Médicos de SP querem que Temer cancele cursos criados no governo Dilma

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Jornal GGN – A APM (Associação Paulista de Medicina) não está satisfeita com o plano do governo Temer de suspender a criação de cursos de Medicina pelo próximos 5 anos, por meio de uma moratória. Em nota, a instituição defende que o presidente da República também revogue a autorização dada na gestão Dilma Rousseff (PT) para 37 novos cursos.
 
Embora tenha concordado em suspender a formação de médicos em novos cursos, Temer pretende manter os que já estão previstos em editais lançados quando Dilma estava no poder. A decisão desagradou os profissionais de medicina, que pregam que a má qualidade do serviço está atrelada à proliferação de cursos de baixa excelência.
 
“Chegamos a uma situação catastrófica, com a abertura irresponsável de escolas de Medicina. O Brasil tem hoje 298 faculdades, sem paralelo no mundo. A maior parte dessas faculdades não tem condições suficientes para formar um médico adequadamente e as consequências são gravíssimas para a saúde da população”, defendeu o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral.
 
Leia, abaixo, a nota completa.
 
Cursos de medicina: APM exige que MEC revogue autorização para funcionamento de 37 novos
 
Segundo informações do Ministério da Educação, o Governo Federal
deve proibir a abertura de novos cursos de Medicina pelos próximos
cinco anos, por meio de uma moratória. O decreto elaborado pelo MEC
ainda precisa ser assinado pelo presidente Michel Temer. A medida seria
uma forma de atender às reivindicações das entidades médicas, como a
Associação Paulista de Medicina, que relacionam a abertura
indiscriminada de faculdades com a queda na qualidade da educação
médica.
 
Entretanto, em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro da
Educação, José Mendonça Bezerra Filho, disse que a proposta não
atingirá a criação dos cursos de Medicina já previstos em editais
lançados ainda no período do Governo de Dilma Rousseff, que autorizou
a abertura de novas faculdades. No ano passado, o MEC divulgou as 37
cidades escolhidas para novos cursos. A APM que essa exceção é
perigosa do ponto de vista da saúde pública e exige que a mesma seja
revogada.
 
“Chegamos a uma situação catastrófica, com a abertura
irresponsável de escolas de Medicina. O Brasil tem hoje 298 faculdades,
sem paralelo no mundo. A maior parte dessas faculdades não tem
condições suficientes para formar um médico adequadamente e as
consequências são gravíssimas para a saúde da população”,
reforça o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral.
 
A abertura de escolas médicas foi potencializada nas últimas décadas.
Hoje, São Paulo lidera o ranking com mais cidades contempladas entre os
estados brasileiros. “Foi um dos efeitos do populismo que tomou conta
do País nos últimos anos, para satisfazer os interesses de alguns
empresários da área da Educação. E para vender a imagem que se
estava oferecendo maior atenção à saúde do povo brasileiro, o
‘Mais Médicos’, que tem como uma de suas principais vertentes a
abertura de faculdades de Medicina, possibilitou essa explosão de
vagas”, afirma Amaral.
 
Atualmente, são quase 30 mil vagas para o primeiro ano de Medicina no
Brasil. Em nota, o MEC disse que “levou em conta os dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS), que apontam que o Brasil já
atingiu as metas de alunos/vagas estabelecidas, de cerca de 11.000 por
ano”.
 
“A medida do Governo é um caminho imprescindível para a educação
médica no País. É necessário interromper essa desenfreada
proliferação de cursos. Aliás, o processo deve ser seguido por uma
análise rigorosa dos cursos existentes e dos métodos de avaliação
dos médicos que se formam no Brasil, além da revogação das
autorizações dadas recentemente”, pontua o presidente da APM.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

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  1. É simples, a solução desta equação…

    Basta todomundo aceitar o EXAME DE ORDEM  para os  recém-formados em medicina!

    Daí, se  separará de verdade, o joio do trigo !

    Quero ver formandos da UNESP de Botucatu atrás de Escola de Medicina  de Garanhuns !!

    OBS.:  Ganhar no grito é  fácil  com apoio de golpistas !!  Quero ver é tirar pra fora, bater na mesa  e  medir com régua !!

  2. Não há nenhuma logica no

    Não há nenhuma logica no numero de faculdades de qualquer area no Brasil.

    FACULDADES DE MEDICINA NOS ESTADOS UNIDOS : 125

    FACULDADES DE MEDICINA NO BRASIL : 294 (até Setembro de 2017)

    Em Direito é muito pior, temos OITO vezes mais faculdades do que nos EUA e o triplo de toda a União Europeia.

    A criação de faculdades é usada como  ATALHO  ou uma gambiarra para elevação social, um truque vulgar, não há lugar na economia e na sociedade para tantos formados,  a maioria em escolas de má qualidade.

    Os alunos fastam seu dinheiro e o da sociedade para nada.

    1. Qual o percentual da

      Qual o percentual da população formada em nível superior nos EUA e na União Europeia ?

      E no Brasil ?

      Ah… ok. 

      Uma coisa é reclamar da qualidade das universidades, ou das principais área priorizadas, como as faculdades de direito.

      Outra coisa é querer manter o acesso à universidade restrito a uma parcela ínfima da população. 

      Qualificação e conhecimento para nada ? Formação do ser humano para nada ? 

      Não tem vaga pra todo mundo ? Então que se criem mais postos de trabalho qualificados para absorver essa mão de obra. 

      A cada postagem sua eu me surpreendo com o quão reacionário você é. Chocante ! 

    2. Se quer defender isso, no mínimo tenha coragem de mandar a real!

      Talvez você seja o único ingênuo que acha que algum médico está protestando contra a “queda de qualidade da saúde”.

      Duvido… parece mais papo-furado…

      Que fique claro:

      -OS MÉDICOS SÓ QUEREM MANTER SEUS ALTOS SALÁRIOS POSSÍVEIS APENAS PELO BAIXO NÚMERO DE MÉDICOS DISPONÍVEIS PARA A POPULAÇÃO!

      Se quer defender os médicos… no mínimo tenha a hombridade de mandar a real… seus discursinho foi totalmente dissimulado, citando número de faculdades em lugar de citar número de profissionais/habitante.

      Além disso, cite o número de VAGAS, não o número de faculdades… aqui existem dezenas de faculdades com apenas uma turma de 40 vagas que vai minguando ao longo do curso. Sem falar que as faculdades de Medicina tiveram seu momento de glória mas agora estão quebrando com alunos largando por não conseguirem pagar as mensalidades altíssimas.

      Valia a pena citar também Universidades em países “suuuper-evoluídos” como Bolívia, Argentina e Paraguai que por algum milagre do destino conseguem fazer o que o “pobretão do Brasil” não consegue: oferecer curso de Medicina pra quem quiser!

       

    3. Para que médicos>

      Muito bem colocado.

      Se estamos caminhando para um país de 20 milhões de consumidores e não haverá nenhuma assitência médica fornecida pelo governo federal, já temos médicos suficiente.

      Para que mais médicos?

      Sendo realista. Um trabalhador vai poder pagar um médico? É claro que não.

      Conclusão: Já temos médicos mais que o suficiente.

      A APM de medicina esqueceu-se de pedir também que seja obrigada a laqueadura de quem não paga IR.

    4. Esses númeors jogados,

      Esses númeors jogados, sozinhos, não querem dizer NADA!
      Quantos foramndos cada faculdade forma? 
      Qual a quantidade médico por habitante em cada país citado?
       

    5. Nesta quadratura de golpes e

      Nesta quadratura de golpes e retrocessos a classe médica brasileira tem representado o que de mais sujo, asqueiroso, elitista e racista há no Brasil. Assim como se opuseram ao programa mais médicos de forma indigente e racista quando os primeiros médicos cubanos aqui chegaram, sua oposição à formação descentralizada de médicos no Brasil é também para evitar que negros, pobres e indígenas também possam se tornar médicos (algo inaceitável pela elite branca da qual são filhos) e mais que isso, representa privar a população brasileira do atendimento necessário via preços elevados e planos de saúde (mercantilização da saúde, quer dizer da vida). O número de médicos no Brasil está aquém da quantidade necessária e recomendada pela OMS. Sabendo disso e atuando para conservar uma reserva de mercado de profissionais brancos, que atuam apenas nas grandes e médias cidades, cometem crime contra a humanidade. Mas nem se dão conta disso tamanha a distorção em suas formações e suas origens podres e escravistas.

  3. A oferta do número de vagas

    A oferta do número de vagas deve(ria) seguir (no mínimo) a previsão da demanda (futura), se faltam (ou está previsto uma futura falta) de Médicos (no pais todo), não existe motivo para o fechamento de oferta de vagas.

    Todos os Cursos devem passar por auditoia do MEC, que atribui notas (A, B, C, D, E e F) cada avaliação (e nota) vem acompanhada de recomendações ao curso, é apartir dessa avaliação (e do atendimento ou não dessas recomendações) é que deve(ría) ser fechado a oferta de vagas.

  4. LIBERALISMO NO OLHO DOS OUTROS É REFRESCO

    E aquele papo de “livre mercado”???

    Aquele papo de meritocracia???

    E a mão invisível do mercado???

    Que diferença faz formarem mais médicos… os melhores serão selecionados pela mão invisível do mercado… 

    Que diferença faz abrirem 1000 faculdades… se não houver demanda… as piores vão fechar… o mercado vai se autorregular

    Que adianta virar médico… se você não for preparado… será excluído do mercado!!!

    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH NINGUÉM LEMBRA DESSE PAPO FURADO DA “MODINHA DIREITA LIBERAL” QUANDO SAI PREJUDICADO.

    POR QUE NÃO UM LIBERALISMO TOTAL??? LIBEREM QUALQUER UM A ABRIR UM CURSO DE MEDICINA!!! 

    RODRIGO CONSTANTINO NOS ACUDA!!! EXPLICA PRA ESSE POVO QUE O LIBERALISMO NÃO TEM LIMITES… QUANTO MAIS MELHOR!!!

    BRASIL: O PAÍS MAIS LIBERAL DO MUNDO EM MEDICINA??? É ESSA A REALIDADE???

     

  5. Ao invés de criar faculdades, deveriam expandir as universidades

    Ao invés de criar faculdades, deveriam expandir as universidades públicas. Os cursos de medição são extremamente elitizados e caros. Por exemplo: a Faculdade de Medicina de Marília as mensalidades são de R$ 8.200,00, enquanto a média das outras faculdades privadas é de mais R$ 5.000,00.

    É interessante notar que a quantidade de estudantes brasileiros no ensino superior é baixíssima, algo em torno de 15%(antes dos governos petistas era a metade, 7%). Segundo dados da OCDE o México tem 22%, a Colômbia 28%, os EUA 47%, Canadá 60% e Coréia do Sul 70%. Portanto, é preciso sim expandir as vagas no ensino superior para que o país esteja em consonância com o resto do mundo.

    Fonte: https://data.oecd.org/eduatt/population-with-tertiary-education.htm

    O problema é que o mercado não pode regular a demanda dos cursos, mas sim o Estado. Ou seja, criar cursos de medicina nas regiões mais pobres e isoladas do país, de preferência por intermédio das universidades públicas.

  6. A medicina do negócio

    Dado que a medicina no Brasil é negócio e não sacerdócio, quer-se reduzir  a concorrência. As representações profissionais não aceitaram cubanos e, ao que parece, também querem se livrar dos brasileiros candidatos ao mercado ofertante.  

    Sem saúde pública e com a imposição de saúde privada, em breve os médicos serão, de fato, para os poucos consumidores que puderem pagar. 

  7. Mais uma dos Doutores Mengueles do Brasil… “Mais Médicos” Não!

    POPULISMO! Sim, deve-se seguir com o ELITISMO MÉDICO!

    “A abertura de escolas médicas foi potencializada nas últimas décadas.

    Hoje, São Paulo lidera o ranking com mais cidades contempladas entre osestados brasileiros. “Foi um dos efeitos do populismo que tomou contado País nos últimos anos, para satisfazer os interesses de algunsempresários da área da Educação. E para vender a imagem que seestava oferecendo maior atenção à saúde do povo brasileiro, o‘Mais Médicos’, que tem como uma de suas principais vertentes aabertura de faculdades de Medicina, possibilitou essa explosão devagas”, afirma Amaral.”

    1. Fechar Faculdades

      Pergunto: Ao invés de fechar, não seria mais lógico fiscalizar ? Da maneira como está sendo colocada tem-se a nítida impressão que se trata de “reserva” de mercado..

       

       

  8. Os leitores de Vesga são a

    Os leitores de Vesga são a favor da reserva de mercado, para eles, claro. O problema é que eles não entendem que as pessoas se cansaram dos médicos, pelo menos desses arrogantes paus mandados de laboratórios multinacionais que vemos por aí. 

  9. Capitalistas de jalecos brancos

    Não acredito no que dizem esses conselhos, NUNCA acreditei!

    O que eles defendem é o corporativismo dos médicos. O elistimo da profissão.!!!

    Tudo por DINHEIRO!!!, Só o dinheiro vale!!!

    Como têm que gastar uma fortuna para se formar entendem que têm de recuperar o mais rapido possivel o CAPITAL;

    Logica capitalista, eles são capitalista de jalecos brancos!!!

    E as pessoas? ora as pessoas…

    Já repararam como medicos gostam de BMW, Mercedes, Audis etc?

    E nos consultorios têm sempre as revistas reacionarias!!! As três porquinhas!!!!

     

  10. FECHAMENTO DE FACULDADES DE MEDICINA

    Temos mais é que expandir criar mais faculdades e não fechá-las, do jeito que está sendo colocada essa questão , está evidente que se trata de reserva de mercado….

  11. Nesta quadratura de golpes e

    Nesta quadratura de golpes e retrocessos a classe médica brasileira tem representado o que de mais sujo, asqueiroso, elitista e racista há no Brasil. Assim como se opuseram ao programa mais médicos de forma indigente e racista quando os primeiros médicos cubanos aqui chegaram, sua oposição à formação descentralizada de médicos no Brasil é também para evitar que negros, pobres e indígenas também possam se tornar médicos (algo inaceitável pela elite branca da qual são filhos) e mais que isso, representa privar a população brasileira do atendimento necessário via preços elevados e planos de saúde (mercantilização da saúde, quer dizer da vida). O número de médicos no Brasil está aquém da quantidade necessária e recomendada pela OMS. Sabendo disso e atuando para conservar uma reserva de mercado de profissionais brancos, que atuam apenas nas grandes e médias cidades, cometem crime contra a humanidade. Mas nem se dão conta disso tamanha a distorção em suas formações e suas origens podres e escravistas.

  12. Ué…

    esses “humanistas” foram pras ruas portando cartazes que diziam “Lula, achamos seu dedo, está no c*&*$#$# do povo brasileiro” e “Dilma, vai tratar teu linfoma em Cuba”… esperar o que de gente desse náipe?

  13. A parcela 60% mais rica que
    A parcela 60% mais rica que estuda em universidade pública na “faixa” estão se doendo e tendo de ralar muito mais para maltratar os mais humildes nos hospitais públicos.

  14. Conheci muito estudante de

    Conheci muito estudante de medicina. Pelas minhas contas apenas uns 10% (se tanto) faziam o curso pelo amor a profissão. Os outros 90% faziam por amor a outra coi$a.

    Resumindo: a reação desse povo idiota ao programa Mais Médicos, sua ânsia em derrubar Dilma e essa postura de agora não deixam dúvidas sobre qual é o principal intere$$e de$$a gente. Indício claro de uma sociedade pervertida, perversa e moralmente doente.

    Mas fazer o que? Atualmente ter um filho médico é o maior orgulho do papai e mamãe da classe média imbecil. O importante é a renda no final do mês. Os doentes? Quem se interessa por eles? Doente só deve ser curado se puder pagar.

  15. Regra de mercado: quanto

    Regra de mercado: quanto menor a oferta, maior o valor do produto/serviço. 

    Menos cursos de medicina significam menos médicos formados.

    Menos médicos formados significam menor oferta de serviços prestados pelos médicos.

    Ou seja, o que os médicos querem é uma reserva de mercado que provocaria uma elevação do valor de acesso aos serviços médicos pela população. Em um cenário onde os gastos governamentais estão congelados por vinte anos pelo canalha que ocupa a presidência, logo se imagina a bomba que está para explodir nos próximos anos. Só terá acesso aos serviços médicos quem puder pagar, e caro, por um serviço escasso. Os pobres? Ora, na cabeça desses bandidos, os pobres que se explodam. 

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