O interesse das grandes corporações financeiras internacionais em aproveitar o liberalismo no Brasil por conta dos juros cobrados e a grande margem de lucro gerada em operações como concessão de crédito e exportações.
Em entrevista exclusiva ao programa TV GGN 20 horas, o professor Ladislau Dowbor cita como exemplo a exportação de bens primários, segmento dominado por grupos como o conglomerado financeiro norte-americano BlackRock – que gera dividendos e lucratividade em detrimento ao mercado doméstico.
“O Brasil, que é um dos maiores produtores de alimentos no mundo, tem hoje 116 milhões de pessoas em insegurança alimentar e 19 milhões de pessoas passando fome porque rende mais para esses grupos vender no mercado internacional do que vender no mercado interno”, afirma Dowbor aos jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler.
No caso brasileiro, a isenção tarifária proposta pela lei Kandir é outro atrativo para os exportadores, assim como a recente desvalorização da moeda.
“Hoje (a cotação do dólar) está na faixa de R$ 5- na fase Lula o cara exportava o equivalente a US$ 1 e recebia R$ 2,50 do Banco Central. Hoje ele recebe o dobro”, explica Dowbor. “Então tanto pela lei Kandir, com o imposto, como pela taxa de câmbio, vale mais exportar. Resultado: um dos maiores produtores de alimentos do mundo tem essa massa de gente passando fome”.
E como o país possui alimentos para saciar a fome da população, mas o governo federal não toma atitudes para lidar com tal quadro, Dowbor cita a Constituição e afirma que o quadro é de “prevaricação”.
“Nós temos os alimentos, e não se assegura. Dos quase 20 milhões de pessoas passando fome direto, um quarto são crianças. São cinco milhões de crianças passando fome, e você afeta o desenvolvimento cerebral delas, você estrepa a vida deles. Isso é absolutamente revoltante”, diz Ladislau Dowbor.
Veja mais a respeito do tema na entrevista com o professor Ladislau Dowbor, disponível na íntegra do TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!
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