Dados de emprego em processo gradual de recuperação

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O índice de desemprego medido pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua atingiu o menor patamar da série histórica iniciada em 2012, mas uma análise mais aprofundada mostra que ainda existe espaço para melhora.

Os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e trabalhados pelo Jornal GGN mostram que a população atualmente em idade de trabalho aumentou 0,8% (1,468 milhão) no comparativo com o segundo trimestre de 2023, chegando a 176,202 milhões de pessoas.

Desse total, 109,461 milhões de pessoas estão na força de trabalho, um crescimento de 1,5% (1,596 milhão) na comparação com o segundo trimestre do ano passado.

Ao mesmo tempo, 7,431 milhões de pessoas formam a força de trabalho desocupada, 12,8% (ou 1,089 milhão) abaixo do visto no ano anterior.

Somado ao total de pessoas que estão fora da força de trabalho (66,741 milhões), o total de cidadãos que não estão trabalhando é de 74,172 milhões de pessoas, 1,6% (ou 1,218 milhão) abaixo do montante visto em 2023.

Desalentados e subutilizados

Os dados do IBGE também destacam a redução no total de trabalhadores desalentados e subutilizados no mercado de trabalho: após o pico de 23,2% no período agosto/outubro de 2022, o percentual apurado tem desacelerado ao longo dos anos e encerrou o trimestre maio/julho de 2024 abaixo dos 20%, ficando em 19,1%.

Ao se verificar a série histórica entre o total de desempregados e a população economicamente ativa (PEA), o impacto da pandemia de covid-19 no mercado de trabalho é evidente quando se vê a queda brusca na PEA e o aumento de desempregados no período maio/junho/julho de 2020.

A recuperação só começou a mostrar mais intensidade a partir do primeiro trimestre de 2023.

Serviço público e comércio como maiores empregadores

O comércio e o serviço público (administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais) são os principais empregadores do mercado de trabalho nacional.

No trimestre maio/julho de 2024, o comércio (considerando reparação de motocicletas e veículos automotores) empregava 19,346 milhões de pessoas, acima dos 18,864 milhões vistos no mesmo período de 2023.

Já o serviço público contabilizava 18,638 milhões de trabalhadores, pouco acima dos 17,984 milhões apurados no mesmo período de 2023.

Outros setores com números expressivos de trabalhadores são a indústria (12,945 milhões); informação, comunicação e atividades financeiras (12,925 milhões) e o setor de construção (7,5 milhões).

Contudo, dois setores reduziram seu contingente de trabalhadores no período: agricultura (redução de 364 mil, para 8,004 milhões) e serviços domésticos (-27 mil, para 5,880 milhões).

Pode-se considerar a sazonalidade da safra de importantes culturas e a revisão de gastos das famílias como fatores preponderantes para tal ajuste. Veja mais no gráfico abaixo.

Rendimento em recuperação

O rendimento médio real das pessoas ocupadas no trimestre fechado em julho foi de R$ 3.206, com estabilidade frente ao trimestre móvel anterior e alta de 4,8% na comparação anual.

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 322,4 bilhões, mostrando altas de 1,9% no trimestre e de 7,9% na comparação anual.

O gráfico abaixo mostra que o rendimento tem melhorado desde o trimestre novembro/dezembro/janeiro de 2022, o que coincide com a retomada das atividades após a pandemia de covid-19.

Ao mesmo tempo, é possível verificar que o indicador de rendimento em 2024 chegou a se aproximar do auge visto em 2020 – quando iniciou o ciclo de queda que teve como menor indicativo o valor pago no trimestre setembro/outubro/novembro de 2021.

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1 Comentário

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  1. É um sinal importante de que existe um desejo de subida por parte de trabalhadores e empresas. Todos almejam dias melhores, perspectivas futuras melhores. Na economia uma coisa vai influenciando outra, algo se move e faz com que desperte reações de outras partes. Não dá pra achar que se está num céu de brigadeiro, mas existe motivação no País. Produzir aos investidores razões para buscar opções de investimento, diminuindo a sedução pelos investimentos financeiros é uma alternativa que deve ser buscada. Acreditar que o País pode oferecer bons ganhos.

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