Os dois candidatos de oposição e a agenda anti-desenvolvimentista

Artigo do Brasil Debate

Por Alexandre de Freitas Barbosa*  

A fórmula do discurso anti-desenvolvimentista para assegurar o aumento da competitividade tem as seguintes variáveis: economia aberta, salários contidos, menos impostos e mais educação. Só não dizem como vão financiá-la num contexto de forte ajuste fiscal…         


O objetivo deste artigo é identificar mais uma barreira a nos manter na incômoda antessala do desenvolvimento: o retorno da agenda anti-desenvolvimentista.

Esta barreira – que havia sido apenas parcialmente deslocada – volta agora com força redobrada.

É importante reconhecer que ela não emergiu como mero fruto do acaso. A dificuldade de viabilizar uma nova agenda desenvolvimentista – para o que contribuíram as ilusões gestadas no campo progressista sobre a variedade de capitalismo no Brasil e a estranha coalizão de poder que a sustenta – foi parteira do seu adversário, que tenta voltar ao passado (será possível?).

Adversário que tenta recuperar a agenda mais ampla do Plano Real, abortada pela crise externa dos anos 1990 e pelas reações da sociedade.

Quem são os anti-desenvolvimentistas? Economistas com livre acesso à grande mídia e seu quartel-general encontra-se no Instituto de Estudos de Política Econômica, mais conhecido como a Casa das Garças, localizado no Rio de Janeiro.

Por que anti-desenvolvimentistas? A afirmação pela negativa não tem qualquer conotação pejorativa. Aliás, eles rejeitam qualquer filiação com a tradição do desenvolvimentismo no Brasil.

O prefixo “anti” se justifica ademais pelo desapreço que têm pelas peculiaridades nacionais – ponto de partida central do desenvolvimentismo -, preferindo aplicar uma farmacologia pretensamente universal, mas em desuso principalmente nos países onde adquiriram a sua formação acadêmica.

Mais recentemente, eles estão se reorganizando em torno de grupos sociais poderosos, tendo inclusive elaborado o programa econômico dos dois candidatos de oposição.

Saindo-se Dilma vitoriosa nas eleições, eles se farão presentes por meio de seus emissários, tentando interferir nos rumos da política econômica, ao mesmo tempo em que – por meio de suas conexões com alta finança – tratarão de acender um rastilho de pólvora nas expectativas do “mercado”.

O que querem os anti-desenvolvimentistas? Eles defendem uma ainda maior abertura da economia brasileira por meio da redução das tarifas de importação e a assinatura de acordos comerciais com os países desenvolvidos.

Pregam também a redução da carga tributária e do gasto público, além da diminuição do papel dos bancos públicos e desenvolvimento na economia brasileira. Quanto à infraestrutura, acreditam que o Estado deve aceitar a rentabilidade imposta pelo mercado.

Vale lembrar que volta a velha cantilena de que os juros só podem cair com o ajuste fiscal. Versões mais recentes advogam que o contrato social da democratização estaria com os dias contados. A valorização do salário mínimo também passa a ser criticada, pois engessaria a competitividade do País.

Cabe, então, a seguinte pergunta: o que vai acontecer depois de uma nova abertura extremada com elevação dos juros, corte dos gastos do Estado, aumento das tarifas de serviços públicos, contenção salarial e retirada dos estímulos do setor público ao investimento?

Corremos o risco de conviver com estagnação e queima de reservas. Elos já esgarçados da cadeia produtiva vão se perder e nada assegura que o País avançará rumo aos setores mais intensivos em tecnologia, dos quais continuaremos importadores, como já acontece hoje.

O mercado interno, nosso principal ativo, desacreditado durante os anos 1990, e recuperado nos anos 2000, pode ter o seu potencial de expansão mais uma vez desperdiçado. A redução da desigualdade estaria comprometida.

O discurso de todo anti-desenvolvimentista dos dias de hoje encontra-se estruturado da seguinte forma: estamos isolados internacionalmente, sofremos do pleno emprego e precisamos de mais educação.

Empiricamente, não faz sentido dizer que o Brasil está ausente das cadeias internacionais de valor. Um rápido olhar para os déficits do setor industrial com a China, os Estados Unidos e a Europa revela que estamos bastante integrados, mas de forma passiva.

A questão, pois, não é abrir ou fechar a economia brasileira, mas definir quais padrões de integração queremos (e podemos) desenvolver com os novos centros da economia-mundo capitalista.

Que setores produtivos e nichos de mercado podem ser internalizados e, de que forma, com tecnologia estrangeira ou desenvolvida nacionalmente por empresas transnacionais, estatais e de capital privado nacional?

Tampouco se pode dizer que o custo do trabalho cresce, de maneira “generalizada”, por conta do “pleno emprego”, como insistem os anti-desenvolvimentistas.

Ao contrário, o que estamos presenciando é uma recuperação, ainda em curso, dos salários de base, essencialmente por meio do salário mínimo, a qual pode ter continuidade num contexto de ampliação da produtividade do capital e do trabalho, por meio dos gastos de infraestrutura, qualificação e inovação, num contexto de maior diversificação produtiva e aumento das economias de escala.

Esta perspectiva está ausente do discurso anti-desenvolvimentista. A sua fórmula para assegurar o aumento da competitividade é composta das seguintes variáveis: economia aberta, salários contidos, menos impostos e mais educação – esta última geralmente tida como “variável” ad hoc, adicionando uma pitada de boa consciência à equação mágica. Só não dizem como vão financiá-la num contexto de forte ajuste fiscal…

O enfrentamento a esta agenda depende da reconstrução de uma utopia e de uma práxis efetivamente desenvolvimentistas, o que transcende os limites estreitos da política econômica.

Depende também da compreensão de que não existe um único padrão de desenvolvimento e tampouco uma relação de dicotomia entre Estado e mercado. Isto porque a criatividade na construção de esferas públicas decisórias soberanas – vinculadas às novas demandas da sociedade e às necessidades de expansão do setor privado com maior incorporação de tecnologia – é o grande desafio do desenvolvimento em qualquer tempo e lugar, por mais que as soluções encontradas resultem das especificidades de cada realidade histórica.

(Este artigo é uma versão bastante resumida e alterada de outro, com o mesmo título, publicado na “Revista Teoria & Debate”, edição 118, 12 de novembro de 2013)

* Alexandre de Freitas Barbosa É professor de História Econômica e Economia Brasileira do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP) 

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Redação

30 Comentários

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  1. O que o cara escreve é

    O que o cara escreve é bonito, mas o grande problema aqui, é que temos um governo pretensamente desenvolvimentista que já se mostrou incapaz de promover o tal do desenvolvimento.

    Meteu os pés pelas mão na questão energética, gasta o dinheiro do BNDES mal, financiando campeões nacionais que não funcionam como tal, financia “grandes” empresários do naipe de um Eike Batista, não conseguiram em todos esses anos atrair sequer uma indústria de tecnologia de ponta para o Brasil.

    No seu segundo mandato, Lula viajou o mundo “vendendo” o biocombustível, que agora está largado porque se descobriu o petróleo no pré-sal.

    Desenvolvimentismo sem mexer na nossa estrutura tributária ? Que onera mais quem produz do que quem importa ?

    Como vai se falar em desenvolvimentismo quando se vê linhas de produção sendo continuamente trasnferidas para outros países ?

     

    1. Luis

      Seu comentário quase sempre esta carecendo outro lado.

      Enquanto o mundo naufraga o Brasil se sustenta nesta crise, investindo no país e nos brasileiros, sãos obras e avanços nas politicas sociais. Diminuiu a desigualdade. Capacidade é uma avaliação. O mundo e boa parte dos brasileiros veem, sentem esta diferença. Como você não vê?

      Em que questão energética (?), sim gastou com os campeões e Eike, e os outros gasto, a maior parte com inovações, aos sociais, nos micro, pequenos e médios empresários foram maiores. Transferir so tecnologia, temos que fazer ciências e dai fazer a tecnologia. Trazer tecnologia é como ser o quintal de fabrica, mão de obra barata, ser vira lata, passamos desta faze da montadora ou montagem que encheu o saco desta fabricas. Só teremos se fizermos ninguém nos dará! Outro enigma é que a distancia dos mais desenvolvidos e o Brasil diminuiu e cada vez fica mais difícil avançar.

      Sim diminuiu, ate teve algum anacrônico como do álcool e ainda somos um jogador nesta área de peso mundial, poderia estar melhor e não estão acabados. Por isto queremos a reeleição.

      Não é somente a estrutura tributaria, é também o cambio, a inflação e outras variáveis economica. Agora por outro lado o nosso produto tem de ser também competitivo com os outros países.

      Mesmo nas melhores economias acontece isto, um exemplo hoje é a GE Americana que quase 35% da companhia esta fora do país e seu faturamento ficando fora não pagam imposto também. Outro ponto é estratégia como foi da Embraer fazer na China. O importante é ter mais emprego de qualidade no Brasil e isto não só depende dos desenvolvimentismos e desenvolvimentista. Depende dos investidores, das universidades, dos inovadores, das ciências,  dos empresários, das pesquisas e dos brasileiros.

       O importante é não ter o espirito de vira lata!

       Acreditar e trabalhar.

      Abs.

    2. Crecimento econômico com distribuição de renda

      Não é bem assim…

      O PIB cresceu de R$ 1,5 trilhões em 2002(FHC) para mais de R$ 5 trilhões em 2014(Lula/Dilma)

      A massa salarial aumentou de R$ 635,7 bilhões 2002(FHC) para R$ 1,44 trilhões em 2013(Lula/Dilma), e deve ficar acima dos R$ R$ 1,6 trilhões em 2014, em função dos aumentos reais do salário e do aumento do emprego formal.

      Empréstimos do BNDES geram emprego e renda, temos a Friboi e BRF que são os maiores produtores mundiais de carne bovina e de frango do mundo, a Embraer uma empresá de renome internacional.

      Além disso, cerca de 30%,mais de R$ 60 bilhões anuais dos empréstimos do BNDES se destinam a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

      O BNDES é o principal financiador dos projetos de biocombustíveis, inclusive o etanol de segunda geração que já está  em fase implantação de plantas piloto, e todos contam com o apoio do BNDES.

      O Brasil é líder mundial na produção de biocombustíveis, o governo de Presidente Lula  implantou o Biodiesel no Brasil em 2004,com a adição de 2% Biodiesel ao diesel de petróleo, hoje a adição de biodiesel está em 6% e passará para 7% em novembro.
      Os biocombustíveis são fundamentais para o que seja possível gerar um excedente de petróleo e derivados e equilibrar as contas externas, onde o aumento da produção nos campos localizados na camada do pré-sal e a conclusão das novas refinarias que estão em construção desempenham também um papel fundamental.

      A indústria de equipamentos para a geração de energia eólica esta sendo implantada no Brasil com apoio do BNDES gerando impostos, emprego, renda e é claro, energia elétrica..

      Também com apoio do BNDES, a indústria naval para atender as demandas do pré-sal já esta instalada no Brasil e em fase ampliação, gerando imposto, emprego e renda.

      Várias  novas fábricas de automóveis estão se instalando no Brasil, inclusive no nordeste, quase todas com apoio do BNDES.

      O Governo da Presidenta Dilma Rousseff, já realizou importantes desonerações fiscais, como na folha de pagamento, na redução da cide(diesel e gasolina), e na redução dos tributos federais sobre a energia elétrica, o que vai melhorar significativamente a capacidade de competição das empresas instaladas no Brasil.

      Falta apenas a redução dos juros da selic para a média dos juros internacionais e uma correção 20% na taxa de câmbio, o que deve ser conseguido no segundo mandato da Presidenta Dilma.

      1. O pouco desenvolvimento que o

        O pouco desenvolvimento que o país alcança não se deve a méritos dos governos petistas deve se a insistência do nosso povo em superar os obstáculos que o próprio governo cria.

        “O PIB cresceu de R$ 1,5 trilhões em 2002(FHC) para mais de R$ 5 trilhões em 2014(Lula/Dilma)”

        Menor comparado a quase totalidade dos outros países sbdesenvolvidos.

        A massa salarial aumentou , não devido ao governo PT mas a melhora da produtividade pessoal do trabalhador não por ações do governo petista.

        Empréstimos do BNDES geram emprego e renda, tráfico de drogas também gera muito emprego e renda, o BNDES antes usava poupoaça (forçada) do FAT, hoje usa emissão de moeda sem lastro, o povo paga isso por meio do imposto inflacionário.

        Subsidiar uma atividade não é “desenvolver” o país , você prejudica uma maioria para dar a uma minoria.

        Por causa disso nunca vai conseguir diminuir os juros, o governo absorve a poupança que deveria estar financiando o desenvolvimento.

        E um ciclo vicioso que foi contruido pelo governo petista e o nó não será desatado pelo PT.

        1. Em matéria de “argumento”, sobra opinião

          Seu parágrafo1: Pura opinião. Além do que acrescento que o “nosso povo “está em condições muito melhores com o governo do PT, reconhecido mundialmente

          Seu parag.2: O país caiu várias posições para 14o. no ranking mundial com FHC e subiu para alvançar o 6o com os “petistas”, com crise ou sem crise. Países com pibinho poder crescer muito mais facilmente e não são referência. Estamos falando de cachorros grandes (França, Reino Unido, etc. Que a França e a Alemanha se preparem, a menos que seus neoliberettes voltem.

          Seu parag.3: Pura opinião, sem embasamento. Produtividade (um conceito de múltiplos usos) e salário não andam necessariamente juntos, as vezes até em direções diversas.

          Seu parág.4: A comparação entre um banco de desenvolvimento e o tráfico de drogas só pode ser descrita como … uma droga. O BNDES (que dá lucro) financia o empresário de todos os portes, não só o “Eike” ou a Friboi. Não “dá dinheiro”, financia e recebe de volta, com lucro ou garantias. Não é a casa da mãe Joana que com FHC emprestou a empresas estrangeiras para privatarizar estatais (sem precisar investir, só ganhar) que quebraram, como a Enron e a MCI-Sprint. Por sorte os que pegaram seus espólios honraram os compromissos, senão era calote bilionário.

          Seu parag.5: Afirmação sem pé nem cabeça. Todas as economias, inclusive as capitalistas dos EEUU, Japão, Alemanha, Inglaterra, França, China, etc. subsidiam aquilo que é estratégico para o benefício coletivo (da nação). Não é troca troca nem toma-lá-dá-cá, nem partilha de balinhas.

          Seu parag.6: Como assim “não vai conseguir”? Já conseguiu! Dos recordes máximos de 42% de FHC, já chegamos a casa recorde mínima de 7%, com inflação dentro da meta. Voltamos aos 11% porque a economia é dinâmica, mas não tenha dúvida que voltaremos a diminuí-los com Dilma. Ou aumentá-los com Aécio e Marina (e com inflação estourando). Voce escolhe…

          Como vc pode ver, se há um círculo, ele é virtuoso!

          Só não é mais rápido porque temos uma oposição medíocre, sentada na bufunfa.

          E muita gente medíocre que a acompanha.

          Não digo que é seu caso…

           

           

    3. O copia do Coração Satânico aí

      Só acusa o PT mas finge que não enxerga que é exatamente esta política que um governo Marina ou Aécio vai nos levar, exatamente como na década de 90, que satanicamente ele sabe mas provavelmente deve ganhar muito nas custas dos tolos reacionários brasileiros que acreditam em o que a imprensa divulga e tem preconceito ao PT.

      Pois o PT ao contrário do Lucifer aí exige nacionalização de componentes, desenvolvimento de plantas industriais no Brasil para petróleo, estaleiros, ferrovias e equipamentos bélicos.

      Duvido que haverá redução da estrutura tributária, já que são mestres em elevar os impostos para programas que não desenvolvem, foi FHC que elevou a tributação de 24 para 33%. O PT elevou pouquissimo daí,  mas com todo desenvolvimento social e aumento da massa salarial.

      Os biocombustíveis, estamos careca de saber que quando o açucar está elevado no comercio internacional, usineiro descumpre acordo e para de produzir alcool, mas quando o açucar cai quer impor preço superior ao dos combustiveis derivados do petróleo.

      Gasta mal recursos do BNDS? Deve ser banqueiro mesmo o Lúcifer por que nunca o BNDS  e bancos estatais tiveram tanto lucro em sua história. Mas a ganância dos bancos privados, que embora também tenham lucrado muito, querem pegar este mercado dos bancos publicos, mas impondo tarifas que hoje nos bancos publicos são muito menores.

      Como tolos da galinha de ovos de ouro, vão mata-la para tentar lucrar mais, mesmo as custas das almas dos brasileiros.

    4. O que vc escreve é feio …

      Um monte de bobagens chupadas da míRdia, ecoadas pelo bico. Senão, vejamos:

      1) Incapaz d promover o desenvolvimento: ainda dentro de uma crise mundial, mantém emprego em níveis plenos, consegue melhora reconhecida mundialmente de índices sociais e humanos e… bate os governos do arrocho, do desmonte e da entrega em 99% dos índces econômicos, reduzindo a dívida, emprestando ao FMI que fomos 3 vezes de joelhos e sem vendoar patrimônio público estratégico e lucrativo. Nota zero pra vc

      2) Dentro de uma das maiores secas da história, jamais acenou com racionamento, como os de quase 1 ano de FHC.. Desenvolveu a integração da rede, promove outras fontes de energia (2o no mundo em desenvolvimento eólico), continua construindo capacidade, apesar das rsistências armadas ou não e ainda baixou o preço, ajudando a indústria e o consumidor. Se não fosse isso, os preços estariam salgados, pela seca. Isto é competência. Nota zero procê.

      3) Gasta dinheiro do BNDES. Ora, como vc mesmo reconhece, financiamento não é gasto, volta com juros para o banco (que dá lucro) e ajuda o país. Empresários quebrarem faz parte do capitalismo, mas há garantias para o banco, que não financia apenas Eikes, mas os negócios brasileiros em geral. Nos tempos que vc quer que voltem, o BNDES financiava empresas estrangeiras para elas comprarem nosso patrimônio sem meter amão no bolso, apenas embolsando os gordos lucros operacionais de cara. Algumas, como a Enron e a MCI-Sprint quebraram e ainda deram calote, depois honrados (felizmente) pelos compradores de seus espólios. Nota zero procê.

      4) Atrair tecnologia? Primeiro, temos um dos maiores investimentos diretos do planeta. Nos tempos de FHC, tinhamos investimentos especulativos que nos quebraram 3 vezes. Quem aleijou a nossa indústria ainda adolescente foram exatamente os neoliberais. Temos uma das maiores indústrias automobilísticas do planeta, 100% (!!!) estrangeiras. Embora tenhamos atraído alguns investimentos diretos em eletrônica, temos mesmo é que desenvolver aqui (vide industria naval, que já foi das maiores!), começando debaixo , como todos os outros bem sucedidos, Tecnologia de verdade não se desenvolve em “filiais”. Nota zero procê.

      5) O bio combustível não está “largado”. O governo subsidia, ajuda, mas não garante lucros. Ou vc (como eu) não é capitalista? Se o mercado mudou, o empresário tem que se ajustar e não se socorrer do dinheiro público (como historicamente, no café, nos bancos, etc.), não é mesmo? Ou vc não tem etanol nas bombas? Nota zero procê.

      6) Estrutura tributária? Ora amigo, até concordo com vc, mas isso não se faz por decreto presidencial não. O buraco é bem mais embaixo (como na educação, segurança,saúde, onde só o atual governo atua na sua parte). A única coisa que os seus neoliberais sabem fazer é eliminar impostos dosn ricos (que tem contadres para sonegar) e carregar oresto nos assalariados e na economia. Mais um zero procê.

      7) Falso. Vide (4) Temos um dos maiores investimentos diretos do planeta. O que não temos, pois foi destruido pelos seus neoliberais é indústria competitiva, onde teremos que começar de novo. Mais uma nota zero procê.

      Como pode ver, toda vez que um papagaio de míRdia resolve atgumentar, recortando e colando artigos e opiniões de míRdia, é um desastre. Por isso, preferem apenas falar mal da situação sem dar argumentos.

      Por sso tem opiniões tão ruins e votam tão mal!

      Se tivesse falado mais 3 temas aí em cima, aí teria ganho 10…

      Dez zeros!

    5. Empresários do naipe

      Não esqueça o “economista brilhante”, segundo FHC, preso no ato de passar bola e que foi solto após receber dois HCs em menos de 48h pelo STF – um dos quais pulou instâncias do judiciário.

  2. Curioso taxar os opositores

    Curioso taxar os opositores de anti-desenvolvimentistas… até parece que no governo Dilma o Brasil se desenvolveu de vento em poupa, não é?

    Curioso, muito curioso. Então quer dizer que as oposições são dominadas por criaturas malévolas que querem a pobreza e a misérias prosperando no país? Além, é claro, da total estagnação tecnológica da nossa sociadade?

    Muito bom, saber disso.

    PS: Lembrem-se que Dilma vai terminar esse mandato com um crescimento de PIB menor que nos anos FHC e com uma média de inflação quase tão grande.

    1. Malandramente esquece empregos e salários

      O Claudio cita dois itens. Inflação hoeje é metade do tempo FHC que chegou a 12%, não quase igual companheiro. Mas esqueceu em empregos e salários, aí FHC apanha mais que cachorro sem dono. Programas sociais , educacionais e investimentos publicos. Quando FHC fez algo positivo para economia brasileira? Só sucateou e vendeu nosso patrimonio a preço de banana. Não seja simplório claudio augusto. Tem muita coisa que a Dilma fez, mesmo na maior crise mundial desde 1929. E o PSDB e FHC quebrou o país 3 vezes com crises fajutas do méxico, russia ou coreia. 

      1. “Quando FHC fez algo positivo

        “Quando FHC fez algo positivo para economia brasileira?”

        Que tal o plano real, inflação 1 ano antes de FHC, 5800% depois passa como você mesmo diz para 12%.

         

    2. A ignorância definindo a opinião e o voto…

      O colega acha que desenvolvimento é “PIB”.

      Se esquece (ou não sabe) que a inflação deixada dor FHC foi praticamente o dobro da atual, que se mantém dentro da meta há muito. Sem arrocho. Com emprego. Em meio a maior crise mundial desde 1929, ainda vigente. Com o arrasto de uma imensa resistência daqueles que tem capacidade para ajudar o país. Mas só sabem (e querem) ajudar a si mesmos…

      Talvez tenha nascido anteontem e não sabe que um PIB pode ser inflado, por ex., por um imenso crescimento de riqueza concentrada e uma paralela disseminação da pobreza na maior parte da população. Aritmética básica.

      Não sabe que antes, apesar desta inflação > 12%, que já se encaminhava para o descontrole, os juros chegaram a mais de 40%, o arrocho era geral e o desemprego chegou a mais de 20% (ou 25). Fora o país quebrar 3 vezes, apesar de vender seu patrimônio lucrativo que, poucos se dão conta, ainda gerava caixa para o governo, hoje indo para, por ex.o Bradesco.

      O analista de números seletivos (e irrelevantes) quer a volta de uma política que, praticada há séculos no Brasil, faz com que em condições ímpares de riqueza em seu gigantesco território, tenhamos historicamente dos piores índices de desenvolvimento humano do planeta (agora melhorando, apesar da guerra de resistência da zelite).

      Leia hoje o que a míRdia não faz espalhafato: “ONU aponta que Brasil reduziu fome em 50% em 10 anos”. Esta fome que vem de 5 séculos de domínio dos mesmos, seus herdeiros e aprochegados. Um exemplo para o mundo!

      ISSO é desenvolvimento!

       

       

  3. a questão essencilal para a

    a questão essencilal para a maioria é o emprego.

    se compararmos com outros países, principalmente os da europa,

    o brasil tá dando show de bola com o pleno emprego já há um bom tempo,

    nõ adianta crescer como no milagre brasileiro da década de 70

    no regime militar

    e fazer omo fizeram,

    deixar o bolo crescer para depois redistribuir

    (aliás, só concentraram, jmais distribuiram).

    é o que propõe suicidamente o programa economico da dona marina.

    menor emprego, diminuição do ritmo economico, alta dos juros.

    esses caras acham que a população vai aceitar tuo isso assim passivamente?

    há perigo de sangue na calçada, como disse o mino carta na cartacapítal, embora ewm outros termos.

    tal]vez cançao que diz “há perigo na esquina…

    porque somos jovens…”que a elis cantava há trinta anos,

    seja lembrada pelos jovens de hoje

    com muita saudade daqui há um tempo

     

  4. Crecimento econômico com distribuição de renda

    O PIB cresceu de R$ 1,5 trilhões em 2002(FHC) para mais de R$ 5 trilhões em 2014(Lula/Dilma)

    A massa salarial aumentou de R$ 635,7 bilhões 2002(FHC) para R$ 1,44 trilhões em 2013(Lula/Dilma), e deve ficar acima dos R$ R$ 1,6 trilhões em 2014, em função dos aumentos reais do salário e do aumento do emprego formal.

    Empréstimos do BNDES geram emprego e renda, temos a Friboi e BRF que são os maiores produtores mundiais de carne bovina e de frango do mundo, a Embraer uma empresá de renome internacional.

    Além disso, cerca de 30%,mais de R$ 60 bilhões anuais dos empréstimos do BNDES se destinam a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

    O BNDES é o principal financiador dos projetos de biocombustíveis, inclusive o etanol de segunda geração que já está em fase implantação de plantas piloto, e todos contam com o apoio do BNDES.

    O Brasil é líder mundial na produção de biocombustíveis,  o governo de Presidente Lula  implantou o Biodiesel no Brasil em 2004,com a adição de 2% Biodiesel ao diesel de petróleo, hoje a adição de biodiesel está em 6% e passará para 7% em novembro.
    Os biocombustíveis são fundamentais para o que seja possível gerar um excedente de petróleo e derivados e equilibrar as contas externas, onde o aumento da produção nos campos localizados na camada do pré-sal e a conclusão das novas refinarias que estão em construção desempenham também um papel fundamental.

    A indústria de equipamentos para a geração de energia eólica esta sendo implantada no Brasil com apoio do BNDES, gerando impostos, emprego, renda e é claro, energia elétrica.

    Também com apoio do BNDES, a indústria naval para atender as demandas do pré-sal já esta instalada no Brasil e em fase ampliação, gerando impostos, emprego e renda.

    Várias  novas fábricas de automóveis estão se instalando no Brasil, inclusive no nordeste, quase todas com apoio do BNDES, gerando impostos, emprego e renda.

    O Governo da Presidenta Dilma Rousseff, já realizou importantes desonerações fiscais, como na folha de pagamento, na redução da cide(diesel e gasolina), e na redução dos tributos federais sobre a energia elétrica, o que vai melhorar significativamente a capacidade de competição das empresas instaladas no Brasil.

    Falta apenas a redução dos juros da selic para a média dos juros internacionais e uma correção 20% na taxa de câmbio, o que deve ser conseguido no segundo mandato da Presidenta Dilma.

  5. essa política de arriocho

    essa política de arriocho proposto nos orogramas da candidata marina silva 

    é insustentável em qualquuer hipótese que se queira analisar.

    já vi esse filme na era fhc.

    genero – tertror

    produçào  :  pura privtariatucana

    direçào  : intertesses internacionaius hegemonizados  oelos eua.

    igualzinho oao da candiaTA MARINa.

    nova política:

    é copiar e colar

     

  6. Pleno Emprego

    Por que os anti-desenvolvimentistas não querem o pleno emprego ? Por um motivo simples: se há muito trabalhador desempregado, o salário de quem está empregado desaba e quem está desempregado aceita trabalhar por um salário ainda mais depreciado. Se a oferta do tomate é grande, o preço do tomate cai.

    É por aí que eles querem aumentar a produtividade: diminuindo os custos salariais.

    Menos impostos para que? Para cortar os programas sociais. O corte nos programas sociais joga uma massa de desesperados no mercado de trabalho que vão produzir dois efeitos: 1) reforçar o exército de desempregados e depreciar ainda mais os salários e 2) o aumento da violência sem precedentes no país, na luta pela sobrevivência a qualquer custo.

    Se Marina for eleita e esse modelo econômico for implantado, as manifestações pacíficas de junho de 2013 vão se transformar em manifestações de sangue.

    Aos eleitores de Dilma (50%) juntar-se-ão grande parte dos eleitores de Marina que irão verificar que foram enganados, ludibriados, por uma candidata que jogou no lixo a sua história de vida, aliando-se aos setores mais reacionários do empresariado: aqueles que querem lucro fácil e rápido, sem risco, à custa da exploração do trabalho humano.   

  7. A diferença entre os modelos FHC-Marina-Aécio vs Lula- Dilma

    Nada como os números para mostrar a verdade, que o eleitor não caia no conto do vigário da direita que está usando essa carpideira com cara de pobretona(nos bastidores ela é conhecida como Marina Setúbal) para enganar os incautos:

    Quadro comparativo do Brasil de 2002 com o de 2013, em todas as áreas. Informe-se para votar consciente

     

    Com este quadro você vai ter argumentos baseados em dados, com fontes seguras e oficiais (especificadas ao final), para conversar com amigos e familiares e assim conseguir fazer uma comparação entre os governos Lula e Dilma e os anteriores, que as candidaturas Marina e Aécio querem trazer de volta.

    É isso que está em jogo: a continuidade do governo de mudanças Lula-Dilma ou a volta ao passado. Compare.

    O BRASIL REAL – DE 2002 A 2013
    Por Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira. Fonte: Pátria Latina

    1. Produto Interno Bruto:
    2002 – R$ 1,48 trilhões
    2013 – R$ 4,84 trilhões

    2. PIB per capita:
    2002 – R$ 7,6 mil
    2013 – R$ 24,1 mil

    3. Dívida líquida do setor público:
    2002 – 60% do PIB
    2013 – 34% do PIB

    4. Lucro do BNDES:
    2002 – R$ 550 milhões
    2013 – R$ 8,15 bilhões

    5. Lucro do Banco do Brasil:
    2002 – R$ 2 bilhões
    2013 – R$ 15,8 bilhões

    6. Lucro da Caixa Econômica Federal:
    2002 – R$ 1,1 bilhões
    2013 – R$ 6,7 bilhões

    7. Produção de veículos:
    2002 – 1,8 milhões
    2013 – 3,7 milhões

    8. Safra Agrícola:
    2002 – 97 milhões de toneladas
    2013 – 188 milhões de toneladas

    9. Investimento Estrangeiro Direto:
    2002 – 16,6 bilhões de dólares
    2013 – 64 bilhões de dólares

    10. Reservas Internacionais:
    2002 – 37 bilhões de dólares
    2013 – 375,8 bilhões de dólares

    11. Índice Bovespa:
    2002 – 11.268 pontos
    2013 – 51.507 pontos

    12. Empregos Gerados:
    Governo FHC – 627 mil/ano
    Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano

    13. Taxa de Desemprego:
    2002 – 12,2%
    2013 – 5,4%

    14. Valor de Mercado da Petrobras:
    2002 – R$ 15,5 bilhões
    2014 – R$ 104,9 bilhões

    15. Lucro médio da Petrobras:
    Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano
    Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano

    16. Falências Requeridas em Média/ano:
    Governo FHC – 25.587
    Governos Lula e Dilma – 5.795

    17. Salário Mínimo:
    2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)
    2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)

    18. Dívida Externa em Relação às Reservas:
    2002 – 557%
    2014 – 81%

    19. Posição entre as Economias do Mundo:
    2002 – 13ª
    2014 – 7ª

    20. PROUNI – 1,2 milhões de bolsas

    21. Salário Mínimo Convertido em Dólares:
    2002 – 86,21
    2014 – 305,00

    22. Passagens Aéreas Vendidas:
    2002 – 33 milhões
    2013 – 100 milhões

    23. Exportações:
    2002 – 60,3 bilhões de dólares
    2013 – 242 bilhões de dólares

    24. Inflação Anual Média:
    Governo FHC – 9,1%
    Governos Lula e Dilma – 5,8%

    25. PRONATEC – 6 Milhões de pessoas

    26. Taxa Selic:
    2002 – 18,9%
    2012 – 8,5%

    27. FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário

    28. Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas

    29. Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas

    30. Capacidade Energética:
    2001 – 74.800 MW
    2013 – 122.900 MW

    31. Criação de 6.427 creches

    32. Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados

    33. Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados

    34. Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza

    35. Criação de Universidades Federais:
    Governos Lula e Dilma – 18
    Governo FHC – zero

    36. Criação de Escolas Técnicas:
    Governos Lula e Dilma – 214
    Governo FHC – 11
    De 1500 até 1994 – 140

    37. Desigualdade Social:
    Governo FHC – Queda de 2,2%
    Governo PT – Queda de 11,4%

    38. Produtividade:
    Governo FHC – Aumento de 0,3%
    Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%

    39. Taxa de Pobreza:
    2002 – 34%
    2012 – 15%

    40. Taxa de Extrema Pobreza:
    2003 – 15%
    2012 – 5,2%

    41. Índice de Desenvolvimento Humano:
    2000 – 0,669
    2005 – 0,699
    2012 – 0,730

    42. Mortalidade Infantil:
    2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos
    2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos

    43. Gastos Públicos em Saúde:
    2002 – R$ 28 bilhões
    2013 – R$ 106 bilhões

    44. Gastos Públicos em Educação:
    2002 – R$ 17 bilhões
    2013 – R$ 94 bilhões

    45. Estudantes no Ensino Superior:
    2003 – 583.800
    2012 – 1.087.400

    46. Risco Brasil (IPEA):
    2002 – 1.446
    2013 – 224

    47. Operações da Polícia Federal:
    Governo FHC – 48
    Governo PT – 1.273 (15 mil presos)

    48. Varas da Justiça Federal:
    2003 – 100
    2010 – 513

    49. 38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)

    50. 42 milhões de pessoas saíram da miséria

    FONTES:
    47/48 – http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas
    39/40 – http://www.washingtonpost.com
    42 – OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU
    37 – índice de GINI: http://www.ipeadata.gov.br
    45 – Ministério da Educação
    13 – IBGE
    26 – Banco Mundial

     

  8. O ‘verdadeiro’ Setúbal apresentou seu plano de governo

    setubal

    por Luiz Carlos Azenha

    Um leitor no Facebook me chama a atenção para uma entrevista dada pelo presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal, irmão da educadora Neca, ao jornal O Globo, publicada em 15.12.2013.

    Começa que o título é sugestivo:

    http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/o-verdadeiro-setubal-apresentou-seu-plano-de-governo-evidentemente-existe-um-spread-nisso.html

  9. Reservas já estão indo e estagnação já chegou

    Corremos o risco de conviver com estagnação e queima de reservas.

    Independentemente da opinião desfavorável ou favorável que se possa ter do artigo, a queima das reservas já começou há algum tempo e ninguém tenha dúvida que estamos estagnados desde 2011. Sob esse ótica, é impossível a oposição ir pior do que o atual governo.

    Talvez o que assuste mais os eleitores da Dilma de 2010 que não repetirão a dose esse ano é o abandono despudorado de qualquer racionalidade econômica no discurso governista para os próximos 4 anos. Essa história de priorizar a América Latina chega a ser patética. E quando se aponta o México como um possível parceiro, alguns mais extremados falam no quase defunto Mercosul.

    É uma aposta de altíssimo risco que o governo está fazendo, um discurso absolutamente desconectado da realidade para tentar ganhar a eleição por meia dúzia de votos, e depois 4 anos de administração com apoio rigorosamente zerado dos centristas que votaram no PT em 2002, 2006 e 2010. Vai ser interessante, vamos ver o que acontece….

  10. Passando ao largo das

    Passando ao largo das elucubrações economicistas(ou econométricas, se quiserem), subordinadas, a meu ver, ao que realmente interessa, no caso, a Economia Política, atinaria que o grande e inevitável desafio do segundo governo Dilma é girar  o ponteiro das ênfases e aportá-la no chamado “Capital Humano”.

    Essa discussão mercadistas versus desenvolmentistas já deu o que tinha de dar em função, não de eventual supremacia intelectual ou teórica, mas pela própria realidade empírica. O que se tem assentado hoje é que não se pode te desenvolvimento econômico dissociado do político e social. Nos anos de “grandeza” do regime militar estes ficaram imobilizados ou, pelo menos no que tange ao social, pouco evoluíu. Nos governos pós-redemocratização, especificamente capitaneados por Collor, Sarney e parcialmente por Fernando Henrique Cardoso, dada as sucessivas crises externas e nosso total dessaranjo nas críticas variáveis macro econômicas, com destaque o processo inflacionário e o rombo no balanço de pagamentos, privilegiou-se a ortodoxia, ficando relegada a um  segundo plano a questão do desenvolvimento em compasso com a redução da desigualdade social. 

    Mas voltando a questão do “Capital Humano”. Quando a presidente Dilma Roussef em resposta a indagação(muito pertinente, ressalte-se) da jornalista Miriam Leitão, acerca do que faria a presidente para tirar o país da estagnação econômica, informou que daria impulsos na educação(modo geral) e na formação profissional(em particular), de certa forma foi incompreendida por alguns analistas econômicos. 

    A meu entender,  fica claro que se não estamos a “mil maravilhas” em termos de capital físico, demos um salto imenso em termos quantitativos e qualitativos. Isso em todas as áreas: agronegócio, indústria de base, indústria avançada e de alto valor agregado(aviões, navios etc); infraestrutura(portos, aeroportos, rodovias, hidrovias, comunicações etc). 

    Do modo similar, a redução da miséria e uma redistribuição da riqueza(também ainda longe do ideal) também se faz presente através de políticas sociais consistentes, irretratáveis;  tanto focadas como de espectro geral.

    Assim, o redirecionamento estratégico para o Capital Humano se impõe tanto por uma realidade e demanda interna, como por um contexto geral mundial no qual se consolida a centralidade do fator humano como eixo a ser priorizado se quisermos uma sociedade efetivamente mais equilibrada nos seus mais amplos aspectos.

     

  11. A questão teórica é a

    A questão teórica é a ausência do desenvolvimento como técnica nas teorias derivadas da economia neoclássica. A teoria neoclássica pressupõe um mundo abstrato, ideal(o modelo)para o qual a economia supostamente tende em um indefinido e desconhecido “Longo Prazo”.

    Apesar de suas pretensões de objetividade, dado o aspecto matemático dos modelos estáticos, o pensamento ortodoxo se baseia em uma passividade diante dos eventos econômicos contrária à abordagem humanista surgida com o Renascimento e aprofundada com o Projeto do Iluminismo.

    O desenvolvimentismo, ao contrário, se baseia na concepção de que é possível o desenvolvimento por meio do planejamento, da ação deliberada de agentes como o Estado. A concepção desenvolvimentista rejeita o equilíbrio estático da ortodoxia, compreendendo a economia como um estado de desequilíbrio dinâmico, no qual os agentes tomam decisões com base em informações incompletas, e equilíbrios momentâneos se estabelecem em estruturas de mercado imperfeitas.

    Esse é o antagonismo teórico.

    Em termos práticos, a ortodoxia é defendida por grupos de interesse posicionados para beneficiar-se com essas políticas supostamente neutras. No caso brasileiro, taxas de juros elevadas, ao transferir renda para os setores nominais da economia, em detrimento da economia real, favorece o setor financeiro, em detrimento dos empresários e trabalhadores; a concepção equivocada de uma economia global, em concorrência perfeita(e, portanto, operando em condições de pleno emprego), favorece os interesses dos países centrais, como EUA e UE, que encontram-se em posição predominante na estrutura oligopolizada do mercado internacional(não sendo, assim, tomadores de preço).

    Assim, esses são os grupos de interesse que se articulam em torno das candidaturas Marina e Aécio, com a diferença de que a candidatura Marina, ao dispensar a Democracia Representativa, aprofunda o antagonismo entre Mercado vs Estado( algo radical demais para os políticos profissionais da direita brasileira, como PSDB, PMDB, PSD, etc.)em favor daquele, defendendo o mais completo e profundo desmonte do Estado brasileiro e da fragmentação e desorganização das forças políticas, por meio da despolitização, demonização dos partidos políticos e, pelo que se pode imaginar de sua defesa da flexibilização da legislação trabalhista, do enfraquecimento dos sindicatos.

    Na entrevista em que Giannetti condicionou a concretização das promessas de projetos sociais de Marina à existência de recursos para tanto, fica clara a subordinação dos anseios populares ao fiscalismo ortodoxo, assim como o desenvolvimentismo estará subordinado aos limites ambientais definidos por esse ambientalismo internacional de ONGs, legatárias das teses de Limites do Crescimento do Clube de Roma, que resumidamente defendem que quem já se desenvolveu, já se desenvolveu, quem não se desenvolveu, não se desenvolve mais, uma defesa conservadora do congelamento do status quo, em detrimento dos países subdesenvolvidos.

    As bandeiras conservadores representam tão somente prejuízos para a maior parte da população, por isso a fuga do debate democrático com o choro de Marina, apelo emotivo típico do discruso fascista. Seu governo de “notáveis”, com predomínio do aspecto técnico, é herdeiro desse aspecto supostamente objetivo do conhecimento das escolas ortodoxas de economia, com base em um radicalismo tecnocrático, supostamente objetivo e imparcial, realziado via a despolitização das políticas públicas.

  12. Não entendo nada de economia

    Não entendo nada de economia e não posso palpitar. Mas o que tenho sentido falta nos nossos noticiários é a crise da Europa, inclusive da Alemanha, que tem o seu PIB tb diminuido. Por que será que não querem mais falar do desemprego na Espanha, Itália , Portugal e Grécia ? It’s the question  ! Vamos pensar s/ isso.

  13. Casa das Garças ou dos tucanos, Nassif?

    Não importa qual ave de nossa rica fauna tropical queremos usar, a verdade é que o verdadeiro nome do “anti-desenvolvimentismo” é “ficar de quatro para o capital especulativo”. Sem mais delongas, né Nassif?

  14. economia aberta/salários contidos/menos impostos/mais educação

    O problema não é nem que essa fórmula é ruim; é que ela é contraditória.

    Como vamos ter mais educação com menos impostos para financiá-la? Como vamos ter salários contidos com um eleitorado mais educado, e, portanto, mais capaz de entender o que “salários contidos” significa? Como vamos ter “salários contidos” com uma mão-de-obra mais educada, e, portanto, mais cara?

  15. Uma coisa que não consigo entender

    No governo FHC os impostos subiram consideravelmente, o que foi muito criticado pelo Lula. Mas agora vejo, que entra governo e sai governo, e o trabalhador cada vez mais é penalizado. Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o brasileiro gasta uma média de 150 dias por ano trabalhando só para pagar impostos. Em 2013, os tributos comprometeram cerca de 41% da renda do trabalhador. Entre os impostos que mais pesaram sobre os contribuintes, o campeão foi o ICMS, responsável por 21% do total, seguido por INSS e IR, com 18% e 17%, respectivamente. Ou seja, independente, do ganhador nas próximas eleições parece que ninguém cogita melhorar a carga tributária sobre o trabalhador. A correção da tabela do IR, que segundo falam, está desatualizada em torno de 45%, e parece longe de ser corrigida. E o pior, a melhoria dos serviços públicos parecem nao ter aumentado na mesma proporção do aumento dos impostos.

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