Mudança climática levará 132 milhões à miséria

Enquanto isso, Bolsonaro ironiza e defende construção de hidrelétricas em reservas indígenas: "Entre uma perereca e a nossa vida, a gente fica com a nossa vida."

Foto: Victor Moriyama/Rainforest Foundation Norway

Jornal GGN – As mudanças climáticas e o aquecimento global devem levar à miséria mais 132 milhões de pessoas no mundo em 10 anos. Essa é a estimativa do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) que será divulgado só no início do ano que vem.

Uma prévia do documento foi obtido pelo jornalista Jamil Chade, do Uol, que está acompanhando as negociações da COP26 em Glasgow, Escócia. Neste informe, o órgão calcula os impactos diretos do aquecimento global: fome, pobreza, queda de produtividade e consequentemente empregos, migrações em massa.

A informação foi dada enquanto os países discutem chegar a um acordo para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021.

Mas para o presidente Jair Bolsonaro, entre salvar “uma perereca” ou “a nossa vida, a gente fica com a nossa vida”. Foram com essas palavras que o mandatário exemplificou o que pensa sobre o meio ambiente e as discussões urgentes que devem ser tomadas pelos países para evitar catástrofes maiores e irreversíveis daqui a alguns anos.

A fala foi feita durante um discurso em Ponta Grossa, no Paraná, na última sexta (05). “Ninguém quer passar por cima de tudo, ninguém quer destruir o meio ambiente. Mas entre uma perereca e a nossa vida, a gente fica com a nossa vida.”

Seguindo essa linha, ainda durante o evento, o mandatário defendeu, uma vez mais, o conceito de “desenvolvimento da Amazônia” e de terras indígenas. Falou que gostaria de construir “meia dúzia” de hidrelétricas na terra indígena Raposa Serra do Sol, no norte de Roraima.

“Se você fizer meia dúzia de hidrelétricas ali, dá pra fazer, você vai ter energia para toda a região Norte e para todo o norte do Nordeste. E por que não fazemos isso? Porque é reserva indígena”, criticou.

O território indígena Raposa Serra do Sol foi demarcado e protegido há uma década, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), uma das maiores áreas de proteção indígenas, abrigando 227 povos, com cerca de 480 mil indígenas.

Mas, para Bolsonaro, é mais importante diminuir o custo da “bandeira vermelha” da energia elétrica, que controla os gastos consumidos nas residências brasileiras, uma vez que com a construção dessas hidrelétricas nas reservas indígenas não seria necessária a população fazer economia de energia.

“Ninguém fica feliz em criar uma bandeira nova, decretar uma bandeira vermelha, para cada 100 kWh vocês pagarem mais 10, 14 ou 20 reais por mês. Ninguém tá feliz com isso. Mas é para a gente bancar a fonte de geração alternativa que é de combustíveis fósseis”, afirmou.

“E nós temos esse problema lá [de proteção da reserva indígena]. E você gastaria 100 vezes menos [na construção de hidrelétrica] do que gastou em Belo Monte. Que não serve para nada. Belo Monte, fonte de corrupção e herança também da Marina Silva [ex-ministra do Meio Ambiente durante o governo Lula]. Que não pode ‘olha a perereca, olha a rã, olha o peixinho'”, ironizou.

Redação

1 Comentário

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  1. Essas previsões do futuro, quem nunca ouviu ? Brasil reduziu a fome, qual a revolução ecológica ocorreu ?
    No ano de 2018 contabilizados 821 milhões de famintos, números da produção de alimentos, neste mesmo ano, informar-se que poderia alimentar 13 bilhões de pessoas, dados da FAO. A fome não é causada por questões climáticas, porém criar falsas idéias é proposital, é uma maneira de justificar um problema por outro, como o dono da empresa amazon que doou USD$ 2 bilhões para ongs pró meio ambiente, a mesma empresa que negava EPI para a segurança dos seus funcionários para com a covid, esse teatro não é para ser levado a sério, a causa da fome é acesso é muito simples, porém para essas pessoas da cop, o mais importante é acumular riqueza a qualquer custo, e claro, nada melhor que fazer-lo sendo um suposto líder consciente do meio ambiente.

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