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Ao contrário da expectativa de entidades e consultores, que estimavam crescimento de até 9% das vendas, a Black Friday do varejo digital teve o seu pior desempenho dos últimos 12 anos, de acordo com os dados da Confi Neotrust.
O valor das transações em 2021 chegou a R$ 4,7 bilhões, enquanto o volume de vendas deste ano não passou de R$ 3,1 bilhão. Os fatores que explicam o resultado do varejo digital são a deteriorização do poder de compra da população, a falta de perspectiva de melhora de renda no curto prazo e a decisão do consumidor em segurar gastos.
“Não esperávamos isso, as pessoas não consumiram, ainda vivemos um período econômico difícil. E havia uma ansiedade grande nas empresas, todo mundo querendo recuperar um pouco os números do ano”, comentou Matheus Manssur, superintendente comercial de comércio eletrônico na CleasSale ao Valor Econômico.
Efeito Copa
O Mundial de Futebol também impactou o resultado dos grandes varejistas. Apenas a venda de TVs apresentou um resultado positivo ante os demais produtos: o volume de vendas foi de 51% maior em novembro e 31% em outubro.
Para especialistas, a estreia da seleção brasileira na Copa do Catar, na última quinta (24), também prejudicou o varejo, pois provocou a dispersão da atenção dos consumidores. “Mas houve outros efeitos. Apesar das expectativas, o próprio comércio optou pela racionalidade e não criou ofertas e ações de mídia tão fortes. E ainda antecipou promoções para outubro e primeiras semanas de novembro, espalhando a venda”, concluiu Manssur.
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Não teve nenhuma promoção realmente boa. Os lojistas esperavam o que?
Na verdade o que enfraqueceu a Black Friday foi a falta de confiança. Toda a pessoa que tem o hábito de pesquisar antes de uma compra, por menos importante que ela seja, vai concluir que por padrão, as grandes lojas aumentam ou até dobram o preço das mercadorias para depois oferecerem descontos na Black Friday. Assim, para ter um desconto de 50% do dobro do preço de qualquer mercadoria, não será necessário esperar pela Black Friday