Em carta de despedida do PSOL, Freixo diz que democratas não têm direito de errar em 2022

"Nosso dever histórico é derrotar Bolsonaro nas urnas e o bolsonarismo enquanto projeto de sociedade", afirma o deputado

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O deputado federal Marcelo Freixo publicou nesta sexta (11) uma carta sobre sua desfiliação oficial do PSOL. Um dos principais quadros nacionais do partido desde sua fundação, em 2005, Freixo afirmou na carta que amadureceu a decisão após várias conversas e que sai com a missão de ampliar alianças para derrotar o bolsonarismo na eleição de 2022.

“É urgente a ampliação do diálogo e a construção de uma aliança com todas as forças políticas dispostas a somar esforços na luta contra o bolsonarismo. É hora de colocarmos nossas divergências em segundo plano para resgatarmos o país do caos e protegermos a vida dos brasileiros. As eleições de 2022 serão um plebiscito sobre se a Constituição de 1988 ainda valerá no Brasil. Por isso nós democratas não temos o direito de errar: do outro lado está a barbárie da fome, morte e devastação, escreveu.”

Nesta sexta, a cineasta Ana Pellegrino, esposa de Freixo, anunciou sua filiação ao PT publicando uma foto do momento em que assinou a ficha, ao lado do ex-presidente Lula. Freixo não informou em sua carta qual será seu destino político, mas há expectativa de que ele mude para o PSB. O prefeito de Recife, João Campos (PSB), foi um dos primeiros a comentar a postagem: “Parabéns pela lucidez, amigo! Estaremos juntos nessa caminhada!”

Confira a carta abaixo:

Ingressei no PSOL em 2005, antes de me eleger deputado estadual. De lá para cá, compartilhamos uma bela história e colocamos o partido no centro da luta pela democracia. Juntos fizemos as CPIs das Milícias, do Tráfico de Armas e Munições e dos Autos de Resistência; enfrentamos os governos Cabral e Pezão; colocamos a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa a serviço dos esquecidos pelo poder público; disputamos a prefeitura do Rio numa linda campanha que encantou a cidade e fomos ao front contra o governo Bolsonaro. Mais do que companheiros de luta, as pessoas com quem construí o PSOL são amigos com os quais divido projetos de vida. ⠀

Hoje, encerro esse ciclo com a certeza de que apesar de não estarmos no mesmo partido seguiremos na mesma trincheira de defesa da vida, da democracia e dos direitos do povo brasileiro. Essa decisão foi longamente amadurecida e tomada após muito diálogo com dirigentes nacionais e estaduais, a quem agradeço pelas reflexões fraternas que compartilhamos.

Os retrocessos institucionais e humanos provocados por Bolsonaro em apenas 2 anos de governo impõem novos desafios à democracia e à atuação do campo progressista. É urgente a ampliação do diálogo e a construção de uma aliança com todas as forças políticas dispostas a somar esforços na luta contra o bolsonarismo. É hora de colocarmos nossas divergências em segundo plano para resgatarmos o país do caos e protegermos a vida dos brasileiros. As eleições de 2022 serão um plebiscito sobre se a Constituição de 1988 ainda valerá no Brasil. Por isso nós democratas não temos o direito de errar: do outro lado está a barbárie da fome, morte e devastação. ⠀

Seguirei me dedicando à construção de pontes, reafirmando o valor do diálogo e o papel da política como meio de resolvermos pacificamente os problemas do país. Nosso dever histórico é derrotar Bolsonaro nas urnas e o bolsonarismo enquanto projeto de sociedade. Sei que o PSOL e eu estaremos do mesmo lado para cumprir essa tarefa.

Redação

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