Jornal GGN – O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira que o Auxílio Brasil, programa social que o presidente Jair Bolsonaro pretende usar como marca nas eleições 2022, ainda não possui fonte permanente de custeio.
Em evento online promovido pelo Itaú BBA, o Itaú Macro Vision 2021, Guedes afirmou que o valor inicial proposto para o Auxílio Brasil era de R$ 300, o que ficaria dentro do teto de gastos e seria financiado pelos recursos gerados pelas mudanças no Imposto de Renda (IR).
“Embaixo da lei de responsabilidade fiscal, dentro do teto e com a fonte que seria o IR. Bloquearam o IR, ele foi aprovado na Câmara [dos Deputados], não avançou ainda no Senado”, disse o ministro, segundo a Agência Brasil.
“Sem a fonte, isso não permite a criação de um programa permanente, então nós fomos empurrados para um programa transitório”, afirmou o ministro da Economia.
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Guedes tira o corpo sobre teto de gastos
Além de estar parado no Senado, Guedes também citou o presidente Jair Bolsonaro, que aumentou o valor pago em R$ 100. E, em sua fala, deixou claro que o programa social não é permanente.
“Houve a questão da sensibilidade social, que é aquele negócio ‘vamos dar então 400 [reais]’, já que não é permanente, dá um pouco mais”, afirmou Guedes.
“Passamos seis, sete meses falando que as pessoas estavam comendo ossos, que era uma fome generalizada, que as pessoas estavam desamparadas, a pressão política foi imensa em cima da economia”, acrescentou.
Guedes também afirmou que não partiu dele a ideia de ampliar o teto de gastos para garantir recursos para o financiamento do Auxílio Brasil.
“A economia queria fazer R$ 300 dentro do orçamento, tudo certinho. A [ala] política pressionando R$ 600. O presidente cortou ali e falou R$ 400”, explicou o ministro.
“Nem os R$ 600, nem os R$ 300, vamos criar um programa transitório. Eu alertei à época dizendo o seguinte ‘isso vai ser fora do teto’”, disse.
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