Servidores da Receita denunciam ex-chefe por pressão pela liberação das joias sauditas

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Servidores estariam avaliando a possibilidade de entrar com representações individuais contra o ex-chefe, nomeado por Bolsonaro

Divulgação

Servidores públicos envolvidos na apreensão das joias sauditas denunciaram, esta semana, à Corregedoria do Ministério da Fazenda o assédio praticado pelo ex-secretário da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, na tentativa de recuperar o conjunto milionário.

Por meio da Superintendência da Receita Federal de São Paulo, os funcionários que sofreram pressão do ex-chefe enviaram à Corregedoria diversos documentos, além de mensagens de texto, áudios e e-mails, como provas sobre a pressão que sofreram.

A denúncia é assinada pelo comando da superintendência e os delegados da alfândega de Guarulhos, informou reportagem do Estadão, desta quinta-feira (9). 

Ainda, os servidores estariam avaliando a possibilidade de entrar com representações individuais contra Vieira Gomes. Segundo os relatos, o ex-secretário não mediu esforços para recuperar as joias, após ser nomeado por Jair Bolsonaro (PL) para o comando da Receita.

Cargo em Paris

Vieira Gomes assumiu o comando da Receita Federal após a exoneração de José Tostes, demitido pelo governo, ainda em 2021, cerca de um mês após as joias sauditas serem apreendidas.

Até a demissão de Tostes, Bolsonaro já havia tentado recuperar as joias quatro vezes, duas delas por meio de pedidos do Ministério de Minas e Energia que não foram atendidos. 

Vieira Gomes, então, assumiu o cargo e passou a atuar para tentar recuperar as joias. Ele, inclusive, ganhou um cargo em Paris um dia depois de enviar ofício para reaver o conjunto, já no segundo semestre de 2022.

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O caso

Conforme revelado pelo Estadão, na semana passada, o governo de Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer para o Brasil um conjunto de joias Chopard avaliado em R$ 16,5 milhões, sem declarar o bem à Receita e pagar os devidos impostos, que chegariam a cerca de R$ 12 milhões. 

Após a apreensão, em outubro de 2021, ministros e servidores nomeados por Bolsonaro passaram a atuar para recuperar o suposto presente do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

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