Câmbio e isenção tributária favorece exportação e aumenta fome

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em entrevista exclusiva, Ladislau Dowbor destaca papel dos traders e aponta prevaricação federal por não garantir comida a crianças

Ladislau Dowbor, economista e professor titular de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Foto: dowbor.org

O interesse das grandes corporações financeiras internacionais em aproveitar o liberalismo no Brasil por conta dos juros cobrados e a grande margem de lucro gerada em operações como concessão de crédito e exportações.

Em entrevista exclusiva ao programa TV GGN 20 horas, o professor Ladislau Dowbor cita como exemplo a exportação de bens primários, segmento dominado por grupos como o conglomerado financeiro norte-americano BlackRock – que gera dividendos e lucratividade em detrimento ao mercado doméstico.

“O Brasil, que é um dos maiores produtores de alimentos no mundo, tem hoje 116 milhões de pessoas em insegurança alimentar e 19 milhões de pessoas passando fome porque rende mais para esses grupos vender no mercado internacional do que vender no mercado interno”, afirma Dowbor aos jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler.

No caso brasileiro, a isenção tarifária proposta pela lei Kandir é outro atrativo para os exportadores, assim como a recente desvalorização da moeda.

“Hoje (a cotação do dólar) está na faixa de R$ 5- na fase Lula o cara exportava o equivalente a US$ 1 e recebia R$ 2,50 do Banco Central. Hoje ele recebe o dobro”, explica Dowbor. “Então tanto pela lei Kandir, com o imposto, como pela taxa de câmbio, vale mais exportar. Resultado: um dos maiores produtores de alimentos do mundo tem essa massa de gente passando fome”.

E como o país possui alimentos para saciar a fome da população, mas o governo federal não toma atitudes para lidar com tal quadro, Dowbor cita a Constituição e afirma que o quadro é de “prevaricação”.

“Nós temos os alimentos, e não se assegura. Dos quase 20 milhões de pessoas passando fome direto, um quarto são crianças. São cinco milhões de crianças passando fome, e você afeta o desenvolvimento cerebral delas, você estrepa a vida deles. Isso é absolutamente revoltante”, diz Ladislau Dowbor.

Veja mais a respeito do tema na entrevista com o professor Ladislau Dowbor, disponível na íntegra do TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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