Financiamento ilícito a favor de Bolsonaro será levado à Justiça e pode anular eleições

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Lula Marques/Divulgação

Jornal GGN – O episódio denunciado por reportagem da Folha de S.Paulo de uma prática que se encaixaria como caixa dois na campanha de Jair Bolsonaro (PSL), por compra de pacotes de divulgação em massa de mensagens contra o PT no Whatsapp por empresários, poderá resultar em nulidade das eleições presidenciais de 2018.
 
Pelo menos é como vê o PDT, partido do ex-presidenciável Ciro Gomes, que anunciou nesta quinta-feira (18), que irá fazer essa solicitação à Justiça Eleitoral, alegando que as Fake News transformaram os resultados das eleições este ano.
 
O presidente da sigla, Carlos Lupi, se reuniu na manhã de hoje com outros integrantes do partido para verificar como a assessoria jurídica do PDT irá ingressar com esta ação. “O problema das fake news é muito grave, mas agora a compra do envio em massa de fake news contra o PT foi para um outro patamar. É crime”, ressaltou.
 
“É abuso do poder econômico. Vamos pedir a nulidade das eleições”, contou Carlos Lupi a reportagem de O Globo.
 
Como aliados históricos do PT, o PDT não anunciou o apoio amplo a candidatura de Fernando Haddad (PT) porque no primeiro turno empenhou esforços na eleição de Ciro Gomes como a alternativa à direita do PSDB ou de Jair Bolsonaro (PSL).
 
Classificando Ciro ao terceiro posto de mais votado no dia 7 de outubro, o PDT já estava se preparando para as eleições 2022. Por isso, publicamente, o partido não afirmou apoio irrestrito à candidatura de Haddad, mas se posicionou com o “#EleNão”, contra a de Jair Bolsonaro.
 
Na visão de Lupi, o cenário pode mudar. Porque a denúncia feita pela Folha de S.Paulo se trata de um crime com impacto nos resultados das eleições presidenciais de 2018. 
 
A alegação do PDT tem sustentação. O próprio diretor do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, indicou que a fraude no Whatsapp influenciou, sim, a impulsão de apoios à candidatura de Bolsonaro. 
 
Ao compartilhar a notícia da Folha em seu perfil no Twitter, Mauro Paulino disse que as “pesquisas eleitorais evidenciaram a impulsão da onda [a favor de Bolsonaro] nos momentos finais”. 
 
“RJ, MG e DF são claros exemplos. Ao se comparar as fotos [das intenções de votos] das vésperas, registradas por Ibope e Datafolha, em comparação com a foto das urnas, o fenômeno [de aumento de votos em Bolsonaro com a onda de mensagens de whatsapp] é claramente explicitado”, escreveu.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. O judiciário fez o que podia

    O judiciário fez o que podia e não podia para ser protagonista das eleições. Conseguiu. Mas não exatamente do jeito que eles queriam…

    Não que eu ache que qualquer reclamação do PT ou do PDT será atendida, mas vai ser interessante ver o TSE validar uma eleição roubada.

  2. É evidente que a campanha de

    É evidente que a campanha de Bolsonaro cometeu crime para ficar na frente nas eleições e que o TSE deveria cancelar a chapa e fazer novas eleições com os outros candidatos.

    Mas o TSE é parte integral do golpe de estado, portanto quem quer apostar que o TSE não irá fazer nada e que a população terá que “engolir” essa quebra flagrante das regras?

  3. Não é só o Bolsonaro que deve

    Não é só o Bolsonaro que deve ter cassada a sua

    candidatura, mas também os seus filhos e agregados

    que se aproveitaram da situação. Aliás o PSL, partido

    dele e a sua direção direção devem ser penalizados

    criminalmente pelos fatos apontados, caso seja comprovado..

  4. #

    Nacionalista fake – Bate continência para a bandeira americana.

    Militar fake – Planejou explodir bombas em quarteis do Exército e numa adutora que abastece a cidade do Rio de Janeiro, para reivindicar aumento de salário.

    Candidato fake – Quer se eleger presidente às custas de atos ilícitos, trapaça, mentiras e difusão de ódio entre a população.

    Evangélico fake – É a favor da tortura e defende o assassinato de adversários políticos.

    Ser humano fake – Despreza mulheres, negros e LGBT.

    Se eleito, será um presidente fake.

     

     

  5. Patifaria

    Claro que os Tribunais vão minimizar e mandar tocar o barco .

    Não aguentam mais esta pré-Ditadura, querem ir logo aos finalmentes …

    . Estão todos com o fiofó na mão, por que o BolsoFlato deve ter a ficha de cada um destes juízes.

    Todos os candidatos   ausentes do segundo turno deveriam firmar um pacto e denunciar ao mundo o que está havendo no Brasil. Pedir nova eleição  e penalização do coiso !

    Mas acho remota esta hipótese, não temos instituições com autoridade moral para fazer frente a um escândalo destas proporções …

    La vai o Brasil, descendo a ladeira ….

  6. O nosso Judiciário é comporto

    O nosso Judiciário é comporto de canalhas abastados que fazem maracutais e conluios sem se constrangerem. São parte dos parasitas do Estado que impõem sua ideologia a cada processo julgado pela capa ou com venda de sentenças.

    O Judiciário está até o pescoço no Golpe e agora é impossível voltar atrás.

    Seja Haddad ou Bozo, o Brasil não terá paz por longos anos. Muito sangue jorrará da irresponsabilidade do Judiciário, da mídia e do Congresso vendido. Tudo isso para entregar o Brasil aos EUA com Bozo prestando continência à bandeira dos EUA e ainda cantando USA, USA, USA, … Nada mais ridículo.

    Imaginem a falta de moral do Brasil no mundo com um Congreso composto de um ator pornô do PSL, um palhaço Tiririca  PR, Janaina Pascoal uma professora aloprada PSL, Joice Hasselman a loira sem noção PSL, …

    Brasil é um país que se jogou fora do jogo Geopolítico e se satisfaz em vender soja e milho. Deprimente.

  7. Certo mesmo tava era o Sérgio

    Certo mesmo tava era o Sérgio Machado naquele famoso diálogo quando chamou o País de “ESSA PORRA”. Eu lamento é não ter dinheiro pra ir embora “DESSA PORRA”. Nunca mias poria os pés aqui. E, se me perguntasssem pelo mundo afora onde nasci(?), responderia: “NO CÚ DO MUNDO”.

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