
O mercado global de petróleo tem enfrentado seu momento de maior turbulência desde a década de 70, muito por conta das sanções impostas contra a Rússia e a busca de Estados Unidos e outros países por outros produtores para atender sua demanda.
Antes da invasão à Ucrânia, os russos forneciam um a cada 10 barris de petróleo consumidos globalmente, e a decisão dos países ocidentais em evitar a commodity russa tem feito a cotação do petróleo disparar no mercado internacional.
Além das sanções, o jornal norte-americano The New York Times lembra outros fatores que tem afetado os preços do petróleo, como a retomada das economias após a pior fase da pandemia de covid-19.
Como o setor reduziu seus investimentos nos últimos dois anos, o aumento da demanda deve fazer com que os preços continuem a subir ao ponto de ocorrer um choque de preços – que deve permanecer enquanto os confrontos entre Rússia e Ucrânia continuarem.
Tal prognóstico leva em conta as poucas alternativas existentes para preencher a produção russa, que chegava a cinco milhões de barris diários.
Entre as hipóteses cogitadas por analistas, estão o aproveitamento da capacidade ociosa de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait de 2,5 milhões de barris, enquanto os Estados Unidos poderiam aumentar sua produção diária em 1 milhão de barris – mas isso exigiria um prazo de um ano.
Outra possibilidade seria acrescentar os 1,5 milhão de barris produzidos por Venezuela e Irã, mas para isso seria necessário suspender as sanções contra os dois países. Pode-se dizer que um sinal nessa direção foi dado quando uma missão norte-americana foi se encontrar com o presidente Nicolás Maduro.
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