Vendas no varejo caem 1,4% no mês de julho, segundo IBGE

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Comércio varejista registra segunda maior variação negativa desde dezembro de 2021; perda vista no ano também é de 1,4%

Foto: Donald Giannatti on Unsplash

O volume de vendas registradas pelo comércio varejista brasileiro caiu 1,4% entre os meses de maio e julho – a segunda variação negativa consecutiva, e a maior contabilizada desde dezembro do ano passado (-2,9%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado, o setor acumula crescimento de 1,4% ao longo do primeiro semestre, enquanto a retração nos últimos 12 meses é de 0,9% – segundo mês consecutivo de quedas, o que não era registrado desde agosto de 2017.

Sete das oito atividades pesquisadas afetaram a queda do setor no período, sendo que duas delas apresentaram mais impacto no resultado final: tecidos, vestuário e calçados, com queda de 5,4%, e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuou 0,5%.

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Em nota, o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explica que o segmento de hiper e supermercados teve uma influência importante da inflação ao longo do primeiro semestre do ano.

“Entre abril e maio, houve variação de 4% na receita e de 1% no volume de vendas, indicador em que a pesquisa já desconta a inflação. De maio para junho, essa atividade teve queda de 0,5% no volume, mas variou 0,3% em receita”, diz Santos. “Isso significa que há amplitude menor da inflação, mas o suficiente para que o volume tivesse uma variação negativa, apesar de a receita ficar no campo positivo”.

No caso do setor de tecidos, vestuário e calçados, que permanece 9,9% abaixo do patamar pré-pandemia, o gerente da pesquisa diz que o segmento teve uma forte queda entre maio e junho.

“Essa atividade teve uma queda intensa na passagem de maio para junho. Ao longo do ano, houve altas ligadas a uma nova estratégia adotada por essas empresas de também se lançar no comércio eletrônico, de fazer vendas virtuais de forma mais forte do que se fazia antigamente, já que, nesse setor, experimentar um produto antes de comprar é muito importante”, complementa o pesquisador. 

A única atividade que cresceu frente ao mês anterior foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%), afetado diretamente pela alta nos preços dos medicamentos.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, a retração no período foi de 2,3%. Tanto o setor de veículos e motos, partes e peças (-4,1%) quanto o de material de construção (-1,0%) recuaram.

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