O case Cemig na história do desenvolvimento mineiro

Para presidente da companhia, “fácil constatar que a história do desenvolvimento de Minas se confunde com a da criação” da empresa energética de Minas Gerais 
 
Presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, durante seminário Brasilianas sobre desenvolvimento
Presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga. Foto: Euler Junior/Cemig
 
Jornal GGN – O presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Bernardo Alvarenga, destacou a importância do uso estratégico de empresas públicas para o desempenho socioeconômico do Estado durante o seminário As empresas públicas na promoção do desenvolvimento regional, realizado pela Plataforma Brasilianas em parceria com a Cemig. O evento contou com as presenças do jornalista Luís Nassif, do professor João Antônio de Paula, do presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), Marco Antônio Castelo Branco e do vice-presidente da Cemig, Luiz Humberto Fernandes, nesta quinta-feira (9), em Belo Horizonte.
 
Novas tecnologias, geração distribuída e um consumidor mais proativo representam um futuro próximo para o qual a Cemig já se prepara, assegura Bernardo Alvarenga apontando que uma rápida olhada para o passado revela as grandes possibilidades de mercado, e uma das estratégias para a companhia continuar se mantendo competitiva é manter um corpo de funcionários experientes e atualizados com os desafios da produção energética. 

 
“É fácil constatar que a história do desenvolvimento de Minas se confunde com a da criação da Cemig”, destacou durante sua fala na abertura do seminário. Para Bernardo, a criação da Cemig, pelo então governador Juscelino Kubitschek, com o nome original de Centrais Elétricas de Minas Gerais, foi fundamentada no programa de desenvolvimento do Estado, sob o binômio energia e transporte. 
 
Já nos anos 1950, JK compreendia que energia elétrica era um insumo essencial ao crescimento socioeconômico. E foi exatamente a isso que se prestou a Cemig, ao longo de seus 66 anos. A energia da empresa atraiu indústrias, além de contribuir para a educação, saúde e empregos nas mais diversas regiões do Estado. 
 
Alvarenga defendeu também que desde seu nascimento a Cemig apresentou um claro vínculo entre vários projetos hidrelétricos com as fases de crescimento do Estado e a atração e expansão de indústrias, incluindo Gafanhoto e Cajuru, a implantação da Cidade Industrial, em Contagem, passando por Salto Grande, que viabilizou a implantação da Mannesmann, até os consórcios nos anos 1990 com vários consumidores industriais.
 
O presidente da Cemig destacou, ainda, a criação do Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi), há 50 anos, como inciativa conjunta da companhia e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), formando assim um tripé na atração de investimentos para o Estado: infraestrutura de energia elétrica, financiamento e agência de promoção do desenvolvimento industrial.
 
Durante a trajetória de construção de centrais elétricas e expansão de redes de distribuição e de transmissão, a companhia foi ganhando escala, interligando sistemas até atingir os lugares mais remotos do estado, encampando muitas empresas locais nesse percurso, o que resultou na otimizando de sistemas e recursos, alcançando hoje oito milhões de consumidores.
 
“Buscamos com afinco universalizar o atendimento em nossa área de concessão. Nesses quase quatro últimos anos, atendemos cerca de 60 mil famílias”, completou Bernardo Alvarenga. 
 
Novas tecnologias aumentam desafios 
 
Se por um lado é difícil imaginar o desenvolvimento do Estado de Minas Gerais sem a Cemig, por outro, novos desafios e oportunidades batem às portas, tanto da Cemig quanto do Estado.
 
A indústria de energia elétrica no Brasil já enfrenta a implantação de tecnologias disruptivas, capitaneadas pelos vetores de descentralização, digitalização e descarbonização. 
 
“Está à vista de todos o crescimento das fontes de energia renováveis não convencionais como solar e eólica. Uma revolução com a geração distribuída, particularmente em Minas Gerais, estado que lidera essas instalações tanto em número como em potência. Em poucos anos chegarão as inovações nas tecnologias de acumulação e armazenamento que também mudarão o perfil do consumidor”, salienta Alvarenga.
 
Ganha proeminência a figura nova do “prosumidor”, aquele que ao mesmo tempo consome e gera energia, e até exporta para a rede excedentes. Se Minas sempre foi considerada a “caixa d’agua do brasil” pela sua riqueza hídrica que permitiu construir grandes centrais hidrelétricas, pela mesma razão atrai agora os interesses dos investidores em geração distribuída na forma de centrais de pequeno porte.
 
“Contam-se em dezenas as pequenas usinas que há tempos estavam desativadas e que agora estão sendo recuperadas. Outros tantos novos locais estão sendo explorados nas mais diferentes regiões do Estado por inúmeros empreendedores privados”.  
 
Ao lado do seu grande potencial hídrico, Minas agora tem a grande oportunidade de explorar outra riqueza que lhe concede a natureza: os altos índices de radiação solar.
 
Por isso mesmo, o Estado tem se transformado em um dos destinos prediletos de investidores em geração solar fotovoltaica, tanto de grande quanto de pequena escala. Os maiores empreendimentos, atendendo os leilões do governo federal, e os menores à geração distribuída.
 
Mais uma vez, a Cemig atua como um dos motores dessa nova onda de diversificação de fontes de energia, seja contratando em leilão próprio fornecimento para atendimento aos seus clientes do mercado livre, seja como empreendedora de geração distribuída. Nesse último caso, foi criada uma empresa para atuar com foco no mercado de geração distribuída: a Cemig GD. 
 
Já a Cemig Distribuição, como reforça Bernardo Alvarenga, tem se empenhado para reforçar seu sistema elétrico regional de forma a permitir que essas novas unidades de geração, situadas em locais até então impensados, possam fazer fluir a energia com destino ao mercado consumidor. 
   
Enfim, toda essa tendência de diversificação de fontes de geração e de crescimento da geração distribuída é indutora da desconcentração do desenvolvimento socioeconômico no Estado. Pela via da mudança na indústria de energia elétrica, novas regiões mineiras, como o Norte e o Noroeste, estão tendo oportunidade de explorar seus potenciais energéticos e trazer consigo o crescimento e oportunidades econômicas, conclui o presidente da Cemig.  
 
Redação

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