Reedição em vinil de “Ladrão” será a novidade antes do próximo disco de Djonga? 

Djonga foi o primeiro artista nacional a ser indicado ao prestigiado BET Hip Hop Awards, importante premiação musical focada na cultura negra

Reedição em vinil de “Ladrão” será a novidade antes do próximo disco de Djonga? 

por Bruno Mateus

O rapper mineiro Djonga, nascido e crescido no bairro São Lucas, na parte Leste de Belo Horizonte, já tinha “Heresia” (2017) e “O menino que queria ser Deus” (2018) em sua discografia quando, em 13 de março de 2019, lançou “Ladrão”. A partir dali, aos 24 anos, ele se consolidou como uma das vozes mais relevantes do rap contemporâneo brasileiro, sendo reconhecido também internacionalmente – em setembro de 2020, Djonga fez história ao ser o primeiro artista nacional a ser indicado ao prestigiado BET Hip Hop Awards, importante premiação musical focada na cultura negra – e rodado o mundo com o microfone nas mãos. 

A novidade é que o álbum da capa emblemática, em que Djonga, ensanguentado, sorriso vingativo e olhos esbugalhados, aparece segurando a cabeça de um membro da Ku Klux Klan, ganha agora uma reedição em vinil lançada pela Rocinante Três Selos em parceria com A Quadrilha, selo idealizado por Djonga. “Ladrão”, em vinil vermelho 180g, já está disponível no site rocinantetresselos.com. Quem quiser comprar o LP terá de desembolsar 180 mangos. 

“Ladrão” reúne 10 faixas – nove inéditas e a regravação de “Moleque Atrevido”, de Jorge Aragão, que com as rimas de Djonga virou “MLK 4TR3V1D0” – e versa sobre a realidade das periferias e do povo preto, violência, desigualdade social, resistência, racismo y otras cosas más sem jamais deixar a caneta afiada e contundente cair ou vacilar. 

“Quando eu era criança, eu andava na rua e me sentia ladrão mesmo quando nunca tinha roubado nada as pessoas olhavam com medo, quando cresci mais um pouco roubei pra ter e pra me sentir melhor, me sentir fodão. . .o tempo passou e eu entendi que tipo de ladrão eu devia ser, esse que busca e traz de volta pras minhas e pros meus… se preparem pra ver meu melhor, eu juro que eu dei meu melhor… e dessa vez eu to falando sério”, escreveu Djonga em seu perfil no Instagram dias antes de lançar “Ladrão”. 

O disco traz tabelinhas com Felipe Ret, Fritz, MC Kaio, Dougnow, Chris MC e Rapaz do Dread. O DJ, produtor e beatmaker Coyote Beatz, parceiro de Djonga de todas as horas, joga nas 10 faixas. O álbum também homenageia vários nomes da nossa cultura, de Belchior a Glauber Rocha, passando por Oscar Niemeyer.

À época, “Ladrão” foi saudado pela crítica como um dos melhores lançamentos de 2019. Depois dele vieram “Histórias da minha área” (2020), “NU” (2021), “O dono do lugar” (2022) e “Inocente” (2023). Se mantiver a marca de lançar um disco por ano desde 2017 – e sempre no dia 13, de março ou de outubro –, Djonga aparecerá em breve com um novo álbum nas plataformas digitais. E ele será falado por aí, ouvido, analisado, visto nas manchetes de portais e, um dia, também lançado em vinil.  

“Ladrão” 

Lado A

“Hat trick” (Djonga/Coyote Beatz)

“Bené” (Djonga/Coyote Beatz)

“LEAL” (Djonga/Coyote Beatz/Rapaz do Dread)

“Deus o Diabo na Terra do Sol” (Djonga/Coyote Beatz/Felipe Ret)

“Tipo” (Djonga/Coyote Beatz/JNR Beats/Mc Kaio)

Lado B

“Ladrão” (Djonga/Coyote Beatz)

“Bença” (Djonga/Coyote Beatz)

“Voz” (Djonga/Coyote Beatz/Dougnow/Chris MC)

“MLK 4TR3V1D0” (Djonga/Coyote Beatz)

“Falcão” (Djonga/Coyote Beatz)

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