Aneel projeta conta de luz 21% mais cara em 2022

Documento interno mostra que rombo gerado pela crise hídrica pode chegar a R$ 13 bi até abril, sem contar conta da importação de energia

Marcello Casal Jr – Agência Brasil

Jornal GGN – O consumidor deve se preparar para uma nova pancada no orçamento: documentos do governo Bolsonaro e do setor elétrico projetam um reajuste acima de 20% para as tarifas em 2022.

“Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%”, diz documento interno da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Considerando os dados da autarquia, o reajuste esperado para a conta de luz ao consumidor final no próximo ano é praticamente o triplo do registrado em 2021, que deve chegar a 7,04%. Em 2020, o aumento médio ficou em 3,25%.

Além disso, o documento deixou claro que nem mesmo as “bandeiras tarifárias” estão sendo suficientes para cobrir os custos extras, gerados pelo acionamento das usinas térmicas.

Com isso, o rombo financeiro projetado pela área técnica da Aneel chega a R$ 13 bilhões até abril de 2022, em um prognóstico otimista e descontado o prognóstico de alta da arrecadação da receita gerada pela bandeira tarifária escassez hídrica.

Custos embutidos na conta

Ao mesmo tempo, tudo indica que o consumidor também deve pagar as contratações “simplificadas” de energia que o governo federal realizou em outubro – um valor estimado em mais de R$ 9 bilhões.

Em seguida, outro item que adiciona custos à conta do consumidor é o aumento de importação de energia, por meio dos contratos fechados com Argentina e Uruguai.

Neste caso, os reajustes são feitos anualmente pela ANEEL, tomando por base os custos de cada distribuidora de energia do país – fazendo com o que o percentual de aumento seja diferente entre Estados.

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Redação

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