Confiança empresarial perde força após quatro altas consecutivas

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Índice mantém a tendência de alta; segundo FGV, queda no mês de julho é suave demais para apontar mudança de trajetória

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,3 ponto em julho, para 98,5 pontos, após quatro altas consecutivas, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador mantém a tendência ascendente.

A desaceleração foi afetada pela piora das expectativas em relação aos meses seguintes: o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 0,3 ponto, para 100,3 pontos, maior nível desde agosto de 2021 (100,5 pts.), enquanto o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 2,1 pontos, para 97,6 pontos, atingindo seu menor nível desde abril deste ano (94,4 pts.).

Em julho, a confiança caiu em todos os setores que integram o ICE, exceto no setor de Serviços que manteve a boa fase com alta de dois pontos da confiança. Na Indústria de Transformação e na Construção, a queda da confiança foi influenciada por uma piora significativa das expectativas, enquanto no Comércio as avaliações foram menos favoráveis nas duas dimensões temporais da pesquisa.

Com os resultados setoriais de julho, esta é a primeira vez que Serviços registra o maior nível de confiança entre os setores, desde maio de 2012.

Em julho, a confiança empresarial subiu em 59% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma menor disseminação em relação aos 63% do mês passado. O setor de Serviços foi o único a registrar melhora no mês.

“A queda do ICE em julho é suave demais para sinalizar uma mudança na tendência de alta iniciada em março. Mas, enquanto o ritmo de atividade corrente parece inalterado no mês, a piora das expectativas nos quesitos que miram os seis meses seguintes sugere preocupação das empresas com uma possível desaceleração no último trimestre do ano”, diz Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE, em nota.

“Entre os fatores que podem estar influenciando nesta cautela estão o aperto monetário interno, as perspectivas de desaceleração da economia mundial e a baixa confiança do consumidor. No sentido contrário à média, o Setor de Serviços continua mostrando pujança e atinge o maior nível de confiança dos quatro grandes segmentos pesquisados, algo que não ocorria desde maio de 2012”, ressalta Campelo Jr.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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