
A taxa de desemprego para o trimestre encerrado em fevereiro subiu de 6,1% em janeiro para 6,8%, seu valor mais baixo entre os trimestres fechados no mês desde 2014, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A população ocupada do país recuou 1,2% frente ao trimestre anterior, chegando a um total de 102,7 milhões de trabalhadores. Contudo, esse contingente ainda está 2,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Embora a população desocupada tenha aumentado 10,4% frente ao trimestre anterior, para um total de 7,5 milhões de pessoas, tal contingente está 12,5% menor que o registrado no mesmo trimestre de 2024. Tal comportamento é sazonal, diante da tendência de aumento na busca por trabalho durante os primeiros meses do ano.
Recorde de trabalhadores com carteira assinada
Segundo os dados divulgados, o total de trabalhadores no setor privado com carteira de trabalho registrada atingiu novo recorde da série histórica iniciada em 2012, para um total de 39,6 milhões.
Houve alta nas duas comparações da pesquisa: 1,1% (ou mais 421 mil pessoas com carteira assinada) no trimestre e 4,1% (ou mais 1,6 milhão de trabalhadores) no ano. Tal resultado está diretamente ligado à manutenção das contratações no comércio.
Já o número de empregados sem carteira no setor privado totalizou 13,5 milhões, queda de 6% no trimestre e estável no ano. O número de empregados no setor público (12,4 milhões) recuou 3,9% no trimestre e subiu 2,8% no ano.
Enquanto isso, o contingente de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 1,7% no ano.
Segundo o IBGE, a taxa de informalidade caiu para 38,1% da população ocupada (ou 39,1 milhões de trabalhadores informais) contra 38,7% no trimestre encerrado em novembro de 2024 e, igualmente, 38,7% no trimestre encerrado em fevereiro de 2024.
Construção e Administração Pública puxam recuo
Nenhuma atividade econômica aumentou seu contingente de trabalhadores frente ao trimestre anterior, e três deles tiveram reduções no seu número de ocupados: Construção (-4,0%, ou menos 310 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,5%, ou menos 468 mil pessoas) e Serviços domésticos (-4,8%, ou menos 290 mil pessoas).
Outros quatro segmentos econômicos aumentaram sua população ocupada na comparação com o mesmo período de 2024: Indústria Geral (3,2%, ou mais 409 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,6%, ou mais 690 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,5%, ou mais 447 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,1%, ou mais 717 mil pessoas).
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A positividade dos dados de trabalho e emprego, que expressam marcas de uma continuada recuperação dos níveis de ocupação, realçam a ideia de haver pouca eficiência no aumento dos juros. Isso irá surtar alguma efeito quando travar boa parte das atividades da economia. Em maior ou menor grau existe um repasse para enfrentar alguma mudança no volume da atividade. O que é mais afetado são ações de longo e médio prazos. O número da construção civil dá um exemplo, pois é diretamente atingido com o adiantamento nos vários tipos de serviços atendidos por ele. Apesar de apresentar redução de mais de 300 mil empregos,, outras atividades formais ou informais repuseram acima esses postos. Mesmo que o Banco Central tenha constatado uma queda na atividade econômica, até baixando a previsão de crescimento para o PIB, qual o efeito sobre a inflação. É preciso melhorar a leitura do que é analisado para essas decisões sobre a política monetária. Há um custo ao País derivado à partir das decisões que não pode ser ignorado.