Isolada, falta de preocupação de Marina com alianças pode colocar Rede no limbo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – A pré-candidata à Presidência da República, Marina Silva (Rede), até poderia ir a segundo turno com Jair Bolsonaro (PSL), na hipótese de que ex-presidente Lula seja impedido de participar das eleições deste ano. Apesar de angariar um pequeno, mas que poderá ser determinante público eleitor, o mesmo espaço Marina não tem no palco político.
 
Em termos de aliança para as eleições, ela está sozinha, sem a adesão de outros partidos que não o próprio criado por ela. Assim, ela terá que lutar por coligações simbólicas.
 
Apesar de outros candidatos com muito menos intenções de votos já formarem alianças e verificarem opções de apoios, como o ex-governador tucano Geraldo Alckmin, que tem apenas 1% dos possíveis votos segundo a última pesquisa Ibope, Marina não quer conversar agora com outros políticos.
 
“Estamos fazendo alianças com a sociedade”, disse, durante o evento da CNI (Confederação Nacional da Indústria). “Até o dia 4 de agosto [quando ocorrerá a Convenção da Rede], temos bastante tempo. Nenhum candidato definiu nem vice nem alianças”, se auto-consolou.
 
Mas nessa linha, ela tem tentado conversar com movimentos que trazem o discurso da renovação política, entre eles os grupos Agora!, Acredito, Brasil 21 e Frente Favela Brasil. Sabendo que tais diálogos não são suficientes para debater apoios, alianças e espaço de televisão, Marina não se preocupa que faltam apenas três meses para a população ir às urnas.
 
Até lá, a Rede deve conversar com partidos pequenos, mesmo que não carregam a mesma bandeira de renovação, como PHS, PMN, PPL e Pros. Porque sozinha, como está agora, Marina só conseguiria 8 segundos de propaganda na televisão. E no limbo, o partido não consegue avançar. O PPS, por exemplo, já indicou que deve apoiar Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
 
“Os mecanismos com os quais operamos não são os mesmos que costumam ser vistos em época eleitoral, mas são os que contam para nós”, disse a ex-senadora Heloísa Helena (Rede-AL), uma das mais próximas de Marina.
 
E mesmo com estes movimentos que Marina Silva indicou para ela ter mais importância, a Rede só obteve apoio até agora do Brasil 21. Outros, como o Agora!, que tem como um dos membros o apresentador Luciano Huck, não devem se posicionar a favor de Marina e devem tomar partido em um possível segundo turno.
 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. isolada, parece com a eterna hierarquia de um certo partido

    com eterna dificuldade de não encabeçar alianças, com eterna dificuldade em não se renovar.

    Dificuldades ou facilidades?

    “The greatest threat to freedom is the absence of criticism” – W. Soyinka

  2. ou esperando uns minguados convincentes no Bolsonaro…

    coloquei aqui, há meses atrás, que ela tinha tudo para ser o melhor cabo eleitoral do Bolsonaro

  3. Como consta em um post do

    Como consta em um post do Fernando Brito, a “fadinha jantável” está aí para isso mesmo, para ser jantada pelos Itaús.

  4. Heloisa Helena está nessa
    Heloisa Helena está nessa Rede, é?!
    O que terá acontecido, se “decepcionou” com o PSOL? Ficou “sem espaço” no partido? Acreditou no “projeto” do partido da Marina Silva?

  5. Ela não quer ser
    Ela não quer ser presidente.

    Ela já percebeu o tamanho da encrenca que vem por aí e sabe que não tem condições de criar um governo que se sustente.

  6. Circuito da Caipora

    Nassif: a fadinha da mata quer apenas uns trocadinhos de banqueiros e daquelas inexcrupulosas empresas que lhe garantem sustantação, dedutíveis no imposto de renda. Feito tal, vai embora pro seu feudo e amarra a rede em numa embaubeira qualqier.  Volta só em 2021, para renovar o circuito extrativista.

  7. O difícil para mim é entender

    O difícil para mim é entender como ainda tem gente que vota nesta porcaria.

    Mais ainda na porcaria bostanaro.

    Depois ficam reclamando dos políticos e da situação deplorável em que o país se encontra.

    O Brasil será motivo de estudos futuros tentando explicar como um país consegue se autodestruir em menos de quatro anos.

    Estes estudos também explicarão o papel decisivo da lava jato nesta desgraça.

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