Multidão grita “fora Barroso” enquanto Bolsonaro escracha o STF e exige voto impresso

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Não pense que o ladrão de nove dedos e seus amigos vão contar os votos numa sala secreta. Faremos tudo por eleições limpas e contagem pública de votos"

Jornal GGN – Em mais um discurso de cunho fascista, colocando-se como a voz oficial do “povo” e o “escolhido” por Deus para salvar a Nação, Jair Bolsonaro voltou a ameaçar a democracia e exortar ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal, na tarde deste sábado (7), após uma motociata em Santa Catarina.

Recém inserido no chamado “inquérito do fim do mundo” por propagar mentiras contra o sistema de votação brasileiro e amaçar membros do Judiciário, Bolsonaro agora propagou mais uma teoria conspiratória, insinuando, agora, que os ministros do STF estão ultrapassando os limites da Constituição para ajudar a candidatura de Lula em 2022.

Ao gritos de “Fora Barroso” e “mito”, a multidão aplaudiu todas as vezes em que Bolsonaro deu ultimatos ao STF. O presidente exigiu a aprovação, pelo Congresso, da contagem pública de votos impressos para 2022. Só assim, segundo ele, o País terá eleições limpas no próximo ano. A comissão especial da Câmara que discutia a matéria decidiu rejeitar o voto impresso. Mas o presidente da Casa, Arthur Lira, decidiu avocar o texto e levá-lo para votação em plenário.

ATAQUES AO SISTEMA

Bolsonaro começou sua fala lembrando que é uma persona non grata para o “sistema”, contra o qual ele supostamente luta para garantir a “liberdade” do Brasil e inviabilizar qualquer projeto “comunista”. “Peço a Deus força e coragem para enfrentar um sistema que vocês sabem, cada vez mais, o que ele representa”, disse.

LULA, 2022 E VOTO IMPRESSO

Na sequência, Bolsonaro afirmou a seus apoiadores que foi o “escolhido de Deus” para afastar o Brasil de projetos socialistas. Ele citou exemplos de governos de esquerda na América Latina e afirmou que são ou foram ditaduras vorazes apoiadas “pelo ladrão de nove dedos”, em referência ao ex-presidente Lula (PT).

Lula apareceu uma segunda vez no discurso, quando Bolsonaro insinuou que o petista tem apoio de ministros do STF para vencer as eleições de 2022. A única forma de impedir esse conluio imaginário, segundo Bolsonaro, é aprovando o voto impresso com recontagem pública e manual de votos.

“Não pense que o ladrão de nove dedos e seus amigos vão contar os votos numa sala secreta”, disparou o extremista de direita.

“Quem decide eleições são vocês [povo], não são meia dúzia dentro de uma sala secreta que vão contar e decidir quem ganhou as eleições. Não vai ser um ou dois ministros do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o destino de uma Nação”, afirmou Bolsonaro.

Ele acrescentou que quem tem voto e legitimidade para discutir mudanças no processo eleitoral é o Congresso, não o Judiciário. Aos ministros do STF, Bolsonaro endereçou a seguinte fala: “Dou não um recado, não uma advertência ou um ultimato, [mas] respeitem a nossa Constituição, respeitem a vontade popular. Nós queremos e exigimos nada mais além disso. Não continuem nos provocando, não tentem nos ameaçar e nos impor a sua vontade. Porque quem está com Deus e o povo, [é quem] tem realmente o poder”, advertiu.

Para finalizar, Bolsonaro prometeu: “Faremos tudo por eleições limpas e contagem pública de votos. Eleições fora disso que falei, não é eleição.”

Confira o discurso a partir de 14 minutos:

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