“O Brasil não é um país pobre, mas é um país desarrumado”, observa o professor Joaquim Aragão, doutor em Engenharia de Transportes pela Universidade de Dortmund, na Alemanha, convidado do programa TVGGN 20H da última sexta-feira (15).
Aragão falou sobre os corredores econômicos como estratégia de desenvolvimento regional e de financiamento de infraestruturas de transporte, tendo em vista que o país, graças à herança liberal, tem de encarar uma série de fragmentações, entre elas a espacial, política de direitos e sociais.
O agronegócio é um bom exemplo da desorganização estratégica e logística do Brasil, já que os bois chegam a viajar até 800 quilômetros para a produção de carne.
“O que queremos é analisar como dinamizar os novos territórios, territórios de Nordeste, do Norte, do Centro-Oeste”, explica Aragão.
A partir dos corredores econômicos, o pesquisador almeja construir uma nova política voltada para o investimento em infraestrutura, aliado ao desenvolvimento da política regional.
“Queremos que as regiões consigam produzir renda, resultados econômicos e até receitas tributárias”, continua o entrevistado.
Modelo sustentável
Para tornar os corredores econômicos realidade, o projeto tende a formar parcerias com os governos locais, mesmo ciente de que municípios e estados têm limitações para responder por toda a especificidade de infraestrutura nos territórios.
“Temos de entender os territórios para transformá-los em cadeias de negócios.
Muitos investimentos em infraestrutura se pagam, então poderiam até ser tratados de uma forma separada da Lei de Responsabilidade Fiscal. Com isso, vamos criando espaço fiscal para os grandes investimentos de infraestrutura, que sabemos que hoje é escasso”, emenda Aragão.
Outro ponto vital para o projeto é o cuidado com os pequenos produtores, que devem ser integrados ao projeto, a partir, inicialmente, da titulação de terras. “Os municípios têm de correr atrás para titular as terras para os pequenos produtores, pois eles são muito importantes na geração de renda e na geração fiscal. Municípios vivem de ISS”, complementa o docente.
Confira a entrevista na íntegra:
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