Lula compara Lira a “imperador do Japão” e o acusa de defender semipresidencialismo

Victor Farinelli
Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN
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O líder petista fez comentários sobre o presidente da Câmara em evento que selou o apoio do Solidariedade à sua candidatura presidencial, nesta terça-feira

Paulinho da Força e Lula (Foto: Divulgação / Solidariedade)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT nas próximas eleições presidenciais e líder nas pesquisas de intenção de voto, fez duras críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acusando-o de “querer virar o imperador do Japão”.

Segundo o líder petista, Lira estaria manobrando para implementar um regime semipresidencialista no Brasil, o que permitiria a ele, como chefe do Legislativo, contar com maiores atribuições e ter mais forças para questionar o Poder Executivo.

“Se a gente não eleger uma maioria de senadores comprometidos com o discurso que temos aqui, a gente ganha as eleições e o atual presidente da Câmara continua como imperador. Ele já está querendo criar o semipresidencialismo. Ele já quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara dos Deputados”, comentou Lula, durante um evento nesta terça-feira (3/5), em São Paulo, que selou o apoio do partido Solidariedade à sua candidatura presidencial.

Segundo Lula, a estratégia de Lira visa enfraquecer a figura do presidente da República, por exemplo, tirando dele a capacidade de controlar o orçamento, e entregando maiores poderes ao Poder Legislativo – ou seja, ao próprio Lira, como atual presidente da Câmara – para interferir nos gastos do Estado.

“Ele age como se fosse o imperador do Japão. O que ele quer é poder mandar, inclusive, na administração do orçamento, que é aprovado pela Câmara, que é aprovado pelo Congresso. O orçamento tem que ser administrado pelo governo e é para isso que o governo é eleito. E é o governo que decide dar cumprimento ao orçamento aprovado pela Câmara, em função do regramento financeiro do estado brasileiro”, acrescentou o líder petista.

Durante o evento, Lula também aproveitou para fazer um gesto ao ex-deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e da Força Sindical, que teria se sentido ofendido por críticas que recebeu em um evento das centrais sindicais, semanas atrás, no qual foi apresentada a chapa entre Lula e Geraldo Alckmin.

Por sua parte, Paulinho fez uma crítica ao PT de Lula, dizendo que o partido está perdendo tempo com hostilidades entre aliados”, mas afirmou que trabalhará com o objetivo de atrair apoios de partidos de centro e de direita para a chapa que enfrentará o atual presidente Jair Bolsonaro nas urnas, em outubro.

Para finalizar, Lula afirmou que “você sabe que não é tão fácil assim, Paulinho, o jogo é pesado”, e afirmou que, diferente da campanha de Bolsonaro, baseada nas redes sociais, a dele será enfocada na presença nas ruas. “Quem quiser ficar fazendo campanha em rede social que fique. Eu vou percorrer o Brasil”, assegurou o candidato petista, que também reproduziu a mensagem em suas redes sociais.

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Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

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