A velocidade com que o tecido social brasileiro se desgastou ao longo do governo Bolsonaro foi algo poucas vezes visto no país, na visão da ex-ministra Tereza Campello.
“As pessoas falam dos 33 milhões (de pessoas com fome no país), que é um número absurdo – é uma Venezuela em situação de fome dentro do Brasil, mas pulou de 19 para 33 milhões em um ano”, explica Tereza em entrevista exclusiva à TV GGN 20 horas.
Segundo Tereza, pouca gente se deu conta que os dados da Rede de Pesquisadores em Soberania e Segurança Alimentar (o primeiro VIGISAN) eram de dezembro de 2020.
“Em dezembro de 2020 a VIGISAN montou um inquérito, foi a campo com um inquérito e apurou que nós tínhamos no Brasil 19 milhões de pessoas em situação de fome, em dezembro de 2020”, explica a ex-ministra. “Em dezembro de 2021, ela foi a campo de novo e tinha passado de 19 milhões para 33 milhões”.
Para Tereza, o país pode ter passado por situações parecidas de forma mais localizada, como na seca que ocorreu no Ceará em 1934, mas é difícil de identificar um quadro com tamanha dramaticidade como o atual.
E não se sabe ao certo o tamanho do rombo social a ser encontrado pelo próximo presidente, uma vez que o governo federal continua agindo de forma “absolutamente irresponsável” na visão da ex-ministra.
“Não adianta ficar dizendo que foi culpa da pandemia porque, se pegar esse fenômeno de um ano, de 2021, não pode mais justificar essa agenda por conta da pandemia”, ressalta Tereza Campello.
Embora a pandemia de covid-19 continue presente, a situação de choque econômico em 2020 e a parada econômica acabou por se repor, uma vez que o governo federal não tomou as decisões necessárias para proteger a população.
“A situação é muito grave e qual é o tamanho do rombo que pegaremos ainda está para ser apurado, porque o governo frente à tragédia ele acelera os processos”, ressalta Tereza Campello.
“Da mesma forma que ele vende a Petrobras, vende a Eletrobras, ele acelera movimentos que desorganizam ainda mais o Estado. E é o que está acontecendo agora com os programas de transferência de renda”, diz a ex-ministra.
Veja mais a respeito do tema na íntegra da entrevista com a ex-ministra Tereza Campello. Clique abaixo e confira!
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