Ex-ministros da Educação alertam para ‘crise profunda’ do Inep

Em carta, autoridades apontam "ameaça" ao "mais importante produtor de evidências sobre a educação brasileira”

Divulgação/INEP

Jornal GGN – Seis ex-ministros da Educação alertam para a “ameaça” em torno do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), “o mais importante produtor de evidências sobre a educação brasileira”.

“Nos quase 85 anos de existência jamais vimos na instituição uma crise tão profunda, ainda mais às portas da realização do mais importante instrumento de acesso ao ensino superior, que é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, diz o texto.

Poucos dias antes da prova, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretendia deixar o Enem com “a cara do governo”, e chegou a pedir ao atual ministro da Educação, Milton Ribeiro, que houvesse questões tratando o golpe de 1964 como revolução.

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Denúncias de assédio moral também foram veiculadas na imprensa, ao ponto de diversos servidores (muitos deles ligados à formulação do Enem) entregarem seus cargos por conta da “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”.

“Quando o Inep é ameaçado, perde-se o efeito de ‘Estado’, nas políticas educacionais, e fica-se apenas em questões superficiais, como as interferências ideológicas opostas ao caráter técnico. Com as evidências é que surgem políticas educacionais para quem importa: os estudantes”, ressalta a carta.

“Independentemente das apurações dos casos graves, entendemos como insustentável a permanência de uma gestão que levou o clima institucional a esse ponto, e que coloca os servidores como os responsáveis pela crise atualmente configurada. Nessa perspectiva, manifestamos nosso apoio ao qualificado quadro de servidores efetivos do Inep”, dizem ainda os ex-ministros.

O comunicado é assinado pelos ex-ministros Tarso Genro, Fernando Haddad (governo Lula), Aloizio Mercadante, Renato Janine Ribeiro (governo Dilma), Mendonça Filho e Rossieli Soares (governo Temer), segundo informações do jornal Folha de São Paulo.

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Redação

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