Eleição do TRF4 acaba com a era Lava Jato no tribunal

No período da Lava Jato, as decisões da 8a Turma chamaram atenção pelo fato da definição das penas aplicadas - que são procedimentos complexos - terem sido idênticas, para evitar qualquer apelação da defesa, que poderia atrasar a condenação de Lula.

Ontem, as eleições do Tribunal Regional Federal da 4a Região marcou o fim da era lavajatista da instituição.

Em sessão virtual, foi eleito para a presidência do Tribunal o desembargador Ricardo Teixeira do Vale Pereira. Para vice-presidente , o desembargador Fernando Quadros da Silva e para corregedor o desembargador Cândido Alfredo da Silva.

No total, houve indicações para 13 cargos. Dos principais envolvidos com a Lava Jato – Victor Laus, João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen da 8a Turma, mais Carlos Eduardo Thompson Flores – apenas Paulsen foi indicado para   cargo no Conselho de Administração do tribunal.

No período da Lava Jato, as decisões da 8a Turma chamaram atenção pelo fato da definição das penas aplicadas – que são procedimentos complexos – terem sido idênticas, para evitar qualquer apelação da defesa, que poderia atrasar a condenação de Lula. Especialistas na matéria diziam ser estatisticamente impossível tal coincidência de sentenças, a não ser que tivessem sido combinadas antecipadamente.

Em seu discurso inicial, Vale Pereira salientou que 

“Somos construtores, como Judiciário, de uma obra inacabada. Sempre nos preocuparemos com a manutenção da estrutura e da edificação sólida da magistratura. Temos um Tribunal preocupado com o jurisdicionado, com as questões sociais e com a probidade administrativa, e essa busca vai continuar”.

Luis Nassif

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