Para MDIC, crise internacional influenciou superávit modesto

Da EBC
 
MDIC: crise internacional ajudou a deixar superávit modesto
Por Mariana Branco
 
Brasília –  O superávit modesto da balança comercial, que encerrou o ano positivo em US$ 2,561 bilhões, é “conjuntural”, disse hoje (2) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho. Ele tornou a atribuir o resultado à queda na produção e exportações de petróleo. De acordo com o secretário, houve também queda na demanda externa em função da conjuntura internacional de crise. “Sinalizamos que teríamos pequeno superávit, o que se concretiza. Tivemos um ano bastante difícil”, declarou.
 
Godinho reiterou que o governo tem expectativa de aumento da produção de petróleo no país este ano. Segundo ele, para 2014 são esperadas exportações no patamar elevado dos últimos três anos – em 2013, as vendas externas fecharam em US$ 242,1 bilhões, terceiro maior valor da história – e balança superavitária. O secretário, entretanto, não divulgou números.
 
Na avaliação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o desempenho da balança comercial em 2014 dependerá da conta-petróleo, do câmbio, dos preços das commodities e da conjuntura econômica internacional. No caso do petróleo, uma alta na produção deve ser garantida pela retomada da operação de plataformas paradas, entrada em atividade de novas plataformas e exploração do pré-sal. De acordo com Godinho, o precesso de recuperação do combustível deve ter início este ano, mas não há como precisar a velocidade com que se dará.
 

 
O governo também acredita em câmbio mais favorável às exportações em 2014. O secretário de Comércio Exterior destacou que em 2013 o dólar acumulou alta de 15% e fechou em R$ 2,35. Apesar disso, não houve impacto sobre as vendas externas. “[O impacto da alta do dólar] costuma estar concentrado primeiro nas importações de bens de consumo não duráveis. Do lado das exportações, demora mais a ocorrer. O que precisamos é câmbio estável. Assim, o empresário poderá ter previsibilidade para planejar seus negócios e aumentar suas exportações”, destacou.
 
Uma dificuldade que pode afetar as exportações brasileiras em 2014 é a possibilidade de queda dos preços das commodities agrícolas. A previsão do governo e do mercado é aumento da oferta mundial e pressão sobre os preços. Outro fator de preocupação são as incertezas sobre os níveis de recuperação das economias dos Estados Unidos e da União Europeia, parceiros comerciais importantes e que em 2013 compraram menos do Brasil. Godinho ressalta, ainda, a expectativa de crescimento menor da economia chinesa, outro mercado de destaque para os brasileiros.
 
O saldo comercial em 2013 foi o menor superávit registrado desde 2001. O governo também divulgou nesta quinta-feira o resultado das exportações de dezembro. No último mês de 2013, houve superávit de US$ 2,654 bilhões, resultado de US$ 20,8 bilhões em exportações e US$ 18,1 bilhões em exportações.
 
Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Câmbio,petróleo, tarifa de energia elétrica e desoneração fiscal

    Além de melhorar a competitividade das empresas instaladas no Brasil, a correção gradual da taxa de câmbio, também permite anular o atual diferencial de juros, impedindo o carry trade, dando maior previsibilidade aos rumos da taxa de câmbio.

    O Governo da Presidenta Dilma tem realizado uma correção da taxa de Câmbio, sendo 12% em 2011, 10% em 2012, 15% em 2013, ou seja uma correção de 41% com a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional ( CMN ),e mantendo o atual ritmo, teremos uma correção de cerca de 13% em 2014, com o dólar indo para R$ 2,65 no final de 2014.

    A correção gradual da taxa de câmbio, o aumento da produção de petróleo e gás natural, a redução da tarifa de energia elétrica e a desoneração da folha de pagamento deve criar condições para um  aumento das exportações, e para uma substituição de parte das importações, melhorando o saldo da balança comercial em 2014.

    No final de de 2014, a refinaria de Pernambuco deve entrar em operação, o que vai contribuir para uma substituição da importações dos derivados de petróleo, melhorando ainda mais o saldo da balança comercial em 2015.

    As empresas instaladas no Brasil iniciam 2014, com melhores condições de competitividades para exportar e/ou substituir parte das importações, o que deve acelerar o ritmo de crescimento do PIB nos próximos trimestres.
     

  2. Quando o Brasil crescia

    Quando o Brasil crescia (mesmo abaixo da média mundial, dos BRICS e da América Latina) a “culpa” não era da conjuntura internacional, era tudo mérito do PT.

    Desavergonhados!!!!

  3. Conta Petróleo

    —-A redução de exportações de petróleo e derivados em 2013  foi de 28,4% e as importações aumentaram 16,3%, em relação a 2012. Assim, o déficit na conta petróleo passou de US$ 5 bilhões para US$ 20 bilhões. “Temos investimentos crescentes em novas plataformas de petróleo e a expectativa para os próximos anos é de que tenhamos maior produção e exportação de petróleo e derivados. Além de uma menor importação deste produto, revertendo o déficit”, disse o secretário.—

    Exportações brasileiras em 2013 têm terceiro melhor resultado da história
    02/01/2014-Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
    De janeiro a dezembro de 2013, as exportações brasileiras chegaram a US$ 242,2 bilhões, o que representa o terceiro melhor resultado da série histórica da balança comercial brasileira, inferior apenas ao que foi registrado em 2012  (US$ 242,6 bilhões) e 2011 (US$ 256 bilhões). Os embarques brasileiros ao exterior no ano passado praticamente repetiram o resultado alcançado em 2012, com redução de 1%. A diferença corresponde a US$ 399 milhões. Menos do que é registrado, em média, em um dia útil de vendas a outros países.

    As importações anuais chegaram a US$ 239,6 bilhões, o maior volume já registrado, com crescimento de 6,5% em relação a 2012.  Com esses resultados, o saldo comercial foi de US$ 2,5 bilhões e a corrente de comércio, soma de importações e exportações, atingiu US$ 481,8 bilhões, com crescimento de 2,6% em relação a 2012 (US$ 465,8 bilhões). É o segundo maior valor já registrado, atrás apenas do recorde de 2011(US$ 482,3 bilhões).

    Em entrevista coletiva para comentar os dados, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, explicou que o resultado da balança comercial em 2013 foi influenciado pelas exportações e importações de petróleo e derivados – a chamada conta petróleo.
    “Este é um saldo comercial esperado. Nos últimos meses, sabíamos que teríamos um pequeno superávit comercial que se concretiza com este resultado. Tivemos um ano  bastante difícil em função da conta petróleo, da baixa demanda externa e da queda de alguns preços. Por isso, mais uma vez, afirmo que o saldo comercial é conjuntural, e que tem todos os elementos para se recuperar nos próximos anos”, disse Godinho.

    A redução de exportações de petróleo e derivados em 2013  foi de 28,4% e as importações aumentaram 16,3%, em relação a 2012. Assim, o déficit na conta petróleo passou de US$ 5 bilhões para US$ 20 bilhões. “Temos investimentos crescentes em novas plataformas de petróleo e a expectativa para os próximos anos é de que tenhamos maior produção e exportação de petróleo e derivados. Além de uma menor importação deste produto, revertendo o déficit”, disse o secretário.

    Conforme Godinho, a menor produção de petróleo e derivados neste ano é resultado basicamente da parada para manutenção programada tanto de plataformas e de refinarias. “São paradas planejadas, mas que impactaram o resultado final de 2013. A menor produção também se deveu a uma queda natural de produção de poços antigos, que serão substituídos por novos. De um lado, temos a realidade da menor produção e, de outro, o consumo mais elevado de petróleo e derivados, por vários fatores”, detalhou.

    O secretário também chamou a atenção para o crescimento de 1,8 % nas exportações de manufaturados em 2013, com destaque para o crescimento nas vendas de automóveis (+47,2%). Outros produtos que tiveram crescimento de vendas em relação ao ano anterior foram soja  em grão (+ 30,7%), obras de mármore e granito (+25,4), minério de cobre (+20,9%), couro (+20%), carne bovina (+19,2%), milho (+17%) e celulose (+10%).  Outro dado positivo é o primeiro aumento, desde 2007, no número de empresas exportadoras, que passou de 18.630 para 18.810.

    No geral, houve aumento da quantidade exportada em 2,8%, resultado superior à previsão do Fundo Monetário Internacional  (FMI)  de acréscimo de 2,7% às exportações mundiais em 2013. Já os preços dos produtos que o Brasil vende para outros países caíram, em média, 2,9%.

    Em relação aos mercados de destino das exportações brasileiras, Godinho destacou o crescimento de 10,8% nas vendas para a China, que chegaram a US$ 46 bilhões, um recorde no comércio bilateral. O maior valor registrado até então era US$ 44,3 bilhões, em 2011. Também mereceram destaque na apresentação do secretário de Comércio Exterior os  crescimentos dos embarques brasileiros para Argentina (+8,1%), Coreia do Sul (+4%), Hong Kong (+ 35%), Países Baixos (+14%), Angola (+10%), e México (+5%).

    Entre as importações, foram destaque as compras de bens de capital, que aumentaram 5,4% no acumulado do ano, em relação a 2012, o que, segundo o secretário, aponta para uma forte retomada de investimentos produtivos no país.

    O secretário também explicou como funcionam as exportações das plataformas de petróleo (nota abaixo). Em 2013, o Brasil exportou 7 plataformas para exploração de petróleo e gás, no valor de US$ 7,7 bilhões. São operações que foram divulgadas pelo MDIC nas entrevistas coletivas realizadas uma vez por mês para comentar os dados da balança comercial. “Não podemos dar  tratamento diferente para uma operação que, para todos os efeitos fiscais e contábeis, é uma exportação. Esta venda é registrada na balança comercial e existe o aluguel desta plataforma, da pessoa jurídica estrangeira para as empresas produtoras no Brasil. Se, de um lado, a venda é contabilizada na balança comercial, de outro lado, o contrato de leasing [aluguel] é contabilizado na balança de serviços com sinal negativo. Tem-se claramente a contabilidade em crédito e débito”, sublinhou.

    O secretário reforçou a importância da recuperação do setor naval, que produz as plataformas. “Quem produz são os estaleiros nacionais e não as empresas petrolíferas. A produção se dá pelo ressurgimento de uma indústria naval no país que emprega aproximadamente 80 mil pessoas. As exportações de plataformas de petróleo são amparadas pelo regime Repetro, criado na década de 90 com objetivo de atrair investimentos ao setor. Tivemos sucesso nessa política”, lembrou Godinho.

    Ao encerrar a análise dos dados de 2013, o secretário falou da influência do contexto internacional nos resultados da balança comercial brasileira e mostrou as expectativas de crescimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) que foram revistas várias vezes, para menos, durante o ano. A previsão geral de  crescimento do comércio mundial em volume teve redução de 4,5% para 2,7%.  “Este comportamento de expectativa sendo revista ocorre em relação a todos os países. Mostro isso para dizer a vocês que 2013 foi um ano difícil. Na zona do euro, por exemplo, no início do ano operava-se com a expectativa de um leve crescimento, mas, no final, nós temos o registro de uma queda de 0,6%. Nos mercados emergentes, também houve piora sensível de praticamente um ponto percentual, como no caso da China”.

    Ao falar sobre o cenário de 2014 o secretário destacou o aumento da safra brasileira de grãos e da produção de petróleo. “Não posso precisar com qual velocidade este movimento se dará, mas trabalhamos com a expectativa de redução no déficit da conta petróleo. Há também a expectativa de aumento de 4,8% na safra de grãos puxada pela soja. E, por fim, uma expectativa de câmbio mais favorável para as exportações brasileiras”. Segundo o secretário, a partir deste cenário, a Secex espera para 2014 que as vendas externas brasileiras permaneçam no patamar elevado registrado nos últimos três  anos.
     

    Acesse os dados da balança comercial brasileira

    Veja a apresentação feita durante a entrevista coletiva

    Leia nota sobre exportações de plataformas de petróleo

    url:

    http://www.desenvolvimento.gov.br//sitio/interna/index.php?area=5

     

  4. Superávit modesto.

    Lamentar superávit modesto como fazem os comentarista do PiG  eh profundamente inadequado. Ele ja era esperado pelas razões expostas pelo secretário do MDIC. As medidas que tem sido tomadas pelo pais nós indicam que os. Próximos serão melhores. A cuidadosa administração da crise econômica mundial ainda nos deu aumento de 1 500 000 empregos formais aproximadamente no pais em 2013 , além de oferecer crescimento médio de salários. Outra razão que não foi  o aumento do turismo externo com exacerbação explicitada não explicitada de compras de ” gadgets ” . Estes “males ”  são passageiros e não deveriam causar desconforto ao PiG , sempre alinhado com o bem estar de todos os brasileiros.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador