consegue publicar
    A gente escreve peça
    E não consegue encenar
    A gente joga bola
    E não consegue ganhar…

    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    A gente somos “inúteu”!
    “Inúteu”!
    “Inúteu”!
    “Inúteu”!
    Inú! inú! inú…

    1. “A gente semos inútiu”.

      “A gente semos inútiu”. Sempre me incomodou a forma verbal “somos” repetida no refrão. Fica muito certinho, parecendo dicertassaun de mestrado da USP. Agora que foi desenterrado o titanossauro argentino – o maior do mundo – com mais de 50 milhões de anos, ainda está em tempo de corrigir a letra.

  20. Quem viveu e vive do “rock da

    Quem viveu e vive do “rock da ditadura”, aprendeu a ser light, nunca observou a vida além daquele mundinho tosco e hilário que foi tentar ser, na música, um Henfil, e que acabaram se transformando apenas e tão somente, em  pobres de espírito, em esnobados serviçais dos tempos. Aprenderam a tocar, sem saberem tocar o espírito humano, nada souberam naqueles tempos, senão acelerar a masturbação de alguns tristes penetras de uma vida que nunca puderam experimentar para assim poderem vivê-la.

    Hoje, já sem Raul Seixas, nos sobram Lobões e quetais, alguns não mais que comentaristas de um tempo que não souberam viver,  que se julgam exemplos de um tempo onde até, imbecil sociólogo, se construiu ao canto de iguais imbecis jornalistas, em um constante roubo de idéias e ideais que nem se prestavam a cantar.

    Rock sem vigor e sem reflexo de um tempo de mudanças, não é rock. Rock onde cantor não encanta e não se encanta com as mudanças no tempo, lembram-nos apenas de tempos em que perseguiam Roberto Carlos e outros que, bem ou mal, ainda hoje nos falam por meio da música, nas paixões humanas.

  21. Minha tese sobre isso é a

    Minha tese sobre isso é a seguinte: é muito fácil parecer progressista e inteligente diante de uma ditadura. O regime militar era uma besta tão grotesca, uma anta tão trombuda, que qualquer rebelde podia parecer inteligente ao estar contra ele, ainda que seu discurso fosse pouco coeso e profundo.  

    A ditadura nivelava por baixo, era um inimigo comum tão baixo que unificava discursos. Chico Buarque e Roger pareciam unidos e nivelados contra o regime. Mas aí vem a democracia, com a sua imensa complexidade, e traz desafios que a turma do discurso precário, pouco politizada, simplesmente não consegue processar. Sucede que nesse cenário é possível identificar o mero rebelde individual e diferenciá-lo do humanista politizado. 

    A democracia separou os homens dos moleques. 

  22. Pequenos burgueses !!

    foi em que esses jovens se transformaram, se acomodaram e nao querem abrir mao de suas casas confortaveis, boas escolas para seus filhos …,  literalmente comprados pelo sistema.

  23. Droga

    Muita droga na cabeça. Quando deixam de usar drogas ficam com a cabeça uma droga. Também a produção musical deles é uma droga.

  24. Ocorrre que boa parte da

    Ocorrre que boa parte da jovem guarda dos anos 80 era composta por filhos da classe média passando por uma fase de rebeldia juvenil. O tempo, eles envelheceram e hoje valem para eles as palavras finais de sucesso escrito por Belchior:
    “Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

  25. Li só 4 parágrafos. Achei um

    Li só 4 parágrafos. Achei um texto muito longo sobre “músicos” sem muita importância.

    Mas comento mesmo assim:

    1- Sempre foram o que são, só disfarçavam melhor. E, afinal, uma ditadura é um inimigo mais objetivo. Hoje é mais difícil enxergar o monstro. E convenhamos, não vamos exigir muito dessa gente.

    2- Se eles precisam aparecer na mídia e a mídia pende pesadamente para um lado conservador então as declarações tendem a serem conservadoras em consonância com a mídia, pois afinal, se forem dissonântes com a mídia não se tem mídia. Simples.

    3- Saíram da classe média, de boas escolas particulares, para ter fama e riqueza que, no mínimo, garante uma vida bem servida materialmente. “Quem paga mais para me manter rico?”, é uma pergunta que devem fazer constantemente. Então voltamos ao comentário número 2.

  26. Comparar com o passado é retrocesso

    Comida

    Titãs

    Bebida é água!
    Comida é pasto!
    Você tem sede de quê?
    Você tem fome de quê?

    A gente não quer só comida
    A gente quer comida
    Diversão e arte
    A gente não quer só comida
    A gente quer saída
    Para qualquer parte

    A gente não quer só comida
    A gente quer bebida
    Diversão, balé
    A gente não quer só comida
    A gente quer a vida
    Como a vida quer

    Bebida é água!
    Comida é pasto!
    Você tem sede de quê?
    Você tem fome de quê?

    A gente não quer só comer
    A gente quer comer
    E quer fazer amor
    A gente não quer só comer
    A gente quer prazer
    Pra aliviar a dor

    A gente não quer
    Só dinheiro
    A gente quer dinheiro
    E felicidade
    A gente não quer
    Só dinheiro
    A gente quer inteiro
    E não pela metade

    Bebida é água!
    Comida é pasto!
    Você tem sede de quê?
    Você tem fome de quê?

    A gente não quer só comida
    A gente quer comida
    Diversão e arte
    A gente não quer só comida
    A gente quer saída
    Para qualquer parte

    A gente não quer só comida
    A gente quer bebida
    Diversão, balé
    A gente não quer só comida
    A gente quer a vida
    Como a vida quer

    A gente não quer só comer
    A gente quer comer
    E quer fazer amor
    A gente não quer só comer
    A gente quer prazer
    Pra aliviar a dor

    A gente não quer
    Só dinheiro
    A gente quer dinheiro
    E felicidade
    A gente não quer
    Só dinheiro
    A gente quer inteiro
    E não pela metade

    Diversão e arte
    Para qualquer parte
    Diversão, balé
    Como a vida quer
    Desejo, necessidade, vontade
    Necessidade, desejo, eh!
    Necessidade, vontade, eh!
    Necessidade

     

  27. No way!!

    Ainda nos anos 80 desprezava completamente os nomes citados. Nenhum tinha postura realmente “roqueira” ou transgressora. Todos eram filhos de politicos, diplomatas, classe média alta. Estudavam em escolas particulares caras ou mesmo no exterior.

    Tentavam esconder na época o que o tempo desnudou.

    Eram contratados por gravadoras multinacionais e pagavam jabá para aparecer no Chacrinha e ser tocado nas rádios.

    Por favor, não chamem esses caras de “roqueiros”. Nada mais falso.

    O rock no Brasil estava onde sempre esteve, muito longe do mainstream, da mídia, das emeteves….

    Por lá continua.

    Ainda bem.

  28. Quem leu na integra…

    Sou do interior de São Paulo, da roça mesmo e faço das palavras do cara que comentou diretamente no blog do  as minhas. Taí embaixo. Não posso apoiar nem o Wilson nem o Luís nessa. Concordo em gênero número e grau com o Francisco. Sou filho de caseiros de sítio, ralei pra caramba, fiz UNESP e acho que ainda não entendemos o que é sacrifício e conquista.

    http://cinegnose.blogspot.com.br/2014/05/por-que-roqueiros-dos-anos-80-se-tornam.html#more

    Francisco Ribeiro Silva18 de maio de 2014 13:23

    Nasci em 1981, filho de ajudante de pedreiro, nordestino, estudei em escola pública precária, sem material escolar e nem tinha merenda. Tive apendicite no meio da p@#$ que pariu no sertão da paraíba e levou quase dois dias para um médico me operar em uma sala de um posto de saúde que parecia uma peixaria. Trabalhei com sisal e depois como empacotador e me formei na UFRJ. Dei sim risada da minha condição quando colegas “burguesinhos” faziam graça até do meu sotaque pois sabia que nada doeu mais que a cinta de boi que meu pai usava pra me bater(as vezes sem motivo).
    Sempre gostei das produções de rock e quando ganhei um tocafitas e uma fita dos Guns n Roses do filho do patrão de minha mãe(que era empregada) foi como meu primeiro orgasmo quando comprei as pilhas depois de um mês. A partir de então busquei ouvir e entender o rock da década de 80′ e 90′ em um lugar onde isso era um absurdo na cultura local.
    Hoje moro em São Paulo(por exigência da profissão), quando gostaria de estar no meio do mato de quatro urrando(como diria Nelson Rodrigues) e acho que não sofrerei mais como em nenhum momento anterior da minha vida dado o que conquistei. Leio muita literatura, de qualquer inclinação e ideologia. Compactuo com esse ódio a partidos políticos como ninguém e adoraria ver disfunções como um apedrejamento de um político qualquer um dia desses. De verdade, como a coitada daquela mulher foi por aqui.
    Nós brasileiros não temos um ideal maior, não temos civilidade, nem isonomia. Nos falta querer optar por um sacrifício de longo prazo. É o medo de dizer que se sentiria satisfeito em passar 20 anos no mais absoluto sacrifício, como eu passei na minha vida, para receber lá na frente. Na UFRJ um professor, de origem também nordestina, adquiriu um ódio de mim que de onde venho se resolveria “na faca”. E duvidou, e contestou, e tudo o mais que eu pensava e dizia sobre a desigualdade frente a origem dos meus colegas. Sobre revoltarme contra minhas raízes. Quando aceitei um argumento sobre romantização de nossa cultura racial então, vixe, até meus amigos ficaram contra mim.
    Em suma… decidi não vender a minha alma para mais ninguém, ser do contra só pra irritar mesmo e me considero afortunado por ter senso crítico.
    Se um político se apresentar com uma proposta de governo que envolva mais do que seus 8 anos de mandato num investimento privilegiando políticas de educação, civilidade e saúde, que só se materializarão sabe lá quando, vocês votariam ? Estariam dispostos de ver os índices econômicos travados até lá ?
    Acho que o que temos é medo de dizer a verdade. Medo de dizer que há um sacrifício a ser feito que vai ter vítimas e vai ser extremamente impopular.
    Doa a quem doer.

  29. Eu não entendo a razão de

    Eu não entendo a razão de certas pessoas acharem que apenas porque alguem sobe num palco e começa a rebolar com uma guitarra na mão, fazendo caras e bocas, é um pensador, um ser com ideias avançadas.

    Alias, um embrulho não revela em si mesmo o conteudo do pacote.

    Ja li que o proprio Elvis era um racista dos piores. Atribui-se a ele inclusive uma frase: “eu prefiro beijar uma negra de que uma mexicana”.

    Esses nossos roqueiros dos anos 80 e mesmo os de antes não “se tornaram neoconservadores”.

    Sempre foram.

    Para vende-los é que se escondeu essa caracteristica.

    Frequentemente se fala corretamente do processo que ocorreu nas redações das midias, substituindo os jornalistas por empregados neo conservadores.

    O mesmo aconteceu na cultura, nas artes.

    O cinema, o teatro, a musica, as artes em geral alcançaram grande desenvolvimento nos anos 60, ajudando enriquecer a vida intelectual do povo brasileiro, a reconhecer as suas raizes, a sua identidade, a identificar seus inimigos, a vencer “o complexo de vira latas”..

    A ditadura entendeu isso e começou a dificultar os caminhos dos artistas progressistas e a fomentar o surgimento de novos nomes, não comprometidos com as causas publicas. Dai os caetanos da vida.

    Nos anos 80 esse processo se aprofundou.

    Dai os lobões da vida.

    Mas o grave erro ocorreu com a forma como os governos do PT trataram a cultura.

    Deveriam ter revertido esse quadro, incentivado os artistas autenticos.

    Colocaram, ao contrario,  um ministro que considerava a Ivete Sangalo “uma grande artista”.

    Não era ao menos capaz de entender que a cantora baiana é uma excelente produtora de artigos para a industria do entretenimento, mas nada comprometida com a arte.

    Para piorar as suas relações com os artistas o ministro meio expediente da cultura começou a combater a propria lei de direitos autorais, conquistadas com seculos de lutas pelos artistas.

    Para finalizar esse massacre  é, justamente, um deputado petista que esta mudando a lei que garante aos artistas ( e a todos) o sagrado e fundamental direito a privacidade, liberando as “biografias não autorizadas”.

    O ridiculo argumento é que saber se o Chico tinha uma amante é “acesso ao conhecimento”.

    Com toda essa politica sem logica so resta mesmo o governo ficar apanhando de um lobão da vida, travestido de”artista”.

  30. Será que não estão tb  com um

    Será que não estão tb  com um “medinho” danado de saírem às ruas e serem assaltados? . Pobres, não imaginam que a maioria desses assaltantes está diretamente ligado às drogas, e se não pagam o que devem, seja ao traficante logo acima deles ou aos policiais corrompidos, acabam ou nas lotadas prisões, ou mortos e “sumidos”, como na ditadura. São seres desesperados, já que os grandes traficantes e compradores de armas jamais serão punidos, podendo serem considerados  os PSDBistas do tráfico, e eles os PTistas. Agora já possuem a facilidade dos delíveres, mas, infelizmente a droga está tomando conta de todos, pobres e ricos. E esses aí, acredito que tenham grande participação na disseminação das drogas, pela influência que exerceram na juventude. E tem a corrupção, agora  mais visível, devido às medidas tomadas pelos últimos governos, embora em alguns casos é necessário a corruptora se declarar ou um país enviar documentos comprovando a mesma. Mas os “caras” misturam tudo p/ atingir o partido atual. Esse é somente, a meu ver, um dos motivos de tanta revolta. Outros mt importantes, já foram ditos aqui, como a imensa vontade de voltar à mídia, e a preguiça de ler um artigo maior. Estão percebendo que seus tempos já eram e desesperados como alguem em falta  da droga.

  31. Fala, Brecht
    Estes caras se enquadram perfeitamente na categoria brechtiana do “analfabetismo político”. Sofrem daquele tipo de vanguardismo dito antenado e supostamente “adiante de seu tempo” que, na verdade, prescinde dos mínimos conhecimentos históricos sobre a formação econômica e social do contexto em que atuam. Reféns das (difíceis) condições materiais da vida de artistas, dialogam com o mercado como parabólicas acríticas da “alma” de seu público consumidor. Na época da redemocratização, o consenso real era tão amplo que qualquer revolta, mesmo escassamente politizada, encontrava ressonância. Mas agora está ficando nítida a lacuna, quando passam batidos pelas causas históricas das dívidas sociais para revelar sua simplória e conveniente contribuição – através do discurso do desencanto – para o “consenso” forjado pela mídia buscando responsabilizar o atual governo por “tudo o que está aí”. Mas este oportunismo talvez ingênuo terá seu preço: rock por rock, rebeldia por rebeldia, a juventude ficará com os originais autênticos, que tanto tinham nas décadas de 70 e 80 como têm agora como seu principal alvo o “stablishment capitalista”; ligados no que acontece mundo afora, os jovens aderirão primeiro ao “occupy wall street” do que à falsa contestação do “fora PT” dos barões da mídia e da indústria fonográfica brasileiras. Os roqueiros neoconservadores brasileiros já eram.

  32. Roqueiros coxinhas

    Sinceramente estou decepcionado com  muitos roqueiros nacionais. Eles são ricos e mal informados. Estão fazendo o mesmo papelão que fizeram o  TED NUGENT . MOTORHEAD e muitos outros idolatrados que fizeram declarações fascistas, criminosas, idiotas. Já existe uma onda de boycott espalhada pelo mundo contra artistas fajutos e espero que logo iremos boicotar roqueiros coxinhas.

     

    1. Não compare Motorhead e o

      Não compare Motorhead e o velho Lemmy c/ o idiota do Ted Nugent.

      Nada a ver!

      Lemmy é uma figura única. Tem o seu estilo próprio, seus gostos muito particulares e está sempre no seu canto no pub  , não enche o saco de ninguém.

      Lemmy nunca vai agradar ninguém. Nem da esquerda, direita ou do centro.

      Já o Nugent virou piada até entre republicanos americanos. É apenas um imbecil que toca muita bem a guitarra.

      Ninguém é 100% ruim. Nem 100% bom.

      1. É tudo a mesma sopa

        Vey, na boa…

        A realidade é que é tudo a mesma sopa. Tá ligado? Um bando de veiacos milionários vivendo no mundinho musical apoiando hora imperialismo hora militarismo….clientes do neoliberalismo para fazer discarga do lixo que produzem por ai. Posers!

  33. @shit

    Sempre achei, a expressão ‘rock brasileiro’ e seus representantes…..LIXO….anos 80 foi o apice dessa coisa!

    Uma jovem e competente horda de novos músicos (muitos do nordeste), mesclando canto, instrumental, dança e o que mais for possível incluir está levando de roldão os antigos colonizados da musica e isso começou mais ou menos em 2002 – coincidência?

    Não são músicos de baladas e/ou rocks 2/4 ‘variações sobre o mesmo tema’ estilo Chuck Berry, mas gente com formação, estrutura e principalmente criatividade!

    Os velhos e superados roqueiros nacionais (notadamente de SP, DF e RJ) estão perdendo espaço e consequentemente dinheiro – essa é a questão! 

    Itau Cultural mostra alguma coisa!

    http://albumitaucultural.org.br/home-videos/

    Envios de Auditório Ibirapuera

    http://goo.gl/zuygfn

     

     

     

  34. Pop rock é um negócio, uma

    Pop rock é um negócio, uma atividade comercial, visa lucro, é para quem não tem caráter definido. Eles tem um discurso nas letras, uma blá-blá em entrevistas, mas estão focados no sucesso financeiro. Eles “pregam” uma coisa para seu público consumidor mas nas suas vidas particulares fazem outra bem diferente. Tudo neles é por conveniência – talvez seja em toda pessoa pública, incluindo jornalistas. Recentemente vi a entrevista de um vocalista famoso de uma banda afirmar, depois de mais de 20 anos de vício em cocaína, depois de brigar com toda a banda, que parou com o vício porque percebeu sangue no pó, percebeu que havia o mundo do crime no seu consumo. Demorou 20 anos ou mais!

  35. Não é o rock
    Do próprio Blog do Wilson, faço das palavras desse cara que comentou as minhas. Sou caipira, filho de caseiros de sítio e ralei muito pra chegar onde cheguei. Concordo em gênero, número e grau com ele e que rock é o menor dos problemas no que realmente importa.

    Nasci em 1981, filho de ajudante de pedreiro, nordestino, estudei em escola pública precária, sem material escolar e nem tinha merenda. Tive apendicite no meio da p@#$ que pariu no sertão da paraíba e levou quase dois dias para um médico me operar em uma sala de um posto de saúde que parecia uma peixaria. Trabalhei com sisal e depois como empacotador e me formei na UFRJ. Dei sim risada da minha condição quando colegas “burguesinhos” faziam graça até do meu sotaque pois sabia que nada doeu mais que a cinta de boi que meu pai usava pra me bater(as vezes sem motivo).
    Sempre gostei das produções de rock e quando ganhei um tocafitas e uma fita dos Guns n Roses do filho do patrão de minha mãe(que era empregada) foi como meu primeiro orgasmo quando comprei as pilhas depois de um mês. A partir de então busquei ouvir e entender o rock da década de 80′ e 90′ em um lugar onde isso era um absurdo na cultura local.
    Hoje moro em São Paulo(por exigência da profissão), quando gostaria de estar no meio do mato de quatro urrando(como diria Nelson Rodrigues) e acho que não sofrerei mais como em nenhum momento anterior da minha vida dado o que conquistei. Leio muita literatura, de qualquer inclinação e ideologia. Compactuo com esse ódio a partidos políticos como ninguém e adoraria ver disfunções como um apedrejamento de um político qualquer um dia desses. De verdade, como a coitada daquela mulher foi por aqui.
    Nós brasileiros não temos um ideal maior, não temos civilidade, nem isonomia. Nos falta querer optar por um sacrifício de longo prazo. É o medo de dizer que se sentiria satisfeito em passar 20 anos no mais absoluto sacrifício, como eu passei na minha vida, para receber lá na frente. Na UFRJ um professor, de origem também nordestina, adquiriu um ódio de mim que de onde venho se resolveria “na faca”. E duvidou, e contestou, e tudo o mais que eu pensava e dizia sobre a desigualdade frente a origem dos meus colegas. Sobre revoltarme contra minhas raízes. Quando aceitei um argumento sobre romantização de nossa cultura racial então, vixe, até meus amigos ficaram contra mim.
    Em suma… decidi não vender a minha alma para mais ninguém, ser do contra só pra irritar mesmo e me considero afortunado por ter senso crítico.
    Se um político se apresentar com uma proposta de governo que envolva mais do que seus 8 anos de mandato num investimento privilegiando políticas de educação, civilidade e saúde, que só se materializarão sabe lá quando, vocês votariam ? Estariam dispostos de ver os índices econômicos travados até lá ?
    Acho que o que temos é medo de dizer a verdade. Medo de dizer que há um sacrifício a ser feito que vai ter vítimas e vai ser extremamente impopular.
    Doa a quem doer.

  36. Ostracismo, decadência,pouca

    Ostracismo, decadência,pouca aceitação entre os atuais jovens, insensibilidade social, falta de cultura politica e histórica, são algumas explicações para esta “guinada fascistas” desse ex-idolos do rock. E agora neo-conservadores e rola-bostas da direitona.

    Simplismente estão tentando um lugarzinho simpático na grande midia conservadora.

  37. É puro oportunismo para aparecer

    Dizer o que de gente como eles que ficam elogiando fanqueiro na tv? Eles são filhinhos do papai e hoje se encontram em decadência. É bom eles tomarem cuidado porque a grande imprensa está perdendo para a internet. E para aqueles que acham que o país não melhorou por que não vão emboma para os EUA ou a Europa?

  38. Os ratos estão gordos, cansados e não vendem mais discos

    Dei uma olhada no video é ha uma tal dicotomia entre o publico popular do Perdidos na Noite e os rapazes classe média alta de SP, os titânicos, que me deu pena das pessoas que la foram para “ver artista”. Artistas que os desprezam. Tudo ali soa destoante.

    Ha menosprezo dos Titãs pelo programa  em que são “obrigados” a se apresentar. De um lado um publico simples, que pede uma canção e ouve “Não, vamos tocar Lugar Nenhum”. Lugar nenhum no lugar em que certamente aquele Titãs blasé, nonchalante, não queria estar.

    Faustão, que não é bobo nem nada, meio que chuta o pau da barraca sem no entanto se comprometer com os “artistas” mimados, dos quais vive seu programa.

    Não sei se minha analise rapida em cima desse video esta correta, mas ao ver os Titãs do final dos anos 80, lembrei muito dos meninas e meninas da minha escola. Todos revoltadinhos, todos fartos dos pais, da sociedade, dos politicos (alguns eram filhos de) etc, mas ninguém tinha a minima idéia de como viviam as empregadas que trabalhavam nas casas deles.  

     

  39. Vamos falar sério, é tudo uma m…

    o B rock anos 80 é de péssima qualidade e nunca foi contestador e de esquerda. Todos eram apoiados no jaba das gravadoras, sem criatividade (afinal tudo que eles fizeram foi copiar o que já se fazia em EUA e Europa), e nunca tiveram qualquer identificação com o Brasil real, que quase nenhum deles chegou sequer a conhecer porque sempre viveram em palácios de classe média e bajulando riquinhos que faziam festas e os convidavam para tocar.

    Sou músico e acompanhei a ascensão e queda de todos estes ídolos do BRock, e de alguns deles como Skank , de muito perto mesmo. E para mim Samuel Rosa dar “chiliques de direita” não é nada estranho porque ele sempre foi um careta atrasado em termos de pensamento e criatividade. Pergunte para ele a importância por exemplo de um Léo Burguês no início de sua carreira musical (atualmente Léo é lider do PSDB na camâra municipal, apoia abertamente Aécio mauricinho cheirador Neves e ficou famoso pelo episódio da ‘coxinha da madrastra” que virou marchinha de carnaval).

    Ou seja não existe surpresa nenhuma que estes falsos roqueiros sejam agora apoiadores da burrice de direita.

     

  40. Olavo de Carvalho ao invés de Emir Sader.

    Até a New Left Review, confiando no taco dela, já publicou gente de centro ou de direita – o finado José Guilherme Merquior, p.ex. Pois é melhor uma direita que analise, veja e conclua sob outro ângulo, nalgum assunto – pois não sabemos de tudo –  do que uma esquerda que, como vimos aqui mais embaixo, inibe, escorraça e manda sumir outro comentarista de outra opinião – e quase o fuzila: Foi grosseiro e intolerante o que Sergio T fez e falou de Orlando (e, por tabela, fez e fará com quem mais sequer venha a pensar em vir ao blog.). O blog tem qualidade porque não é só de/ou para as esquerdas, mas, claro, tem uma tendência afim, e é mais independente – o que a mídia e alguns blogs não são. Mas, triste e pior, em atitudes como a de S.T (e a de alguns em abundantes colaborações sobre tudo), é a companhia com que estão ficando: há quem, mais abaixo, reproduza e… não enxergue a ácida, superhumorada e debochada crítica letra de Roger em “Inútil”. No mais, prefiro um Olavo de Carvalho, a partir do título de seu divertidíssimo O Imbecil Coletivo (quando põe dedos em feridas das esquerdas) do que mesmices rasas de um Emir Sader de mal com a vida. Ah! O volume 1 é o melhor da série O. I. Coletivo, a quem interessar possa, e a quem confiar no próprio taco.

    1. Nem vem…

      Prezado, o Sr. mente a respeito de minha resposta ao Sr. Orlando, simples assim…

      Em primeiro lugar em minha resposta ao Orlando, eu afirmei que o blog é mais frequentado pela esquerda do que pela direita, mas em momento algum fiz juízo de valor sobre elas, não sei onde o Sr. leu críticas a esquerda ou a direita. Depois o Sr. me chama de “deselegante”, mas ignorou a deselegância do Orlando contra o Gunter, ela não ocorreu só neste post, mas em oportunidade anterior, e ele ainda de tabela chamou o blog de chato justamente nos assuntos que ele comenta, ou seja, tentou interditar o debate sim, porque é autoritário e metido a fazer julgamentos ad hominem. Também o Sr. ignorou toda a argumentação que fiz em prol do blog, mostrei e mostro a qualquer momento que o blog mudou muito menos do que ele tentou “emplacar”, e o fiz sem fazer análise de valor de quaisquer outros frequentadores. Enfim o Sr. viu apenas o que queria e distorceu o que escrevi a seu bel prazer. O que eu não tolero é falsidade!

      E lhe lembro que quem põe prá fora ou prá dentro aqui neste espaço é o Nassif, não eu…  

      1. Tome um lenço

        Sobre as pessoas que saíram: Uma hipóteses: foi porque as mudanças no blog não foram tão insignificantes assim como você quis demonstrar por A + B à galera. De espectador a cadastrado, sinto, sim, empobrecimento, estreitamento, espaços ocupados e inibidores. Sentirás minha ausência. Tome um lenço.

        Olha, sou saturado de notícias diversas: quase não acompanho esses posts, e só páro, às vezes, ao ver um ou outro título que me atraia (e passo voando, meu achômetro e minha pequena amostragem me indicam que são comentários e comentaristas que, a mim, não valem a pena parar pra lê-los). Mas assumo uma falta: a de que não deveria deixar nada escrito sem antes ler atentamente tão preciosos comentários – retiraria a ironia se você suavizasse o termo mentira, mas entendo que seja difícil, um esforço danado, pra quem usa palavras como “Se está desgostoso então dê tchau… Com certeza o nível melhora!” “Até que seria bom vê-lo sumir, só prá variar, mas eu sei que não vai! De qualquer forma desejo-lhe um esperaçoso adeus!”.

         

        1. Nem vem (de novo)…

          Onde o Sr. passa ou deixa de passar é assunto seu, tô cagando e andando. O que declaro peremptóriamente, de novo, é que o Sr. é um mentiroso, pois faz acusações em cima de de palavras que nunca foram ditas, e age como um troll, porque nunca responde ao que foi realmente escrito, apenas tergiversa escondendo suas mentiras numa capa de pseudo arrazoado sem noção, numa tentativa de mascarar seu verdadeiro propósito. O nome desse comportamento se chama “falácia do homem de palha”. O Sr. é outro que fica se fingindo de desiludido, clamando por um blog com um passado que nunca existiu, e do qual o Sr. nem se quer participou, visto ter chegado aqui recentemente. Bem ou mal o Orlando tem um passado aqui, pequeno é verdade, mas o Sr., que chegou ontem, vem com conversa sobre “nível dos comentaristas”, e o “passado do blog”… Hora, dá um tempo cidadão(?), diga o que acha e deixe os outros em paz… Eu mesmo só interferi na conversa do Orlando porque já era a segunda vez que o vi falando sobre “nível da pauta”, “nível dos comentadores”, e resolvi lhe dizer que ele não está acima do nível de ninguém, e piorou quando pediu a censura e/ou expulsão do Gunter, também pela segunda vez (que eu tenha visto).

          Não se iluda, não fique esperançoso por um adeus meu, pois como já disse ao seu alterego Orlando, já vi muita gente, muito troll sem noção, indo e vindo no blog, e eu continuo aqui… O mais provável é que vá você! Mas como eu disse ao Orlando, sei que você também não vai agora, pois tem a hora certa para tudo… 

  41. O probllema e que a historia

    O probllema e que a historia sempre se repete…

    Se olharmos bem a esquerda dos anos 60/70 e muitos artistas daquela epoca viraram a direita nos anos 90(caetano veloso, jabor, gabeira, ferreira gular, fhc…), poucos não se converteram(chico buarque, vandré…!)

    Muitos jovens do fora collor(caras pintadas) hoje tem posições extremamente conservadoras, proximas ao que collor pensava na epoca

     

    Não irei me admirar se daqui alguns anos ver mais a direita os artistas do chamado meio ALTERNATIVO de são paulo bem como a galera do movimento MANGUE BEAT de recife e seus respectivos fans: essa junventude de classe media alta que fica pedindo “MAIS AMOR E MENOS CONCRETO”

    e como belchior diz na sua musica

    Minha dor é perceber
    Que apesar de termos
    Feito tudo o que fizemos
    Ainda somos os mesmos
    E vivemos
    Ainda somos os mesmos
    E vivemos
    Como os nossos pais

     

     

  42. Muito poucos

    Muito poucos artistas transcendem da mídia, do modismo, do oportunismo comercial e do tempo, que tornaram a nossa vida muito melhor, ao lado da vitrola, começando pelo Chico Buarque.

    Mas, é muito mais tedioso listar a enorme quantidade de vendedores autônomos de discutíveis talentos pessoais, dentro do complicado mercado discográfico, numa maratona de aparições em TV, nos jurados de programas de tarde, com novos penteados e roupas ajustadas e, na sua grande maioria, manifestando atitudes GLBTS (esqueci a sigla) – que turbina a venda de discos e shows. Hoje, já mais velhos, com bigodão e filhos perderam o charme sexual “alternativo” e o rebolado que fascina a juventude, e somente resta continuar puxando o saco da mídia e do PIG.

     

  43. Boas assertivas no lúcido texto do professor Wilson Ferreira

    Aprovo, no geral, as afirmações e os argumentos do professor Wilson Ferreira, particularmente o link que ele faz entre as ideias de Canetti, que foram lançadas em Massa e Poder, o real efeito que a cultura hiperinflacionária gerou sobre os roqueiros brasileiros dos anos 80.

    Mas eu faria um complemento um tanto político-psicológico à análise do post. Penso que, associado ao que foi dito, existe uma componente que não pode ser desprezada, que é a componente da falta de consciência política e do engajamento político desses roqueiros brasileiros dos anos 80, inclusive quando estavam no auge de suas carreiras, e o efeito psicológico que isso causa para os outroras omissos que se sentem acuados em suas frustrações de não verem as predições catastrofistas se realizarem ou se manterem intactas no tempo.

    Esses músicos citados nunca foram politicamente conscientes ou engajados. Sempre ficaram ao largo de questões políticas fundamentais para o país. Ele eram e sempre foram, na acepção da palavra, alienados das questões e dicussões políticas.

    Quem fazia isso no Brasil eram os intelectuais de esquerda, dentre eles alguns raros músicos da MPB, que se engajaram politicamente e participavam ativamente do cenário político brasileiro, criando instituições como o PT.

    Então, enquanto os roqueiros brasileiros dos anos 80 citados tratavam de tocar as suas carreiras, com base no niilismo e no cinismo despolitizado indicado no post, partidos como o PT e seus militantes efetivamente arregaçavam as mangas e tentavam fazer algo que mudasse significativamente o país.

    Com a chegada do PT ao poder, apoiado pela maioria da população, dos movimentos sociais de esquerda, e a partir da implementação de políticas públicas que quebraram a ilusão niilista e cínica de que nada mudaria, seria sempre a mesma coisa, etc, isso despertou o sentimento primitivo da inveja, da despeita, nesses artistas do rock brasileiro contra o Governo petista, os quais, em suas alienações políticas, nunca se preocuparam em fazer nada parecido com isso.

    Portanto, a postura política e os resultados positivos alcançados pelo PT os acusam de omissos diante da história política recente do país. O PT venceu não onde eles perderam. O PT venceu onde eles nunca se fizeram presentes. E isso deve causar muita inveja, muita despeita, muita vontade de falar mal, até para mostrar que eles nunca estiveram errados por terem se omitido quando o país mais precisava deles, como ainda continuam fazendo isso, só que agora fazem de forma mais grave, pois defendem o atraso e o retrocesso, de forma ativa. De omissos comprometidos com os desmandos que assolavam o país, os roqueiros brasileiros dos anos 80 viraram reacionários ativos atualmente.

  44. Tá bom, os roqueiros

    Tá bom, os roqueiros filhinhos de papai que “ousam” dizer o que sentem todo mundo já escrachou a vontade.

    Agora proponho alargarmos o debate escrachante. Que tal começarmos por Caetano, Chico e Matogrosso, esse pulhas decadentes que também não conhecem nada de Brasil.

     

  45. Do contra…

    Não é novidade que todo e qualquer “movimento” que ameace o establishment é logo abocanhado e incorporado ao próprio establishment.  O Punk e o Anarquismo estão aí mesmo para não me deixar mentir.  No caso brasileiro, a palavra mágica é:  ser do contra.  Independentemente de quem estiver no poder, eles serão do contra.  Em se tratando de uma banda adolescente, tudo bem, é compreensível.  Mas esses vovozinhos que estão aí?  Roger, Lobão, Rita Lee, Tony Beloto, todos eles já estão meio grandinhos para falar tolices na mídia.  Nos anos 70 e 80, era rebeldia adolescente.  Hoje, beira a uma ridícula senilidade.

  46.  Por que tanta publicidade e

     Por que tanta publicidade e repercussão para a opinião de pessoal do rock e tão pouca para a de gente do samba?

     

  47. Uma das maiores faláciasdom,

    Uma das maiores falácias

    Uma das maiores falácias  (beirando o folclórico)  é essa de que “roqueiros”

    principalmente dos anos 80 são necessariamente progressistas, já que fazer tipo

    faz parte de 90% do gênero , ainda mais nos 80..ora bolas.As exeções sempre

    estiveram e quem conviveu em bastidores sabe bem do nível de vários desses

    expoentes. Quando Roger se pronuncia..poxa..nada de novo no “front” o cara é

    isso mesmo, lobão, troca de onda mais que de  prancha..(lula laaa) Paula Toller

    etc. pegava muito mal ir contra as ” diretas “. Nas esquinas próximas ao Madame

    satã..a policia esperava, mais abaixo..”carecas neo-facistas” esperavam, quando

    naõ iam na porta, pseudos-anarquistas, punks dos jardins ( vinis eram caros)  e

    para-músicos com seus sonhos de fama “do it yourself”.Não me assusto com

    declarações e nem considero que seja por decadência, pelo menos artistica..

    a grande quimera foi a arte., o social muitas vezes era apenas “gravuras.

     

  48. “Por que roqueiros dos anos

    “Por que roqueiros dos anos 80 se tornam neoconservadores?”

    Porque SEMPRE FORAM!

    É preciso lembrar que pouquíssimos foram os que levantaram bandeiras em 1968 contra o Regime de 64, por serem democratas ou de esquerda. A grande maioria o fez pelos mesmo motivos que agora fazem em relação ao PT: despeita. Foram para as ruas em 1964 pedindo ditadura, conforme manipulados pela mídia. Quando veio a ditadura, e os militares não entregaram de imediato o governo de mão beijada aos “iluminados”, passaram a fustigá-los, o que gerou a violenta e até estúpida reação dos milicos. Mas, sempre foram de direita e sempre se ajustaram ao status quo. A explosão criativa e crítica da década de 80 o foi porque, mais uma vez, além do cansaço do Regime, quem o sucedeu não era do clubinho, em que pese sempre tê-lo servido. Mas quando veio o legítimo neo-udenista (herdeiro do velho peerrepismo paulista) tyodo mundo calou e aceitou todos os absurdos, inclusive a queda violenta da qualidade na produção cultural do país.

    Sempre foram conservadores. Usuários do sistema. Só isso!

  49. Troquemos o disco.

    Eles sempre foram tão conservadores como nós, a UDN de macacão, como chamava o PT o bom e velho Brizola.

    Conservadores como a maioria da população, que paradoxalmente passou a votar mais no PT quando este se afastou do purismo radical, mas que no entanto, esta mesma população nos chama de corrputos e tão sujos quanto.

    O duro não é ouvir isto de bobocas “balzaquianos”, equilibrando entre a esquizofrenia do lobobão e a senilidade matogrossiana. Ou ouvir do povo as mesmas sentenças de senso comum, que se contradizem nas urnas.

    O pior é ler neste blog todo os dias, de gente que a gente considera capaz de boas análises, a mesma cantilena de que o PT se perdeu no caminho, que a real politik engoliu os princípios, como se a nossa real politik fosse tudo uma coisa só, e que por trás dela também não houvesse muito de nossos princípios, justamente o que trouxe tanto benefício para quem nunca os teve.

    Como se fosse possível fazer o que fazemos sem negociar o que negociamos.

    Isto sim parece um disco arranhado.

  50. Artistas menores


    Tirando alguma coisa de Cazuza penso que essa geracão dita rockeira dos malfadados anos 80 ( os mais pobres da história nossa musica popular , com raríssimas e honrosas excessões ) são uma cambada de artistas menores , meros imitadores mediocres dos artistas ingleses e americanos do gênero .  Eu , que tive a sorte de vivenciar a criacão das obras primas dos anos 60 e início dos 70 vindas da Grã-Bretanha e EUA , não dou a mínima para esse pessoal insignificante . E o mesmo penso das opiniões infantis , bobocas destes ditos “artistas” !

    O rock brasileiro não existe ! Sabemos , sim , fazer uma das melhores músicas do mundo , que é o nosso samba  , bossa nova ( sim com influência do jazz onde somos tbém criativos ) ,  baião , e outros rítmos regionais , e  ainda , a mistura exepcional disso tudo ! E é o suficiente ! 

    1. Sem generalizar mas os anos

      Sem generalizar mas os anos 80…foi o  ápice da “xenofilia em materia de música.

      assim como parte da  mídia muitos ai..tinha uma vergohna de ser “brasileiro”

      quase doentia.Muitos mantem.

       

  51. “… Oportunismo? Artistas

    “… Oportunismo? Artistas decadentes que procuram um lugar ao sol da grande mídia conservadora quando veem que suas carreiras estão em declínio?”

    O autor diz que esta análise pode não ser tão simplista, mas discordo!

    Vide declarações recentes de Caetano, Matogrosso enfim, alguns que estão afastados da mídia e agora resolveram apelar!

    Falar do governo da hora, junto a esta mídia conservadora, tem alguma manchete, mas na realidade, o que estamos presenciando é uma total carência de valores, em todas as áreas, seja ela música, teatro, literatura, pintura, etc .

    Vivemos um momento de niilismo total, e parte disto, acredito eu, talvez seja o avanço tecnológico vivenciado nos ultimos anos. Nada é permanente e a velocidade dos acontecimentos nos faz buscar emoções um tanto discutíveis!

    E a violência, que está se tornando rotineira, e bestial, nos fazendo regredir em nosso aprendizado de civilização!

    Espero que ainda haja tempo de mudança, senão como dizer: onde iremos parar!!! 

  52. O Rogério Marcos matou a

    O Rogério Marcos matou a charada a ditadura nivelava por baixo o minimo de rebeldia era o máximo. Em primeiro lugar Lobão,Titãs e mesmo o Ney matogrosso nunca foram de esquerda. Eles apenas eram contra a ditadura militar    É  no frigir dos ovos da democracia que voce quem é quem. O mais hilário é ver alguns neoconservadores com máscara dos anonymous isso só no BRASIL.  mas outra coisa Algumas bandas tinham letras mais profundas e mantém sua postura de esquerda exemplo :Plebe Rude pelas letras da para perceber: são Anarquistas libertários eles criticam todos os governos! não são oportunistas como Titãs que enchem os bolsos fazendo comercial para o banco Itaú. Voce pode ter uma oposiçãode esquerda como   a  PLEBE RUDE e outras bandas e uma de Direita como Lobão,Roger que servem aos neoconservadores.

  53. O golpe de 1964 é o culpado

    Muitos anos de ditadura civil-militar levam a isso, importa que não esqueçamos. Os nossos milicos não gostavam muito de certos níveis de debate, o que certamente comprometeu a formação de quem tinha vinte e poucos ali pelos anos 1980, caso dos roqueiros ventilados, já algumas aulas estavam interditadas, conforme todos sabemos.

    Como a turma citada passou da época áurea – o que é normal, pois nenhum ser humano é eterno – e entendeu que deveria se reinventar, vários optaram por surfar na nova onda, a do gênero literário antipetista ou de uma certa, digamos, “crítica cultural”, também avessa ao partido do Lula. Está aí o livro do Lobão dando o exemplo, e também a participação do Roger no programa de Danilo Gentili. Tudo sem graça e vazio ao extremo. Porém rentável. E assim os caras seguirão, enquanto houver quem lhes dê ouvidos, ganhando seu dinheirinho. Repito: apresentemos a fatura ao regime civil-militar implantado em 1964.

    Todos eram mais interessantes quando faziam o que lhes deu fama: música. Continuo ouvindo Titãs, Ultraje e até mesmo o Lobão. Em suas fases anos 1980. Os de hoje não me interessam. Li um capítulo do livro do Lobão e achei simplesmente patético. Ali não há nada, concluí. O programa de Danilo Gentili é ridículo – e ridículo fica o Roger sendo o “Bira” do nada engraçada aspirante a Jô Soares.

    Que tais músicos descansem em paz, ali nos meus discos dos anos 1980.

  54. Pois é, se for olhar com

    Pois é, se for olhar com carinho,  a maioria deles além de empregados da rede esgosto, são frequentadores assíduos do tal domingão do bobão e afins, uma pena, pois sou dessa geração, curti e ainda curto, deveras uma pena.

  55. Aliás..calma..nem todos tem

    Aliás..calma..nem todos tem ou tiveram esse posicionamento, sem generalizar, podem

    ser minoria mas há de ser considerados!

  56. Antes tarde do que nunca.

    Antes tarde do que nunca. Estranho seria eles envelhecerem ainda acreditando no PT! Estranho não, seria burrice, ingenuidade ou picaretagem mesmo!

  57. Liberalismo, PT e nazismo

    Desculpe, mas essa análise não faz sentido. Eu sou contrário ao PT, provavelmente considerado pelo autor como de “direita”. Considero-me liberal, e não há nada menos hedonista que o liberalismo. Pelo contrário, as políticas econômicas ditas de “esquerda” que são “hedonistas”, consumistas e imediatistas. Considerar o liberalismo lado a lado com o nazismo também não faz sentido algum, para quem conhece o assunto. Um fundamento do liberalismo é justamente a existência do Estado democrático de direito. Mesmo historicamente, o Partido Nazista está mais próximo do PT:  seu nome original é Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães; a Alemanhã nazista foi aliada da URSS, e seu maior inimigo foi o país símbolo do liberalismo mundial, a Inglaterra.

  58. requisito para ser petista: não saber nada de economia

    Basta saber um princípio básico de economia para ser contra o PT: não existe almoço grátis.

    Não existe quem saiba princípios básicos de economia, esteja bem informado (não basta ler apenas o jornal do partido) e seja racional, e ao mesmo tempo seja petista. Como eu disse antes, o petista ou é burro/ignorante, ou é ingênuo ou é pilantra. Não vejo outra possibilidade…

  59. Filhinhos de papai

    São quase todos “coxinhas” filhinhos de papai que quando vêm oportunidade “descem o pau”, oportunidades de serem noticias ! 

  60. Um diagnóstico sofisticado para um problema simples

     Esse elegante diagnóstico esquece de alguns fatos. O primeiro é o que esse povo roqueiro era preponderamente descontente, rebelde, mas filhos de uma elite: sendo eles elitistas. Esquece-se de que todos eram brancos, seja do Rio, e de São Paulo, Brasília. Filhos de diplomatas, filhos de empresários. Supor que fossem ser de esquerda, renovadores, é que seria estranho: supor que apoiassem movimentos reais de mudança, de combate a pobreza, seria estranho. São elite, sempre foram elite. Alguns mais intelectualizados, podem ser respeitados. Agora, de fato, dar relevância a acéfala opnião de caras como o Tony Belloto, ou o Dinho Ouro Preto ( que possui no máximo o QI de uma ameba), aí já é forçar a amizade.  

    Separe-se disso Lobão. É certamente, vivo, o mais inteligente dessa geração. Letrado sim, culto sim. Mas é um canalha de ocasião, que muda de opnião, e visceralmente, como muda de roupa. Lobão, o Lobo, num momento é pró direito dos gays, no outro diz que vivemos uma ditadura de esquerda e gay. Em um momento defende a música alternativa, e no outro grava discos com grandes sucessos para a MTV: e manda as favas movimentos contra a indústria fonográfica. Lobão é só uma metralhadora giratória, atirando para onde a mira do interlocutor midiático da vez quiser, em troca de espaço: fala o que convém ao meio que der a ele o espaço . Embora deteste o Pânico, aquele proto programa de humor ogro, vale lembrar do momento memorável em que este programeco simula uma ligação de Mano Brown, que interpela o ” corajoso, independente, mordaz, machão” Lobão. E em que Lobão recua,faz um mea culpa, diz que ” você não entendeu meu conceito, não quis te ofender, conheci tua mãe e tal”  e chega a divulgar que faria um show junto com os Racionais_ para depois descobrir ter sido enganado por um trote. Isso dá a dimensão do tamanho moral de Lobão: um tremendo banana, que feito um Jabor musical se especializou em polemismo de encomenda_ mantendo-se na mídia a troca dizer qualquer bobagem que chave negativamente a atenção. Triste, porque construiu boas coisas, é um artista criativo, bom poeta e tal. Tome-se como exemplo do que ele podia ser, o treço da música abaixo:  

    Eu sou o tenebroso o irmão sem irmão/o abandono, inconsolado/ o sol negro, da melancolia/ eu sou ninguém, a calma sem alma que assola atordoa e vem, no desmaio do final, de cada dia/ eu sou a explosão, o exú, o anjo, o rei, o samba sem canção, o seborano de toda a alegria ….. 

     

    Enfim, um exemplo. É fato, afinal sabido , que a obra seja sempre maior que o artista. Assim é: uma bela obra, mesmo escrita por um cretino. Esse sim, por inteligente, me entristece em suas guinadas conservadoras: agora ascéfalos como T. Belotto ou Dinho, ah……….o seu neoconservadorismo pode ser credita ao baixo nível intelectual. 

  61. Gostei da explicação ter

    Gostei da explicação ter envolvido economia, psicologia e sociologia para tentar explicar um fenômeno social.

    O Ney, o Caetano que não são ”oitentistas” também entraram um pouco nessa onda de tudo está uma porcaria, que nada mudou e que é culpa do PT etc.

    Além de falta de contato com a realidade – e de tudo que foi explicado no texto – acredito que a vida dos artistas em si os leva a isso.

    Critica-se muito os jogadores de futebol ricos por terem dinheiro e não terem ‘cultura’. Mas a classe artística midiática – aquela dos jabas, que vivem nas tv’s e revistas – nunca foram muito diferentes.

    Tudo bem, os nossos ‘roqueiros’ – imitadores de gringos – passavam uma ideia de rebeldia no início da carreira, mas logo se acomodaram ao ‘sistema’ e as ‘castas’.

    O artigo é muito interessante. E aposto que a ignorância e o preconceito são parceiros nessa debandada dos ‘roqueiros’ para o neoconservadorismo.

  62. Essa gente não tem densidade

    Essa gente não tem densidade intelectual nenhuma. São baba ovos da grande midia, porque sem ela não conseguem se manter no metier. O único grupo que se mantém produtivo, fazendo coisas interessantes, os Paralamas do Sucesso, não vivem a falar besteiras. A quantidade de M que falam é diretamente proporcional a irrelevância musical deles nos dias de hoje. Veja os casos deLobão, Roger e Capital Inicial (Dinho Ouro Preto).  

  63. Classe D e E não ouve Titãs. Nem eu.

    A vida desses roqueiros que lutam pra permanecer no spot ficou muito pior de lá pra cá pois com o Plano Real, fim da inflação, estabilização econômica, salário mínimo maior, etc, o poder de compra da população que não se identifica com eles por ser de outro estrato social e outras origens e referências tirou deles o “Hit Parade” e valorizou outros estilos, outros centros, outas referências. Clash? Pere Ubu? Who!?

    Em 2013 só o Charlie Brown Jr. (outra geração, origem e estilo) aparece e em 40˚ lugar.

    Além disso, a internet surge pra favorecer o fato novo e espontâneo, algo que eles deixaram de ser a não ser quando se reinventam.

    Eles estão amargos e culpam o país. Deveriam culpar a impermanência das coisas mas é difícil pra quem foi rei aceitar o fim do reinado.

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