O fundo do mar e os minerais brasileiros estratégicos, por Luís Nassif 

O Brasil não tem abundância em nenhum tipo específico de minérios, mas possui jazidas de quase todos os minerais estratégicos.

A nova revolução industrial criou uma enorme demanda por minérios tipo lítio, ou terras raras. Para entender o fenômeno Milei, e seus financiadores, considere-se que a Argentina possui 30% das reservas mundiais de lítio.

O Brasil não tem abundância em nenhum tipo específico de minérios, mas possui jazidas de quase todos os minerais estratégicos. Daí a relevância de consolidar uma política estratégica para minerais estratégicos.

E aí se chega no caso dos nódulos metálicos, um produto que, mais cedo ou mais tarde, entrará nas formulações estratégicas do país.

Nódulos metálicos (ou nódulos polimetálicos) são formações minerais que ocorrem no fundo do oceano, compostas principalmente por metais valiosos como manganês, níquel, cobalto, ferro, e outros elementos em menores proporções, como cobre e terras raras. 

Esses nódulos geralmente têm formato arredondado ou irregular, com tamanhos variando de milímetros a peças de centímetros.

Hoje em dia, estão espalhados pela terra, mas estrategicamente localizados na parte do Oceano Pacífico e no fim do talude continental brasileiros. São bilhões de toneladas de nódulos metálicos: ferro, manganês, cobre, terras raras, tudo em blocos pequenos, no fundo do mar.

A primeira identificação dos nódulos ocorreu quando técnicos norte-americanos vieram colocar cabos submarinos. Nos anos 70, foram detectados pelo presidente Ernesto Geisel, por sua experiência na presidência da Petrobras.

Foi a identificação dessas jazidas que fez o Brasil se tornar o primeiro país a reivindicar as 300 milhas, enquanto Estados Unidos e Reino Unido insistiam nas 12 milhas. Geisel já sabia das condições geológicas e interpretou corretamente o Relatório Link – preparado pelo geólogo americano Walter Link e que livrou a Petrobras dos riscos de explorar petróleo na Amazonia, para se concentrar no mar.

A necessidade de cobre para bateria de carros elétricos estimulou a criação de empresas americanas e canadenses prospectando o metal pelo mundo. Constataram que no meio do Pacífico havia de 7 mil m2 de gigantescas jazidas de nódulos. Desenvolveram navios e um veículo que pode se mover sobre a superfície do fundo do mar, sem criar problemas ecológicos.

Trata-se de um trabalho meticuloso. O fundo do mar é um depósito de todo carbono produzido na terra. Os veículos capturam nódulos com braços mecânicos e são recolhidos por navios que fazem o primeiro processamento.

Em breve, Petrobras e Marinha terão que desenvolver esforços para começar a olhar esses nódulos.

Leia também:

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Vai ficar assim, o Brasil acha, perfura, tudo com dinheiro público de impostos de brasileiros, daí vende bem baratinho como o pre sal e a última foi a venda da jazida de urânio por lula, e vai continuar assim né.

    1. Não houve nenhuma venda de urânio por Lula, foi vendida uma outra mina que fica próxima a uma reserva de urânio, você leu a notícia pela metade, ou menos, pois a exploração de urânio no Brasil é de competência da União. Dê uma relida.

  2. “Desenvolveram navios e um veículo que pode se mover sobre a superfície do fundo do mar, sem criar problemas ecológicos”

    Menos Nassif, muito menos. A exploração de minérios no fundo do mar é uma catástrofe ambiental, cujas consequências nefastas sobre a vida marinha são gigantescas e conhecidas.
    Depois critica a liberação da exploração do petróleo na foz do Rio Amazonas, que é outra calamidade ecológica.
    Vamos ser coerentes: ou libera a exploração predatória no fundo do mar, incluindo o petróleo, e dane-se o meio ambiente (as futuras gerações agradecem), ou tenta desenvolver um modelo de sociedade menos agressivo e mais alinhado com a preservação do planeta.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador