Justiça Eleitoral deve entrar em greve

Jornal GGN – A apenas cinco dias do 1º turno das eleições, servidores públicos da Justiça Eleitoral entrarão em greve na terça-feira (30). A reivindicação é “pôr fim a oito anos de perdas salariais acumuladas”, por meio da aprovação de um projeto de lei no Congresso que assegura a recuperação de uma defasagem salarial superior a 56%, acumulada desde 2006, quando foi aprovado o último Plano de Cargos e Salários. A decisão do Supremo Tribunal Federal de conceder o auxílio-moradia aos juízes aumentou a indignação e provocou as manifestações que vão resultar na paralisação.

Por Fausto Macedo

Servidores da Justiça Eleitoral entram em greve a 5 dias do 1º turno

Do O Estado de S. Paulo

Paralisação deverá afetar também a Justiça Federal e a Trabalhista. Grevistas alegam que auxílio moradia para os juízes “aumentou insatisfação”

Dizendo-se “indignados”, servidores do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo – maior Corte eleitoral do País – decidiram parar por tempo indeterminado a cinco dias das eleições gerais e fazer assembleias diárias para avaliar o movimento que, segundo eles, busca “pôr fim a oito anos de perdas salariais acumuladas”. A greve, informam os servidores, será deflagrada nesta terça feira, 30.

Na avaliação dos funcionários do TRE/SP, a paralisação “pode ajudar a puxar novos protestos nacionais dos servidores do Judiciário Federal antes das eleições”. A greve foi decidida em assembleia conjunta de servidores das Justiças Eleitoral, Trabalhista e Federal durante protesto em São Paulo, na quarta-feira, 24, em frente ao TRE.

Segundo os grevistas, houve paralisações e protestos também em outros Estados, como Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Maranhão. Os servidores lutam pela aprovação de um projeto de lei no Congresso que, segundo eles, assegura a recuperação de uma defasagem salarial superior a 56%, acumulada desde 2006, quando foi aprovado o último Plano de Cargos e Salários.

Os grevistas criticam a decisão do Supremo Tribunal Federal de conceder o auxílio-moradia aos juízes. “É um sentimento de indignação que vai se consolidando na categoria”, avalia Adilson Rodrigues, da Justiça Federal de São Paulo e da coordenação da Federação Nacional dos Servidores do Judiciário Federal (Fenajufe).

Segundo Rodrigues, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, havia sinalizado a abertura de negociações após as eleições, mas o governo cortou o orçamento do Judiciário. “Com isso, reduziu o aumento do subsídio para os ministros do Supremo e afastou a possibilidade de corrigir o salários dos servidores”, destaca Adilson Rodrigues.

“A insatisfação da categoria cresceu diante da liminar que estendeu o auxílio-moradia aos juízes federais”, protesta o sindicalista.
Segundo os servidores, os magistrados ainda articulam a aprovação de emenda constitucional para recuperar o adicional por tempo de serviço e buscam uma gratificação por acúmulo de funções.

 

Redação

14 Comentários

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  1. Premetitado?

    Será que este auxílio moradia só pra os juízes / MP não foi premeditado para zonear tudo…ainda mais que a extensividade a todos o juízes tenha partido de quem partiu? É só uma pergunta!!! Viva o Brasil, o Lula e a Dilma!!!! 

  2. Inveja

    Nassif,

    O oportunismo de 5ª está na cara, na verdade uma chantagem dos servidores da Justiça Eleitoral.

    A alegada defasagem salarial, o que significa exatamente, oito anos sem qualquer ajuste salarial ?

    Por outro lado, quando o grupo reclama do auxílio-moradia concedido a quem não precisa de qualquer auxílio, os juízes federais, é evidente que o motor da greve anunciada é totalmente coerente.

    Magistrados, neste país, podem ganhar 200 mil /mes que continuarão reclamando, pois o que move a categoria é a inveja que sentem dos escritórios de advocacia que ganham muito mais do que eles, mas que para isto tem que fazer aquilo que os magistrados desconhecem, manter o nome, correr atrás de clientes, pagar aluguel, funcionários, TRABALHAR DE 2ª A 6ª FEIRA, etc…, este é o motivo. 

  3. Ei, os bancários também

    Quem precisar de uns trocados para ir às urnas talvez não possa contar com os bancos, já que os bancários têm ameaçado ir à greve a partir do dia 30.

    Eita Brasilzão esquisito, sô!!

  4. É verdade que desde o útimo

    É verdade que desde o útimo PCS não temos a correção do salário para acompanhar a inflação. Tivemos correções irrisórias e hoje, o poder aquisitivo dos servidores da justiça caiu bastante.

    A reivindicação é justa, mas realmente a greve na justiça eleitoral é uma chantagem, capitaneada pelo PSTU que domina o Sintrajud desde sempre. A greve na JFSP é contra a Dilma e é declaradamente política, o Sintrajud, isto é, o  PSTU joga sujo o tempo todo e faz campanha contra o PT o tempo todo. Sempre.

    Mentem, atacam, esquecendo de defender os interesses dos servidores, colocando os seus interesses acima dos nossos. Na verdade não representam os servidores da justiça federal em São Paulo. Pouquíssimos são filiados e votam na escolha dos seus representantes, os não filiados não podem votar, e assim conseguem manter o domínio no sindicato. A grande maioria não é filiada porque o Sintrajud cobra 1% do salário bruto ao mês. A situação é boa para eles, porque com baixa filiação conseguem se manter no poder sem grandes disputas e continuar a fazer seu proselitismo. 

    As greves, geralmente, têm uma participação baixíssima, de 5 a 10% da categoria nos melhores dias, isto é, nos esforços concentrados para a realização de uma assembléia no pátio do TRF por meia hora (do almoço). Trabalhei no TRF por 14 anos e participei de todas as greves, o tempo todo, em todos estes anos e vi por dentro como eram conduzidas. Fui filiado por 16 anos, contribuindo mensalmente e também nos esforços de arrecadação durante as greves. Desfilie-me a quatro anos. No forum que trabalho apenas UM servidor é filiado (de vinte servidores).

    Se colocam frequentemente contra os sindicatos das outras regiões que não sejam filiados a CONLUTAS, chamando-os de pelegos e trabalhando contra os acordos que porventura tentem realizar.

    Tiveram uma reunião com o Ministro Lewandowsk, mes passado, onde apresentaram a proposta de correção do salário de 56%. O ministro disse-lhes que tal aumento não passaria no congresso porque representava um acréscimo de 10 milhões à folha de pagamento e perguntou qual seria o plano B. Não tinham… Por sua conta o Ministro colocou no orçamento uma proposta dividindo a correção pretendida em seis vezes, senão nem isso teríamos.

     

  5. Depois da ridícula campanha

    Depois da ridícula campanha que vêm fazendo nesse período eleitoral por meio de filmetes moralistas com o ignobil pressuposto de que “o povo não sabe votar”, aparecem com mais essa chantagem baixa.

    Não merecem. Estão chorando de barriga cheia. Tem servidores de nível médio nesse judiciário brasileiro que ganham mais que professor doutor…

    Aliás pode até ser bom que se aventurem. Assim podem pegar a Dilma no melhor momento “nem que a vaca tussa”.

  6. #NãoVaiTerEleição

    Tá difícil né Valério Acary, quem sabe agora com essa greve vai

    Pelo menos um deputado 

    Ai ninguém entende pq o PSTU não consegue eleger sequer um deputado

    Pelo menos unzinho!

    Fala Valério:

    Não está na hora de garantir a eleição de um deputado do PSTU?

    Valerio Arcary

    Fotos: Romerito Pontes

     Não há pior inimigo que um falso amigo
    Sabedoria popular inglesa

    Escrevo estas linhas, especialmente, para aqueles que nunca votaram no PSTU. Quero lhe pedir que considere o voto em um candidato a deputado do PSTU nestas eleições. Peço que me dê uma oportunidade de explicar porque a eleição de um deputado do PSTU vai fazer diferença. Sei que não é uma escolha fácil. É preciso, em primeiro lugar, definir alguns critérios. Tem que peneirar. Sem alguns filtros, é impossível decidir em quem votar.

    Sei que você teve suas razões. Alguns entre vocês nunca votaram no PSTU porque achavam nossas propostas demasiado radicais. Outros consideravam o PSTU um partido, eleitoralmente, ainda muito minoritário. Sei que, também, deve ter pesado o fato de que o candidato do PSTU era menos conhecido, não tinha alcançado visibilidade, acesso à TV. E pensava que não valia a pena correr o risco de perder o voto, já que nossas candidaturas tinham poucas chances de conseguir um mandato. Até porque você já tinha um candidato em quem votava desde outras eleições.

     Bom, chegou o momento em que é possível eleger um candidato do PSTU. Sim, é possível. Mas, mais importante, mais do que nunca é indispensável a presença do PSTU no Congresso Nacional.

    É indispensável, em primeiro lugar, porque você quer votar em alguém honesto, honrado, íntegro. Mas como ter a certeza? Afinal, é dominante a ideia de que aqueles que se candidatam estão somente à procura de alguma vantagem pessoal.  Não é verdade que são todos iguais. Nas eleições, como na vida, há um pouco de tudo.

    Votar na candidatura do PSTU é depositar um voto em quem podemos ter confiança. Quem entra no PSTU faz um compromisso. O PSTU é um partido independente. Sem independência não há liberdade. Independência tem que ser econômica, política e ideológica. A classe dominante tenta aliciar, atrair, seduzir, permanentemente, os representantes da classe trabalhadora. O candidato do PSTU merece a sua confiança porque tem uma trajetória, e foi escolhido para ser o porta-voz de milhares de militantes abnegados porque já passou por muitas provas. A primeira delas, é que vai continuar a viver como sempre viveu, possivelmente, pior. Tem que estar disposto a fazer uma doação. Nós temos critérios de seleção. Tem que ter desprendimento. Porque o mandato não será do eleito, será do coletivo, da fraternidade de ativistas que o elegeu. Tem que ter altruísmo, disposição de luta e espírito de sacrifício. A militância é uma entrega, uma atitude diante da luta dos trabalhadores e da juventude. Nossos candidatos são assim.

    Tem também que ter confiança de que será alguém comprometido com as lutas e um projeto socialista. Nossos candidatos nasceram na militância junto às lutas populares. São ativistas corajosos, que já demonstraram sua devoção. Mas são mais do que ativistas. São socialistas sérios que estudaram marxismo. São revolucionários pra valer. Não serão manipulados.

    Os candidatos para quem pedimos o seu voto merecem a sua confiança porque são internacionalistas. Nenhum partido da esquerda brasileira tem uma prática internacionalista maior do que o PSTU.  Podem ter feito, em alguma campanha, tanto quanto nós. Mais não. Estivemos no Haiti ao lado da resistência, fomos à Palestina levar nossa solidariedade, nos engajamos na Síria, lutamos contra a guerra no Iraque, fizemos do levante na Argentina nossa bandeira, organizamos caravanas à Bósnia.

     Eleger um candidato do PSTU é ter a confiança de que será alguém lúcido e ousado, que estará sempre do lado das causas justas. Porque aqueles que estamos hoje no PSTU, temos uma história na esquerda brasileira. Queremos que considere o papel que tivemos no passado para decidir em quem confiar no futuro.

     Em 1978/79, estávamos na primeira linha da defesa da formação do PT, quando a maioria da esquerda aceitava que a liderança da luta para derrubar a ditadura devia ser depositada nas mãos do MDB de Tancredo Neves. Em 1983 estávamos na vanguarda dos que defendiam a fundação da CUT, quando a maioria da esquerda era contra a formação de uma Central sindical independente para unificar as lutas, porque defendiam um acordo com os pelegos. Em 1984, quando das Diretas, já, defendemos um dia de greve geral, sem pedir permissão a Montoro, Tancredo e Brizola. Em 1986, fizemos a denúncia do plano cruzado contra Sarney. Em 1987/89, estávamos à frente da organização das greves gerais que fizeram história. Em 1992, assumimos a defesa do Fora Collor contra a maioria da direção do PT, e fomos aqueles que fizeram a campanha por antecipação das eleições gerais, contra a posse de Itamar. Em 1994, realizamos a unificação que criou o PSTU, provando nossa disposição unitária com a dissolução da Convergência Socialista dentro do novo partido.

     Em 1999, combatemos pela defesa da campanha do Fora FHC, quando a direção do PT decidiu esperar as eleições. Em 2002, apresentamos candidatura própria, alertando para os imensos limites da candidatura Lula. Mas como a maioria da classe trabalhadora alimentava ilusões em um governo do PT e Lula, declaramos que não seríamos um obstáculo a essa vontade, e indicamos o voto Lula no segundo turno. Entre 2003/04, abraçamos a luta por uma Central Sindical Independente, o processo de desfiliação da CUT e construção do que veio a ser a CSP/Conlutas.

    Em 2005, denunciamos como de máxima gravidade o escândalo do mensalão, mas, também, denunciamos, energicamente, o perigo que seria uma unidade da oposição socialista de esquerda com a oposição burguesa de direita. Dissemos não ao impeachment de Lula, porque a tentativa ensaiada de derrubar Lula pelo Congresso Nacional seria uma saída reacionária para a crise.

    Em 2006, nos comprometemos com a luta por uma Frente de Esquerda, mas com um programa anticapitalista. Mesmo quando o programa acentuou uma proposta nacional desenvolvimentista, e ainda depois que a legítima defesa da indicação de Zé Maria como vice-presidente na chapa nos foi negada, mantivemos nosso compromisso. Finalmente, em 2013, estivemos nas ruas de Junho, em uma luta par unir a rebelião da juventude com os batalhões mais maduros da classe trabalhadora, sem capitular às pressões do governo ou às pressões dos blackblocs.

     Nossa participação eleitoral obedece a uma estratégia. Somos o partido dos que recusam a capitulação a esta institucionalidade. Assim como participamos dos sindicatos, sem capitular ao burocratismo dinástico. Assim como participamos nos movimentos populares, mas sem capitular ao apoliticismo, ou movimentismo. Assim como participamos da luta teórica, sem capitular ao academicismo.

    Merecemos a sua confiança. Seja quem for eleito para a presidência. Nós somos os marxistas do século XXI. Somos os internacionalistas revolucionários. Somos os comunistas de Lenin, Trotsky, e Rosa Luxemburgo. Somos os trotskistas. Ajude um dos nossos a ser eleito. Você não vai se arrepender. 

     http://www.pstu.org.br/pstu16/21022

     

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