Jornal GGN – Os custos da indústria brasileira não param de subir: indicador de custos apurado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) avançou 2,9% no terceiro trimestre deste ano em relação ao segundo trimestre, em seu quarto trimestre consecutivo de alta. Na comparação com o terceiro trimestre de 2014, os custos industriais subiram 11%, muito acima do aumento de 7,6% nos preços dos produtos manufaturados, o que reduziu a margem de lucro das empresas.
“Nos últimos quatro trimestres, o aumento dos custos industriais vem sendo superior ao dos preços dos produtos manufaturados, o que indica uma perda de margem de lucro das empresas. Isso é uma consequência da crise econômica, que reduz a demanda, impedindo o repasse do aumento de custos para os preços”, diz a CNI.
Os custos industriais são formados por: custos com capital de giro, custos com tributos e custos de produção. Com o aumento dos juros, os custos com capital de giro subiram 9,5% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre. “No entanto, o baixo peso relativo desse componente faz com que ele seja responsável por apenas 0,3 ponto percentual do aumento de 2,9% nos custos industriais”, pondera a pesquisa.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, os custos com capital de giro aumentaram 21,8%. O custo tributário teve aumento de 0,2% na comparação com o segundo trimestre e de 2,3% frente ao terceiro trimestre de 2014.
De acordo com o estudo, os custos de produção, que incluem as despesas com bens intermediários, com pessoal e energia, subiram 3,3% no terceiro trimestre frente ao segundo e registram uma alta de 12,8% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. Esse aumento foi puxado, especialmente, pelo crescimento do custo com bens intermediários (insumos e matérias-primas) importados.
Com a desvalorização do real frente ao dólar, o custo com bens intermediários importados subiu 11,4% no terceiro trimestre frente ao período imediatamente anterior. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o aumento foi de 46,4%.
Os custos de produção também foram pressionados pela energia, cuja alta no terceiro trimestre foi de 0,9% em relação ao segundo trimestre. Na comparação com 2014, os custos com energia subiram 43,9%. Os custos com pessoal tiveram expansão de 2,2% frente ao segundo trimestre e registraram alta de 9,1% frente ao mesmo período do ano passado.

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