O macho alfa e a presidenta, por Marina Pereira Pires de Oliveira

Artigo do Brasil Debate

Por Marina Pereira Pires de Oliveira*

As eleitoras demoraram um pouco, mas já começam a acordar para o significado de uma possível eleição do candidato do PSDB, Aécio Neves, à Presidência da República.

Uma pesquisa rápida no Google, em 16 de outubro, tendo como referência as palavras “Aécio + Mulheres”, retorna o seguinte resultado, ordenado por número de acessos: em primeiro, notícias relacionadas ao risco de cortes orçamentários na Secretaria de Políticas para as Mulheres. Em segundo e terceiro lugar (pasmem!), blogs altamente sexistas, batendo recordes de acesso ao apresentarem: “10 mulheres gatas que o Aécio já pegou” – versão repaginada do viral de internet anterior: “10 motivos para votar no Aécio”, que mostrava mulheres bonitas com as quais o presidenciável já se relacionou.

Desnudar os comportamentos sexistas do candidato Aécio Neves e seu poder de incentivar os machistas de plantão a saírem do armário, com comentários de baixo calão nas redes sociais, nos bares e nas ruas do Brasil, é tomar consciência do simbolismo em jogo na atual campanha presidencial.

Ao fazer uso à exaustão da imagem da mulher-objeto, da qual as brasileiras, na sua imensa maioria, têm tentado se livrar nos últimos 100 anos, por meio de muita luta, o candidato tucano torna-se o herói de homens que não conseguiram, até hoje, engolir o fato de uma mulher ter chegado à Presidência do Brasil, em 2010.

Pior. O patriarcado e os chauvinistas estão ao lado de Aécio para derrotar uma mulher que foge do estereótipo da boazuda, burra e que chegou ao poder vestida com a seriedade de uma militante de esquerda, torturada pela ditadura, separada e forte.

Uma parte do Brasil se vinga agora de Dilma, por ter desfilado em carro aberto na sua posse como presidente ao lado da filha e não do marido, como caberia a uma “mulher direita” neste País, que, no século 21, segue sendo arcaico em seus valores culturais e sociais.

Recordo-me dos palavrões dirigidos a Dilma na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo. Quando um político homem, por mais corrupto e safado que fosse, teve que passar por xingamentos públicos de tamanha agressividade?

Cena deletéria repetida pela militância tucana, que berrava na entrada do debate da TV Bandeirantes, no último dia 14/10 : “Vaca! Vaca!”, com muita delicadeza. Tais atitudes mostram os efeitos colaterais causados pelo crescimento da candidatura de Aécio, o playboy bem-sucedido, transformado em salvador da pátria, simplesmente porque as circunstâncias o levaram a ser o candidato que pode colocar a primeira mulher presidente do Brasil em seu devido lugar, fora do poder.

Não importa o currículo e nem o passado de Aécio, neste momento, muitos sequer o enxergam, mas o apoiam porque, do ponto de vista simbólico, representa a retomada do poder pelos machos, e ainda por cima de tudo, bem nascidos do Brasil.

Lembrar que as mulheres têm um valor, para muito além das suas características físicas e dos seus atributos sexuais, e tratá-las com respeito é valorizar a cidadania de todos os brasileiros.

A construção da verdadeira democracia passa pelo enfrentamento de múltiplas desigualdades, características do Brasil. Diferenças de renda sim, mas também regionais, de gênero, de raça e de orientação sexual, para citar somente algumas.

Dilma, no seu estilo durão, fere de morte o estereótipo da mulher doce e meiga e, ao fazê-lo, provoca reações inflamadas. Mas que trabalhadora brasileira não sabe o quanto é preciso se impor, gritar e ameaçar, para ganhar o respeito dos outros no mercado de trabalho, na rua, com os filhos, com os companheiros, na oficina mecânica ou dentro de um ônibus lotado, no nosso País?

E a outra candidata mulher, Marina Silva, hoje apoiadora ferrenha do candidato e macho alfa Aécio Neves? Quem se lembra qual era uma das principais críticas dirigidas a ela no primeiro turno? Diziam que ela podia não ter capacidade para governar porque passa muita fragilidade.  E desde quando a fragilidade, inerente à condição humana, é sinal de fraqueza?! Desde que se convencionou que o sexo frágil é o feminino.

Não é possível que, depois de tantas conquistas e lutas, as mulheres brasileiras possam votar sem estarem plenamente conscientes do sexismo que domina a figura do candidato do PSDB à Presidência e das implicações subliminares e culturais de uma possível vitória de Aécio no segundo turno.

As mulheres são maioria no eleitorado e influenciam muito mais que os homens o voto de seus filhos e familiares. Dilma precisa estabelecer um diálogo mais claro e direto com as mulheres.

Creio que é obrigação também da candidata puxar esse debate, explicitando os preconceitos e valorizando a mulher brasileira como cidadã plena e não como a mercadoria que, durante tantos anos, até antes do governo Lula, a propaganda oficial “vendia” no exterior como nosso principal “produto de exportação”.

A eleição, que deveria ser uma maravilhosa festa da democracia, não deve servir para dar vazão aos ódios de todo tipo, nem tampouco para autorizar comportamentos coibidos a duras penas após muita luta.

O Brasil quer paz e respeito e as mulheres, acima de todas as pessoas, são as que mais valorizam a paz porque são as que mais lutam contra todo tipo de violência – violência contra elas mesmas e contra seus filhos, sobretudo nas periferias do Brasil.

Um voto não é apenas uma opção política, mas também uma escolha simbólica com repercussões culturais e psicológicas, sobretudo para as gerações futuras. Será que o Brasil, depois de eleger um retirante nordestino e uma mulher militante como presidente, quer mesmo substituí-los por um playboy cujos atributos mais elogiados na internet são as mulheres com que ele se relacionou? A resposta cabe a cada uma de nós, em 26 de outubro.

* Marina Pereira Pires de Oliveira é Jornalista especializada em direitos humanos e minorias. Trabalhou com o enfrentamento ao tráfico de pessoas no Ministério da Justiça e no Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. Desde 2008, é assessora especial da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

Conheça a página do Brasil Debate, e siga-nos pelo Facebook e pelo Twitter.

Redação

29 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. E dizer que o sujeito é

    E dizer que o sujeito é cheirador e bateu na mulher é tranquilo, né?

    Aliás, quando a Marina Silva chorou, não foram vocês a dizer que a Presidência não é para fracos?

    Vitimismo hipócrita.

    1. Correção
      Supostamente deu um empurrão e um tapa em uma moça.
      Moça que não era “mulher dele”, mas, supostamente, namorada.
      Supostamente aconteceu em um evento de luxo da marca Calvin Klein. E Juca Kfouri, supostamente inimigo de Aécio, supostamente estava presente…
      A moça não apresentou queixa… Então…. Tudo suposição.

      1. Quem esteve presente foi Joyce Pascovitch, festa no Hotel Fasano

        Que fez uma coluna contando o fato, mas sem dar o nome do santo. O Juca Kfouri deu o nome depois. Mas já na época um jornal popular deu o fato na capa (veja a matéria do Eduardo Guimaraes a esse respeito, que postei aqui abaixo). 

        1. Obrigado Analu 🙂

          Sei como são essas coisas, principalmente no meio artístico… As pessoas ficam intimidadas (infelizmente machismo reina) e a vítima, dificilmente, se expõe.

          Como bem disse o Eduardo Guimarães, se fosse mentira ele teria processado o Kfouri por calúnia para “defender a imagem” de bom moço.

          1. Pois é. Mas aconteceu no Rio, e nao em Minas

            Aí ia ser difícil intimidar todas as possíveis testemunhas. 

    2. Quem diz essas coisas é a própria imprensa

      Dizem até que o correligionário Serra é o disseminador de algumas…

      Qaunto ao “vitimismo”, observe que é mera inferência hipócrita sua.

      Se o “machim du Leblon” folga, Dilma sai pro pau.

      Só que com estilo.

       

    3. Dilma disse que Aécio era

      Dilma disse que Aécio era cheirador e batia na mulher? Não. Aécio foi extremamente grosseiro e agressivo no debate. Foi.  Marina chorou por causa de algum debate? Não. Chorou por conta da disputa política nas redes tentando posar de mulher coitadinha. Ninguém é bonzinho nas redes e o os marineiros tb não são. Ninguém ficou chorando qdo estavam depredando as instituições na tentativa de impor a tal de nova política e nem ouvi Marina fazer qq reparo à declaração de Neca de que dilma tinha um modo muito masculino, seja lá o que isso signifique.

      Uma coisa que tá pegando mesmo e, talvez, Aécio esteja sendo encaixotado na onda, é a quantidade de ” heróis” machistas ou mesmo espancadores de mulheres que surgiram, de repente. JB, Aécio, pastor Everaldo… o agressor do eleitor de Dilma, era ninguém menos que Dado Dolabella…  A coisa tá estranha e não tem espaço para dúvidas, não. As mensagens que as mulheres que defendiam os réus da AP 470 recebiam são impublicáveis. É verdade o que está no post, nunca vimos um Presidente da República ser atacado da forma que Dilma está sendo atacada. Não precisamos de mais 4 anos de Dilma, precisamos de mais 20 anos de mulheres governando esse país ou o tempo necessário para que os machistas de plantão não se sintam  à vontade a ponto de sentirem-se legítimos para representar um país de maioria feminina, desqualificando, justamente, o feminino. Isso vale para os candidatos e, sobretudo para os grupos de comunicação que investem pesado na desvalorização da mulher, repito, num país onde somos maioria e ainda conseguem se rifar como “opinião pública”.  Se uma Presidenta da República pode ser tratada dessa forma, imaginem aqui na cozinha como a coisa não anda…

       

  2. MMM Movimento Machão Mineiro

    Hoje meio esquecido, este movimento (de chacota, é claro) foi muito ativo na década de 90. O seu ápice aconteceu quando foi entregue ao Itamar Franco o Diploma de Machão do Ano, depois que, em rápidos 15 dias, o PIG conseguiu fazer dele um machão mesmo, quando muitos duvidavam (mulher sem calcinha em camarote de carnaval, namorada Doralice, da PM de Minas), antes de sagrar-se Presidente por conta do impeachment. Muitos mineiros mais “antigos” devem lembrar do MMM, do Jacaré Ladeira e associados.

    Hoje, sem dúvida este divertido movimento já teria dado o merecido Diploma de machão ao Aécio, tanto pelas suas andanças no litoral carioca, como pelo dedinho em riste contra Dilma e Luciana.

  3. Agressor de mulheres, isso é que Aécio representa

    Não bastasse antes tê-la chamado de mentirosa e leviana, coisa que fere lá no útero qualquer mulher; uma das cenas mais horrendas nessa etapa da disputa foi quando a Dilma passou mal após o debate do SBT e ele, no lugar de correr pra ajuda-la e ver o que estava ocorrendo, foi correndo ligar pra Marina comemorando juntinhos o fato da Presidenta ter tido um mal súbito; esse fato girou muito na net nos momentos seguintes e ele deve ter percebido o erro tremendo que a sua falta de solidariedade e até de cavalheirismo tem provocado junto às maravilhosas e junto ao eleitorado; a civilidade e o respeito à figura e aos arquétipos femininos passa longe do intelecto desse boçal.

    1. Foi exatamente a mesma reação

      Foi exatamente a mesma reação dele logo após a Presidente Dilma ser xingada pelos VIPs na abertura da Copa.

      Tá no DNA… não tem jeito… é um brucutu boçal completo.

  4. Protógenes denuncia fraude eleitoral

    Pessoal, tem uma coisa muito séria acontecendo nessas eleições e que necessita de nós um cuidado REDOBRADO.

    Delegado Protógenes Queiroz divulgou em sua página do Face:

    “Ao povo brasileiro: a minha votação para eleição de Deputado Federal, foi fraudada e está sob investigação sigilosa no MPF/SP. Não precisa ser perito para verificar a quantidade de cidades com votação em seqüência e idênticas, basta examinar o mapa eleitoral da vergonha:”

     

    https://www.facebook.com/protogenesq/photos/a.188720311193330.48143.188234304575264/770391259692896/?type=1&theater

  5. Isso aí  macho ” elfo” tem

    Isso aí  macho ” elfo” tem que acreditar nele para poder ver. Para os que não creem, só mais um machão tentando levar na intimidação e no deboche.

  6. Um bom artigo de Rodrigo Viana a esse respeito

    Link: http://www.sganoticias.com.br/2014/10/rodrigo-vianna-agressividade-de-aecio.html (nao tirei do próprio site dele)

    RODRIGO VIANNA | A agressividade de Aécio com as mulheres: firmeza ou covardia?

     17/10/2014por Rodrigo Vianna A agressividade demonstrada por Aécio Neves durante o debate no SBT, nesta quinta-feira, pode ter espantado muitos telespectadores. Ainda mais porque o tucano não é conhecido como um político de confrontos duros na tribuna – quando do outro lado estão homens experientes na vida legislativa. Por que, então, Aécio estava tão agressivo no embate com Dilma? Há algumas explicações possíveis. Surpreendido pela adversária no debate anterior, na Band, Aécio quis partir logo para a ofensiva. Como se não pudesse dar tempo para a adversária respirar… Ultrapassou o limite razoável e desconheceu qualquer regra de cortesia. O perfil pessoal de Aécio Neves pode ajudar a compreender esse comportamento exaltado – no embate direto com uma mulher. Aécio é um rapaz que só teve facilidades na vida. Filho e neto de políticos, ganhou emprego ainda jovem como assessor parlamentar. Depois, foi nomeado para um banco público. Sempre protegido por papai e vovô. Nunca enfrentou dificuldades pra valer.Nada parecido com a trajetória de Dilma – que viveu clandestina durante a ditadura, foi presa e torturada. No debate, era esse o confronto: de um lado uma senhora, com mais vivência, e uma trajetória difícil. De outro, um homem maduro, mas com aparência de garotão, acostumado a ultrapassar todos os obstáculos sem que ninguém ouse confrontá-lo. Um “playboy” – como se costuma dizer.
     E há mais que isso. Aécio não parece ser um homem acostumado a tratar as mulheres de igual para igual. As histórias sobre ele, nas noitadas cariocas, indicam que Aécio gosta de companhias femininas que não ameacem sua posição de centro das atenções. “Modelos”, garotas sem grande apetite por debates políticos e intelectuais: essas seriam as companhias femininas do tucano no Rio. Sempre acompanhado por outros garotões da elite carioca. Pouco antes da campanha eleitoral, Aécio reatou relacionamento com uma namorada. Parece ter sido um relacionamento “produzido” para gerar a imagem de uma família estável. A mulher (que virou a companheira oficial dele) cumpriria o papel de “completar” a imagem pública do político: Aécio, um pai de família respeitável! Mas quem conhece a trajetória de Aécio sabe que isso não combina muito com ele. Se o candidato tucano mostrou contrariedade, e abusou da virulência verbal, ao lidar publicamente com uma mulher durante o debate, na vida privada o comportamento dele não parece ser tão diferente. Pelo menos é a indicação que fica da leitura de um texto do jornalista Juca Kfouri – publicado em 2009. Na época, Aécio disputava a indicação de candidato tucano com José Serra. Juca ficou sabendo de uma história que chocou a chamada “sociedade carioca”. O título do post: “A Covardia de Aécio”. O jornalista revelou que Aécio teria agredido fisicamente a namorada – na frente de vários convidados – durante uma festa. Aécio jamais processou ou interpelou Kfouri judicialmente. Talvez, porque soubesse que o jornalista contava com testemunhas do ocorrido. A história jamais foi esclarecida. Mas – se confirmada – pode ajudar a explicar o comportamento agressivo do tucano.  E indica uma personalidade algo explosiva e autoritária – por trás da fachada de garotão mineiro radicado no Rio de Janeiro. Cordato com os homens, virulento com as mulheres que ousam desafiá-lo: esse parece ser o perfil de Aécio Neves – um político que nunca teve dificuldades nem contrariedades na vida. É um bom perfil para quem almeja a presidência da República – num país dividido?No primeiro turno, a imagem já se revelara – quando apontou o dedo em riste (foto acima, na abertura do post) diante de uma pergunta dura de Luciana Genro durante outro debate.Relembremos o texto de Kfouri: COVARDIA DE AÉCIO NEVESJuca Kfouri01/11/2009 – 12:09 “Aécio Neves, o governador tucano de  Minas Gerais, que luta para ter o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio. Depois do incidente, segundo diversas testemunhas, cada um foi para um lado, diante do constrangimento geral. A imprensa brasileira não pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a cortina de silêncio que cercou Fernando Collor, embora seus hábitos fossem conhecidos. Nota: Às 15p8, o blog recebeu nota da assessoria de imprensa do governo mineiro desmentindo a informação e a considerando caluniosa. O blog a mantém inalterada.” ===No Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães mostrou que há outras referências na imprensa sobre o mesmo episódio narrado por Juca Kfouri. Guimarães faz a pergunta: por que Aécio nunca processou Juca? Clique aqui para ir ao Blog da Cidadania e conhecer mais detalhes.  
    Publicado originalmente em O Escrevinhador

     

  7. Do Blog da Cidadania: Por que Aécio nunca processou Juca?

    Link: http://www.blogdacidadania.com.br/2014/10/por-que-aecio-neves-nunca-processou-juca-kfouri/

    Por que Aécio Neves nunca processou Juca Kfouri

    Buzz ThisPost to Google BuzzBookmark this on DeliciousBookmark this on DiggShare on FriendFeedShare on FacebookShare on LinkedIn

     

    Recebo e-mail de colega da “blogosfera suja” – termo gestado por elucubração de José Serra em 2010, indignado com o contraditório, essa praga que tanto apavora políticos mimados e/ou blindados pela mídia como o ex-governador paulista.

    Por, aparentemente, o colega preferir não se envolver diretamente no caso, repassou-me redescoberta de um episódio curioso. Para compreendê-lo melhor, porém, há que voltar ao debate de terça-feira (14) entre Dilma Rousseff e Aécio Neves na TV Bandeirantes.

    Aécio começou o debate ostentando um ar debochado e irônico na cara, em claro menosprezo à adversária. Todavia, essa conduta mudaria entre o segundo e o terceiro blocos do programa.

    Após ser insultada pelo adversário por perguntá-lo sobre o aeroporto que mandou construir com dinheiro público em uma fazenda de sua família, na abertura do terceiro bloco Dilma formulou outra questão que pareceu desestruturá-lo ainda mais, emocionalmente.

    No vídeo abaixo, a pergunta de Dilma a Aécio sobre “violência contra mulheres”.

     

     

     

    A parcela menos informada sobre política que assistia ao debate da Band por certo não captou o significado oculto na pergunta de Dilma. Aécio não passou recibo verbalmente, apesar de seu semblante ter espelhado a preocupação que a pergunta lhe causou.

    Dilma, porém, tinha um objetivo muito claro ao apresentar essa questão ao adversário. Ele acabara de ter uma reação tão furiosa à questão (legítima) sobre o aeroporto que construiu nas terras de sua família com o dinheiro dos mineiros que chegou a dar a impressão de que agrediria a mulher com quem debatia.

    A agressão, aliás, até ocorreu, mas, contra Dilma, só ocorreu verbalmente. O mesmo não se pode dizer em relação a outra mulher muito mais próxima do tucano, de acordo com post publicado pelo jornalista Juca Kfouri em seu blog em 2009.

    Abaixo, o post do jornalista esportivo em seu blog no UOL.

     

    O desinteresse da grande mídia sobre a denúncia de Juca foi total e condizente com a blindagem que tucanos de alto coturno sempre receberam dessa mídia. Porém, a afirmação dele guarda relação com outra notícia, agora velada.

    Juca fez a denúncia no dia 1º de novembro de 2009. Seis dias antes, a “colunista social” Joyce Pascowitch publicou, em seu site de fofocas sobre socialites, um tal Glamurama, relato que, segundo a fonte do Blog, tem íntima relação com a denúncia de Juca.

    O que você, homem, faria se um jornalista de renome e com grande espaço na mídia, tal qual Juca Kfouri, o acusasse de bater em mulher? No mínimo, sendo mentira você moveria um processo contra o caluniador. E mesmo sendo verdade, se não houvesse provas da acusação, faria a mesma coisa.

    Aécio nunca respondeu a Juca e nem o processou. Se a coluna de Pascowitch tiver mesmo relação com a denúncia do jornalista esportivo, a explicação está aí: não seria possível processar devido ao grande número de testemunhas do fato. Simples assim.

    PS: o tuiteiro Rodrigo mostra que outros veículos de comunicação foram bem mais explícitos do que Joyce Pascowitch. Abaixo, matéria do jornal Hora do Povo

     

     

  8. Em defesa das mulheres

    Cara Marina

    Que texto maravilhoso! Estava faltando esta análise sobre o machismo preconceituoso, virulento e extremamente agressivo  na mentalidade dos brasileiros em geral e pasme, surpreendentemente ainda bastante presente  mesmo entre os homens progressistas e que se  declaram de esquerda. Parabéns!

    Salve Dilma, coração valente. Mulher destinada à vitória!

  9. Relato de mulher agredida por

    Relato de mulher agredida por Aécio Neves 

    VAMOS MOSTRAR QUE MACHISTA NÃO TEM VEZ

    Na quinta passada, o maridão foi levar o carro pra oficina. Sabe oficina? Um lugar ainda com poucas mulheres, exceto as modelos nuas adornando o local. Um espaço que pode ser considerado machista. 

    Mas conversa vai, conversa vem, e o mecânico perguntou ao maridão em quem ele iria votar. O maridão respondeu “Dilma”. E o mecânico disse que ele também iria votar nela, porque achou que Aécio não respeitava mulheres, porque o presidenciável havia sido agressivo e machista com Dilma em algum debate na TV. Quando um mecânico vê machismo num candidato a presidente, é porque a coisa é visível mesmo!
    A campanha do PT logo percebeu, e está explorando esse machismo com imagens como esta:

    É provável que essa percepção entre a população, principalmente entre a população feminina, seja responsável pela queda de Aécio nas pesquisas. 

    O PSDB definitivamente acusou o golpe, pois está agora apostando todas as fichas em desconstruir essa imagem. Agora organiza reuniões de mulheres. 

    Depois que a misoginia do candidato passou a pautar as conversas, Áecio posou com Marina beijando suas mãos e elogiando seus cabelos; lançou um vídeo em que as mulheres da vida de Aécio (ou pelo menos algumas, como mãe, filha, irmã muito conhecida dos mineiros, atual esposa). No vídeo, a filha lembra do pai dançando sua valsa de 15 anos. Nada machistas, essas tradições…

    Anteontem, no Facebook, uma moça chamada Camila publicou algo parecido ao que aconteceu na oficina: um relato de como as pessoas estão acordando. Não só para o machismo de Aécio, mas para o machismo em geral (clique para ampliar):

    Eu já disse várias vezes que não votaria em alguém com o perfil de Aécio nem que ele fosse de esquerda. 

    Tudo que ele diz (fazendo uma divisão entre “donas de casa” e “trabalhadores”, por exemplo), o sorrisinho sarcástico com que ele se dirige a Dilma, as agressões, tanto dele quanto de seus eleitores, chamando a presidenta de vaca, puta, baranga, e tantos outros termos que são usados apenas para xingar mulheres. Eu jamais compactuaria com isso.
    Agora acabou de surgir no Facebook (foi mandando pra mim por uma leitora querida) este relato estarrecedor, já que a palavra está na moda:

    Esta é a notinha publicada na coluna de Joyce Pascowitch em 2006:

    Eu sempre pensei que José Serra fosse o pior candidato que o PSDB poderia lançar. Estava enganada. Aécio é muito, muito pior. 

    http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2014/10/vamos-mostrar-que-machista-nao-tem-vez.html

     

    1. É melhor seguir o link dado

      Porque às vezes, quando há material multimídia no texto colado, o sistema do Blog nao incorpora, e o texto fica incompleto, como aconteceu nesse comentário. O link foi dado no comentário e está ativo. 

  10. Há exatamente uma semana, dia

    Há exatamente uma semana, dia do meu níver, recebi alguns amigos em casa.

    Num dado momento falamos sobre as agressões de Aécio às mulheres e ouvimos, pasmem, de uma senhora que conheço desde a infância, que “tem mulher que merece apanhar”.

    Fiz um contraponto educado e o assunto parou por aí.

  11. RAZÃO E EMOÇÃO

    Votar em Dilma agora é homenagear efetivamente o gênero feminino e a capacidade de resistência e de liderança da mulher brasileira. Votar em Dilma agora é enfim repudiar o machismo ditatorial e abusivo. Votar em Dilma é homenagear a dignidade humana.

    Ontem, em ato político realizado no teatro TUCA, a emoção transbordante revelou a dimensão simbólica que tem a candidatura de Dilma Roussef nesta eleição. E a vontade popular de prosseguir a longa caminhada junto à primeira mulher presidente do Brasil ficou mais evidente e mais contagiante. É Dilma com a força do povo.

    Mais detalhes sobre o evento em: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/10/21/a-emocao-de-rodrigo-vianna-no-tuca-a-dilma-e-brizolista-%E2%80%8B/

    Creio que é tempo de intensificar mais e mais a militância pela reeleição, e também de saber do PT quais as diretrizes para adotar cautelas especiais nos procedimentos de fiscalização, tanto da votação quanto da totalização.

    Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

    E é recomendável buscar informações também junto ao TSE acerca das auditorias amostrais certificadoras da imunidade do software das urnas. É de se esperar que o PT e os comandantes da campanha estejam ativos nessa frente, e que informem sobre de que modo cada militante pode ajudar concretamente.

    Em paralelo, sugiro um recurso criativo para a campanha, a poesia. Caso alguém queira compartilhar, reproduzir ou distribuir os versos que cometi há poucos dias, peço apenas que mantenha o pseudônimo.

     

    DILMA PRESIDENTE II

     

    Nesta pátria reluzente,

    Emergente, transcendente,

    Onde o povo consciente,

    Destemido e irreverente,

    Quer seguir sempre ascendente,

    Um governo transparente,

    Verdadeiro, eficiente,

    Popular e independente,

    É com Dilma Presidente.

            

                                 19/10/2014

                                     MAAR

     

    DILMA PRESIDENTE

     

    Vamos nessa, minha gente,

    Ninguém fique indiferente.

    A campanha ta é quente.

    Cada esforço, de repente,

    Faz o todo mais potente.

    Cada voto que se tente

    Agregar é excelente…

    Pro Brasil seguir em frente,

    É com Dilma Presidente.

     

    Quem não quer ver, novamente,

    A direita inconseqüente,

    Mentirosa e decadente,

    Vir impor a deprimente

    Distorção, tão excludente,

    Do tucano hoje ausente,

    Seja firme, persistente…

    Pro Brasil seguir em frente,

    É com Dilma Presidente.

     

    Juventude inteligente,

    Todo o povo experiente,

    Que dá duro no batente,

    Que se informa e é coerente,

    Forte amor sincero sente,

    Sabe, o coração não mente…

    Pro Brasil seguir em frente,

    Ser Nação, feliz, decente,

    É com Dilma Presidente.

     

    18/10/2014

                                                        MAAR

  12. Considerando a merda que

    Considerando a merda que Aécio Neves fez em Minas Gerais ele só merece o título de machão ANALFA…BETO.

  13. catarse

    Creio (sinto e desejo) que estamos passando por um processo de catarse, externando o sombrio em diversos aspectos do caráter nacional… assim é que são exorcisados os demônios.

  14. MInha mae tem 81 anos, é

    MInha mae tem 81 anos, é pequenina, baixinha, magrinha.Mas se mexer com um dos seus filhos, ela sai no braço literalmente. Salve as mulheres deste Brasil. Salve DILMA 13.

  15. Minha mãe tem 81 anos. é

    Minha mãe tem 81 anos. é pequenina, baixinha, magrinha. Mas se mexer com um dos seus filhos, ela sai no braço literalmente. Salve mulheres do Brasil. Salve DILMA 13.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador