A saída do Magazine Luíza para driblar a crise, por Ambar

Se o Magazine Luiza mantiver a pessoalidade, um atendimento de vendas e solução de pendências por telefone, deverá vencer o Mercado Livre.

A saída do Magazine Luíza para driblar a crise, por Ambar

Comentário ao post “O desastre das empresas de varejo, por Luis Nassif

Parece mais uma lição que o capital nacional tem que aprender com o capital internacional quando ele se volta para a produção. O sistema do mercado livre monopoliza toda a comercialização e a produção e a redistribui, eliminando o comércio intermediário. Fecha as lojinhas as lojas e os lojões, despe os shopping centers e imobilizam o consumidor. O consumidor não tem acesso nem ao fabricante nem ao vendedor, somente o intermediário é quem negocia e tem os maiores lucros, de tal sorte que ele garante economicamente tanto o vendedor quanto o comprador, oferecendo crédito.

O Magazine Luiza já percebeu isso, e se tiver juízo, vai agir do mesmo modo oferecendo crédito nas duas (talvez até já o venha fazendo), com a vantagem de manter as suas lojas abertas, eliminando assim, o maior inimigo que o mercado livre enfrenta, que é a impessoalidade.

Se o Magazine Luiza mantiver a pessoalidade, isso é, um local onde o cliente possa ter contato físico com a empresa com a qual negocia, um atendimento de vendas e solução de pendências por telefone, como já o faz, e uma rede de colaboradores confiáveis, deverá vencer o Mercado Livre.

É claro que se tivesse um sistema de entregas como tem o Mercado Livre, dependente totalmente dos correios, também funcionaria, mas isso pode ser resolvido com a manutenção das lojas de varejo.

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4 Comentários

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  1. O forte da Magazine Luiza é justamente a rede de logística que criou. Não à toa tinha tanto interesse nas privatização dos Correios. Quem já visitou o site da Magalu já percebeu q a maioria dos produtos são de outras lojas que usam seu serviços principalmente para distribuição, pois sem essa última, não conseguem ter preço concorrencial. Não obstante, desde o golpe e o Covid, essas empresas de varejo lucram horrores, fagocitaram as empresas pequenas e médias junto com seus mercados. E com a hiper-exploração da mão de obra, transformaram o seu maior custo (funcionários) em uma mão de obra baratíssima. Para elas, 30% da população brasileira, classe média, é mercado mais que suficiente, enquanto os outros 70% da população se torna mão de obra barata e reserva para manter o preço do trabalhador baixo. Basta ver a lista da Forbes do último ano, em que Magazine Luiza, Véio da Havam e outros, estão acima do rank 10 do mais ricos. Além do mais, a Magalu investiu pesado na compra de sites e empresas da internet, um dos exemplo é o Jovem Nerd. Viaja não!

  2. Comparativamente ao Mercado Livre, o Magazine Luiza poderia aproveitar-se de um visual mais limpo e organizado na oferta de seus produtos e numa diversificação mais clara na oferta de seus produtos. O cliente só vai saber que o Magazine Luiza tem tanta oferta de mercadorias quanto o Mercado Livre quando se arrisca a abrir uma de suas opções na lapela de “todos os departamentos”. É seu visual poluido e a oferta indiscriminada de produtos aleatórios que o coloca em desvantagem diante do Mercado Livre. No mais, a Magalu tem a confiabilidade e a pessoalidade que o mercado brasileiro aprecia. Não há nada mais desgastante do que não saber com quem se negocia, a quem se procura numa dúvida ou, principalmente a quem recorrer quando uma empresa fica com o seu dinheiro, como no caso do Mercado Livre, não entrega a sua mercadoria, e não tem uma pessoa viva para responder aos seus questionamentos. Sequer um endereço físico está disponível no Mercado Livre.

  3. O mesmo se diga das Lojas Americanas, Carrefour e Submarino. As mais renitentes: Lojas Marabraz, Extra (que parece agonizar) Casas Bahia, caminham para o fim se não fizerem o mesmo. A pandemia foi um divisor de águas na organização do consumo, na medida em que as pessoas, mesmo confinadas, eram obrigadas a comprar. As grandes empresas tiveram que investir na impessoalidade e na logística para manter o mercado aquecido, os consumidores satisfeitos e a economia em movimento, com isso perceberam que podiam economizar custos, fechando lojas, dispensando mão de obra e queimando uma das principais etapas entre a produção e o consumo. Não será mantendo enormes depósitos e entregadores escravizados, entretanto, que esse tipo de negócio se manterá por muito tempo. Luiza Trajano, mesmo antes da pandemia, já em meio a crise econômica, convocou muitos pequenos lojistas e até fabricantes para serem parceiros. Ofereceu espaço para comercialização, créditos e mesmo emprego para vendedores pela internet. Todo o vendedor, por pequeno que fosse, poderia ser credenciado para vender mercadoria pelo Magazine Luiza. Não se vá dizer que ela não se importa. Lojas grandes como a Mobly, por exemplo, que tinham próprio site, comercialização e entrega própria, hoje são parceiras do Magazine Luiza. Seria, por outro lado, injusto acusar o Magazine Luiza de querer locupletar-se com a compra dos Correios, quando um dos principais usuários dos correios, no país inteiro, é o Mercado Livre. É claro que a compra dos correios para o Magalu seria o xeque mate, porém, não se admita, nem de longe, a comercialização de uma empresa que a tão duras penas, e por tanto tempo, tornou-se uma das mais competentes do país.

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