A ferrovia Oeste-Leste

– FAZENDO HISTÓRIA

A data da assinatura da ordem de serviço pelo (na época) Presidente Lula e pelo Governador (agora reeleito) Jaques Wagner, 10 de dezembro de 2010, por si só já é motivo de grande expectativa, tanto pela contribuição para a competitividade de vários estados quanto pelos 67 mil empregos diretos e indiretos que gerará. Uma curiosidade levantada pelo Prefeito de Ilhéus, Newton Lima, no entanto, constitui a “cereja do bolo” em uma história que tem tudo para dar certo: há exatos cem anos, na mesma Ilhéus que serviu de palco para o evento que reuniu estas autoridades por ocasião da Oeste-Leste, era inaugurada outra ferrovia, que deu grande impulso para a região. Parece uma cena saída do filme De volta para o futuro, mas é um recado claro dos caminhos de ferro: de volta para o futuro sim, e de volta para ficar.

http://www.youtube.com/watch?v=HyR0yYHuRb4

EM ORDEM DE MARCHA

Lançamento do edital para licitação dos 14 lotes da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), em 16 de dezembro, consolida um passo importante nos mais de 100 anos do ferroviarismo baiano. Com previsão de entrega total no final do ano de 2012, a ferrovia proporcionará a interligação do estado, fomentará indústrias em expansão e proporcionará o resgate da produção de comunidades que há alguns anos vêm apresentando um declínio sensível em suas atividades comerciais.

“Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem.” É nas palavras de um baiano que moram as rimas mais adequadas para iniciar esta reportagem sobre o importante anúncio de que o Caminho de Ferro Oeste-Leste sairá do papel no estado da Bahia. A primeira frase da música “O trem das 7”, do Maluco Beleza, pinta com suas letras um quadro familiar a muitos cidadãos, que, por opção ou falta dela, depositaram nos milhares de cavalos das locomotivas suas saudades, esperanças e, por que não, economias.

Foi no gigantismo e força das locomotivas que, em um primeiro momento, o Brasil se apoiou para interiorizar sua soberania, lançando as bases para os ciclos econômicos que viriam. A visão romântica das ferrovias, nostálgica para alguns, obsoleta para outros, cobra seu preço em nossa matriz de transportes. Saem as caldeiras a vapor, entram os cálculos sobre conciliações de descargas, TKUs e palavrões como “intermodalidade” e até mesmo “intramodalidade”. Vivemos o ressurgimento do modal, com fortes investimentos tanto da iniciativa privada quanto dos governos. A “fênix” ressurgiu da fuligem do carvão para, com efeito, retomar sua posição de eficiência e alternativa lógica para os granéis e imensos volumes que hoje abarrotam nossas estradas.

É neste ponto que a aguardada Oeste-Leste transforma-se em exemplo eloquente desta retomada. Do Tocantins (Figueirópolis) até a Bahia (Ilhéus), serão 1,4 mil km e estimados R$ 6 bilhões apenas no trecho baiano, que interligarão os dois estados, pelo cruzamento com a Norte-Sul, com São Paulo e Pará. A ferrovia atravessará 32 municípios, riscando o mapa do estado de ponta a ponta. Desenvolvido pela Valec Engenharia Construções e Ferrovias S.A., o projeto foi dividido em três etapas. A primeira, com 530 km, fará a ligação de Ilhéus a Caetité; a subsequente, com 413 km, levará de Caetité a São Desidério; e a terceira e última, daí até Figueirópolis, perfazendo 547 km.

Ao que tudo indica, o dinamismo que se pretende não deverá encontrar percalços com licenças ambientais: “A Valec tem atendido todas as exigências ambientais feitas pelo Ibama. Com a licença em mãos e a ordem de serviço assinada pelo Presidente, podemos colocar as máquinas para funcionar”, afirmou José Francisco das Neves, Presidente da Valec.

rodoviasevias

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