O papel de Mercadante no período pré-eleitoral

abre.jpg

Jornal GGN – Matéria da Istoé mostra o papel do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no período pré-eleitoral, assumindo a coordenação entre os ministérios e a interlocução entre o governo federal e os governos estaduais. Mercadante também teve participação da organização da Copa do Mundo e foi encarregado de elaborar um plano para melhorar a execução orçamentária do PAC. A matéria também mostra que o ministro está confiante na reeleição de Dilma Rousseff.  “Participei de todas as coordenações de campanha desde 1989. Com essa experiência, reafirmo: Dilma não perde a eleição”.

Enviado por Assis Ribeiro

Da Istoé

O poderoso Mercadante

Com prestígio em alta, o ministro da Casa Civil acumula responsabilidades administrativas, coordena os demais ministérios e ajuda a fazer a ponte entre o Congresso e governos regionais, no momento em que Dilma precisa de tempo para se dedicar à reeleição

Nesse momento pré-eleitoral, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, talvez seja o ministro mais entusiasmado com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. A todos os interlocutores, tem dito que Dilma será eleita para um novo mandato. “E a eleição não será das mais difíceis”, completa. Os quase 13 minutos da presidenta no horário eleitoral gratuito, diz ele, serão insuficientes para o governo exibir todas as suas realizações. “E governo que tem muito a mostrar não perde eleição”, aposta. Questionado sobre a alta rejeição de Dilma e a dificuldade na montagem de palanques robustos pelo País, ele não titubeia. “Participei de todas as coordenações de campanha desde 1989. Com essa experiência, reafirmo: Dilma não perde a eleição”, encerra.

abre.jpg
O SUPER-MINISTRO
Com Mercadante na Casa Civil, Dilma reprisa o modelo adotado na época em que Antonio Palocci ocupava a pasta: com um ministro avançando sobre todas as áreas administrativas e com carta branca para fechar acordos políticos em nome da chefe de Estado

O ar de confiança traduz o poder e o prestígio conquistados por Mercadante desde quando o petista foi guindado à Casa Civil em janeiro deste ano. Um episódio, ocorrido na última semana, é capaz de ilustrar com precisão a sua influência no governo Dilma. Na terça-feira 22, Dilma reuniu na residência oficial do Palácio da Alvorada presidentes de partidos aliados para discutir estratégias para as eleições presidenciais deste ano. O encontro só foi iniciado após a chegada de Mercadante, que, antes de se dirigir à reunião, precisou cancelar um compromisso com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).

Quando substituiu Gleisi Hoffmann, o Palácio do Planalto esperava dar à Casa Civil uma cara mais política, no lugar do perfil administrativo que a pasta ganhou durante a gestão da senadora do Paraná. Mas o novo ministro não se contentou com a função de chefe da articulação política e decidiu chamar para si responsabilidades administrativas. Com Mercadante na Casa Civil, Dilma repete o modelo adotado na época em que Antonio Palocci ocupava a pasta: com um ministro avançando sobre todas as áreas administrativas e com carta branca para fechar acordos políticos em nome da chefe de Estado. O mais curioso, afirmam petistas, é que o ministro caiu nas graças da presidenta justamente por uma mania considerada irritante pelos subordinados das pastas que comandou antes de ir para a Casa Civil. Mercadante gosta de saber tudo em detalhes que poderiam ficar restritos aos técnicos, um grande ponto de afinidade com Dilma.

Assim, em poucos meses passou a dominar os meandros da organização da Copa do Mundo e trouxe para seu gabinete o assunto, que antes ficava restrito a grupos de trabalho do Ministério do Esporte. Foi tão ativo nos temas da competição que recebeu mais tapinhas nas costas do que o ministro Aldo Rebelo quando a Copa acabou e foi considerada um sucesso. Mercadante gostou disso e decidiu abraçar, também, os preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016. Ele não é ministro do Esporte, mas se reúne regularmente com o Comitê Olímpico.

IEpag42e43_Mercadante-2.jpg

Aldo Rebelo não foi o único a dividir o poder e os louros com Mercadante. À medida que seu poder cresceu na Esplanada, ele foi encarregado de elaborar um plano para melhorar a execução orçamentária do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa Minha Vida, vitrine do PT nas eleições deste ano. A atuação rendeu um importante canal de articulação com governadores. E, apesar de não ser considerado um dos políticos mais afáveis, os governantes regionais encontraram em Mercadante uma ponte que há muito tempo procuravam ter com o Planalto. Pequenas gentilezas, telefonemas de agradecimento por empenhos de verbas ou mesmo alguns minutos na agenda para ouvir queixas não fizeram milagres na formação de alianças eleitorais, mas ajudaram a distender um clima de animosidade política que em nada contribuiria para a candidata Dilma Rousseff.

A habilidade administrativa de Mercadante já era conhecida por seus colegas. Nos últimos três anos comandou o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Educação e agora a Casa Civil, sem tropeçar nos diferentes temas abrangidos pelas pastas. O que tem surpreendido positivamente a cúpula petista é a arrumação que ele conseguiu promover entre a Casa Civil, a Secretaria de Relações Institucionais e as lideranças do PT na Câmara e no Senado. Como ele tem acesso direto à presidenta, consegue municiar os colegas do Congresso para agirem com timing e reduzirem ou anularem as ofensivas da oposição e as rebeliões da base. O poder que dispõe no governo também ajuda quando aliados batem à porta pedindo verbas públicas. A sensação de acesso às decisões parece ter dado mais confiança política a Mercadante. Em 2009, ele foi desacreditado por colegas pela falta de aptidão como líder. Deixou, abruptamente, a liderança do PT no Senado crivado de críticas por sua gestão e irritado com as constantes intervenções no partido. A máquina governamental está longe de funcionar com o destravamento necessário às negociações políticas, mas o trabalho de Mercadante à frente da Casa Civil aliviou um pouco a presidenta. A sempre centralizadora Dilma confiou atribuições administrativas ao “super-ministro” e com isso ganhou algum tempo para fazer política, que é o que interessa agora.

Redação

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Tomara, Tomara !!!

    Que o próprio Mercadante evite bate-papos em páginas amarelas da revista lixo e selecione melhor seus assessores, para evitar o surgimento de “militantes” tipo, Valdebran Padilha, Hamilton Lacerda ou um “auxiliar” tipo, Gedimar Passos .

    O povo brasileiro precisa que o projeto iniciado por Lula fique por mais uns 12 anos .

  2. Meio campo

    Sei não. Para mim, o estilo do ministro parece muito com o daqueles meio campistas que, ao invés de municiar o ataque em busca do gols, prefere jogar para os lados ou atrasar a bola para o goleiro…

  3. Quanto foi?

    A IsroÉ, por alguns alcunhada QuantoÉ, não põe azeitona na empada de ninguém sem levar o dela.

    O texto mal disfarça o velho estilo da revista, de matéria encomendada, arrumada, cavada, negociada e faturada pelo preõ de à vista, com vencimento em 30 dias fora o mês.

  4. embora critiquem mercadante,

    embora critiquem mercadante, acho que a maior virtude dele é conhecer mais profundamente o infamante poder da direitona brasileira, o que permite a ele trafegar com certa desenvoltura nesse covil de golpistas e, por isto,, sofre críticas, evidentemente…

    a estratégia é vencer em outubro e manter o modelo que permitu esse sucesso de crescimento social nos últimos doze anos apesar de tantas crises do neoliberalismo internacional.

    as táticas são várias…e a matéria registra uam delas, qie está dando certo….

  5. Pô, está paracendo o Dirceu

    Pô, está paracendo o Dirceu dos tempos atuais. Por isso esse negócio de “superministro” pode se voltar “contra o feiticeiro”. Torna-se candidato a “super-alvo” do pig para um “super-escândalo” para prejudicar a candidatura Dilma. Pode ser ele a bala de prata.

    Se é mesmo tão esperto, já deve saber disso, e está preparado para o que vier. Afinal, o pig está doido para tirar o do Aécio da reta, e botar a de um petista graúdo, que é como eles se sentem mais confortáveis.

  6. Lula foi esperto ao poupar

    Lula foi esperto ao poupar Mercadente de se degastar como governador de SP por 8 anos, para ser presidente depois de  2026

  7. Mercadante é sem dúvida um

    Mercadante é sem dúvida um grande articulador, mas sua tendência  de arranjar assessorres tolos o suficiente para marcarem encontro em hotel sem olhar do que já tinha colocado lá debaixo  da cama, é algo bastante perigoso.

  8. Não ha nada de novo. Ele faz

    Não ha nada de novo. Ele faz o que se espera do chefe da Casa Civil. E sempre foi assim. Essa abrangencia toda. Aqueles que foram ‘tímidos’ à frente da Pasta, apenas confirma a regra.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador