Mesmo com recuo, cortes do governo nas Universidades seguirão acima de R$ 1 bilhão

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Cálculos feitos pelo GGN mostram que a quantia devolvida é insignificante em comparação ao total que seguirá bloqueado.

Foto: Reprodução Câmara

Jornal GGN – A poucos dias dos atos em defesa de Jair Bolsonaro e contra a “classe política” do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo, e também próximo do novo Tsunami da Educação, no dia 30 de maio, o Ministério da Economia foi pressionado a recuar de uma parte do corte de 30% no ensino superior. Cálculos feitos pelo GGN mostram que a quantia devolvida é insignificante em comparação ao total que seguirá bloqueado.

Anunciando como um recuo completo, de que ‘não fará novos congelamentos do orçamento de órgãos do Poder Executivo” e que irá “recompor” os repasses à Educação, o governo de Jair Bolsonaro tentou disfarçar o corte de 30% nas universidades públicas, devolvendo R$ 1,587 bilhão a todos os investimentos da pasta de Educação.

O número, contudo, não representa recuos ou necessariamente a garantia de manutenção de instituições de ensino superior que já haviam previsto estados de falência. Isso porque o corte de, pelo menos, 30% das universidades foi uma das medidas do MEC após o contigenciamento decretado pela equipe econômica de Jair Bolsonaro, em março deste ano, dentro do congelamento total de R$ 5,83 bilhões somente nesta pasta.

Assim, o Ministério havia decidido que para economizar R$ 5,83 bilhões, um dos setores atingidos da educação seria o ensino superior, aonde seriam descontados R$ 1,7 bilhões.

Agora, Bolsonaro recuou de uma pequena parcela do congelamento total do Orçamento da União, e decidiu “devolver”, ou abrir mão do corte de R$ 1,588 bilhões da Educação, e outros R$ 56,6 milhões do Meio Ambiente, em um total de R$ 1,64 bilhões da reserva orçamentária.

A quantia recuada, como se pode verificar, não representa nem um terço do corte decretado no mês de março: o governo Bolsonaro manteve 73% do bloqueio de recursos na Educação.

Ainda, as contas dizem mais: se dos mais de R$ 5 bilhões inicialmente congelados, o ministro Abraham Weintraub decidiu que 29% disso seriam descontados especificamente das Universidades públicas, se a métrica seguir, significa que o ensino superior “receberia de volta” de investimento do governo R$ 476,1 milhões. Outros R$ 1,3 bilhões de cortes seriam mantidos nas Universidades, se mantidas as porcentagens.

Como se não bastasse, o governo federal deixou claro nesta quarta-feira (22) que os ânimos não poderiam ser retomados: porque Bolsonaro manterá o bloqueio de R$ 2,2 bilhões do que chamou de “despesas” da União para cumprir a meta fiscal de 2019.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Um nordestino do interior ao ver o noticiário da TV, pergunta pro filho: _ Como é mesmo o nome daquele coisa? O filho surpreso com a pergunta responde:_ Qual coisa Pai? _ Aquele filho, que tá cortando o dinheiro da educação? Esse tal de O Entrave!! E o filho explodindo numa gargalhada diz: Errou no nome, mas acertou na função!!KKKK!!!!

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