Médicos Sem Fronteiras criticam CEO da Bayern e indústria farmacêutica

Jornal GGN – A organização Médicos Sem Fronteiras respondeu, nesta quinta-feira (23), as declarações do dirigente da empresa Bayern, que afirmou, recentemente, que a empresa não desenvolveu o medicamento Nexavar para os indianos, mas para “ocidentais que podem arcar com os cursos”. A manifestação do CEO da empresa aconteceu depois que a patente do medicamento, voltado ao câncer, foi quebrada na Índia – o que permitiu a venda de versões genéricas e acessíveis do medicamento a preços até 97% mais baixos do que o cobrado pela farmacêutica.

Em nota em seu site oficial, a entidade declara que a afirmação “reflete exatamente tudo o que está errado com a indústria farmacêutica multinacional”. Assinada pela médica Manica Balasegaram, diretora-executiva da Campanha de Acesso a Medicamentos feita pela organização Médicos Sem Fronteiras, a nota acusa a Bayern de admitir que os medicamentos que eles desenvolvem são “deliberadamente direcionados para os pacientes mais ricos”.

A MSF também aproveitou a ocasião para estender as críticas a toda indústria farmacêutica que, segundo a entidade, atuam unicamente voltado ao lucro, negligenciando doenças que não geram ganhos com o desenvolvimento de novos medicamentos. Tais empresas, segundo a organização, atuam para elevar os preços finais aos pacientes, tornando a saúde um bem destinado apenas aos ricos.

“Esse é um efeito colateral da forma como os medicamentos são desenvolvidos hoje. As companhias farmacêuticas estão unicamente focadas no lucro e, por isso, pressionam agressivamente por patentes e preços elevados. Doenças que não geram lucros são negligenciadas, e os pacientes que não conseguem arcar com os custos são desconsiderados. As farmacêuticas se dizem preocupadas com as necessidades de saúde globais, mas suas atitudes atestam o contrário”.

A MSF pediu ainda que as empresas se tornem parte da solução. “As coisas não precisam ser assim. As inovações médicas podem ser incentivadas de outra forma, e as pesquisas pagas de maneira que os medicamentos sejam entregues, mas sem os custos elevados que excluem milhões de pessoas do acesso a eles. Ao invés de parte do problema, as farmacêuticas deveriam trabalhar para ser parte da solução, contribuindo para mudar a terrível situação em que se encontram a pesquisa e o desenvolvimento voltados para a medicina atualmente.”

Veja a nota dos Médicos Sem Fronteiras, na íntegra.

Redação

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