Economias da OCDE lutam para restaurar a ordem fiscal
Os formuladores de políticas na maioria das economias da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estão preparando cortes de gastos e aumentos de impostos para restaurar a ordem das finanças públicas golpeadas por uma combinação de anos de gastos excessivos e efeitos da crise econômica mundial. No entanto, fatores políticos, bem como a extensão da consolidação solicitada e respectivos focos em cortar gastos ou aumentar impostos significam que tal processo varia entre os países.
Perspectiva: os países da OCDE enfrentam uma escolha terrível. A deterioração geral das finanças públicas nos últimos anos é insustentável. De um modo geral a consolidação fiscal, com base em cortes de gastos, ao invés de aumentos de impostos, é mais conducente ao crescimento a longo prazo, porque é o mais provável em incentivar o investimento privado. No entanto, cortes de gastos rígidos no momento em que a recuperação parece incrivelmente frágil nas economias avançadas e, com o acúmulo dos temores de recessão duplo mergulho, pode piorar a situação. Cortes de benefícios podem não apenas ter altos custos sociais e gerar instabilidade política, mas também minar o consumo – dificultando o crescimento. Redução das despesas em determinadas áreas, como educação e infra-estrutura, pode significar que o país está em desvantagem no futuro.
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Geithner: impostos para os mais ricos vão subir
Crescimento do Reino Unido salta 1,1%
Para crescer, a Grã-Bretanha deve resolver o déficit de postos de trabalho – David Miliband
Tribunal confirma independência do Kosovo: e agora?
Geithner: impostos para os mais ricos vão subir
O governo Obama deixará que cortes de impostos para os norte-americanos mais ricos expirem no prazo, disse o secretário do Tesouro Timothy Geithner na quinta-feira, estabelecendo o confronto com os republicanos e um pequeno mas ativo grupo de democratas que querem adiar o iminente aumento de impostos. Geithner disse que a Casa Branca permitiria o aumento de impostos sobre os principais ganhadores em 2011, como parte de um esforço para reduzir o déficit orçamentário dos EUA. Ele disse que a Casa Branca planeja estender o prazo de cortes de impostos para os norte-americanos de média e baixa renda, e espera realizar uma ampla revisão do código fiscal no próximo ano.
“Acreditamos ser apropriado deixar os cortes de impostos dos mais afortunados expirarem”, disse Geithner, em um café da manhã com jornalistas. Seus comentários chegam com um número de democratas, entre eles o senador Kent Conrad, de Dakota do Norte, que começaram a concordar com os republicanos e alguns economistas que desejam estender os cortes de impostos da era Bush para todos os escalões, incluindo casais que ganham acima de US$ 250 mil e indivíduos que ganham acima de US$ 200 mil. O senador Joseph Lieberman, um independente de Connecticut, acrescentou sua voz na quinta-feira, dizendo por meio de um porta-voz, que estava “preocupado com o impacto de permitir que os cortes de impostos terminem durante a nossa recuperação econômica muito frágil.”
Geithner disse que há “ainda alguma incerteza sobre o quão forte a recuperação vai ser”, e que pode afetar as decisões de gasto das empresas e indivíduos. Ele não considerou isso uma razão para estender os cortes de impostos nos altos escalões, afirmando que a maioria das previsões privadas mostram crescimento econômico moderado e aumento da confiança do público na recuperação.
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Crescimento do Reino Unido salta 1,1%
A economia britânica cresceu mais rápido do que o esperado, 1,1% no segundo trimestre do ano, segundo dados oficiais. O número – uma estimativa preliminar do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) – foi quase o dobro da taxa de crescimento de 0,6% esperado pelos economistas. Foi a maior expansão trimestral desde 2006, e marcou uma forte aceleração do ritmo de 0,3% de crescimento dos três primeiros meses do ano. Muito do crescimento veio do setor de serviços essenciais.
Dentro do setor dos serviços, que responde por cerca de três quartos da economia do Reino Unido, negócios e finanças registraram sua mais forte expansão em quase três anos, subindo 1,3% no último trimestre. Houve uma grande contribuição da indústria de construção, que cresceu em seu ritmo mais rápido desde 1963, em parte porque o mau tempo no início do ano significou que os construtores recuperaram o atraso no trabalho (de reforma) que deveria ter sido feito na época.
O único setor a registrar queda foi o de transportes e comunicações – recuo de 0,7% no trimestre seguinte ao impacto da nuvem de cinza vulcânica da Islândia em abril. O ONS disse que a última vez que o Reino Unido teve um crescimento de mais 1,1% em qualquer trimestre foi em 1999.
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Para crescer, a Grã-Bretanha deve resolver o déficit de postos de trabalho

David Miliband
Comprometendo-se com a maior redução fiscal da memória viva, a coalizão está se arriscando muito. O primeiro-ministro disse que iria “mudar o nosso modo de vida”. Esse é o problema. Ken Clarke costumava dizer que a boa economia é a boa política. O governo está cometendo um erro. Enquadrar o debate como escolha entre os setores público e privado é certamente uma boa política, mas é má economia. O Orçamento empurrará 600 mil trabalhadores do setor público para o desemprego. Com pesquisas recentes sugerindo a rápida deterioração da confiança empresarial e nenhuma evidência de farra emergente de contratação, as perspectivas de encontrar trabalho no setor privado são sombrias.
A independência do Escritório de Responsabilidade Orçamentária tem sido corretamente posta em questão, um problema que só pode ser endereçado diretamente ao parlamento. Mas até o escritório se juntou ao Fundo Monetário Internacional e economistas do setor privado no rebaixamento das previsões de crescimento do Reino Unido em 2011 para pouco mais de 2%, abaixo da taxa necessária para diminuir o desemprego.
Eu sou um realista econômico. As finanças públicas devem ser direcionadas. Os planos do Partido Trabalhista iriam reduzir pela metade o déficit orçamentário e remover a maior parte do déficit estrutural em quatro anos. É o meio termo sensível, crível, entre os cortes extremos e os gastos descontrolados. Mas as propostas de governo, projetadas sem uma válvula de escape em caso de desaceleração do crescimento, refletem ideologia, e não realismo.
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Tribunal confirma independência do Kosovo: e agora?
Cornetas buzinaram, bandeiras acenaram e brindes foram erguidos em Pristina na quinta-feira, com a notícia de que a declaração de independência do Kosovo em relação à Sérvia, em 2008, foi confirmada pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em Haia. A TIJ, mais alta corte da ONU – ainda que limitada a poderes consultivos -, disse que “nenhuma proibição se aplica” à declaração de independência de um território soberano como o que fez Kosovo em 2008, levando o juiz presidente Hisashi Owada a preceituar que a ação “não viola o direito geral internacional”. A decisão foi saudada como uma reivindicação em Pristina, mas em Belgrado, capital da Sérvia, energicamente rejeitada.
“Este é um grande dia para o Kosovo, e minha mensagem para o governo da Sérvia é que ‘venham conversar conosco'”, disse o ministro das Relações Externas de Kosovo, Skender Hyseni, após deixar o tribunal. Mas a Sérvia insiste que nunca vai reconhecer o que chamou de “declaração unilateral de independência das autoridades de etnia albanesa da nossa província ao sul”. O ministro sérvio das Relações Externas, Vuk Jeremic, teve uma interpretação diferente da decisão, dizendo: “hoje, no tribunal, não ouvimos que alguém tenha o direito de se separar”.
O contraste entre as reações era previsível: o pequeno território litorâneo dos Bálcãs de 2 milhões de habitantes tem sido local de tensão secular entre sérvios e albaneses, que se estendeu significativamente em 1999, quando uma campanha aérea da OTAN impeliu um violento exército sérvio para fora de Kosovo. Apesar de o território ter sido legalmente parte da Sérvia, a maioria étnica albanesa vinha se agitando pela independência, e as autoridades sérvias responderam com uma campanha de limpeza étnica. Após a intervenção da OTAN, Kosovo se tornou um protetorado primeiro da ONU e OTAN, e depois da União Europeia.
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