A Petrobras deveria se preocupar com os investimentos a serem feitos ao invés de manter o volume de pagamento de dividendos visto na gestão Jean Paul Prates, segundo avaliação da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Em nota, o coordenador-geral do sindicato, Deyvid Bacelar, destaca a redução entre 21,6% e 27,0% do volume de investimentos para o ano de 2024, sobretudo em exploração e produção (E&P), enquanto os dividendos pagos chegaram a R$ 13,6 bilhões.
Enquanto isso, o sindicalista destaca a necessidade de investimentos em exploração e produção da Margem Equatorial, Bacia Leste, Bacia de Pelotas para a reposição das reservas, uma vez que especialistas projetam queda da produção do pré-sal a partir de 2030.
“Chama a atenção que, mesmo diante do prejuízo no segundo trimestre do ano, mantiveram os dividendos elevados e, para garantir o pagamento, lançaram mão de reservas estatutárias de remuneração de capital. Mais uma vez, a companhia garantiu robusta remuneração aos seus acionistas, um total de R$ 13,6 bilhões no segundo trimestre de 2024”, ressalta Bacelar.
No primeiro semestre do ano, a Petrobrás já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos, valor 31% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões).
O balanço do segundo trimestre de 2024 foi o primeiro apresentado pela administração de Magda Chambriard, que ocupa a presidência há menos de dois meses – e, segundo Bacelar, ela tem pouco tempo à frente da empresa, e existe a expectativa de que ocorram mudanças na política de dividendos.
“É preciso definir claramente o destino da renda petroleira. Se ela vai para investimentos ou para pagar dividendos robustos a acionistas, sobretudo privados e internacionais”, afirma o dirigente da FUP.
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