Apoio a Aécio divide marinistas da Rede

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A dificuldade que a cúpula da Rede Sustentabilidade terá para aprovar hierarquia abaixo o apoio de Marina Silva (PSB) ao presidenciável Aécio Neves (PSDB) já está estampada nos jornais. Os veículos divergem sobre o que disse o porta-voz nacional da Rede, Walter Feldman, quanto à posição da legenda neste segundo turno das eleições.

A Folha de S. Paulo crava que a Executiva nacional da Rede já deu aval à Marina para apoiar o tucano, e que a aliança está quase certa, dependendo de acertos programáticos. Segundo a publicação desta quarta-feira (8), essa decisão será submetida à análise dos 120 membros que compõem o diretório nacional do partido, ainda hoje. 

Em outros veículos, o destaque foi que Feldman garantiu apenas que o apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) já foi descartado, mas que não há “consenso” sobre Aécio e, por isso, a discussão ainda está em andamento. A base da Rede – que planejou um grupo de direção horizontal e dedicado aos preceitos da Nova Política – tem dificuldade de dizer com todos as letras que querem mudança de governo, e que essa mudança significa votar em Aécio contra Dilma.

Feldman disse que os motivos para não ajudar o PT contra o projeto mais neoliberal do PSDB – não inteiramente tragável por parte da Rede e dos socialistas do PSB – são pelo menos três:

1- Marina pregou, durante toda a campanha, renovação na política, e é contra a reeleição.

2 – O PT pegou, segundo Feldman, pesado com a campanha contra Marina e seu programa de governo, e tentou atingir pessoalmente a ex-ministra nesse processo de desconstrução de imagem.

3 – O PT teria trabalhado nos bastidores para evitar que a Rede Sustentabilidade conseguisse seu registro de partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral no final de 2013. Os marinistas alegam que a legenda de Lula mobilizou cartórios em São Paulo para invalidar fichas de adesão.

Consta a favor de Aécio, por outro lado, a semelhança do programa de governo apresentado pelo PSDB e pelos economistas escalados pelo PSB este ano, principalmente no que tange as políticas macroeconômicas e de relações exteriores. Inclusive, o jornalista Kennedy Alencar informou ontem que interlocutores de Aécio já levaram à Marina a proposta de participação em um eventual governo tucano, no comando de um “Itamaraty verde” – um sinal de que Marina poderia emplacar, então, uma agenda sustentável a nível internacional.

Divergência na base

Independente das razões consideradas pela cúpula da Rede e manifestadas por Feldman, ex-tucano, para apoiar Aécio, há pedidos para que o partido de mantenha neutro nesta eleição.

Mateus Prado, que foi candidato a deputado este ano e é uma das referências da Rede Sustentabilidade em São Paulo, fez uso de uma rede social para tornar pública sua opinião sobre o processo do segundo turno. De acordo com ele, não faz sentido a Rede apoiar Dilma ou Aécio.

Outros partidos

Marina Silva, horas depois de ser derrotada nas urnas, disse que não cometerá este ano o mesmo erro de 2010. Naquela eleição, a então presidenciável do PV não quis declarar apoio a José Serra (PSDB) contra Dilma. Ela disse que, dessa vez, vai seguir o recado das urnas – que, na visão dela, pede mudança de governo.

O PPS de Roberto Freire, confirmando as expectativas, seguiu a diretriz de Marina e declarou apoio a Aécio Neves na noite desta terça-feira. “(…) Nós vamos ter um consenso, mas tem um pressuposto: nós temos que estar junto com a candidatura de Aécio, até porque o PPS não admite de forma alguma discutir nem neutralidade, muito menos apoio a Dilma”, disse ele.

O PSB do presidente interino Roberto Amaral, por sua vez, se reúne às 14h desta quarta. Luiza Erundina disse ontem que a legenda deve manter o mínimo de coerência e se manter neutra, mas o partido está dividido.

PHS, PPL, PRP e PSL também fazem reuniões separadamente. Na quinta (9), a Coligação Unidos pelo Brasil vem a público com a decisão final.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

29 Comentários

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  1. “1- Marina pregou, durante

    “1- Marina pregou, durante toda a campanha, renovação na política, e é contra a reeleição”:

    E estava mentindo como voces vao ver na quinta feira.

    “2 – O PT pegou, segundo Feldman, pesado com a campanha contra Marina e seu programa de governo, e tentou atingir pessoalmente a ex-ministra nesse processo de desconstrução de imagem”:

    Mentira.

    “3 – O PT teria trabalhado nos bastidores para evitar que a Rede Sustentabilidade conseguisse seu registro de partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral no final de 2013. Os marinistas alegam que a legenda de Lula mobilizou cartórios em São Paulo para invalidar fichas de adesão”:

    Mentira.

     

  2. Não há neutralidade possível

    Não há neutralidade possível nesta hora. A omissão num momento é imperdoável. O PSB sairá desta eleição totalmente desmoralizado, um novo PPS para servir de escada ao psdb.

  3. Até quando vão se referir a

    Até quando vão se referir a tal rede como partido? Não é partido político. Não foi autorizado pelo STE. Não existe oficialmente. O que existe de fato e de direito é ajuntamento de pessoas com vontade de fundar um e que não tiveram competência para fazê-lo. É muito mimimi. É muita areia para pouco caminhão.

    1. Tens toda razão. E se esse

      Tens toda razão. E se esse pessoal da “rede” ficou tão tristinho quando não conseguiram formalizar o partido pra eleições deste ano (colocando a culpa no PT e tudo mais), porque não continuaram o processo de coleta de assinaturas pra criar o partido depois?
      E ainda querem dizer que “a rede” não era um projeto pessoal com o único objetivo de servir a candidatura de Marina

  4. Onde está o papelzinho? Proconsult de novo?

    O parodoxo de Aécio (ou: por que investigar os resultados do primeiro turno)

    Aécio ganhar 14,5 pontos percentuais em 72h, sem nada capaz de explicar tal ascensão, “desafia a lógica e os fatos”, diz professor, estranhando o silêncio sobre a diferença entre votos dados ao tucano e o que previam as pesquisas

    por Congresso em Foco 07/10/2014 12:19

    por Bajonas Teixeira de Brito Junior *

    Imagine-se que um grupo de especuladores do mercado financeiro se dispusesse a manipular a eleição presidencial brasileira.

    Supondo que isso seja tecnicamente possível, pelo menos a quem se disponha a investir alguns milhões de dólares para ganhar de volta algumas centenas, talvez sequer fosse percebido pelas antenas sensíveis do país.

    A julgar pela excitação infantil dos comentaristas da Globonews ontem enquanto avançava a apuração da eleição presidencial, a capacidade de dar uma braçada contra a maré ― não diremos nadar, o que seria pedir demais ― foi definitivamente extinta da mídia brasileira.

    Ao invés de analisarem a situação, repetiram o mesmo mantra da “desidratação de Marina” e fingiram que Dilma não existia. Tudo parecia tão óbvio que dava para desconfiar.

    Na segunda-feira (6) posterior ao resultado do primeiro turno, a bolsa subiu quase sete pontos e o dólar caiu significativamente.

    O contrário tinha acontecido na semana passada, na segunda, 29 de setembro, com baixas febris em ações, incluindo bancos privados (o Unibanco caindo 7.03%, o Bradesco recuando 7,03%) e estatais, como a Eletrobrás e a Petrobras (essa liderou a queda com 11,7%). O Banco do Brasil também caiu, 8,54%.

    Manipular nesse cenário, o da sétima economia mundial e um dos países com menor nível de controle e fiscalização, não promete pouco. As manipulações existem, ou melhor, as manipulações são a normalidade do nosso dia a dia.

    A imprensa, os partidos, os candidatos, os marqueteiros manipulam. O que foge à normalidade não é a manipulação, mas as grandes manipulações.

    No Brasil, basta lembrar as bombas nas torres de transmissão de Furnas Centrais Elétricas em setembro de 1998. Em escala internacional, e incomparavelmente mais sofisticada, tivemos em abril de 2013 a invasão da conta do Twitter da agência norte-americana Associated Press (AP) e a informação de que a Casa Branca sofrera um atentado, e que Barack Obama estaria entre os feridos.

    O índice Dow Jones chegou a perder 130 pontos, e foram atingidos também o S&P 500 e o índice Nasdaq. Com o desmentido da Associated Press, as ações voltar a subir. Quem comprou na baixa e vendeu na alta, no breve espaço entre a notícia e o desmentido, obteve lucros astronômicos.

    “Quem toma a sério a ideia de que, numa reta final sem novidades, o pacato e sorridente Aecinho poderia passar de 15% para 33,5% em três semanas?”

    Penso que quem admitir, por hipótese, uma manipulação nas eleições brasileiras acreditará menos em milagres do quem tomar a sério a ideia de que, numa reta final sem novidades, depois de debates sem sobressaltos, na ausência de escândalos e comoções, o pacato e sorridente Aecinho poderia dar um salto tão extraordinário, mais que dobrando suas intenções de voto, e passando de 15% em 12 de setembro para 33,5% em 5 de outubro.

    Uma bagatela de 18,5 pontos a mais em coisa de três semanas.

    Quem algum dia apostaria em tamanho despautério? O panteão reunido das entidades sobrenaturais mineiras – O Chupacabra, a Mula sem Cabeça e o Zé Arigó ― não seria capaz de produzir tal prodígio. Ainda mais que não ungiram Aécio nem em seu próprio estado, onde Dilma ganhou.

    Antes de entrar na análise propriamente dita, me parece interessante observar que o termômetro mais sensível que temos para a eleição, o seu impacto sobre o Facebook, não mostrou qualquer alteração em benefício de Aécio.

    No domingo, constava que na última semana Dilma apareceu nele com quase 11 milhões de menções (46%), Marina, com pouco mais de 6,5 milhões (28%), e Aécio com quase 6 milhões (26%).

    Nas últimas 24 horas antes da eleição, que poderia ter mostrado fortíssima oscilação em favor de Aécio, também nada de excepcional se verificou: Dilma teve 4 milhões de menções (49%), Marina 2,2 milhões (27%), e Aécio 2 milhões (24%).

    Se algo pode ser deduzido daí, é que Dilma cresceu 24 horas anteriores à eleição, enquanto Marina e Aécio mostraram uma discreta imobilidade. Nunca, porém, que Aécio disparara em uma velocidade tão grande que não deixaria digitais, rastros ou qualquer marca no Facebook.

    Podemos aproximar mais a linha do tempo, reduzindo as margens para analisar melhor o paradoxo aeciano.

    Na pesquisa Datafolha do dia 30 de setembro, Aécio apareceu com 20% das intenções de voto. Bastante distante do resultado final de 33,5%. Um crescimento de 20 para 33,5 pontos percentuais em uma semana certamente é coisa raríssima nos anais da crônica de eleições pelo mundo.

    Talvez na derrota de Cidadão Kane nas eleições em que era favorito absoluto. Mas ali tem o escândalo de uma vedete dentro do armário, que os inimigos vão buscar. E, como dizem os franceses, foi preciso fazer só o óbvio: cherchez la femme. Mas aqui estamos Muito além de cidadão Kane. Nada disso ocorre. Não há vedete nem dançarina, nenhum escândalo, nenhuma revelação chocante.

    A situação desafia todos os cânones da fria razão. Recapitulemos brevemente os dados mais significativos sobre a evolução dos candidatos.

    Na pesquisa do Datafolha de 10 de setembro, tínhamos Dilma com 36%, Marina com 33% e Aécio com 15%. Já dois dias depois, em 12 de setembro, na pesquisa do Ibope, Dilma subiu para 39%, Marina caiu para 31% e Aécio continuou com seus 15%. Nova pesquisa do Datafolha em 19 de setembro, mostrou que essa tendência se confirmava: Dilma 37%, Marina, 30%, e Aécio, 17%. Dentro da margem de erro, Dilma poderia estar com 39, dois pontos para mais. Aécio com 19, e Marina, com 28. Seria o esperado.

    É quase o que se tem na pesquisa do Datafolha de 23 de setembro: Dilma aparece com 38%, Marina 29% e Aécio 19%. Assim, verifica-se uma tendência à queda de Marina, refletindo os tropeços que trouxeram luz sobre as inconsistências da candidatura.

    Até aqui, salvo a virada messiânica que fez Marina ascender às grimpas, explicável numa população supersticiosa que se alimenta de novelas há tanto tempo, tudo é bem plausível.

    Até mais que isso, a queda de Marina parecia refletir uma guinada em direção à realidade contra o encantamento do mundo. O surto, tudo indicava, tinha dado lugar à lucidez meridiana.

    Para confirmar esse diagnóstico, tivemos duas pesquisas atestando a mesma tendência, ambas divulgadas no sábado dia 4, ou seja, um dia antes da eleição do domingo, 5.

    A pesquisa Ibope, dava Dilma com 46% dos votos válidos e Aécio com 27% e o Datafolha apurava 44% dos votos válidos para Dilma e 26% para Aécio.

    Desprezando o fato de que as pesquisas não tratam ambas de votos válidos, mas ficando apenas na proporcionalidade que indicam, Dilma foi de 37 a 46, entre 19 de setembro e 04 de outubro, subindo 9 pontos. Aécio, foi no mesmo período de 19 a 27, ganhando 8 pontos. Nada, portanto, que fugisse ao script da nossa vã filosofia e da clarividência científica. Artigo sobre a pesquisa no G1 começava com as seguintes palavras:

    “Pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas neste sábado (4) mostram que a candidata Dilma Rousseff (PT) continua na liderança isolada na disputa pela Presidência da República, mas ainda não tem pontuação suficiente para vencer no 1º turno.”

    Note-se que é dito que Dilma ocupa a “liderança isolada”. Por mais que o movimento fosse de ascensão para Aécio, não chegava a ser um movimento vertiginoso e irrefreável. Tanto mais que Dilma movia-se também em sentido ascendente.

    Portanto, a subida de Aécio não se explica por uma brusca queda de Dilma. Agora, a passagem de Aécio, tomando os dados do Ibope, de 19% no dia 2 de outubro para 33,5% no dia 5, desafia toda sanidade.

    São as leis do mundo reais, tridimensional, movido por causas e efeitos, que são vilipendiadas. Em suma, a subida de 14,5 pontos em três dias, 72 horas, é ridícula.

    Nem Marina, com a hecatombe da morte de Eduardo Campos, passou por uma virada tão estrambótica.

    Há ainda o agravante de que no caso de Aécio, nada de comovente ocorreu. Nenhum fenômeno (natural ou sobrenatural) que pudesse abalar, chocar, desestabilizar uma parte do eleitorado foi verificado.

    Foram debates mornos, nada eletrizantes. Como é possível que, em condições tão sóbrias e mundanas, tão contidas dentro das rédeas da previsibilidade, o cavalo do imprevisível tenha desembestado?

    Aécio não teve nenhum desempenho brilhante nos debates. Nem Dilma foi submetida a qualquer rolo compressor. Nada ocorreu fora do riscado. Tudo normal. Ora, a natureza não dá saltos. E como explicar tanta bananada para tão pouca banana, como dizia minha avó? Se trata de um efeito sem causas? Mas não existem efeitos sem causas, assim como não existe mula sem cabeça. Até a mágica, que parece não ter causas, é feita a partir de truques de manipulação muito concretos.

    Se o empate técnico de Marina e Aécio só foi registrado na pesquisa divulgada na quinta-feira dia 2, vamos crer que na data da eleição, três dias depois, Aécio estaria com 34% dos votos e Marina com 21%, ou seja, uma diferença de 13 pontos percentuais em 72 horas?

    E logo Aécio, tão pacato, tão pouco dado a arroubos e sobressaltos.

    Como seria ele capaz de provocar esse estouro da boiada? Isso é absurdo. Por mais que o Brasil esteja habituado, faz muito tempo, às formas mais variadas de demência, despautério, despropósito, alucinação e o mais, não se deve aceitar passivamente uma situação tão despropositada. Seria o cúmulo da ingenuidade correr para dizer que os institutos de pesquisa erram quando, para qualquer observador sereno, são os fatos, em especial as percentagens, que se mostram suspeitos.

    “Nos lugares em que se esperaria uma maior maturidade da classe média, ela se mostrou o segmento social mais perdido”

    Da minha parte, não sei por que o silêncio paira tão espesso sobre fatos tão óbvios, e ninguém levanta a voz para dizer que o rei está nu.

    Talvez isso se deva ao fato de a classe média brasileira, o locus de onde costuma sair aquilo que se chama opinião pública, tenha perdido de vez a capacidade de refletir.

    Dificilmente essa eleição deixará de entrar para a história brasileira como um ponto de mutação.

    Não evidentemente da política, que continuará marcada pela força do latifúndio (agronegócio), das empreiteiras e da corrupção.

    O que se cristalizou com uma força assustadora foi o completo esvaziamento do senso da classe média ― não estou falando em senso crítico, mas apenas na modesta capacidade de julgamento normal, médio, de qualquer cidadão.

    Esse déficit parece ter sido mais sentido nos centros mais urbanizados onde, pelas teorias clássicas da sociologia, seria menos esperado.

    Ou seja, nos lugares em que se esperaria uma maior maturidade da classe média, ela se mostrou o segmento social mais perdido.

    Certamente essas eleições se desenvolveram como Janus, com duas faces, uma muito marketizada, colorida e sorridente, e outra tenebrosa, pontuada pela desesperança e pela cruel constatação da falta de opção.

    O eleitor se viu emparedado entre o deserto e a miragem, e talvez, no fim, tenha preferido mergulhar no delírio. Basta analisar minimamente o perfil dos candidatos para ver que “grandes são os desertos”.

    Raspando um pouco a maquiagem colorida, os candidatos aparecem como figuras essencialmente retrógradas e exemplos muito límpidos da velha tradição da política brasileira. A tradição dos herdeiros e apadrinhados.

    Dilma, evidentemente, sem nunca ter ocupado cargo eletivo, nem de vereadora, chegou à presidência por milagre emanado de Lula.

    Aécio, que também nunca precisou fazer força pelo voto, embora tenha sido eleito várias vezes, é o neto ungido pelo avô Tancredo. Na verdade, é quase um sarcófago vivo que carrega as cinzas e as relíquias de prestígio do antepassado.

    Marina (a única para quem a alcunha de herdeira seria forçada, ao menos até sua parceria com a herdeira do Itaú) é a fiel depositária de vontade póstuma de Eduardo Campos que, por sua vez, foi o delfim do avô, Miguel Arraes, e, por fim, Luciana Genro, que aparece na rabeira, é filha de Tarso Genro, governador, ex-ministro da Educação, ex-ministro das Relações Institucionais, ex-ministro da Justiça, ex-presidente nacional do PT.

    Nesse quadro, ainda mais considerando a falta quase completa de programa inovador dos partidos, não se vê nada que pudesse apontar alguma luz no fim do túnel.

    Em torno desses personagens com clara fixação nas modalidades antigas de identidade política, uma classe média tresloucada se viu chamada a decidir.

    Ela poderia ter sido o fiel da balança, mas foi na verdade o biruta de aeroporto, aquela touca sem cabeça que indica para onde apontam os ventos.

    Assim, essa cabeça de vento, sem peso, sem decisão, sem lastro, apontou em diversas direções, subindo e descendo à força das imagens construídas pelo momento, pelas ênfases da mídia ou pelo pânico de boiada.

    Extremamente gelatinosa e volúvel, essa classe média migrou de Aécio para Marina, por motivos messiânicos logo depois da morte de Eduardo Campos.

    O avião que caiu dos céus seria a estrela cadente, sinal celeste seguro de que Marina era a eleita do senhor.

    Agora é ver se o resultado das eleições será aceito por todos os brasileiros, como se o país fosse formado por milhões de aloprados espalhados por vasto território. Quem cala consente e aceita.

    O mais provável é que o fetichismo da modernidade cosmética, das urnas eletrônicas hermeticamente lacradas e da infalibilidade dos tribunais superiores, como a antiga infalibilidade do papa, já de antemão tenham vacinado o eleitorado contra qualquer fagulha reflexiva.

    Mas se até os Estados Unidos não se vexou de proceder a uma recontagem de votos, reconhecendo que através dela se conferia legitimidades às eleições presidenciais, não se vê motivos que impediriam de colocar a questão para o Brasil.

    * Bajonas Teixeira de Brito Junior é doutor em Filosofia, duas vezes premiado pelo Ministério da Cultura por seus ensaios sobre o pensamento social e cultura no Brasil, p

  5. REDE?

    Esta “REDE” é partido? Quem define apoio, não seria o PSB?

    Estranho, muito estranho isso.

    Lula não é bobo, sabe que o papo é com o PSB, não com esta “REDE”.

  6. Há algo no ar além dos aviões de carreira

    A estranha morte de Eduardo Campos para a ascenção de Marina e o crescimento impressionante, espetacular, de Aécio em 72 horas lembra a história de jabuti trepado em árvore. Cadê o papelzinho? Essa eleição está muito esquisita. Mais, será que paulista é mesmo tão burro a ponto de reeleger Alckimin no primeiro turno? Cadê o papelzinho para se fazer a recontagem?

  7. E essa gente queria dirigir o país

    O PT é culpado pela incompetência de Marina e seu grupo pelo  incucesso da criaçâo da Rede?

    Haja choradeira.

    “Mamãe… quero colo”

  8. HABEMUS PAPAM E O CONSENSO PROGRESSIVO DA REDE

    HABEMUS PAPAM E O CONSENSO PROGRESSIVO DA REDE

    O pessoal da rede diz que suas decisões são tomadas através do método do consenso progressivo, em que não existe votação e as idéias vão se impondo. Eles são muito engraçados.

    Tivemos um exemplo disso quando Marina, na vigésima-quinta hora, resolveu entrar no PSB, surpreendendo toda a rede, menos certamente a Neca, que é mais chegada no amarelo mesmo. Outro exemplo ocorreu quando a idéia baixou direto da Providência Divina e tirou a Rede do avião, deixando lá só o PSB. Talvez por achar que o PSB de sonhático não tenha nada Marina não deu para Eduardo Campos o recado recebido do Espírito Santo.

    Como se vê, com ou sem consenso, a Providência Divina, o Espírito Santo ou mesmo uma Roletagem Bíblica, como ocorrem (exclusivamente) a Marina, decidem a imposição das idéias no consenso progressivo da Rede.

    Assim, da mesma forma que Marina viu em Eduardo, àquela época, o profeta escolhido, tudo indica que o novo profeta da Rede será Aécio, como já apontou a própria Marina e só Roberto Amaral e Luiza Erundina não entenderam. Afinal de contas, Amaral e Erundina já disseram que jamais (jamais, viu?) o PSB será viagra do PSDB.

  9. Penso, que os marineiros da

    Penso, que os marineiros da Rede, bem como a  cúpula do PSB e a família de Eduardo Campos estão confudindo as coisas, pois, o que está verdadeiramente em jogo é o futuro do Brasil.

    Não interessa as idiosincrasias particulares da Rede, de Marina, Valter Feldmam (um  escorpião), nem dos demais envolvidos.

    Marina e a Rede não pensam segundo a lógica da  esquerda, campo no qual o PSB estava inserido até a morte de Eduardo. São apêndices do PSB. não têm compromisso com o programa do partido. só enxergam seus próprios umbigos.

    O PSB, por sua vez, está perdido, só se  digladiando internamente pra ver quem fica com o espólio de Eduardo. não estão pensando no Brasil nem no fato de que  aderindo à candidatura de Aécio Neves estão esfacelando a unidade da esquerda tão defendida por Miguel Arraes.

    deveriam pensar por suas próprias cabeças, ouvindo gente experiente do partido, como Luiza Erundina, por exemplo. Esquecer Marina Silva, que não é e nunca foi do PSB, usou a sigla pra se manter ativa no atual cenário político-eleitoral.

    essa  de compatibilidade com o programa de governo de Aécio é balela. a começar pela pergunta que não pode calar: Aécio Neves tem programa de governo? que programa? Só se for o de afundar o Brasil, como já fez FHC.     

  10. peixes-políticos fora

    peixes-políticos fora d’água… eis que vós digo em verdade que foram enredados na própria rede insustentável do ser ou não sei… donde se conclui que o hábil paciente pescador tarimbado das ilusões perdidas no mar tenebroso da velha política de briga de foice no escuro… era o saudoso doutor eduardo campos e suas anedotas histriônicas impagáveis…

  11. se já encontram dificuldades para implantarem uma novidade…

    sinal de que a novidade em si ou não é necessária ou não tem nada de novo

    desenhando:

    oportunismo, teimosia e individualismo nunca deixaram de ser a descendência dos velhos hábitos,

    o de trair quem apoia e confia

  12. Marina Silva não tinha nada,

    Marina Silva não tinha nada, com a morte do candidato  a presidente ganhou o direito de entrar na disputa presidencial e começou com gays, ecologistas e evangélicos. Ela perdeu gays e ecologistas antes do 1o. turno e certamente perderá muitos evangélicos no 2o. turno. Ao final ficará com nada… e uma pensão da boNECA do Itaú. Ha, ha, ha… 

    1. Já do outro lado do Atlântico!

      A Alemanha vai apresentar PIB negativo neste ano, pois teve a maior queda na produção industrial e de encomendas para os próximos meses.

      Prefiro um pibinho positivo do que um PIBÃO negativo.

    2. Quem faz PIB é a sociedade

      Ainda PIB?

      Não é o governo que eleva PIB, mas a sociedade. Parte da sociedade, porém, atira no pé resto da sociedade. Por exemplo, as estimativas de sonegação dos coxinhas, pois trabalhador tem muitas dificuldades para sonegar uma vez que em geral é assalariado, e quando sonega (pedreiro, moto-taxista e que tais) é mixaria, a sonegação dos coxinhas, repetindo, é de mais de R$ 460 bilhões por ano! Quatro vezes o que o governo federal investe em saúde!

      Se esses ladrões parassem de roubar, o país cresceria mais, embora, quando comparado com a Europa e com os EUA estejamos melhores do que estes nos últimos anos tomados em conjunto, graças à política de redistribuição de renda do governo e a não adoção da tal da austeridade, nome respeitável que camufla roubalheira que capitalista perpetram contra a maioria da sociedade. Querer inculpar o governo pelo baixo PIB é escamotear a verdade. Os culpados pelo baixo PIB são muitos dos que reclamam do PIB, maus brasileiros que jogam contra a pátria e que a roubam todo dia.

      Nossa burguesia quinta-coluna quer culpar o governo por sua inépcia, sua incapacidade de fazer o país crescer, uma burguesia com vocação de testa de ferro da burguesia internacional, que aliena tudo o que pode para ir morar em Miami, como os entreguistas cubanos (e traidores do próprio povo). Uma burguesia traidora, inepta e imoral, que prefere ser menos, que prefere ser empregada dos gringos, que prefere fazer o país voltar a ser colônia.

  13. Quanta frescura!

    #MarinaCensura, faz logo o que a mídia quer e para de tentar enganar os espertos.  Os inocentes já estão com você quer você assine esse atestado de autenticidade à “velha política” ou não.

    Pega logo seu cargo no Itamaraty, diz pro mundo que a Amazônia é território internacional e para com essa frescura de tentar convencer as pessoas espertas que você tem escrúpulo.

    Roberto Amaral é outro vendido que só faz o que a mídia quer.

    Quanta frescura pra acabar fazendo o que o GAFE quer…

  14. Se bem que política ás vezes

    Se bem que política ás vezes não tem lógica nenhuma mas se, eventualmente formos racionar com ela, Marina deveria torcer para que Dilma se reelegesse. Aí em 2018 era tudo novo. Novas eleições para primeiro mandato e desta vez com páreos duríssimos desde o primeiro instante com Aécio ou Alckimim (PSDB), Marina (Rede), Lula ou Hadad (PT) e Joaquim Barbosa (DEM). Vai ser uma festa!!

  15. As urnas eletrônicas foram hackeradas?

    As urnas elettrônica foram hacheradas?  Eu que acreditava plenamente na segurança das urnas eletrônicas, não acredito mais.  Para mim as eleições perderam o seu sentido de cidadania.  O que estou vendo é uma espécia de “Gangs of New York”.  Votei em Dilma no primeiro turno e votarei novamente no segundo turno, mas, estou enojado com tudo que envolve esta campanha, principalmente com os meios de comunicação.  Gosto de ser um cidadão informado, mas estou cansado de ler tanta baixaria, vazias de verdade e informação.  Em novembro voltarei a ler os infortavos que gosto, entre eles o de Luis Nassif.  Mas agora um chauzinho para todos.

  16. Afirma o tal de Walter

    Afirma o tal de Walter Feldman:

    3 – O PT teria trabalhado nos bastidores para evitar que a Rede Sustentabilidade conseguisse seu registro de partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral no final de 2013. Os marinistas alegam que a legenda de Lula mobilizou cartórios em São Paulo para invalidar fichas de adesão.

    Esta acusação é muito séria. Lula e o PT têm que tomar uma providência contra esse irresponsável, acionando o MPF e a PF para apurar o fato e punir os culpados.

     

  17. eles deitam e rolam ancorados

    eles deitam e rolam ancorados pela grande mídia…

    mas um montão de mentiras sucessivas

    pode até queimar esses mentirosos,

     mais realistas

    que o rei,

    que pretendem arranjar um vaguinha num possível governo.

    governo que supõem já ser deles.

    o fhc já sentou na cadeira de prefeito de sp

    uma vez antecipadamente e deu no que deu.

    quebrou a cara. estrepou-se.

  18. Mateus Prado disse que o

    Mateus Prado disse que o Aécio é retrocesso, que não prega o voto em ninguem, mas que escolherá um candidato. Não votará nulo ou em branco.

  19. Do Facebook de Mateus

    Do Facebook de Mateus Prado

    Entenda o ENEM – com Mateus Prado

    Ontem · Editado

     

    Peço Desculpas.

    Estou muito envergonhado, abalado, abatido e Peço desculpas à todos aqueles que sempre confiaram em minha militância.

    O apoio de Marina à Aécio (a possibilidade) me deixou extremamente surpreso. Se o PT é ruim para o Brasil, o Aécio é um desastre total (costumo comparar ele com Serra, de quem eu tb tenho diferenças ideologias, mas que é um homem sério, dedicado e trabalhador, e não um Bon Vivant).

    O povo brasileiro vai escolher, por si, ente Dilma e Aecio pra governar isto. Inclusive eu, mas agora de forma individual, sem anunciar e nem pedir voto. Nenhum de nos da REDE precisávamos participar desta vergonha pra politica nacional.

    A REDE é quase, ou era pra ser, um anti partido, um partido para ajudar a reformar a politica nacional. Este é o pior caminho.
    Passamos, durante a eleição, por um processo covarde de desconstrução de Marina Silva. Agora vamos nos expor, em favor de uma candidato que não merece nenhum apoio, a mais 20 dias, e talvez 4 anos, de continuação deste processo de desconstrução.

    Quero falar a todos os meus amigos, aos do Sul que querem, na maioria, Aecio na presidência, aos do sudeste que se dividem entre Aécio e Dilma, e aos do Norte e Nordeste que querem, em sua maioria, Dilma presidente que não tenho nada a ver com isto e que minha defesa é pela NEUTRALIDADE nas eleições. Aprendi, disputando as eleições de 2008, que o candidato NÃO é domo de seus votos e que expor-se para apoiar qq candidatura (pior agora em que propõe-se a apoiar um Bon Vivant mantenedor de uma dinastia politica) é desagradar grande parte de seu eleitorado e pagar por isto boa parte da vida.

    Sou pela neutralidade, nos, da REDE, não temos nada a ver com o PT, e tb não temos nada a ver com o PSDB. Se fossemos iguais, ou até parecidos, o Brasil não precisaria de mais um partido politico.

    E pra minha amiga Marina Silva, que eu sofri a cada ataque covarde que recebeu, eu digo, com todo meu amor e carinho : Marina, vc está sendo muito mal aconselhada. E quem te aconselha hj são as mesmas pessoas que te aconselharam em uma campanha que saímos derrotados (caímos de 37% para 22%). Eles estavam errados antes, não é agora que eles estão certos. E, de todos os ataques que recebemos no primeiro turno, talvez o mais covarde foi aquele que associou a gente ao mensalão. E quem fez isto foi Aécio.

    Durante a campanha inteira dissemos que somos contra a polarização PT 
    & PSDB na eleição presidencial. Chegou a hora de sermos liderança pelo exemplo. A historia do Brasil nos cobra coerência, sobre o risco de sermos um partido ( a REDE) que não merece confiança, que não entendeu os recados das ruas e o novo momento politico mundial. 

    Vou voltar a falar só de ENEM, mas não podia me recolher em um momento tão importante da vida nacional, principalmente por ter sido um dos fundadores da REDE Sustentabilidade. Eu devia este depoimento/explicação às que me seguem. Não sou um computadorzinho que repete coisas importantes sobre o ENEM, sou um ser humano preocupado com o Brasil, com o mundo e como meus amigos/seguidores.

  20. Pra Marina tanto faz, como

    Pra Marina tanto faz, como tanto fez.

    Como diz o Paulo Nogueira: “Marina é candidata a mito, não à Presidenta”

  21. Quem explica uma frase como

    Quem explica uma frase como essa: o jornalista Kennedy Alencar informou ontem que interlocutores de Aécio já levaram à Marina a proposta de participação em um eventual governo tucano, no comando de um “Itamaraty verde” – um sinal de que Marina poderia emplacar, então, uma agenda sustentável a nível internacional.” Sustentável para quem, cara pálida? Ela será eleita para presidir o quê? Quem tem agenda, ou é candidato ou está em campanha. Nem Collor emplacou com a Rio 92, os EUA nunca aderiram a nenhuma agenda verde. Existe de fato, algum país que represente essa agenda verde? Qual o país mais verde do mundo? “Verde que te quero verde” a qualquer preço, né…

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