No Senado, Gleisi chama Eduardo Campos de oportunista

Do O Globo

Gleisi chama Eduardo Campos de ‘oportunista’ e ‘ingrato’
 
De volta ao Senado, ex-ministra discursou em resposta ao presidenciável, que disse que governo Dilma está ‘mofado’
 
Maria Lima
 
BRASÍLIA – O governador de Pernambuco Eduardo Campos chamou para a briga com o pesado discurso em que disse que o governo da presidente Dilma Rousseff é “mofado” e que os petistas já se desesperam por sentir o cheiro da derrota. E o contra-ataque veio nesta quarta-feira, um tom acima. Em seu primeiro discurso no plenário do Senado depois de deixar a Casa Civil, a ex-ministra Gleisi Hoffman discursou chamando o presidenciável do PSB de oportunista, hipócrita, ingrato e de ter seu sucesso creditado ao apoio do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. Em resposta, Eduardo Campos disse que a reação de Gleisi mostra o jeito precário de fazer política e que suas críticas calaram fundo no Governo.

— Foram manifestações oportunistas. O governador está criticando uma política pública da qual se beneficiou nesses oito anos. Grande parte do sucesso de Pernambuco se deve ao apoio que a União deu — disse Gleisi no plenário do Senado.

Ao se referir ao discurso de Campos no lançamento do programa conjunto de sua candidatura com Marina Silva, Gleisi reclamou que o governador deve seu sucesso ao apoio de Lula e Dilma.

— Foi uma manifestação de grande ingratidão. Lula o chamou de filho e o apoiou em diversas caminhadas. Ele foi participe de nosso governo — reagiu Gleisi.

Disposto a não “tremer” e reagir à altura no enfrentamento com o PT e o governo da presidente Dilma, Eduardo Campos diz que a reação foi tão irada porque “a crítica pegou”.

— A reação da senadora Gleisi mostra o jeito precário de fazer e discutir o País. A gente faz uma crítica política, para discutir a macroeconomia e a pessoa vem com ataque pessoal, com desaforo. É um jeito vencido de fazer política — contra atacou Eduardo Campos.

A ex-ministra mostrou que há um grande ressentimento pelos anos de parceria em que o governo federal investiu em Pernambuco. Gleisi disse que apesar do grande volume de recursos repassados pela União a Pernambuco, é injustificável que o estado tenha figurado entre os que tiveram déficit estruturante.

— Lamento que essa candidatura se sustente num tripé que se baseia em manifestações de hipocrisia, que não condizem com a realidade , em desacordo com um governo em que o governador participou esse tempo todo — continuou Gleisi, ao defender a presidente Dilma.

Sobre a acusação de estar entre os estados com déficit estruturante, Eduardo Campos explicou que Pernambuco foi o estado que mais investiu proporcionalmente. Disse que no ano passado houve um déficit primário e por isso foi assinado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma autorização para que pudesse endividamento de até R$ 1,4 bilhão, mas só gastou R$ 1 bilhão.

— Pernambuco tem todos os indicadores em dia e temos créditos em bancos daqui e do exterior. Fizemos poupança corrente de R$ 1 bilhão e fechamos o ano com superávit financeiro, descontados os R$ 2 bilhões de restos a pagar — explicou Campos.

Imediatamente após o discurso de Gleisi no plenário, o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), e a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), foram ao microfone rebater os ataques, esquentando a disputa.

Rollemberg disse que o PSB apoiou a eleição de Dilma, mas não podia mais concordar com um governo que exibe índices vergonhosos de analfabetismo, que sofre com apagões em uma área em que a presidente se anunciava como grande gestora, e com gastos de R$ 1 bilhão com termelétricas por falta de uma política energética consistente.

— Nós queremos um debate de propostas para o país, por isso apresentamos um programa para a Nação. Mas seu partido só sabe agredir , desqualificar e denegrir adversários. Como ninguém tem o monopólio da verdade e da ética, como diziam no passado, não iremos nos furtar a fazer os enfrentamentos necessários — avisou Rollemberg.

 

Redação

19 Comentários

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  1. Rollemberg

    Rollemberg disse que o PSB apoiou a eleição de Dilma, mas não podia mais concordar com um governo que exibe índices vergonhosos de analfabetismo, que sofre com apagões em uma área em que a presidente se anunciava como grande gestora, e com gastos de R$ 1 bilhão com termelétricas por falta de uma política energética consistente.

    _ Interessante ele creditar indices vergonhosos de analfabetismo. Ele não tem acompanhado as estatísticas. Não somos nenhuma Suíça em relação a educação mas desde a criação do bolsa família e  as cotas nas universidades o governo colocou mais de 10 milhões de alunos nos bancos da s escolas;

    _ Trabalho numa empresa de energia. Não me lembro de apagões tipo FHC nesta era em que o PT comanda o país. São pontuais e normalmente em locais onde a rede já está estrangulada há anos;

    _ O Brasil é um país que tem a produção de energia baseada em Hidrelétricas (geradores movidos à água). Se falta água a culpa é do Governo? Neste caso acionamos nossas térmicas que são a carta na manga. Outros países não tem esta possibilidade e tem a energia nuclear como fonte principal! Construção de Giral, Santo Antônio e as demais usinas que estão ate´com 70% construídas não é política energética?

     

    1. Isso não é uma crítica

      Isso não é uma crítica consistente. São apenas desculpas para ter virado a casaca.

      Seria consistente se apresentasse as críticas com contextualização. Por exemplo os citados “apagões”, eles são em número excessivo? É mais ou menos do que ocorre em outros lugares do mundo? Representam eventos isolados ou indicam um problema sistêmico. Não tem NADA disso, só uma citação para aproveitar as manchetes dos últimos dias.

      Analfabetismo? O que o Eduardo Campos fez contra o analfabetismo em Pernambuco que foi melhor, ou apenas diferente, do que o governo federal fez? E o que os prefeitos e governadores do PSB, o que fizeram nesse quesito? Qual o quadro geral do analfabetismo? Aumentou ou diminuiu nos governos petistas? Quais ops projetos apresentados pelo PSB em relação ao combate ao analfabetismo? Ele não fala NADA disso.

      Então fica claro que o sujeito está citando fatos isolados e descontextualizados, sem apresentar nenhuma proposta, nenhum projeto, mas sem conseguir apresentar uma justificativa para o vergonhoso ato de virar a casaca.

       

      1. Eduardo acredita tanto na

        Eduardo acredita tanto na educação de seu governo que usou a imagem de uma escola particular como fachada do seu discurso sobre o ensino público em Pernambuco. Foi num programa do PSB quando já estava preparando sua  voo solo, nem tão solo assim.’ Agregou valor’ (acho muito cabotina essa expressão) ao chamar a Marina.

  2. E os bilhões gastos nas

    E os bilhões gastos nas eólicas sem que elas estejam interligadas ao sistema. Gera-se energia, mas não se distribui. Haja incompetência da Dilma.

  3. O que seria de um Governo

    O que seria de um Governo PSBMARINA na área energética, com ela sendo contraria à construção de hidrelétricas. Graças a Deus que oportunistas do calibre deles não têm vez. Já nos vacinamos contra salvadores da pátria. A propósito, como vão a educação e a segurança pública no Estado de Pernambuco? O quanto avançou nos anos do Governo Campos? O bravo povo de Pernambuco, forte, lutador, vão lhe responder em outubro. Esperem pra ver.

    1. E daí?

      E eu prefiro a Gleisi, mas infelizmente para mim ela já é casada. E daí quem você prefere, problema seu, o que interessa no debate público é a discussão de políticas públicas e propostas. Você não conhece o Eduardo Campos. 

      O sr. Eduardo Campos tem todo direito à sua voz no debate e o PT tem de respeitar. No entanto Eduardo Campos é governo, também tem telhado para levar pedrada e a crítica da Gleisi está correta. Pernambuco não é um Estado rico e o apoio do governo federal foi DECISIVO para a sua gestão à frente desse Estado. Portanto soa fora do tom ele detonar uma política da qual é direto beneficiário. Em Pernambuco existe uma palavra para isso: fuleragem.

      1. Uai, e daí digo eu.

        Se vc acha que é só problema meu porque comentou em resposta?

        Atenha-se a criticar/elogiar políticos, não seus eleitores. E não tente coibir comentários oposicionistas, posto que o Brasil ainda é uma democracia com liberdade de expressão.

         

        1. Politicagem

          Qualquer um que posta um comentário está sujeito a ser retrucado, Gunter, deixe de se colocar como vítima que isso não cola mais. Caso você não tenha entendido eu desenho de novo: pouco me importa a sua preferência pessoal ou a de quem seja. Sejam governistas ou oposicionistas. Num espaço PÚBLICO como este o que interessa é discutir as políticas públicas e as propostas para o país. Na hora que você se dignar a fazê-lo terá uma resposta no mesmo nível. Sugiro que você procure se informar sobre o Eduardo.

    2. Não votarei no Eduardo, mas

      Não votarei no Eduardo, mas concordo plenamente contigo. Pobre povo do Paraná. Na minha casa, dona Gleisi não bebe nem água. Nem ela, nem o Bernardinho!!!!

    3. Também não tenho dúvida…

      A discursão não é Gleise X Camprilles, e sim: Dilma X Camprilles. Não tenho dúvida de quem você preferiria, mas Numa improvável vitória do “Edu Traíra”, a luta das minorias, principalmente os homossexuais, sofreria duro revés, já que expoentes da mais reacionária denominação religiosa evangélica, a Assembleia de Deus – Marcos Feliciano e Silas Malafaia – ocupariam papel de relevância na área de direitos humanos, apoiados pela Osmarina. A não ser que você tenha a natureza de um escorpião.

    4. Se votasse no Paraná também

      Se votasse no Paraná também não ia preferir a Gleisi (a não ser que ela vá para o 2º turno contra Richa), na disputa estadual votaria no Requião (se disputasse a presidência, o único que faria eu desistir da Dilma).

      Parece que esse ano não há clima no PT para ceder muito aos aliados como em 2010, isso é importante para não digo mudar, mas melhorar a correlação de forças. Se confirmar essa nova postura petista não há necessidade de votar em Eduardo Campos.

      Vejo com bons olhos a candidatura da Lídice (PSB) na Bahia, o PT na Bahia não soube aproveitar a ascenção do Nordeste e ficou mais refratário ao Lulismo que no restante do país. Em outros estados onde não há boas alternativas progressistas a preferência continua sendo pelo PT (Minas, São Paulo, Rio, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, etc).

      Marcelo Freixo agiu com grandeza no Rio, não vai candidatar ao governo com Lindbergh na disputa e será um dos mais votados no legislativo ajudando a eleger outros.

  4. Bate boca

    Um bate boca de dois sem noção.

    Não vai a lugar algum esta discussão.

    Cadê o Norte, o Rumo e a Estrela que irão orientar a macroeconomia e conquistar corações e mentes, elevando o nível do debate sobre o que é o melhor para o povo e a Nação?

    Por enquanto nada!!!!!!

    Por mim, vou esperar deitado KKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!

  5. O fato é que o discurso do

    O fato é que o discurso do Eduardo Campos foi mesmo oportunista.

    Ele virou a casaca em cima da hora para as eleições, motivado por um projeto pessoal de poder. Não foi porque o governo federal estivesse mofado. Mofo em política, assim como o fungo propriamente dito, não aparece do dia para a noite, mas as críticas do Eduardo Campos apareceram somente após sua decisão de lançar-se no seu projeto pessoal de poder.

     

    1. O pior é que o oportunismo

      O pior é que o oportunismo não foi só com relação ao governo petista, foi também com a política como um todo, com fortes críticas ao que ele fez ainda outro dia, como distribuir cargos pra conquistar alianças.

  6. pra mim é o efeito Ibope..

    pra mim é o efeito Ibope, a desespero é do lado de lá..quem tem  esse “Rolando lero” no Senado como defensor não vai muito longe,,só lamento pela Lídice tadinha, já lutou tanto nessa política e agora embarcou numa canoa furada,,eu não sei se foi o “campos” que se afogou na “marina” ou se foi a “marina” que se perdeu no “campos”..

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