No Brasil de Bolsonaro, os mais pobres são os que perdem mais

Levantamento do IPEA mostra que faixa de renda dos mais pobres foi a única que perdeu rendimento durante os três trimestres deste ano

Jornal GGN – A faixa de renda que engloba os brasileiros mais pobres foi a única que perdeu rendimento real nos nove primeiros meses do governo Bolsonaro. Segundo levantamento elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 51,8% dos brasileiros mais pobres não tiveram ou perderam rendimentos durante os três primeiros trimestres deste ano.

O levantamento usa a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a inflação por classe social mensurada pelo próprio Ipea. O cruzamento de tais informações mostra que os rendimentos entre os mais pobres caiu nos dois últimos trimestres: 1,43% e 0,34%, respectivamente. No ano, a queda somada é de 1,67%.

As outras cinco faixas de renda apresentaram melhora em seus dados, com destaque para a classe média da faixa 4, que apresenta rendimento mensal entre R$ 4,1 mil e R$ 8,2 mil por domicílio. Nessa faixa, a alta nos nove primeiros meses do ano foi de 13,1%.

Em entrevista ao portal UOL, a pesquisadora do Ipea e uma das autoras do estudo, Maria Andreia Parente Lameiras, explica que a perda dos mais pobres foi influenciada por dois movimentos distintos: ganhos nominais abaixo das outras faixas de renda, e uma inflação maior do que a de outros níveis de renda. Como a maioria dessa população acaba por trabalhar em vagas de menor qualificação, têm mais dificuldade de recolocação após uma recessão.

Segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente ao mês de novembro, a variação de preços apontou alta de 0,54% para as famílias de renda mais baixa (até R$ 1.643,78 por mês). Entre as famílias de maior poder aquisitivo (renda domiciliar maior que R$ 16.442,40), a alta foi de 0,43% no mesmo mês.

Cerca de 70% da alta inflacionária registrada entre as famílias mais pobres se explica pela variação de preços nos grupos de alimentação e habitação: reajuste de 8,1% nas carnes e 2,2% nas tarifas de energia elétrica (com a mudança da bandeira tarifária de verde para amarela). Os aumentos de 0,78% no preço dos combustíveis, de 4,4% nas passagens aéreas e de 24,4% nos jogos lotéricos foram os que mais pressionaram a inflação nas classes mais altas.

Redação

2 Comentários

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  1. Durante a eleição, o manobrista do prédio onde tenho escritório disse rindo “Jair Bolsonaro vai mudar tudo”. Ontem ao passar por ele fiz o seguinte comentário “A picanha já custa R$ 1200,00 no Supermercado. Seu mito mudou tudo, agora os pobres não comem carne.” Ele ficou triste.

    Quando a tristeza dos pobres virar raiva, esse presidente vagabundo que só cuida dos interesses de um punhado de banqueiros será despedaçado nas ruas. Bolsonaro vai acabar como Mussolini: pendurado de cabeça para baixo recebendo pauladas e cusparadas. Pequena perda, direi.

  2. QUEM MANDA NÃO É BOLSONARO QUEM MANDA É O CONGRESSO CHEIO DE CORRUPTOS QUE SÓ LEGISLAM EM CAUSA PROPRIA. ONDE JA SE VIU UMA JUIZA GANHAR MAIS DE 1 MILHÃO DE REAIS POR MES…E O CONGRESSO GASTAR 12 BILHÕES POR ANO.. E O SALARIO MINIMO SUBIR SÓ 3%… RS 1.033,00 POR MES NÃO DA PARA SUSTENTAR UMA FAMILIA…….E FUNDO PARTIDARIO PRA ELEGER CORRUPOS É DE 4 BILHÕES.

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