
Nos anos 90, em vários momentos, com o país praticamente sem reservas cambiais, o Banco Central segurou as ondas especulativas com o dólar. Na mesa de pôquer do mercado, o BC é o único jogador que sabe as cartas de cada um. Com pouquíssimos recursos – e com um operador admirável, Emílio Garofalo – conseguia segurar a horda de especuladores que assaltava o país.
Ontem e hoje, dispondo de todas as informações, e com 350 bilhões de dólares em reservas cambiais, o BC assistiu impassível o jogo previsível de especulação, que deixou o país no corner.
Ex-operador do mercado, professor de Economia, Manfred Back viu assim o movimento do dólar ontem, antes da fala de Fernando Haddad, e hoje, após a fala.
Constata ele que o pacote nada tem de extraordinário. O dado extraordinário é a ingenuidade da área econômica em tratar com o mercado.
“Bravata com juros e o mercado financeiro, só xingamento de arquibancada, de prático, o que fez para regular e combater a especulação? Nada! Pergunto: o Brasil tem autoridade monetária? Se tem onde está? Deixou os caras daqui soltos, armaram um corner via mercado futuro, jogaram os ingênuos contra a parede”.
”A turma aqui vive na macro da banca de tcc”, continua ele, “menospreza a capacidade e poder do mercado financeiro. Ontem subiu juros e câmbio,e agora de manhã idem… onde vão explicar? Com os manuais?”
O mercado veio montando posição no futuro há quase dois meses, sem ser incomodado, parte do dinheiro de brasileiros no exterior, entrando via fundos pelos Anexos 4 e 5. Pior: tudo controlado pelo Banco Central
Ontem, às 13 horas, quando estava tudo calmo, o JP Morgan deu o apito de cachorro: vendam o Brasil! Mas o BC de Roberto Campos Neto e a área econômica ainda estão presos aos anos 90, período de ataques especulativos de efeito dominó – com o câmbio sendo influenciado pela saída de dólares.
Agora, todo o movimento do câmbio se dá sem saída de dólares. O mercado financeiro destrói qualquer modelo e teoria, continua ele, planeja um ataque especulativo silencioso… E o BC de Campos Neto só fala em pix.
O BC deveria ter entrado, feito leilão de swap, exigindo depósito à vista para operar dólar futuro. Essa estratégia já foi adotada antes, quando havia autoridade monetária, obrigando os especuladores a zerar contratos e a ter prejuízos, reduzindo a volatilidade.
Mas nada foi feito. E a ignorância geral reduz tudo a um problema de comunicação, jogando o erro para cima do governo – não das jogadas de mercado. O erro do governo foi não existir autoridade monetária.
Leia também:
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
E Campos… é empregado de quem? Ele não é da turma do Armínio, o que acendeu o estopim da crise mundial de 1998, depois de repassar informações da Indonésia?
A equipe econômica, ingênua ou não, não tem nada a ver com isso. Se fossem todos espertos também não tirariam o Campos Neto de lá. É a mesma coisa com o arcabouço fiscal e o congresso. Não há força política. E se não há força política para ganhar a guerra, vive-se de guerrilha até que o tubarão fique banguela e solte a presa; viva ou morta.
Como alguém já disse aqui, em outra publicação, o chamado “mercado” não obedece a uma lógica de demanda e oferta, mas simplesmente distribui renda de forma arbitrária, remunerando juros sobre juros (alavancagem) e invertendo a dinâmica cambial.
Essa mesma pessoa alertou de forma precisa, não confundir sistemas de crédito, que são salutares ao financismo.
É hora de rasgar os dogmas, e como disse Renato Russo em Geração Coca-Cola: “(…)fazer comédia no cinema com as suas leis(…)”.
Eu não entendo porque o governo não emite moeda e recompra sua própria dívida, e depois, taxa a remessa desse dinheiro que vai para o exterior, ou que vai engordar a banca local.
Daí, é só baixar os juros e fixar o câmbio em um índice que não sobrecarregue os preços internos, mas remunere as exportações.
A falácia do câmbio flutuante só serve a um propósito: fixar que a banca vai ganhar sempre.
Fixa o câmbio e adquire moeda estrangeira com o excedente das emissões, para manter as reservas.
Aqui o Bacen só opera para conter “fuga”, leiloando moeda estrangeira, que acaba indo para o bolso de quem especulou contra a moeda nacional.
O cara ganha na veda, na variação especulativa, e depois recompra a moeda estrangeira mais barato, com os preços abaixados pelo próprio leilão do governo.
Que tal tentar algo diferente? E começar a emitir moeda para comprar a deles?
Completando o raciocínio anterior, eu me assusto com a parcimônia de todos que entendem do assunto, e se dizem comprometidos em buscar soluções, com a fatalidade que se impôs após a década de 80.
Sob o (falso) argumento de que o poder soberano de emitir moeda era uma das fontes do problema inflacionário, retiraram completamente, mesmo sem leis ou tratados sobre o tema, a capacidade dos Estados Nacionais de imprimir seus padrões de troca.
Ok, quem detém a moeda padrão dá as regras, é o que disseram, mas e se os países não detentores dessa moeda se recusarem a aceitá-las?
Uai, então não teria inflação com o fim das emissões (que é a natureza real do termo inflação, inflar de meio circulante e desvalorizar as trocas, porque o detentor do produto “corre” na frente para atualizar seu valor, prevendo que a moeda recebida não vá mais remunerar, no futuro, o valor acertado da troca anterior).
Mas como explicar que mesmo sem emissões os países não detentores da moeda padrão continuem a serem achacados pela ameaça inflacionária?
Ora, é claro que a inflação mudou de nome, e virou: juros!
Ao mesmo tempo, o poder soberano de tributar (outra “heresia” que foi banida da agenda estatal) virou também…juros!
Assim, os juros são, simultaneamente, a corrosão inflacionária e um tipo de “tributo”, um pedágio pago pelas sociedades para poderem entrar no jogo das trocas internacionais.
Como esse mecanismo não é equilibrado (e nunca será, apesar do que dizem), persiste ainda a inflação dos preços, mormente, aqueles administrados e dos produtos exportáveis.
Sem quebrar essa cadeia de eventos, nada feito.
Sem emitir (moeda) e tributar, nada feito.
Não há desconhecimento das práticas de contenção dos abusos do mercado financeiro. Apenas o interesse direto e – será ? – participativo de diversos atores quem conduzem o barco no rumo da especulação. A inação do BC é apenas reflexo das posições do mercado financeiro para lucro rápido e extravagantes.
Outra questão: o Conselho Monetário Nacional existe FORMADO POR MINISTROS DE LULA ? E se existe qual suas funções ?
Todos os bancos centrais do mundo são entidades criadas e/ou controladas pela banca privada. Algumas tem status de autarquia, como o nosso Bacen, outros são descaradamente privados, como o FED (data vênia o finado André Araújo) e o Banco da Inglaterra. Todos, portanto, trabalham (sic) para enriquecer seus proprietários e gigolôs, tal e qual as indústrias e os comércios. Essa fábula de dizer que bancos centrais são órgãos governamentais, e, portanto, trabalham para atender o interesse público é, da mesma forma que a democracia ser o governo do povo, para o povo, e pelo povo, uma fábula. Presidentes não mandam em banqueiros. Bancos e Corporações financiam campanhas de presidentes e políticos em geral. Para quem essa gente trabalha? Precisa desenhar?
Ainda me espanta ver jornalistas do quilate de Nassif classificando essas manobras do mercado financeiro como erros. Sai dessa Nassif, eles manipulam desde os primórdios do império. Chega de tratar bandidos como meros administradores que podem errar.
É um jogo de cena para humilhar e desmoralizar o governo tipo o Lira “EXIGINDO ” q Lula demita o Padilha um jogo baixo egoista e sem noção !!!
Inicialmente concordo com o Anônimo abaixo: se quem pode influenciar câmbio e juros os influencia sempre para “complicar” os índices especialmente quando são anunciadas medidas justas para a maioria, isso tem jeito, gosto, cheiro e tudo o mais de manipulação. A questão que faz permanecer esse domínio quase místico desse povo é também esse jargão fantasioso do economês (inclusive nas colunas)…para “explicar essas abstrações e ficções …tá doido, pior que advogado.
Aguardando ansioso o teste do Galipolo, se vai ter ética e honra de atuar contra a especulação ou se vai ser mais um rato funcionário das ratazanas da Faria Lima
Diga-me com quem andas e lhe direi quem és.
Passarinho que anda com morcego acorda de cabeça para baixo.
Quem anda com porcos farelo come.
Mentira tem perna curta.
Se não queres que saibam, não faça.
Etc, etc, etc.
Mais um dia, mais uma semana, mais um mês se passa e nada do Governo Lula e do PT se pronunciarem sobre a VERGONHIOSA apunhalada e traição que fazem aos aposentados e aposentadas do Brasil. Pelo visto e demonstrado estão se lixando para a falência financeira daqueles que recorrem a justiça para reaver o direito usurpado covardemente pelo STF e que foi baseado na estúpida mentira alarmista de um possível rombo de R$480 bilhões de reais, quando não chega nem a R$4 bilhões fracionados em 10 anos. Sem se darem ao trabalho de checar as informações, o STF referendou a quebra de contrato e dos direitos, que gerou cerca de um pouco mais de 102.000 processos. Por outro lado, enquanto enterram os aposentados e as aposentadas vivos, defendendo a Fake News do INSS, se mostram como se estivessem covardes, medrosos e submissos aos bilhões e bilhões que o mercado ganha no grito, com a conivente omissão na subida estratosférica do dólar. Não movem um dedo de coragem para cobrar a astronômica divida de mais de R$ 153 bilhões de reais (https://www.gov.br/pgfn/pt-br/assuntos/divida-ativa-da-uniao/divida-ativa-previdenciaria/500-maiores-devedores-previdenciarios-versao-59-0.pdf).
Será que estariam amancebados com o mercado? Com más companhias? Com morcegos? Com os porcos? que pensam que ninguém saberá do adultério apunhalante? Que ninguém dirá no que indicam que se tornara? Se tudo se confirmar, possivelmente Elon Musk acertará na previsão de que serão derrotados nas próximas eleições. Seja quem for o adversário, a convocação ao troco será a nossa bandeira contra quem caminha para o desrespeito, para a consumação da traição, para a indiferença com a legalidade e a insegurança jurídica. A forte impressão que registram flagrantemente é tudo pela união com os oportunistas infiéis que poderão trabalhar para tentar ajudar no acumulo do poder e nada para os trouxas de sempre, que cumprem seus deveres, pagam suas contas e colaboram que que cada arrecadação mensal bata recorde em cima de recorde, e de mais e mais recorde. Tudo acima de 170, 180, 200 bilhões e o escambau, mês a mês. E o responsável por toda essa horda de irresponsabilidade e apunhalada traição são a fabulosa e tenebrosa fortuna de um pouco menos de R$4 bilhões de reais.
Prabéns Lula, PT INSS e STF 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Tô no mercado financeiro desde de 2016 e concordo plenamente vi o Fernando Enrique chorar na mão dele e ele achar quê foi foi outra coisa na economia vim o Trump ser incomodado por eles ele conseguiu trocar a narrativa deles ressuscitando uma narrativa antiga. Falta alguém que saiba combater narrativas com narrativas.
Tudo isso só acontece porque o governo gasta mais além do que tem.(como o viciado que tá sempre pedindo mais) e o tal mercado não tem nada a ver com isso.
O dia em que as contas públicas não forem história pra boi dormir o tal mercado não teria tanta coragem em alavancar juros,títulos,dólar ouro etc.
Os chamados economistas neo-liberais, se acreditam em divindades, é por deficiência cognitiva e se acreditam nas teorias econômicas que pregam, é por deficiência moral.
Não há recurso suficiente quando o governo não tem um pingo de responsabilidade para com o dinheiro do contribuinte.
Coloque na balança todas as lambanças do governo, é fácil colocar a culpa no feriado americano, no BC, no Pedro ou na Maria, agora compreender que não temos um economista no Ministerio da Fazenda e que o poder executivo só tem um interesse arrecadar mais e gastar mais, poucos entendem. Governo irresponsável e incompetente é disso que se trata.